Com três falhas de Magrão, Sport é goleado pelo Botafogo em Juiz de Fora

Série A 2016, 21ª rodada: Botafogo 3 x 0 Sport. Foto: Vítor Silva/SSPress/Botafogo

O Sport vinha numa boa sequência no Brasileirão, com quatro vitórias e dois empates. Com confiança suficiente para seguir pontuando em Juiz de Fora, contra o Botafogo. Mesmo sem Diego Souza, lesionado. Noventa minutos depois, com a história escrita, uma derrota acachapante, 3 x 0. Após uma atuação regular em boa parte do primeiro tempo, uma sucessão de erros defensivos. Como a afobada cobrança de lateral de Samuel Xavier, a 20 segundos do intervalo, com o placar ainda em branco, o passe atravessado de Paulo Roberto, gerando o primeiro gol, o corte errado de Renê já no segundo tempo, e, sobretudo, a péssima atuação de Magrão, irreconhecível.

Como há muito não se via, o goleiro rubro-negro falhou nos três gols. Tem crédito, mas foi decisivo para a goleada, no jogo isolado na noite de sábado. No primeiro tento, ainda que o quique (no péssimo gramado) tenha atrapalhado, a reação evidenciou a falha. No segundo, Magrão espalmou, a la manchete de vôlei, uma cobrança de falta de muito longe, para o miolo da área. Gol no rebote do ex-alvirrubro Sassá, mais um. No terceiro, já nos descontos, espalmou mal um chute cruzado, novamente para frente, com Camilo pegando mais um rebote.

A gordura acumulada nas rodadas anteriores mantém o Leão razoavelmente acima da zona de rebaixamento, fato que segue como objetivo. Entretanto, a goleada, a primeira sofrida nesta Série A, traz dúvidas acerca da escalação para a estreia na Copa Sul-Americana, quarta, no Clássico das Multidões. Como “corrigir” a falta de cadência de Gabriel Xavier na vaga de DS87? Paulo Roberto, de boa mobilidade, acabou dando chance a Serginho – que deve ser acionado na Sula. No ataque, Edmílson (nada fez) ou Ruiz (mais arisco, mas perdeu um gol feito)? A partir de agora, cobrança em dobro na Ilha, inclusive a Magrão.

Série A 2016, 21ª rodada: Botafogo 3 x 0 Sport. Foto: Vítor Silva/SSPress/Botafogo

Brasil, enfim campeão de tudo no futebol

Seleção Brasileira, campeã de tudo. Arte: Fred Figueiroa/DP

A espera foi grande, de quase um século, mas a Seleção Brasileira enfim alcançou o status de “campeã de tudo”, ao ganhar a medalha de ouro na Olimpíada. Desde a pioneira participação do país no torneio de futebol, em 1952, o time verde e amarelo sempre havia ficado no meio do caminho.

A restrição nas convocações, entre atletas amadores e profissionais, com ou sem passagem na seleção principal e até limite de idade, sempre atrapalhou a montagem dos grupos. Os resultados mais antigos, aliás, foram horríveis, como eliminações na primeira fase. Evoluindo nos Jogos, a Canarinha bateu trave em três oportunidades, com a prata. A obsessão durou até a glória no Maracanã. Foi o 18º título oficial do Brasil, sendo 5 da Copa do Mundo, 4 da Copa das Confederações, 8 da Copa América e 1 dos Jogos Olímpicos, no Rio.

Hoje, falta apenas Eurocopa.

Brincadeira à parte, só poderia participar como convidado, claro. Porém, se o Japão disputou a Copa América nesta condição, em 1999, impossível não é…

Até segunda ordem, o torneio europeu não dá espaço a isso. Ainda.

