Santa domina o Bahia, mas cede empate no fim e terá que se superar em Salvador

Nordestão 2016, semifinal: Santa Cruz 2x2 Bahia. Foto: Antônio Melcop/Santa Cruza

O Santa jogou bem melhor que o Bahia, abrindo a semifinal do Nordestão. Levou um gol no começo, mas se impôs para virar, na velocidade e na técnica. Finalizou bastante, tentando ampliar, mas acabou penalizado, literalmente, no fim. Empate em 2 x 2 no Arruda, obrigando o time a se superar na Fonte Nova, diante do ainda invicto rival – nada que o povão não tinha visto na última Série B. A torcida, com a presença decepcionante de 12 mil espectadores, saiu encharcada pelo toró, mas condicionada a manter a confiança até domingo. No campo, o time deu essa esperança, com intensidade em jogadas pelas pontas, sobretudo com Keno, e uma marcação consistente, travando o adversário, que mal conseguia sair jogando, arriscando ligações diretas para Hernane Brocador.

A isso se deve a formação. Milton Mendes escalou o Santa sem surpresa, com Lelê no meio, com um trio ofensivo. Idem no lado baiano, mas sem toque de bola. Menos participativo, o ataque visitante teria que jogar no erro adversário, e do árbitro. Num contragolpe aos 19 minutos, com os corais reclamando uma falta não marcada em Allan Vieira, o lance seguiu num chute cruzado, defesa de Tiago Cardoso e rebote do Broca. Após 34 dias parado, o centroavante marcou duas vezes em dois jogos. No ano, são dez tentos em nove partidas. Tem faro.

Nordestão 2016, semifinal: Santa Cruz 2x2 Bahia. Foto: Antônio Melcop/Santa Cruza

De cabeça erguida, o time coral permaneceu no campo adversário. Pouco depois, teve um gol (corretamente) anulado – sinal de que Lomba teria trabalho (e foi bem). Com 67% de posse, seguiu assim até os 44. Numa baita jogada, Keno passou por dois e bateu da quina da área, no cantinho, chegando a sete gols na temporada. Igualou sua melhor marca, de 2013. No intervalo, o recado foi claro: manter o ritmo, pois o Bahia não reagia. Após duas chances, a virada veio com Grafite, que tirou a inhaca de sete jogos, após uma rápida infiltração. 

Exausto, Keno seria substituído por Daniel Costa, que, sem surpresa, diminuiu a rotação. Porém, sem comprometer. Sem chegar com perigo uma vez sequer, o Baêa conseguiu o empate aos 37. Vacilo de Wellinton Cézar, com a mão na bola num bololô após o escanteio. Pênalti, cobrado e convertido pelo ex-coral Luisinho. A vantagem do empate praticamente sumiu. Pior, Milton terá que repor a vaga de Lelê, expulso. Opções? Leandrinho, Daniel e Léo Moura. Ou uma nova improvisação ou um novo esquema. Tem três dias para decidir, com a confiança depositada pela torcida para ir à final da Lampions…

Nordestão 2016, semifinal: Santa Cruz 2x2 Bahia. Foto: Antônio Melcop/Santa Cruza

Semifinalistas do Nordestão no cinema

Promovendo as semifinais da Copa do Nordeste de 2016, o canal Esporte Interativo, detentor dos direitos de transmissão do torneio, tratou os clubes como filmes famosos, com direito a “trailers”. Foram lançados quatro vídeos (devidamente compartilhados nas redes sociais), com um minuto cada. Entre imagens e depoimentos, peças emulando os cenários cinematográficos.

No Santa, o ídolo Grafite assume o papel de Don Vito Corleone, O Poderoso Chefão da máfia italiana, na aclamada trilogia baseada na história escrita por Mario Puzo. Adversário dos corais, o Bahia, com uma campanha ainda invicta, teve um filme foi apropriado: Invictus. Em vez do presidente sul-africano Nelson Mandela (Morgan Freeman) e do capitão da seleção nacional de rúgbi François Pienaar (Matt Damon), o técnico Doriva e o goleiro Marcelo Lomba.

Já o Sport, cujo vídeo alcançou 430 mil visualizações em uma semana no facebook, o filme escolhido foi o último da trilogia O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei. Virou “O Senhor da Ilha”, na imagem de Diego Souza, substituindo Aragorn. E o Campinense? O campeão de 2013 quer, claro, repetir a história. Não por acaso, ganhou uma versão de De volta para o futuro.

