Náutico se impõe sobre o campeão do Nordeste e se mantém em alta na Série B

Série B 2015, 5ª rodada: Náutico 2x0 Ceará. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press

Hiltinho foi puxado na área aos 57 segundos. A cobrança de Ronaldo Alves, no cantinho direito, ocorreu aos 2min25s. E ainda havia gente demais chegando na Arena Pernambuco, com aquele recorrente problema de mobilidade. Ouvindo o gol pelo rádio, esse povo todo vestido de vermelho e branco se apressou para entrar no estádio. Valia o esforço (e o exercício de calma no trânsito) para curtir a boa fase do Náutico, numa metamorfose impressionante.

O 2 x 0 sobre o Ceará, com Willian Magrão ampliando no segundo tempo, também no comecinho, estendendo a série invicta do time pernambucano, com quatro vitórias e um empate. Uma campanha para acabar com as dúvidas sobre o objetivo do clube. Com uma largada assim, é difícil não enxergar o Timbu brigando nas cabeças até o fim da Série B. Irá oscilar? Provavelmente. A pressão aumentará? A cada rodada. Entretanto, se a motivação e a tática de Lisca (e os salários em dia) continuarem, a tendência é que a equipe ganhe ainda mais personalidade, algo que vinha faltando há tempos.

No gol, Júlio César (completando 50 partidas). Na zaga, a experiência de Fabiano Eller e Ronaldo Alves. Na cabeça de área, um ascendente João Ananias. À frente, Douglas (grata surpresa). Há uma espinha dorsal. Diante do campeão nordestino (com Ricardinho apagado), o mandante se impôs, mesmo contra uma marcação avançada, compacta. Num teste de paciência, após abrir o placar, o Alvirrubro conduziu a partida ao seu gosto, sem maiores sustos. No fim da partida nesta terça, os 10.997 torcedores se dispersaram na arena em São Lourenço, mas com uma vontade, creio eu, de permanecer mais alguns minutos. Criando cada vez mais afeição com um time, enfim, competitivo.

Série B 2015, 5ª rodada: Náutico 2x0 Ceará. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press

Joseph Blatter sucumbe à pressão e a Fifa enfim terá o seu 9º presidente

Lista dos presidentes da Fifa de 1904 a 2015

Com mais de um século de história, a Fifa teve apenas oito presidentes. O que assusta ainda mais nesta estatística é o tempo que uma mesma linha de administração ficou no poder. Durante 41 longos anos, os aliados Havelange e Blatter comandaram a poderosa entidade, com um sistema agora conhecido, poluído por negociatas e acordos escusos. E o suíço já estava pronto para um quinto mandato, até 2019, após uma votação no meio da crise imposta pela investigação do FBI, com a prisão de novo dirigentes do alto escalão.

A base de uma nova (e conturbada) gestão não durou sequer uma semana. Blatter parece ter sucumbido à pressão (semelhante à saída de Ricardo Teixeira da CBF, em 2012), colocando o seu cargo à disposição. Discurso direto.

”Vou continuar a exercer minha função como presidente até um novo presidente ser escolhido. O próximo congresso demoraria muito. Esse procedimento será de acordo com os estatutos. E com tempo suficiente para encontrar os novos candidatos e que possam fazer suas candidaturas”.

Com uma expectativa baseada numa certa ingenuidade, que essa renúncia seja realmente um sinônimo de reforma na estrutura com sede na Suíça, faturamento anual de US$ 2 bilhões e influência em todos os continentes. A isso, vale até a revisão da escolha (viciada) de torneios até 2022. Aqui no Brasil, contudo, a saída de Teixeira trouxe ninguém menos que José Maria Marin. Pois é. A eleição extraordinária ocorrerá entre dezembro de 2015 e março de 2016.

1º) Robert Guérin (França) – 1904-1906
2º) Daniel Burley Woofall (Inglaterra) – 1906-1918
3º) Jules Rimet (França) – 1921-1954
4º) Rodolphe Seeldrayers (Bélgica) – 1954-1955
5º) Arthur Drewy (Inglaterra) – 1955-1961
6º) Stanley Rous (Inglaterra) – 1961-1974
7º) João Havelange (Brasil) – 1974-1998
8º) Joseph Blatter (Suíça) – 1998-2015
Após a morte de Woofall em 1918, aos 66 anos, o então secretário-geral holandês Carl Anton Hirschman assumiu interinamente.