Linha do tempo das principais conquistas
1919 – Copa América (Brasil)
1922 – Copa América (Brasil)
1949 – Copa América (Brasil)
1958 – Copa do mundo (Suécia)
1962 – Copa do Mundo (Chile)
1970 – Copa do Mundo (México)
1989 – Copa América (Brasil)
1994 – Copa do Mundo (Estados Unidos)
1997 – Copa América (Bolívia)
1997 – Copa das Confederações (Arábia Saudita)
1999 – Copa América (Paraguai)
2002 – Copa do Mundo (Japão e Coreia do Sul)
2004 – Copa América (Peru)
2005 – Copa das Confederações (Alemanha)
2007 – Copa América (Venezuela)
2009 – Copa das Confederações (África do Sul)
2013 – Copa das Confederações (Brasil)
2016 – Jogos Olímpicos (Brasil)

Espera até o primeiro título*
3 anos – Copa América (1916-1919)
5 anos – Copa das Confederações (1992-1997)
28 anos – Copa do Mundo (1930-1958)
96 anos – Jogos Olímpicos (1920-2016)
*Desde a criação da Confederação Brasileira de Desportos, atual CBF, em 1914 

O Brasil é a terceira seleção a conquistar os quatro maiores títulos do futebol, reconhecidos pela Fifa: mundial, intercontinental, olímpico e continental. Antes, apenas França e Argentina. Os Bleus têm 1 Copa do Mundo, 2 Copas das Confederações, 1 Ouro e 2 Eurocopas. Completaram o ciclo em 2001. Já os hermanos, que fecharam a lista em 2004, na Olimpíada de Atenas, ganharam 2 Copas do Mundo, 1 Copa das Confederações, 2 Ouros e 14 Copas Américas. Ao Brasil, uma diferença. É o único que venceu tudo no Século XXI.

Neymar celebra o ouro inédito da Seleção num Maracanã repleto, contra a Alemanha

Olimpíadas 2016, final: Brasil (5) 1 x 1 (4) Alemanha. Foto: Rio 2016/twitter (@Rio2016)

Como um raio, tal qual Usain Bolt já se faz presente na história olímpica, Neymar escreveu o seu nome na antologia do futebol brasileiro. O atacante passou em branco na primeira fase do torneio olímpico do Rio. Vaias da torcida no Mané Garrincha, ansiedade em campo e a pressão de ser a maior estrela em busca de um título inédito para a Seleção Brasileira. Reservado desde então, longe de entrevistas atravessadas (até colocar a medalha no pescoço) e mais consciente de seu papel, inclusive o de capitão, o craque passou a ser o que dele se espera. Foi decisivo. Contra a Colômbia, contra Honduras, contra a Alemanha.

Foram quatro gols no mata-mata e o último pênalti na agônica decisão contra os germânicos. O jogador de 24 anos, em sua segunda Olimpíada, comandou o Brasil numa reviravolta celebrada em um Maracanã totalmente amarelo, como se imaginou para a Copa 2014. No primeiro tempo, o camisa 10 marcou um golaço de falta. A partir dali o jogo ficaria bem complicado, com a Alemanha mandando três bolas no travessão. Trabalhando bem as jogadas, mostrando a organização de sempre, chegaram ao empate na segunda etapa, com Meyer finalizando.

Na prorrogação, faltou gás. Mas não coração, de ambos os lados. O Brasil errava mais, talvez pelo peso dos maus resultados do time principal nos últimos anos. Nos rápidos intervalos, Micale tentou incutir na equipe a necessidade de ocupar os espaços, tudo ou nada. Nada mudou, e a definição se estendeu às penalidade. Após oito cobranças perfeitas, quatro de cada lado, brilhou Weverton, convocado de última hora, justamente pelo histórico nos pênaltis. Deixou o caminho aberto para Neymar confirmar o ouro, 5 x 4. Aquele mesmo time que passou em branco contra África do Sul e Iraque explodiu o Maraca.

Após três vices olímpicos no futebol, enfim o ouro, o sexto do Time Brasil nos Jogos de 2016, quebrando o recorde de Atenas. Mais emblemático, impossível.

