Por R$ 9,8 milhões, Sport negocia André com o Grêmio. Pelo preço do mercado?

Pernambucano 2018, 4ª rodada: Sport 2 x 0 Pesqueira. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Diante do Pesqueira, em 29/01, André marcou os últimos 2 gols pelo Sport

Ao repatriar André, em 5 de fevereiro de 2017, o Sport firmou um milionário contrato de cinco temporadas com o atacante – seriam R$ 19,5 milhões apenas em salários. No entanto, esta segunda passagem na Ilha do Retiro durou apenas um ano, devido ao desejo do jogador em atuar no Grêmio, que, após semanas de negociação, aceitou os termos do clube pernambucano. Se o valor da multa (60 mi) era irreal, a primeira oferta (6 mi) também não fazia o menor sentindo, considerando o rendimento técnico recente do jogador.

Por 2,5 milhões de euros (R$ 9,8 mi), o atual campeão da Libertadores conseguiu o seu camisa 9. Vale lembrar que o Sport detinha 70% dos direitos econômicos do atacante, após adquirir 50% junto ao Sporting de Lisboa e 20% com o Atlético-MG – o Corinthians manteve os seus 30%. Para isso, o leão desembolsou R$ 5,23 milhões, numa das maiores compras do Nordeste. Logo, o ágio – só com as transações – foi de R$ 4,6 mi. É interessante destacar que Diego Souza saiu por mais, mesmo sendo mais velho (32 x 27) e tendo menos anos de contrato (1 x 4). Venda boa ali ou modesta aqui? Ali.

Apesar da saída conturbada do centroavante, sobretudo nas negativas da Copa do Brasil, os números do camisa 90 foram excelentes no leão. Na Série A de 2017 foram 16 gols, ficando atrás apenas dos artilheiros Jô (Corinthians) e Henrique Dourado (Flu), ambos com 18 tentos. Por sinal, contando a passagem anterior, em 2015, André totaliza 29 gols em 62 partidas pelo Sport no Campeonato Brasileiro, com média de 0,46. É o terceiro maior goleador do clube na competição – abaixo de Diego Souza (38) e Leonardo (33).

Torcedor rubro-negro, o que você achou da saída de André? E a reposição?

André no Sport
2015: 34 jogos, 14 gols (média de 0,41) e 7 assistências
2017: 67 jogos, 27 gols (média de 0,40) e 3 assistências
2018: 5 jogos, 2 gols (média de 0,40) e 0 assistência

Total: 106 jogos, 43 gols (média de 0,40) e 10 assistências

André foi a 19ª venda milionária do Sport, a 36ª de PE e a 95ª do NE.

As maiores vendas do Sport no Plano Real, convertidas em dólar. Crédito: Cassio Zirpoli/DP

Santa e Sport refazem Sub 23 e estreiam no Campeonato Brasileiro de Aspirantes

O troféu do Campeonato Brasileiro de Aspirantes. Foto:  Lucas Figueiredo/CBF

O campeonato de aspirantes foi, durante muito tempo, a preliminar dos jogos do Campeonato Pernambucano. Não era necessariamente uma ‘categoria de base’, mas um time formado por novos profissionais costumeiramente reservas, reforçado por alguns atletas do time principal – ou por suspensão na competição principal ou pelo reinício das atividades. No estado, o aspirante, hoje conhecido como Sub 23, acabou em 1995. Em 2017, a CBF resolveu criar um campeonato nacional para jogadores desta idade. Após uma edição enxuta, vencida pelo Inter, o torneio foi ampliado de 10 para 16 equipes, incorporando o Nordeste. De saída, quatro: Bahia, Santa, Sport e Vitória.

A competição de 2018 deve ser de tiro curto, como foi a primeira, que variou de 4 (eliminados na 1ª fase) a 8 jogos (finalistas). Programado para o segundo semestre, com transmissão pelo Esporte Interativo, o torneio repete a regra de inscrição, desta vez para nascidos a partir de 1995. Também deve ser mantido o seguinte artigo do regulamento sobre exceções (para cima):

“Será permitida a utilização de até um (1) goleiro e três (3) atletas de linha com idade superior a 23 anos”

Em tese, um medalhão da equipes principal pode ser acionado – norma semelhante aos torneios mais antigos. Quais jogadores acima do limite de idade do rubro-negro e do tricolor poderiam ser testados neste formado?

Os 10 participantes em 2017
Atlético-MG, Atlético-PR, Botafogo, Coritiba, Cruzeiro, Figueirense, Grêmio, Internacional, Santos e São Paulo

Os 16 participantes em 2018
América-MG, Atlético-GO, Atlético-PR, Avaí, Bahia, Chapecoense, Coritiba, Figueirense, Goiás, Grêmio, Internacional, Santa Cruz, Santos, São Paulo, Sport e Vitória

Em Pernambuco, o campeonato de aspirantes começou de forma paralela ao Estadual já em sua primeira edição, em 1915. Porém, o blog não encontrou registros sobre o vencedor. Por sinal, existem outras lacunas ao longo dos anos, com a dificuldade tanto no acervo dos jornais quanto no arquivo da FPF.

Portanto, considerando a ressalva, 60 edições locais tiveram campeões conhecidos. Embora o Santa tenha sido campeão estadual pela primeira vez somente em 1931, já havia sido tetra nos ‘segundos quadros’ entre 1918 e 1921. Já o Sport, o maior campeão do futebol local, está bem atrás dos rivais nesta categoria. Ainda é importante destacar a mudança nas nomenclaturas, indo de 2ª classe, 2º team ou 2º quadro de 1915 a 1938, seguindo de campeonato amador de 1939 a 1952 e, a partir de 1953, campeonato de aspirantes, que passou a ser intermitente no fim da década de 70. Nos anos 90, o campeonato de juniores, atual Sub 20, passou a ter mais importância, resultando na extinção do torneio de aspirantes. Até esta volta do Brasileiro…

Campeões pernambucanos de aspirantes*
24 – Santa Cruz
17 – Náutico
8 – Sport
3 – América
2 – Torre e Tramways
1 – Ferroviário do Recife, Auto Esporte, Paulistano e Moinho Recife
* As edições com campeões conhecidos