Vitória maiúscula do Santa Cruz. Em uma partida complicada, contra um adversário de peso na Série B e que não abriu mão de atacar (bastante), o tricolor pernambucano fez 3 x 1 e deu um salto na classificação. No início da rodada, a distância em relação ao G4 era de sete pontos. A noite desta terça terminou com um hiato de cinco (27 x 22), dando lastro à estreia de Grafite, em 8 de agosto, diante da torcida. No Mundão, contra o Bahia, foram 13.098 pessoas, ainda longe do ideal, mas o maior público coral na competição – subiu a média de 6.814 para 7.711. A volta gradativa do povão é o reflexo do desempenho em campo, com determinação e uma dose crescente de entrosamento, com a repetição de jogadas paralela ao acerto nas finalizações.
O time de Martelotte soube aproveitar a deficiência defensiva do Baêa, com muita exposição nos avanços. Cada desarme coral dava a impressão de que viria um contragolpe perigosíssimo. O primeiro gol não saiu assim, é verdade. Aos 37 minutos, num cenário truncado até ali, houve uma rápida troca de passes, com Anderson Aquino recebendo a bola com o gol vazio. Empurrou para as redes e chegou a 9 na segundona. Na estreante camisa azul, o nome de “Washington”, numa homenagem ao centroavante campeão estadual de 1993.
A vantagem, contudo, durou apenas dois minutos, com Thales subindo bem após cobrança de escanteio. No segundo tempo, o time soteropolitano voltou melhor, dando trabalho a Tiago Cardoso, numa ótima atuação. Em três oportunidades o jogador baiano “furou” a bola para definir. Pressão? Do lado de lá. Com o passar do tempo, o campeão pernambucano foi tendo tranquilidade, apesar do jogo encardido no gramado encharcado. Em dois contragolpes, Luisinho matou o jogo, recebendo de Aquino (19) e Renatinho (46). O resultado no clássico nordestino foi, disparado, o maior resultado obtido pelo Santa neste Brasileiro. Jogo para convencer a torcida, com ou sem Grafite.
Quando a bola começou a rolar na noite curitibana, o termômetro marcava 17 graus. Frio, mas o histórico do inverno na cidade é bem pior. Ao final dos noventa minutos, o clima já estava em 15. Para o Náutico, entretanto, a sensação era de zero grau, com o time sem criatividade, inerte. Os pernambucanos viram o Paraná Clube jogar. Um adversário em crise, técnica e administrativa, mas que foi o senhor das ações numa Vila Capanema lotada.
Em 18 minutos, a vantagam tricolor já era de dois gols, com um erro na saída de bola, como na rodada anterior (João Ananias de novo), e a defesa observando a coletividade do mandante no segundo tento. A partir daí, a reação passou longe no primeiro tempo. Uma bola raspando a trave, de William Magrão, e só. No segundo, partindo para cima, com o atacante Renato no lugar do lateral Guilherme, o Alvirrubro ainda tentou algo. Esbarrou numa defesa bem postada, segura. Efetivamente, só teve duas chances, uma cara a cara, com Gil Mineiro desperdiçando, e um pênalti não marcado em Douglas, na opinião do blog.
Após o apito final, com a derrota por 2 x 0, ao menos os jogadores constataram o óbvio, reconhecendo os erros e a superioridade do Paraná. Um cenário recorrente nesta campanha. Apesar do revés, o Náutico se manteve no G4, graças às derrotas de Bahia e Sampaio, concorrentes diretos. Para ter mais tranquilidade nesta caminhada, precisa melhorar o seu rendimento fora de casa. Em sete partidas longe do estado, quatro derrotas e apenas 5 pontos, 23,8%. Na Arena, com oito jogos disputados, o índice sobe para 91,6%, com 22 pontos. A falta de equilíbrio em Curitiba é proporcional a esses números.