Campanhas brasileiras nos Jogos
1952 – quartas de final (2v, 0e, 1d)
1956 – não disputou
1960 – 1ª fase (2v, 0e, 1d)
1964 – 1ª fase (1v, 1e, 1d)
1968 – 1ª fase (0v, 2e, 1d)
1972 – 1ª fase (0v, 1e, 2d)
1976 – semifinal (2v, 1e, 2d)
1980 – não disputou
1984 – Prata (4v, 1e, 1d)
1988 – Prata (4v, 1e, 1d)
1992 – não disputou
1996 – Bronze (4v, 0e, 2d)
2000 – quartas de final (2v, 0e, 2d)
2004 – não disputou
2008 – Bronze (5v, 0e, 1d)
2012 – Prata (5v, 0e, 1d)
2016 – Ouro (3v, 3e, 0d)

Em 13 participações olímpicas, o Brasil disputou 60 jogos, com 34 vitórias, 10 empates, 16 derrotas. Considerando três pontos por vitória, um aproveitamento de 62,2%. No Mundial, com força máxima, exceto em 1930 (base carioca), são 104 jogos, com 70 vitórias, 17 empates e 17 derrotas. Índice de 72,7%.

Olimpíadas 2016, final: Brasil (5) 1 x 1 (4) Alemanha. Foto: Lucas Figueiredo/MoWa Press (site da CBF)

Após 18 dias de preparação, Timbu inicia mal o returno, derrotado pelo Criciúma

Série B 2016, 20ª rodada: Náutico 0x1 Criciúma. Foto: Nando Chiapetta/DP

Foram 18 dias de preparação física, técnica e tática. Testes, orientações no posicionamento, correções no sistema de jogo. O trabalho até ocorreu no centro de treinamento Wilson Campos, mas em campo, à vera, foi difícil perceber uma mudança efetiva no Náutico, derrotado em casa pelo Criciúma, 1 x 0. Um resultado frustrante, ainda mais pelos tropeços de Atlético-GO e CRB nesta largada do returno. Uma vitória na Arena Pernambuco teria deixado o time pernambucano a apenas dois pontos do G4 da Segundona

Com o desfalque de Hugo, a criação alvirrubra ficou a cargo de Renan Oliveira, distante dos atacantes. Uma distância “ampliada” pelos passes errados do time durante todo o sábado. Por mais que todos os jogadores de linha tenham o natural papel de marcar, João Ananias ficou sobrecarregado no meio. O próprio Renan não tem intensidade e Bergson é mais correria que visão de jogo.

Enxergando a oportunidade, diante de um adversário desorganizado, os catarinenses nem esperaram muito para se arriscar. Aos 25 minutos, mandaram no travessão, aos 26 balançaram as redes. Enquanto isso, do outro lado, apenas volume de jogo, sendo impossível, entre os 3.024 espectadores, não destacar a falta de um centroavante com um mínimo de qualidade. Falando da (pouca) torcida, alguns alvirrubros, mesmo decepcionados, ficaram no estádio para acompanhar no telão à decisão do torneio olímpico de futebol, já em andamento. Para ver ser o dia terminaria com um mínimo de alegria…

Série B 2016, 20ª rodada: Náutico 0x1 Criciúma. Foto: Léo Lemos/Náutico

Escrito durante 22 anos, livro celebra a história do Santa e mira o futuro, no CT

João Caixero e o livro "Santa Cruz de corpo e alma". Foto: Antônio Melcop/Santa Cruz

Em 1994, João Caixero, então com 59 anos, começou a escrever um livro sobre a história do Santa Cruz. Presidente tricolor em 1974, ele queria registrar tudo acerca do clube, da fundação, títulos, torcida, Arruda, craques, colaboradores e relatos, positivos ou não. A ideia cresceu tanto que não saiu naquele ano. Aliás, demoraria bastante, 22 anos. Já octogenário, Caixero enfim concluiu. Um não, três livros, com 1.238 páginas ao todo. A obra “Santa Cruz de corpo e alma” foi finalizada após o inédito título da Copa do Nordeste, num trabalho com inúmeras colaborações, de pesquisa (são 2.003 imagens!), texto e edição.

