Cores berrantes de volta às bolas de futebol

Bolas da Nike (Mxim Hi-ViS) e Adidas (Katlego) para a temporada 2013

As regras do futebol foram firmadas em 1863, na Inglaterra. As bolas eram feitas de couro inflado e a cor marrom durou anos. Um século, na verdade.

Até a Copa de 1966, essa cor predominava nas pelotas produzidas mundo afora. Depois disso, o branco se popularizou de maneira incrível nos gramados.

O motivo? Por causa da televisão, literalmente. A introdução da bola branca com detalhes pretos foi uma exigência das emissoras de TV para a transmissão das partidas do Mundial de 1970, uma vez que parte do planeta só tinha acesso a imagens P&B.

Depois, formou-se uma tradição com a “bola branca” durante 40 anos (veja aqui).

A exceções, na prática, eram um jogos na neve. Para não competir com o branco, a bola podia ter uma cor alternativa, geralmente vermelha.

Atualmente, com exibições em HD ou 3D, a cor não é mais uma “necessidade”. Ou seja, campo livre para a fábricas de material esportivo, com tons berrantes.

Em 2013, Nike e Adidas apostam num amarelo que lembra, ainda que vagamente, as bolas de um passado já distante, como os modelos abaixo, de 1924 e 1935.

Bola branca e futebol já não são mais sinônimos…

Deveria haver uma cor específica para bolas oficiais ou é válida a mudança?

Bolas de futebol em 1924 e 1935

Cobrindo 36.972 assentos da Arena Pernambuco

Montagem do primeiro módulo da cobertura metálica da Arena Pernambuco, em outubro de 2012. Crédito: Odebrecht/divulgação

Foi içado o primeiro dos 22 módulos da cobetura metálica da Arena Pernambuco.

A estrutura foi importada da Espanha, inspirada no estádio Anoeta, do Real Sociedad, como havia sido adiantado pelo blog (veja aqui).

No projeto inicial, seriam 58 módulos, com a montagem das vigas no alto. A mudança foi uma das principais entre os treze pontos do processo de aceleração.

Assim, foi determinada uma pré-montagem no chão. Nota-se, inclusive, que outros módulos já estão prontos, no entorno do estádio em São Lourenço.

Ele serão içados por um guindaste com capacidade de erguer até 400 toneladas. No alto, serão conectados aos pilares metálicos de sustentação. A arena terá 68 pilares

Dos 46.214 lugares do estádio, 80% serão cobertos. Com exatidão: 36.972.

Confira a série Diário de uma Arena, sobre a evolução do estádio, clicando aqui.

Montagem do primeiro módulo da cobertura metálica da Arena Pernambuco, em outubro de 2012. Crédito: Odebrecht/divulgação

As 100 maiores médias de público. Um recifense, coral

Torcida do Santa Cruz. Foto: Paulo Paiva/Esp. DP/D.A Press

No Arruda, a maior média de público na América do Sul em 2011. Foram 36.916 corais.

Os primeiros dados do estudo sobre a presença na arquibancada haviam sido divulgados em junho deste ano, com as colocações de Santa Cruz, Corinthians e Bahia (veja aqui).

Agora, a pesquisa completa da Pluri Consultoria com os 100 clubes que registraram as maiores médias de público na temporada passada.

O bicampeão pernambucano, em 39º, é o primeiro dos três representantes do país na lista, que conta só o público pagante. Mais. É o único do planeta que entrou sem disputar as duas primeiras divisões nacionais. Paixão que não se mede.

Além da quantidade absoluta, há um outro importante dado, com o percentual de ocupação. No caso do Bayern de Munique, o incrível número de “100,1%”.

As 100 maiores médias de público em 2011. Crédito: Pluri Consultoria

Fair Play Financeiro para moderar as gestões nos clubes

Financial Fair Play

No futebol, alguns clubes apresentam um poder de compra ilimitado. Ou pelo menos apresentavam, uma vez que uma nova era se aproxima na administração das equipes.