O contato dos jogadores de futebol com o público em geral, partidas à parte, costuma acontecer nas entrevistas coletivas ou em produções especiais, dos clubes, patrocinadores ou da própria imprensa. Por parte dos próprios atletas, as redes sociais ganharam força como um canal direto, sobretudo o Instagram, com o compartilhamento de fotos e textos curtos. No Brasil, Neymar é o maior exemplo, com 28 milhões de seguidores. Uma foto do craque, sobre qualquer assunto, rapidamente ultrapassa a marca de 100 mil curtidas. No Recife, os jogadores têm usado o insta para celebrar as vitórias nos gramados, através de selfies exclusivas nos vestiários – local onde, de fato, apenas os elencos podem registrar qualquer momento, como preleções, reuniões e festejos.
Em 2015, alguns exemplos de vitórias, como Renatinho postando uma imagem do vestiário tricolor instantes após o jogo de ida da semifinal do Estadual. A foto, contudo, foi tirada pelo goleiro Bruno, bem mais alto (1,57m x 1,95m). No Brasileiro, mais duas selfies locais, ambas na Arena Pernambuco. No Leão, Diego Souza comandou a festa, com quase todo mundo sorrindo (menos Durval, obviamente). No Timbu, o meia Pedro Carmona usou um “pau de selfie” para enquadrar o maior número possível de jogadores.
18/04 – Santa Cruz 4 x 0 Central (Pernambucano, Arruda)
19/07 – Sport 2 x 0 São Paulo (Série A, Arena Pernambuco)
O Twitter tem 284 milhões de usuários cadastrados no mundo, dos quais 24 milhões nunca tuitaram, retuitaram ou curtiram qualquer mensagem na rede social, segundo a própria empresa, em documento enviado ao governo norte-americano. O reflexo disso, considerando as contas “fakes” (tratadas como inativas), se estende ao futebol, que tem no microblog um dos mais populares canais de comunicação. O site Twitter Audit, como o nome deixa claro, se propõe a fazer uma auditoria nos perfis. O blog levantou os rankings brasileiro, nordestino e pernambucano de clubes, com os dados absolutos e os números auditados, com o percentual ativos variando de 28% (Flamengo) a 87% (Íbis).
No Recife, o Sport teria 544 mil usuários fakes. Uma quantidade enorme, mas que, proporcionalmente, está na média dos demais times acima de 500 mil seguidores oficiais. Já o Santa foi o time local que apresentou o maior percentual de torcedores reais (44%), mas insuficiente para ultrapassar o Náutico.
No ar desde 2012, o site criado pelos canadenses David Caplan e David Gross tem a seguinte justificativa para avaliar usuários ativos e inativos: “Cada auditoria ocorre com uma amostra aleatória de 5 mil seguidores por usuário, determinando uma pontuação a cada seguidor. O score é baseado no número de tweets, data do último tweet e relação entre seguidores e amigos. A pontuação é usada para determinar se um usuário é real ou falso. Claro, este método de pontuação não é perfeito, mas é uma boa maneira de dizer se alguém com muitos seguidores cresceu de forma inorgânica ou desonesta”.
Abaixo, as duas listas (reais e absolutas), com a análise em 27 de julho de 2015.
Obs. Entre todas as contas consultadas, apenas uma está defasada na auditoria. O último levantamento feito no Corinthians ocorreu há um ano.
Ranking de seguidores reais no Twitter (ativos)
Top 5 // Pernambuco
1º) Sport (336.332) – 38%
2º) Náutico (21.670) – 40%
3º) Santa Cruz (16.620) – 44%
4º) Íbis (8.764) – 87%
5º) Salgueiro (3.129) – 84%
Os três grandes clubes pernambucanos atuaram no sábado. No domingo, com a rodada consolidada na Série A, ocorreu a 155ª edição do 45 minutos. Antes de analisar as partidas, tivemos o Tira-Teima entre os goleiros Danilo Fernandes e Magrão. Qual será a escolha de Eduardo Batista após o retorno do antigo camisa 1? Em seguida, a visão de cada integrante sobre o empate do Sport em Porto Alegre. Seguimos com Náutico 2 x 1Vitória (jogou bem ou não?). Por fim, o empate do Santa em Criciúma e a projeção para o clássico contra o Bahia.
Confira o infográfico com as principais atrações do programa aqui.