Se o projeto inicial consistia numa homenagem aos 80 anos do Santa, o tempo ampliou o horizonte. Em vez de apenas celebrar o passado, que se fomente o futuro. A tiragem de mil edições especiais visa um faturamento de R$ 1 milhão, com a obra (incluindo os três volumes) saindo por R$ 1.000. Sendo 600 no lançamento e em venda avulsa e 400 para as empresas patrocinadores. Popular desde sempre, o clube deve criar uma edição mais barata, de R$ 30. Toda a receita será repassada o Centro de Treinamento Rodolfo Aguiar.

O CT, essencial para a estruturação coral, foi lançado em 2012 e estimado em R$ 5 milhões. Se gastou apenas na aquisição do terreno, R$ 1 milhão, segundo o balanço publicado em 2014. Pedra fundamental à parte, nada desde então. Pelo projeto, a área de dez hectares, em Aldeia, contaria com três campos de futebol, vestiários, sala de imprensa e um alojamento para até 128 pessoas. Com a obra literária, espera-se construir até dois campos oficiais.

“Com esse dinheiro, vamos construir dois campos no CT até dezembro e dar um descanso ao nosso gramado do Arruda.”

E ao próprio Caixero, cujo engajamento data há muito tempo… e ainda presente.

Projeto do Centro de Treinamento do Santa Cruz. Crédito: Santa Cruz/divulgação

Após a mania na Copa e na Olimpíada, os copos colecionáveis chegam ao Arruda

Copos colecionáveis das Olimpíadas de 2016. Crédito: divulgação

Mania na Copa do Mundo, os copinhos colecionáveis, exclusivos em cada jogo, voltaram nos Jogos Olímpicos do Rio, com modelos de todos os esportes presentes. Na compra de cerveja ou refrigerante, uma lembrança do evento, com torcedores colecionando os copos. Não demoraria a chegar no futebol.

No início de 2016 o Corinthians tentou aplicar a ideia na Libertadores, mas a Conmebol vetou a venda do copo personalizado. Alegou a possibilidade de “atos de vandalismo” com o copinho na arquibancada (!). O clube paulista esperava faturar até R$ 250 mil por jogo, com a unidade saindo a R$ 10. Acabou sendo comercializada apenas na loja oficial. No Brasileirão, entretanto, a venda de copos plásticos está liberada, com o Santa Cruz largando na frente no Nordeste.

Copo colecionável do Santa Cruz. Crédito: divulgação

Associando a ideia à sustentabilidade, o Tricolor anunciou a novidade a partir do jogo contra o Fluminense, em 21 de agosto, com cada copo custando R$ 5 nos bares do Arruda, com cerveja Itaipava. Segundo o clube, lembrança à parte, o torcedor também tem a opção de devolver o copo e recuperar o dinheiro, com cada copo reutilizável significando menos quatro copos descartáveis no chão.

O clube coral já iniciou até uma companha de conscientização sobre o lixo, informando a quantidade de copos descartados diariamente (1.500 toneladas), com até 200 anos para se decompor. Inicialmente, apenas um modelo. Novos desenhos devem ser lançados dependendo da resposta do povão.

