Com caráter de urgência, a Fundação Getúlio Vargas foi contratada pelo governo do estado com dispensa de licitação. O objetivo, escrito no Diário Oficial de Pernambuco, foi o seguinte: “realização de estudos que promovam o aprimoramento do Programa Estadual de Parcerias Público-Privadas, a partir do estudo de caso da Concessão Administrativa para a Exploração da Arena Multiuso da Copa 2014”. Traduzindo: um levantamento de todos os dados econômicos do estádio relacionados à operação, cujo contrato com a Odebrecht tem duração de trinta anos. Além disso, apontaria medidas de curto e médio prazo para otimizar a mobilidade e, consequentemente, a operação.
O relatório de 225 páginas da FGV ficou pronto após quatro meses de atividade da equipe técnica, com a publicação no Portal da Transparência em 5 de março. Somente no dia 15 de abril o custo do trabalho foi confirmado, no caderno Poder Executivo do Diário Oficial. Está lá: R$ 1,3 milhão. Nada contra a conceituada FGV, mas o resultado final foi o óbvio, com ou sem estudo. O contrato em vigor é irresponsável e extremamente oneroso, no qual o estado é obrigado a cobrir o rombo no faturamento anual da arena caso a receita seja abaixo de 50% da meta (inatingível) de R$ 110 milhões – num aditivo ao acordo original, por não ter acertado com o Trio de Ferro, conforme previa. Para se ter ideia, nos dois primeiros anos as receitas no empreendimento foram de R$ 23 mi e R$ 24 mi.
Sobre a mobilidade, trata-se do ponto mais criticado desde a abertura da Arena Pernambuco, com a infraestrutura viária ainda defasada. Três anos depois, o governo lava as mãos: “O governo do estado não se obrigou contratualmente a executar as obras de mobilidade. Essas obras serão finalizadas, mas não foram determinantes para dizer que o equipamento é subutilizado”.
O saldo negativo é tão grande que esse gasto de R$ 1,3 milhão parece troco…
Tudo isso por causa de não reformar o estádio do arrruda que sairia mais bararo e que tinha time para toma de conta. Agora Agora fizeram um elefante branco, que não vai para lugar nenhum.
O título da manchete está errado. Onde se lê “1,3 MILHÃO” leia-se “1,3 BILHÃO”. Essa bomba chiando é a herança maldita da famigerada elite política pernambucana. Vergonha!