A gastança promovida por Chelsea e Paris Saint-Germain, turbinados por bilionários sem perspectiva de retorno num prazo aceitável, acendeu a luz amarela na Uefa sobre a competitividade imposta pela soma vultosa de dinheiro no esporte do Velho Mundo.

A partir disso foi elaborado o Fair Play Financeiro. Criado em 2009, o projeto deverá ser implantado de forma oficial a partir da temporada 2013/2014 (veja aqui).

1) Introduzir mais disciplina e racionalidade nas finanças dos clubes;
2) Diminuir a pressão sobre salários e verbas de transferências e limitar a inflação;
3) Encorajar os clubes a competir apenas com valores das suas receitas;
4) Encorajar investimentos a longo prazo no futebol juvenil e em infraestruturas;
5) Proteger a viabilidade a longo prazo do futebol europeu;
6) Assegurar que os clubes resolvem os seus problemas financeiros a tempo e horas.

Os seis pontos visam evitar a bolha econômica que vem se formando nas últimas temporadas com uma elevação das despesas acima da média.

Por fim, a regra será fundamentada na “punição”, que pode ir da perda de pontos à exclusão de campeonatos, dependendo do modelo de gestão.

Abaixo, o debate promovido pela Universidade do Futebol, com comentaristas, representantes do Ministério do Esporte e profissionais de gestão e marketing.

No Brasil, o primeiro passo deste tipo surgiu no Campeonato Paulista. O clube que chegar a três meses de atraso de salário perderá pontos no torneio.

Você aprovaria essa ideia no futebol pernambucano?

Mais sócios, mais receita, mais responsabilidade

Cartão de sócio do Barcelona

Reforçar o quadro de sócios tornou-se primordial para equilibrar as finanças dos clubes de futebol. A explicação é a fidelização da torcida, mesmo sem frequentar os jogos. Fato que proporciona números gigantescos nos associados em dia.

A empresa argentina de marketing Gerardo Molina & Asociados divulgou um ranking com os clubes com mais sócios no planeta em 2012. Entre os dez primeiros, dois brasileiros.

1º) Barcelona (Espanha) – 222.987
2º) Manchester United (Inglaterra) – 202.445
3º) Benfica (Portugal) – 187 mil
4º) Bayern de Munique (Alemanha) – 156 mil
5º) Porto (Portugal) – 145 mil
6º) River Plate (Argentina) – 121 mil
7º) Internacional (Brasil) – 112 mil
8º) Boca Juniors (Argentina) – 102 mil
9º) Real Madrid (Espanha) – 98 mil
10º) Corinthians (Brasil) – 82 mil

Cartão de sócios do Manchester United

14 de abril de 2013, o primeiro jogo da Arena Pernambuco

Projeto da Arena Pernambuco. Crédito: Odebrecht/divulgação

Uma nova data para a abertura da Arena Pernambuco.

14 de abril de 2013, às 17h.

No primeiro jogo, apenas 50% dos 46.214 lugares serão ocupados, justamente porque irá se tratar de um teste oficial.

Os times ainda estão sendo estudados.

Uma possibilidade já estudada seria uma apresentação da seleção pernambucana, conhecida como Cacareco, contra um clube do exterior.

Segundo o secretário Ricardo Leitão, poderia ser de algum “país vizinho”. Boca Juniors? River Plate? Peñarol? Estudiantes? Nacional? Opine…

A data foi protocolada de forma oficial pela Secretaria Extraordinária da Copa, em sintonia com a Odebrecht, a construtora responsável pela obra.

Em 20 de abril do ano passado, Silvio Bompastor, substituto do então licenciado Ricardo Leitão na Secopa no estado, também anunciou uma data…

A inauguração seria no primeiro domingo de janeiro de 2013, dia 6. Na ocasião, a Odebrecht não confirmou a data, talvez consciente pelo andamento das obras

Como o cronograma foi mudado, a data foi reavaliada… Agora vai?

