Após os resultados dos jogos das 16h, com tropeços de Timão e Galo, uma vitória simples recolocaria o Sport na primeira colocação da Série A. Para ser justo, uma improvável goleada da Ponte Preta sobre o Cruzeiro no Mineirão evitaria o cenário, mas a Macaca ficou no empate em BH e o Rubro-negro fez a sua parte. No Recife, vitória apertada e bastante comemorada. O triunfo do Sport por 1 x 0 foi suficiente para retomar a liderança, sendo esta a segunda rodada que o clube lidera na era dos pontos corridos.
A 4ª rodada do representante pernambucano
31/05 (11h00) – Santos x Sport (Vila Belmiro)
Jogos em São Paulo pela elite: 1 vitória do Sport, 4 empates e 10 derrotas.
O Sport fez o seu dever de casa mais uma vez e reassumiu a liderança do Brasileirão, após três rodadas. A vitória sobre o Coritiba foi apertada, 1 x 0, mas foi um baita exemplo do esquema de Eduardo Batista, de muita marcação e paciência para controlar o jogo. Um sistema que condiz com a disputa na elite.
Superior, o Sport só perdeu o domínio territorial na reta final do segunda etapa, quando o Coxa pressionou (em desvantagem), mas com apenas uma finalização efetiva, raspando a trave. Na maioria do tempo, a zaga com Durval e Matheus Ferraz se mostrou segura – a defesa desarmou 16 vezes, segundo o footstats. No meio-campo, povoado por três volantes e Régis, a troca de passes foi mais intensa, com mais confiança, tendo 91% de aproveitamento.
Sobre a vitória neste domingo, diante de 12.119 pessoas, ficou a sensação de que bastava um ataque um pouco melhor para uma vantagem maior. O gol do volante Neto Moura, num chute meio sem jeito, foi um prêmio para a promessa leonina, de 18 anos. À frente dele, Joelinton fazia apenas o trabalho de pivô, como no Maracanã (perdeu um gol feito, de cabeça), e Mike tropeçou nas próprias pernas, destoando do restante da equipe, apesar da entrega.
Com tranquilidade no fim, já com Diego Souza – que não começou devido a uma virose -, a vitória foi no embalo da torcida, consolidando o retrospecto diante do Coritiba. Esta foi a 5ª vitória seguida sobre o time na Série A, mantendo a sina de jamais ter perdido no Recife. Ao Leão, o momento é o de aproveitar estatísticas favoráveis, sem esquecer das dificuldades que ainda virão. No entanto, não custa nada curtir a primeira colocação por mais uma semana…
O Náutico é o único time 100% na segunda divisão nacional após três rodadas. O último resultado positivo ocorreu diante do Criciúma, 2 x 0. A liderança isolada, sem sofrer um gol sequer, é a melhor largada alvirrubra na era dos pontos corridos. Já o Santa Cruz sofreu a sua segunda derrota na Série B na condição de visitante. Desta vez, acabou goleado pelo América Mineiro, por 4 x 1, no Independência. Em 14º lugar, o atual campeão pernambucano está a quatro pontos da zona de classificação à elite.
No G4, um pernambucano (líder), um baiano, um maranhense e um carioca.
A 4ª rodada dos representantes pernambucanos
29/05 (19h30) – Santa Cruz x ABC (Arruda)
30/05 (16h30) – Sampaio Corrêa x Náutico (Castelão)
“Não marcamos o adversário e não construímos as jogadas. Daí, o resultado. Ainda não conseguimos jogar.”
A chateação de Ricardinho era visível (e justa) no intervalo no Horto. No sábado em que completou 39 anos, o técnico assistia à pior atuação do Santa Cruz neste ano. Com apenas 8 minutos, já perdia por 2 x 0. Com 15, o placar já apontava 3 x 0. No intervalo, 4 x 1, isso por causa das duas chances claras desperdiçadas pelo Coelho, até então em crise, mas àquela altura já arrancando um sorriso do carrancudo Givanildo Oliveira, ídolo nos dois clubes.