Neste podcast de 1h34m, estou ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
Em uma partida complicada, com histórico bem desfavorável, o Sport o empatou com o Grêmio em Porto Alegre. O pontinho conquistado no Sul, no sábado, teve uma importância imensa. Segurou o tricolor gaúcho e ainda manteve o Leão no G4, pela 13ª vez em 15 rodadas. Isso porque no domingo, cedinho, o Fluminense foi derrotado pela Chapecoense, em Santa Catarina. O time catarinense, aliás, já soma o mesmo número de vitórias do Sport, numa campanha também destacada.
No desfecho da rodada, à noite, em São Januário, o Palmeiras goleou o Vasco, entrou no G4, tirando o Sport da 3ª colocação e mostrou que vai por mais. O Verdão é um sério candidato ao título brasileiro de 2015 – o que seria o tri do técnico Marcelo Oliveira.
A 16ª rodada do representante pernambucano
02/08 (18h30) – Sport x Cruzeiro (Arena Pernambuco)
Histórico no Recife pela elite: 7 vitórias leoninas, 6 empates e 5 derrotas.
A vitória do Náutico sobre o Vitória, na Arena Pernambuco, recolocou o time no G4 da segunda divisão. Com o resultado, o Timbu subiu do 5º para o 3º lugar, com 27 pontos, apenas um abaixo do Botafogo, ainda na liderança. Enquanto isso, em Santa Catarina, o Santa Cruz ficou no empate sem gols com o Criciúma. O Tricolor manteve a 9ª colocação nesta 14ª rodada, mas agora viu a distância em relação à zona de classificação à elite aumentar. De seis para sete pontos.
Também é digno de registro a péssima campanha do Ceará. O atual campeão da Copa do Nordeste tem apenas 1 vitória em 14 jogos, perdido em último lugar, a oito pontos do 16º. Nesta rodada, foi derrotado pelo outrora lanterna Mogi Mirim por 3 x 2, no Castelão, frustrando os 19 mil torcedores presentes.
No G4, um carioca, um mineiro, um pernambucano e um baiano.
A 15ª rodada dos representantes pernambucanos
28/07 (19h30) – Santa Cruz x Bahia (Arruda)
28/07 (19h30) – Paraná x Náutico (Durival de Britto)
O empate com Grêmio foi ótimo. Foi apenas a 4ª vez em 21 partidas que o Sport não saiu derrotado pelo tricolor gaúcho em Porto Alegre. A partida marcava uma disputa direta pelo G4, na qual brecar o adversário, mesmo sem vencer, seria suficiente. Mais. Danilo Fernandes teve uma atuação excepcional, salvando até o último lance da noite. Dito isso, o 1 x 1 mantém o time em alta. Agora, os pontos desfavoráveis. Foi a primeira vez em quinze rodadas que o técnico Eduardo Batista abriu mão de sua convicção, de sua estrutura tática, que vinha dando muito certo. Optou por três volantes, tirando a mobilidade do meio-campo e o esquema com dois jogadores abertos, ladeando André.
Ao fim da partida, consciente de que no primeiro tempo a ideia não deu certo, justificou: “Eu precisava dar uma proteção ao Danilo com Wendel por aquele lado”. O lateral ocupava a vaga deixada por Renê, suspenso. Criticado pela torcida, Danilo se tornou um alvo maior ao errar o bote aos 44 minutos do primeiro tempo, com Pedro Rocha aproveitando para abrir o placar. O lance terminou uma atuação irreconhecível da equipe, se limitando à defesa. Enquanto isso, o Grêmio pressionou a saída de bola e soube se impor diante de um esquema defasado. Foi melhor. Em finalizações, 7 x 1, com 56% de posse.
No intervalo, Elber entrou no lugar de Mancha, fazendo o time remontar a sua desenvoltura mesmo fora de casa – foi assim num Mineirão com 50 mil pessoas, apesar da derrota para o Galo. Nos primeiros minutos o jogo já melhorou, com a bola ficando mais no campo adversário. Até o empate, num cruzamento de Danilo (se redimindo) para Diego Souza escorar de ombro, a la futevôlei. Para virar o placar, faltou mais ímpeto nos contragolpes, com a bola parando quase sempre (Wendel abusou de tocar para trás). Isso diante de um mandante afobado, com zagueiros e o goleiro suplentes. Embora a vitória como visitante ainda não tenha vindo, o empate ficou de bom tamanho. E deixou claro que o time tem uma cara, e que o treinador mantenha a sua convicção.