Certamente, o novo anúncio da abertura do estádio foi uma pressão positiva para a decisão final da Fifa sobre a presença do Recife na Copa das Confederações. O anúncio da entidade será em 8 de novembro.

Segundo o governo do estado, a arena multiuso será aberta independentemente de sua confirmação no festival de campeões da Fifa…

As ligas de futebol mais populares do mundo

As 20 ligas com as maiores médias de público no mundo em 2011/2012. Crédito: Pluri Consultoria

Eis a nova lista com as maiores médias de público das principais ligas do futebol mundial, em levantamento da Pluri Consultoria. O ranking, com dados da temporada 2011/2012, é uma atualização do último estudo realizado (veja aqui).

O (mau) desempenho brasileiro aponta que uma receita direta de aproximadamente R$ 200 milhões deixou de existir na última Série A, só com bilheteria.

Até porque o índice de ocupação, de 44%, foi o pior entre as vinte maiores ligas…

Entre as causas desse índice aquém do potencial estão a qualidade dos jogos, o preço do pay per view, valores do ingresso e de outros serviços (alimentação, estacionamento etc), condição e acesso dos estádios e, claro, violência. Ao todo, são catorze pontos.

Com as doze arenas da Copa do Mundo e os novos estádios de Grêmio e Palmeiras, o país terá uma oferta de 765 mil assentos de primeiro nível até 2014.

Com isso, a empresa prevê um acréscimo de 40% na média de 2011, elevando o índice a 20.500 torcedores por jogo, o que não ocorre há quase três décadas.

Se essa expectativa for correspondida, a taxa nacional de ocupação chegaria a 60%.

Política encravada no concreto das novas arquibancadas

Obra da Arena Pernambuco em setembro de 2012. Foto: Eduardo Martino/Odebrecht

Pela enésima vez, a Arena Pernambuco ficou em xeque em relação à presença na Copa das Confederações de 2013.

Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, segue dando indiretas sobre a quantidade de subsedes no “festival de campeões” (em vez de seis estádios, cinco ou até quatro) e o governo do estado segue plenamente otimista sobre o desfecho dessa longa história.

Estrutura de concreto à parte, já com 64% de avanço físico, o capítulo final deve respingar no desejo político de Eduardo Campos em 2014, com a possível disputa pela presidência. Inteligente, o socialista sabe muito bem das consequências possíveis.

A realização dos torneios de 2013 e 2014 na arena a transformaria em um dos principais palcos esportivos do país nesta nova geração. Por outro lado, um ponto de corte na Copa das Confederações resultaria numa munição de grosso calibre para futuros adversários, sobretudo com o investimento extra utilizado para acelerar a obra.

Considerando este ponto e o fato de que na Fifa a política caminha (historicamente) à frente dos dados técnicos, a permanência da Arena Pernambuco – cujo anúncio definitivo será em novembro – é uma verdadeira incógnita, ainda mais após as recentes declarações do governador, fazendo uma leve dissociação de antigos aliados, ainda no poder na esfera federal, e trilhando uma aventura solo na próxima eleição.

Que fique claro, isso é apenas a opinião de quem acompanha todo esse processo, ainda que de fora, há mais de dois anos. E que viu a Arena Pernambuco entrar na lista da Copa das Confederações justamente pela força política local, em sintonia com Brasília.

Empate técnico entre Messi e Cristiano Ronaldo, em 2012

Bola de Ouro da Fifa. Crédito: Fifa/divulgação

Um prêmio cobiçado, quase sempre entregue a quem de fato trata a bola com maestria.

Seja na finalização certeira ou na qualidade do passe, da visão de jogo.

Desde 1991, quando o prêmio de melhor jogador foi criado pela Fifa, apenas um defensor saiu vencedor. O italiano Cannavaro, campeão mundial com a Azzurra em 2006.