A leitura do técnico coral foi correta. Então, por que não mexeu? Porque podia fazer apenas três mudanças. E o time como um todo falhou. Fred inseguro, Danny Moraes lento e desatento, Sacoman marcando gol contra, Renatinho falhando bisonhamente na marcação, Sitta sem dizer a que veio, João Paulo isolado, Bruno Mineiro inoperante etc. Logo, era preciso ter calma para mudar. E ainda havia mais 45 minutos. Seja pelo relaxamento natural do América ou pela pressão (e reorganização) necessária do visitante, o Tricolor melhorou e teve boas chances, com duas bolas na trave e um gol mal anulado de Aquino.
Insuficiente para modificar o resultado, numa derrota certa desde as 16h28. Conforme escrito pelo blog no jogo passado, na vitória sobre o Paraná, cabia ao Santa quebrar o paradigma do perde/ganha na Série B. Ou seja, voltou ao ponto básico, o de vencer no Arruda (ABC, sexta) e só depois tentar algo fora de casa. A aspa de Ricardinho é um resumo do que não fazer na próxima vez.
Além da cobertura diária dos quatro grandes jornais do estado, com o dia a dia dos clubes pernambucanos e análises exclusivas, existe uma linha editorial especial com circulação apenas nos jogos realizados no Grande Recife.
A distribuição gratuita do Torcida acontece na Ilha do Retiro, no Arruda e na Arena Pernambuco, nas apresentações de Sport, Santa Cruz e Náutico, respectivamente. Em ação desde 2010, o jornal traz um material exclusivo de cada time em edições distintas, com quatro páginas cada.
A curiosidade em relação a este trabalho é o fato de que a vida útil do “jornalismo impresso”, como um todo, é colocada à prova a cada avanço tecnológico, com a informação cabendo num smartphone. Porém, o velho costume de folhear o jornal parece lutar contra isso. Mesmo no cimento quente de uma arquibancada.
E neste caso estamos falando de uma tiragem de 25 mil exemplares…
Torcedor-símbolo. Pelo amor, dedicação e representatividade de um clube, alguns apaixonados das arquibancadas entraram na história das instituições. Impossível esquecer a elegância de Dona Lia e a greia de Zequinha no Náutico, a onipresença de Bacalhau no Santa Cruz, o frevo de Dona Maria e o barulho de Zé do Rádio no Sport. Alguns dos nomes realmente populares, sem forçar.
A provocação, sadia, sempre existiu. Sem desrespeito. Daí, a consternação pelo falecimento do folclórico torcedor rubro-negro, que um dia foi o “mais chato do Brasil”, nas palavras do técnico Zagallo em 1999, irritado com a altura do som do arcaico rádio General Eletric, de 1961, durante uma peleja na Ilha do Retiro.
O apelido de Ivaldo Firmino dos Santos rapidamente se popularizou, chegando ao Guinness Book, em 2006, como o torcedor “mais chato do mundo”. Chato? Nem tanto, pois a sua presença significava a entrada da orquestra Treme-Terra.
Além disso, a sua história também foi marcada pelo transplante de coração – o doador, ironia do destino, foi um alvirrubro. A partir daí, levantou uma das bandeiras mais importantes da nossa sociedade, a doação de órgãos.
Enquanto a saúde deixou, Zé amou o Sport. Infelizmente, o seu rádio de oito faixas silenciou, mas fica a lembrança de um dos maiores personagens dos estádios pernambucanos. Na Ilha, no Arruda, nos Aflitos ou na Arena Pernambuco, gente do tipo faz com que o futebol não seja chato…
Já são oito clubes estampando a marca no ombro ou na manga, incluindo Sport e Santa Cruz, com a empresa anunciando a intenção de acertar com mais times, segundo a postagem publicada em seu perfil no facebook (veja aqui).
A reviravolta no Sport, vivendo um bom momento na Série A e na Copa do Brasil, abriu a nova edição do 45 minutos. Sobretudo porque a vitória sobre o Santos, mesmo desfalcado de peças importantes, aumentou a dúvida sobre a escolha pela Sul-Americana. Na sequência, a arrancada 100% do Náutico, com Lisca sendo o personagem principal, na tática e na motivação. Por fim, o 133º podcast debateu a missão do Santa em Belo Horizonte, contra o América/MG. O campeão pernambucano precisa de uma melhor postura como visitante.