Fifa pedindo arrego e CBF na corda bamba. Se descer mais um pouco…

A gratuidade para crianças nos estádios, um benefício com várias versões

Torcedores mirins de Náutico, Santa Cruz e Sport. Fotos: NauticoNet, Torcedor Coral e Site Oficial do Sport

A gratuidade para crianças em jogos de futebol é algo bem antigo no país. A variação neste benefício refere-se basicamente à idade máxima para o benefício. 7, 8, 10, 12 anos? Em cada estádio, uma norma distinta. Mas há a exceção. Na Allianz Parque, inaugurada em novembro de 2014, a diretriz inicial veta a gratuidade. Daí, a polêmica em torno da cobrança de ingresso a um bebê de seis meses. No estádio do Palmeiras, a frase dita pelos funcionários foi “entrou, paga”, pois trata-se de uma propriedade particular. A explicação poderia ser aplicada aos estádios de São Paulo (Morumbi) e Corinthians (Itaquerão), mas ambos liberam o acesso para crianças de até 7 e 11 anos.

Segundo o Procon, a cobrança está respaldada pelo Direito do Consumidor, pois não se estabelece uma idade mínima. Verdão à parte, vamos à situação em Pernambuco. Em qualquer jogo com mando de campo de Náutico, Santa ou Sport há a gratuidade para os torcedores mirins. O menor limite é o do Leão, com “7 anos e 364 dias”, vulgo “8 anos incompletos”. No Tricolor, pré-adolescentes de 12 anos ainda conseguem entrar sem pagar. Em todos os casos, naturalmente é preciso estar acompanhado de um adulto responsável.

As gratuidades nos estádios locais se estende às autoridades (com documentação), um privilégio garantido por lei há décadas, com policiais militares, delegados e juízes podendo assistir a qualquer partida como público geral. A regra também se aplica aos idosos? Não. Neste caso, há o direito à meia-entrada, previsto no Estatuto do Idoso, a partir dos 60 anos de idade. Na capital paulista, o Corinthians libera o acesso para idosos cadastrados.

Gratuidades no futebol pernambucano:

Arena Pernambuco (Náutico)
Crianças – até 8 anos*
Autoridades – policiais militares, delegados e juízes, atletas, ex-atletas, ex-árbitros.

Arruda (Santa Cruz)
Crianças – até 12 anos (incompletos)*
Autoridades – policiais militares, delegados e juízes.

Ilha do Retiro (Sport)
Crianças – até 8 anos (incompletos)*
Autoridades – policiais militares, delegados e juízes.

* A criança deve ser acompanhada de um adulto e ter documento com a idade.

No público detalhado no borderô oficial, entregue à FPF ou CBF, a soma dos “não pagantes” inclui ainda os jornalistas cadastrados para a cobertura. É preciso registrar todos os espectadores para o gasto do seguro obrigatório.

Podcast 45 (136º) – A invencibilidade de Sport e Náutico e a má fase do Santa

Sport e Náutico mantiveram as invencibilidades nas Séries A e B. Ambos empataram fora de casa com gols nos descontos, animando as torcidas para os próximos jogos, em casa. O que antes parecia fogo de palha, aos poucos vai se mostrando um cenário para campanhas sólidas no Campeonato Brasileiro (será?). Ambos abrem o 45 minutos, em sua 136ª edição, que traz, mais uma vez, o cenário adverso no atual campeão pernambucano. Com três derrotas em quatro jogos e sem jogar bem, sobretudo, o Santa Cruz aparece pela primeira na zona de rebaixamento (preocupa?).

Confira um infográfico com as principais atrações desta edição aqui.

Neste podcast, com 1h31min, estou ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

Classificação da Série A 2015 – 4ª rodada

Classificação do Brasileirão 2015 após 4 rodadas. Crédito: Superesportes

Apos empatar em 2 x 2 com o Santos, pela manhã, o Sport manteve a invencibilidade no Brasileirão, ampliando a estatística de sua melhor largada na era dos pontos corridos (desde 2003). São oito pontos em quatro jogos. Às 13h deste domingo, o time já sabia que a ponta do campeonato havia sido perdida para o Atlético-PR, que vencera no sábado, mas ainda havia os jogos das 16h e das 18h30 do domingo para “secar” e manter uma boa colocação no G4. Os resultados ajudaram e o Leão terminou a 4ª rodada na vice-liderança, com uma boa agenda pela frente. Dos próximos quatro compromissos, três serão na Ilha do Retiro (Goiás, Joinville e Vasco) e apenas um fora (Flu). Em tese, um momento daqueles para fazer gordura na classificação.

A 5ª rodada do representante pernambucano
04/06 (21h00) – Sport x Goiás (Ilha do Retiro)

Histórico no Recife pela elite: 7 vitórias do Sport, nenhum empate e 3 derrotas.