Os tricolores fizeram um primeiro tempo equilibrando as ações do Criciúma no estádio Heriberto Hülse. Para ser mais justo, o time pernambucano criou as melhores oportunidades nos primeiros 45 minutos, ficando a alguns centímetros de abrir o placar. Foram três lances de impedimento, com o time mostrando afobação. Em um lance, Bileu cruzou e Anderson Aquino até cabeceou para as redes, mas estava um tiquinho de nada adiantado. Martelotte reconheceu a dificuldade da partida, num campo pesado, com frio.
Coincidência ou não, o rendimento caiu no segundo tempo, com o mandante pressionando mais, exigindo Tiago Cardoso – o que não ocorreu muito em sua volta. Aos sete minutos, Natan, ex-Santa, invadiu a área e se chocou com o goleiro. O árbitro alegou simulação. Ficou o alerta, porque a bola catarinense pingaria na área outras vezes. Em uma delas, no bololô, Lúcio salvou. No fim, o empate já estava de bom tamanho, apesar de o Tricolor ainda ter tido uma cabeçada aos 49, com o goleiro salvando, 0 x 0. Ficou o ponto precioso em uma cancha complicada para qualquer participante da Série B.
Se ambos começaram a peleja em condições idênticas (5v, 3e, 5d), terminaram da mesma forma. Melhor para o Santa Cruz, que segue pontuando até a estreia de Grafite (em 8 de agosto). O foco agora é no clássico nordestino contra o Bahia, terça-feira. A movimentação de sócios nos últimos dias, pulando de 4 mil para 7 mil adimplentes, precisa ser revertida para a presença nas arquibancadas do Arruda. Num campo favorável, com clima bom.
O goleiro Júlio César teve uma atuação destacada em uma tarde na Arena Pernambuco na qual, coletivamente, o Náutico não esteve em seus melhores dias. Muitos passes errados e aproveitamento fraco nas chances efetivas de gol. Mas não deixou de lutar, algo que não pode faltar jamais na Série B, sobretudo num jogo duríssimo contra o Vitória, valendo o G4. E de virada, o Timbu fez 2 x 1. Com 27 pontos, subiu ao 3º lugar, a apenas um do líder Botafogo. O resultado deve ser comemorado, pois o rendimento não parecia indicar a vitória.
Basta analisar João Ananias, dos principais nomes alvirrubros. Contra o Vitória, a sua atuação refletiu diretamente no placar do primeiro tempo. No comecinho, fez uma inversão displicente, com os baianos armando um contragolpe até o gol de Rhayner, na lei do ex”. Nos Aflitos, o atacante passou em branco. Como adversário, marcou de cara. Voltando a João Ananias, o volante teve nos pés a grande chance, cara a cara com o goleiro, chutando mal, para longe. Ainda na primeira etapa, os dois times ficaram com dez. Elton, outro ex-alvirrubro, e Gastón foram expulsos – o uruguaio foi agredido. Na confusão, Rhayner fez um gesto obsceno para a torcida do Náutico, flagrado pela transmissão da tevê (cabe punição, viu STJD?). O atacante alega ter sido ofendido.
Na segunda etapa, o visitante teve um domínio territorial no meio-campo, matando boa parte das jogadas pernambucanas. E aí entrou a figura do camisa 1, pegando muito. Àquela altura, Douglas já havia sofrido e convertido o pênalti, chegando a 6 gols na competição e justificando as sondagens de Flamengo e Grêmio – a multa é de R$ 1,5 milhão. Na reta final, o treinador alvirrubro colocou Rafael Pereira na zaga, no lugar de Gil Mineiro, para não acabar surpreendido. Ocorreu o oposto, positivamente. O defensor foi ao ataque e marcou, três minutos depois. Uma tarde às avessas, ainda bem.