Nos demais anos, a Bola de Ouro ficou doze vezes com atacantes e oito com meias.

Em 2012, o prêmio está encaminhado mais uma vez para o ataque, corroborando a tese de que a plasticidade é essencial para tornar um jogador como o melhor do mundo.

No futebol, destruir é mais fácil que construir. Quem constrói, fica à frente. O valor das negociações para os atletas da linha ofensiva mostra essa diferença.

Pois bem. Lionel Messi e Cristiano Ronaldo, duas “unanimidades” sobre o futebol atual, devem voltar à disputa particular pelo status de melhor do planeta (veja aqui).

Atual tricampeão, o argentino poderá ser o primeiro jogador eleito quatro vezes como o melhor. Já o português quer reconquistar a bola dourada após quatro edições.

Abaixo, a opinião das torcidas pernambucanas, mostrando o equilíbrio sobre a eleição. A resposta será divulgada apenas em 7 de janeiro de 2013, em Zurique, na Suíça.

Quem é o favorito para vencer o prêmio de melhor do mundo em 2012?

Sport – 459 votos
SportLionel Messi – 50,54%, 232 votos
Cristiano Ronaldo – 47,05%, 216 votos
Outro jogador – 2,39%, 11 votos

Náutico – 292 votos
NáuticoLionel Messi – 47,94%, 140 votos
Cristiano Ronaldo – 48,63%, 142 votos
Outro jogador – 3,42%, 10 votos

Santa Cruz – 254 votos
Santa CruzLionel Messi – 50,78%, 129 votos
Cristiano Ronaldo – 43,70%, 111 votos
Outro jogador – 5,51%, 14 votos

Uma Seleção Brasileira arrendada por quinze temporadas

Amistosos em 2012: Brasil 8x0 China e Brasil 6x0 Iraque. Fotos: Rafael Ribeiro/CBF

Uma sequência de amistosos com adversários nada promissores. Nada atrativos.

África do Sul (76º no ranking da Fifa), China (85º), Iraque (80º) e Japão (23º).

É difícil convencer algum torcedor que jogos contra essas equipes possam servir como preparação para uma seleção do porte do Brasil, com cinco títulos mundiais e sede da próxima Copa do Mundo. Obviamente, não servem. Até a CBF sabe disso.

Após engordar a sua já abarrotada conta bancária, a entidade abriu mão de organizar os amistosos da Canarinha por um longo período. Tanto adversários quanto os locais.

Seguidas partidas na Inglaterra, Estados Unidos e Suécia, mesmo sem enfrentar os donos da casa, indicam um contexto pouco ortodoxo nas apresentações do Brasil.

Pagou, levou. E pagaram mesmo, com petrodólares.

O primeiro contrato desta era foi executado de 2006 a 2010, quando a Confederação Brasileira de Futebol embolsou 805 mil dólares a cada partida promovida pela empresa International Sports Events (ISE), da Arábia Saudita.

Pouco antes de deixar o comando da CBF, Ricardo Teixeira assinou a renovação do acordo, aumentando a cota para US$ 1,05 milhão.

Se você acha estranho o atual nível técnico dos rivais da Seleção, nem adianta se aperrear. O prazo foi estendido até a Copa do Mundo de 2022, no Catar…

A Seleção Brasileira foi praticamente arrendada. A peso de ouro.

De acordo com o balanço oficial de 2011, o patrimônio da CBF saltou de R$ 181 milhões para R$ 258 milhões em um ano. Um aumento de 42,5%.

Enquanto isso, goleadas sem peso algum, como o 8 x 0 sobre os chineses e o 6 x 0 diante dos iraquianos. Tanto que o país só faz cair no ranking mundial.

A assinatura do documento com as iniciais R e T mostram que o interesse é outro.

Sede da CBF. Foto: CBF/divulgação