Manhã de domingo com o emocionante empate entre Santos e Sport na Vila

Série A 2015, 4ª rodada: Santos 2x2 Sport. Foto: Ivan Storti/Santos FC

Foi um bom jogo na Vila Belmiro, movimentado em campo e no placar, com o Sport se superando para seguir invicto no Brasileirão. Voltando a jogar às 11h da manhã após onze anos, o Leão não se intimidou diante do campeão paulista, apesar da visível qualidade técnica do adversário. Contudo, precisou rever a sua proposta durante o 2 x 2. Logo nos primeiros lances o esquema ficou nítido, tentando marcar forte e ensaiando contragolpes. A princípio, não poderia vacilar na defesa e precisaria aproveitar as poucas oportunidades no ataque.

No primeiro tempo, o time ficou muito atrás, distante dos objetivos. Só teve uma chance, com o estreante Maikon Leite. Do outro lado, Robinho comandou o Santos (58% de posse), dando trabalho demais a Durval e Matheus, inseguro. O volume resultou em gol aos aos 43. No lance, o campeão paulista finalizou três vezes na pequena área, marcando com Robinho. Ele pegou o rebote de Ricardo Oliveira (impedido). Pela primeira vez o Leão ficava em desvantagem nesta Série A. Logo, Eduardo Batista precisaria se mexer, ou fazer o time se mexer. Na volta, com Diego Souza e Elber (pós-virose) nas vagas de Régis e Maikon Leite, o time empatou na primeira investida, mas com outros atores.

Rithely, melhor da equipe, roubou a bola e teve calma até chegar na área e tocar para Joelinton enfim marcar. Jogando melhor e forçando mais, o Leão acabou vazado num vacilo da zaga, estática num escanteio aos 25. O único a pular foi o lateral Samuel Xavier, 1,66m. Já com Mike (nulo) no lugar de Joelinton, perdeu-se a referência, indo para o tudo ou nada. Mas foi com calma que houve a reviravolta aos 47, com a participação de três rubro-negros, de pé em pé, até Samuel Xavier se mostrar um gigante e mandar para as redes. Valeu o domingo.

Série A 2015, 4ª rodada: Santos 2x2 Sport. Foto: Ivan Storti/Santos FC

A 4ª classificação da Segundona 2015

Classificação da Série B 2015 após a 4ª rodada. Crédito: Superesportes

O Náutico era o único clube das Séries A e B de 2015 com 100% de aproveitamento. A série foi quebrada somente na quarta rodada, mas, ainda assim, foi mantida a boa fase alvirrubra, com o empate diante do Sampaio Corrêa aos 45 minutos do segundo tempo. O suado pontinho deixou o Timbu em 3º lugar, firme no grupo de acesso à elite (dois pontos à frente do 5º). No lado oposto da classificação, o Santa Cruz somou a terceira derrota (ABC 1 x 0), entrando pela primeira vez na zona de rebaixamento, na 17ª posição. Ainda é cedo para comemorar ou para se desesperar, mas os momentos distintos certamente irão refletir na pontuação final da Segudona.

Na próxima rodada, uma terceira-feira com os dez jogos de uma vez, aumentando o ritmo da competição (enfim, “terças e sextas”).

No G4, um baiano (líder), um carioca, um pernambucano e um maranhense.

A 5ª rodada dos representantes pernambucanos
02/06 (19h30) – Náutico x Ceará (Arena Pernambuco)
02/06 (19h30) – Paysandu  x Santa Cruz (Curuzu)

Náutico arranca empate precioso aos 45 minutos do segundo tempo em São Luís

Série B 2015, 4ª rodada: Sampaio Corrêa 1x1 Náutico. Foto: Sampaio Corrêa/Site Oficial

Durante a partida em São Luís, o Náutico desperdiçou três chances cara a cara, sendo duas com Bruno Alves e uma com Hiltinho. Quis o destino que o gol saísse numa situação completamente adversa. Aos 45 minutos do segundo tempo, o time já estava no abafa, com direito ao veterano zagueiro Fabiano Eller cruzando (melhor) no lugar de Guilherme pela esquerda. Eis que Douglas foi lançado na área. Cercado por três, dominou a bola de costas para o gol, girou e mandou um canudo, empatando o jogo de seis pontos contra o Sampaio, 1 x 1.

Na comemoração, o atacante pediu “calma”, levando à loucura a timbuzada no Castelão e outros tantos diante da tevê – fato semelhante ao gol contra o Boa Esporte, também longe do Recife. De forma irônica, o gol valeu pelo rendimento no primeiro tempo, quando se mostrou bem armado. O Sampaio só assustou uma vez (reflexo de Júlio César). Enquanto isso, o visitante ia aproveitando os espaços, mas sem pontaria. No intervalo, Bruno Alves foi categórico: “Foi uma chance clara, mas dei um passo a mais. Mas o time está bem postado”.