No podcast, de 1h28min, estou ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa e João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
Antes de mais nada, é preciso ressaltar que independentemente do desfecho do confronto contra o Santos, o Sport sairá no lucro. Ou irá avançar às oitavas de final da Copa do Brasil, ganhando uma cota de R$ 690 mil, ou pela terceira vez seguida participará da Copa Sul-Americana, uma obsessão no clube. Dito isso, é preciso elogiar a postura do time escalado para o jogo de ida, na Ilha do Retiro.
Mesmo com seis desfalques, o Leão venceu por 2 x 1. Bateu o atual campeão paulista, que em tese vive o mesmo dilema. Entretanto, o Peixe veio com força máxima, com Robinho e Lucas Lima, num indicativo de sua escolha pelo torneio nacional. E com 15 segundos deu mostras disso, com Ricardo Oliveira exigindo uma ótima defesa de Danilo Fernandes, substituindo o lesionado Magrão.
O começo frenético acabou sendo favorável ao próprio mandante, que abriu o placar aos três minutos, com Régis – em grande noite. Depois, o ritmo caiu. Assim, com mais tranquilidade para tocar mais a bola, o Santos mostrou a sua qualidade, aos 20 minutos, com três passes até o gol do ex-rubro-negro Lucas Lima, diante de uma desorganizada recomposição da defesa pernambucana.
A partir daí, o jogo ficou com uma cara de “empate”, sem desagradar a ninguém (em tese, repito). Mas o Leão, compacto em campo, desempatou em outra boa jogada de Régis, que deixou Renê livre para marcar o gol da vitória. A vibração da torcida deixou (mais uma vez) claro o quanto é esdrúxulo este regulamento para a Sula. Não havia ninguém torcendo contra, não na Ilha.
Três jogos, três vitórias, quatro gols marcados e nenhum gol sofrido. A arrancada do Náutico em 2015, ainda 100%, é a melhor da história do clube na Série B na era dos pontos corridos, fórmula iniciada em 2006.
Após os resultados positivos diante de Luverdense e Boa Esporte, com um golzinho em cada apresentação, o Timbu derrotou com autoridade o Criciúma, adversário de tradição na competição. O placar foi construído em apenas vinte minutos de bola rolando, com muita aplicação tática e vibração.
O centroavante Douglas foi decisivo, marcando o primeiro tento e sofrendo o pênalti convertido pelo zagueiro Ronaldo Alves, 2 x 0. No fim, a comemoração de Lisca “frescando” junto à torcida na Arena Pernambuco, após o apito final. A torcida, empolgada, foi no embalo. Valeu a noite. A explicação da dancinha é bem óbvia: Neto Baiano, ex-rival no Sport, atua na equipe catarinense.
Arrancadas do Alvirrubro na Série B (pontos corridos) 2006 – 2 vitórias e 1 derrota (66%) 2010 – 2 vitórias e 1 empate (77%) 2011 – 1 vitória, 1 empate e 1 derrota (44%) 2014 – 1 vitória e 2 empates (55%) 2015 – 3 vitórias (100%)
Indo além, a melhor largada do clube em toda a história da segunda divisão, desde 1971, ocorreu em 2001, quando bateu Remo (2 x 1), ABC (4 x 0), Ceará (2 x 1) e Nacional (1 x 0), duas vitórias em casa e duas fora. A série 100% terminou apenas na 5ª rodada, no empate em 1 x 1 com o Paysandu.
Logo, em 30 de maio o Timbu enfrentará o Sampaio Corrêa, em São Luís, para igualar o recorde e manter a liderança (ou, no máximo, co-liderança). Para uma equipe que começou o ano tão mal, e que está num processo de reformulação, essa estatística deverá convencer até o torcedor mais desconfiado de que a jornada no Campeonato Brasileiro deste ano pode ser surpreendente…