Aprovou o filme escolhido para o seu time?

Para assistir aos vídeos, clique nos hiperlinks azuis nos nomes dos clubes.

Santa Cruz

Grafite como "O Poderoso Chefão". Crédito: Esporte Interativo/reprodução

Bahia

Doriva como "Invictus". Crédito: Esporte Interativo/reprodução

Sport

Diego Souza como Aragorn, em O Retorno do Rei. Crédito: Esporte Interativo/reprodução

Campinense

O Campinense querendo ir "De volta para o futuro". Crédito: Esporte Interativo/reprodução

Neve e deserto nas problemáticas obras da Copa do Mundo, em 2018 e 2022

Obra do estádio Saint Petersburg, na Rússia, para a Copa de 2018. Foto: Fifa/site oficial

Em 2 de dezembro de 2010, a Fifa anunciou Rússia e Catar como sedes das Copa do Mundo de 2018 e 2022, num processo simultâneo e cercado de polêmica sobre os votos. Enquanto os países batalham politicamente para tentar sustentar uma imagem isenta sobre as respectivas escolhas, as novas arenas (sempre mais caras) vêm sendo tocadas. Na Rússia, são doze, em distâncias semelhantes às do torneio no Brasil, também com dimensões continentais.

Com o rigoroso inverno do país, as obras passam parte do tempo do cobertas de neve, num frio proveniente da Sibéria. A essa condição abaixo de zero some denúncias de salários atrasados, segundo o jornal inglês The Guardian. De positivo, dois palcos em operação, do Rubin Kazan e do Spartak. Enquanto isso, no Oriente Médio, o cenário é desastroso em termos de segurança no trabalho.

Obras dos estádios na Rússia (Copa 2018) e Catar (Copa 2022). Fotos: Fifa/site oficial

Já são mais de 1.200 trabalhadores mortos durante as obras do Catar. Segundo a International Trade Union Confederation, num dado revelado pela revista Exame, a estimativa é que mais quatro mil morram até a conclusão dos estádios. Motivos? A mão-de-obra barata seria submetida a jornadas acima de 12 horas, em ambientes inadequados em termos e a temperaturas de até 50 graus – não por caso, parte do trabalho está sendo transferido para a noite.

A Fifa, como aconteceu no Brasil, divulga com certa regularidade imagens das obras, ainda que não esteja revelando os percentuais de execução em cada uma. Do canteiro coberto pelo branco da neve às estacas no deserto, os opostos das próximas Copas… Com velhos problemas na concepção.

Neve: Samara, Saint Petersburg, Nizhny Novgorod, Moscou e Ekaterinburg.
Deserto: Khalifa e Al Rayyan.

Obra do estádio Khalifa, no Catar, para a Copa de 2022. Foto: Fifa/site oficial

As duas Taças das Bolinhas do Nordeste a 500 metros de distância, no Recife

As Taças das Bolinhas de 1988 (Bahia) e 1987 (Sport). Fotos: Bahia/twitter e panoramio.com

No embalo da semifinal do Nordestão, contra o Santa, o Bahia realizou um encontro oficial de torcedores que moram no Recife, com a “embaixada tricolor”. O evento aconteceu em um restaurante, com a presença de Beijoca, ídolo baiano, e de dois diretores, entre eles Nei Pandolfo, ex-Sport, repassando informações do clube e distribuindo 26 ingressos para o jogo no Mundão. Para completar, foi exposta a Taça das Bolinhas de 1988, conquistada diante do Inter.

Pois é, a direção de marketing do Baêa costuma fazer um tour com o maior troféu do clube, num ato que não passa à margem da torcida. Por isso, também chamou atenção a localização do evento, na Madalena, em frente ao supermercado Extra. A aproximadamente 500 metros da Ilha do Retiro, onde está guardada Taça das Bolinhas de 1987, do Leão. Ou seja, as duas réplicas oficiais do famoso troféu do Brasileirão, de 1975 a 1992, as únicas do Nordeste, nunca estiveram tão próximas. Normalmente, a distância é de 807 quilômetros…

Encontro oficial de torcedores do Bahia no Recife. Foto: Bahia/twitter