Ex-Náutico, o zagueiro Edivânio – que poderia ter sido expulso na primeira etapa – quase pôs tudo a perder ao abrir o placar aos 12 minutos, de cabeça. A vantagem era um retrato do domínio da Bolívia Querida, que atuou melhor na volta do intervalo. Na raça e focado na Série B, o time pernambucano lutou até o fim, com o resultado mantendo a invencibilidade e o lugar no G4. A liderança foi deixada de lado apenas pelo saldo, somando os mesmos dez pontos de Bahia e Botafogo. Ou seja, o pontinho no Maranhão valeu demais. A consequência disso será o apoio terça-feira, contra o Ceará, na Arena Pernambuco.

Série B 2015, 4ª rodada: Sampaio Corrêa 1x1 Náutico. Foto: twitter.com/mrrogens

Com chuva e sem transporte público, Santa Cruz encerra a sexta com derrota

Série B 2015, 4ª rodada: Santa Cruz x ABC. Foto: Antônio Melcop/Santa Cruz

O campo de jogo estava pesado. A forte chuva que caiu sobre o Recife, à noite, deixou o gramado irregular, com a bola parando em alguns pontos e deslizando bastante em outros. Esse foi mais um dos problemas enfrentados pelo Santa Cruz diante do ABC. A partida parecia fadada a não terminar bem. Logo cedo, o clube tentou formalmente adiar o jogo, por causa da paralisação nacional do sistema de transporte público, mas o pedido foi negado pela CBF, por causa da transmissão na tevê. Sem ônibus e metrô, a mobilidade até o Arruda ficou bastante comprometida, com o vazio na arquibancada refletindo o óbvio.

Os fiéis presentes viram um time esforçado, mas esbarrando em suas limitações. O setor ofensivo se mostra um problema desde o Estadual, título à parte. As chances até apareceram, mas faltou qualidade na definição. Quando o time potiguar marcou com Kayke, aos 26, o mandante já havia finalizado quatro vezes, sem perigo real. Aliás, o gol abecedista também contou com uma farrapada na defesa, com Danny Morais vendo o adversário passar por trás.

A derrota por 1 x 0, a terceira em quatro partidas, acende o sinal de alerta, mesmo ainda no início de Série B. Do banco, Ricardinho vai fazendo o que pode para aprimorar o time à frente. Nem que seja no abafa, como ocorreu na reta final do segundo tempo, quando aproveitou a vantagem numérica em campo (11 x 10) para deixar o Tricolor com Bruno Mineiro, Anderson Aquino, Nathan e Waldison (sim, ele ainda faz parte do elenco). No gol, Saulo, emprestado pelo Sport, fez apenas uma defesa efetiva no período. Diz muito.

Série B 2015, 4ª rodada: Santa Cruz x ABC. Foto: Antônio Melcop/Santa Cruz

Paraguai, Argentina, Brasil e México na briga pela Taça Libertadores de 2015

Semifinais da Libertadores 2015: Guaraní (Paraguai) x River Plate (Argentina) e Internacional (Brasil) x Tigres (México). Fotos: Conmebol/Twitter

Guaraní (Paraguai) x River Plate (Argentina) e Inter (Brasil) x Tigres (México).

As semifinais da Libertadores de 2015 reúnem dois bicampeões de peso no continente, outra surpresa paraguaia e um “forasteiro” na briga pelo título.

Campeão em 1986 e 1996, o River largou nas oitavas com a pior campanha entre os 16 competidores, mas acabou deixando pelo caminho nada menos que Boca Juniors, gás à parte, e Cruzeiro. Hoje, o Millonario já merece o status de favorito, sobretudo com o Monumental de Nuñez pulsando. Enfrentará o Guaraní, que abalou as bolsas de apostas ao despachar Corinthians e Racing, ambos fora de casa, sem conceder um gol sequer. O time aurinegro já igualou a sua melhor campanha, com a semi de 1966. E olhe que nas duas edições anteriores, os conterrâneos Olimpia e Nacional foram vice-campeões.

Do outro lado da semi, o Colorado de D’Alessandro, campeão em 2006 e 2010, luta pelo terceiro título num período de dez anos, o que seria um fenômeno. Ainda mais se lembrarmos que os gaúchos não conquistam o Brasileirão desde 1979. Terá pela frente o Tigres, que teoricamente teve o caminho mais fácil até aqui. Os mexicanos visam repetir os feitos de Cruz Azul e Chivas, únicos da Concacaf a decidir o título da Liberta. De toda forma, caso erga a taça, o Tigres não iria ao Mundial de Clubes, no Japão, por ser convidado.

Teremos um campeão inédito, o 26º da história, um novo tricampeão?

Agenda da semifinais, após a Copa América
14/07 – River Plate x Guaraní
15/07 – Internacional x Tigres

21/07 – Guaraní x River Plate
22/07 – Tigres x Internacional