“Colabore com o meio ambiente e leve uma lembrança do Santa Cruz pra casa”

Copos colecionáveis das Olimpíadas de 2016. Crédito: divulgação

A concorrência de um jogo do Náutico na Arena com a final olímpica de futebol

A Série B ficou paralisada durante 18 dias, por decisão da CBF, devido à realização dos Jogos Olímpicos. Uma decisão acertada e que fez falta à Série A, deslocada (como produto) durante o período. Entretanto, a entidade vacilou feio na volta da segundona, com três partidas chocando com horário da final olímpica do futebol. Considerando que a Seleção era favorita na disputa, era preciso observar isso. O fato de a decisão ser contra a Alemanha só piorou a situação, numa concorrência desleal. Consciente disso, o departamento de marketing do Náutico propôs um vídeo sobre o “jogo da seleção” no sábado.

Ok, o jogo da Canarinha começa 1h30 após o início na Arena. Porém, quem for ao estádio em São Lourenço deve ter o recorrente trabalho nos deslocamento, inviabilizando a audiência na transmissão do Maracanã. Qual a escolha?

Agenda no sábado…
Náutico x Criciúma, 16h00 (Arena Pernambuco)
Brasil x Alemanha, 17h30 (Maracanã, tevê aberta)

Final olímpica entre Brasil e Alemanha no viés da imprensa alemã. Quase sem 7 x 1

No Brasil, é quase impossível dissociar a final olímpica de 2016 entre Brasil e Alemanha da tragédia (para os brasileiros) na semifinal da Copa do Mundo de 2014. A pauta é clara, quase obrigatória, mas com um mínimo de discernimento, naturalmente. Revanche ou não (e não é, efetivamente, na visão do blog), vamos ao outro lado desta cobertura, com algumas manchetes alemães após a confirmação do duelo no Maracanã. O blog printou os sites de três jornais das cidades mais populosas do país, do diário de maior circulação e do principal jornal esportivo. A pauta “2014” apareceu, mas em doses homeopáticas…

Kicker (diário esportivo)
O Kicker, o principal jornal especializado em futebol no país, traz em sua manchete: “Sonho perfeito final: Alemanha encara o Brasil!”. Entretanto, apesar da empolgação, não há uma contextualização com o Mundial de 2014, mas com o fato de enfrentar o anfitrião na decisão.

Jornal alemão anunciando a final olímpica de futebol: Brasil x Alemanha

Bild (jornal nacional)
No Bild, o jornal de maior circulação na Alemanha, a chamada sobre a classificação alemã é direta em relação ao Mineirazo. “Adeus ao 7 x 1”, no alto do link, seguido do título numa fonte enorme: “Brasil quer revanche na final no Rio”. Ou seja, lembraram do episódio, mas num (curioso) viés brasileiro.

Jornal alemão anunciando a final olímpica de futebol: Brasil x Alemanha

Berliner Morgenpost (jornal de Berlim)
O Morgenpost já classifica a campanha da jovem equipe alemã como “Sucesso Olímpico”, seguindo com “homens jogam pela primeira vez pelo ouro”. Na reportagem há a ressalva que a informação trata da seleção unificada, pois a Alemanha Oriental foi campeã olímpica em 1976, nos Jogos de Montreal.

Jornal alemão anunciando a final olímpica de futebol: Brasil x Alemanha

Die Zeit (jornal de Hamburgo)
Em Hamburgo, uma manchete mais fria, até mesmo para os padrões germânicos: “Seleção Alemã alcança a final”. No texto, contudo, há sim uma referência à Copa do Mundo, mas deixando claro o peso de cada confronto. “Dois anos após o triunfo da Copa do Mundo, a equipe júnior da Alemanha vai disputar o ouro olímpico”.

Jornal alemão anunciando a final olímpica de futebol: Brasil x Alemanha

Abend Zeitung (jornal de Munique)
Em Munique, terra do Bayern, o “Jornal da Noite” também destaca o fato de seleção do país ser formada por atletas mais novos: “Agora a jovem seleção alemã enfrentar o Brasil, pelo ouro”. E nada de Copa.

Jornal alemão anunciando a final olímpica de futebol: Brasil x Alemanha

Brasil x Alemanha no Maracanã, pelo ouro olímpico e por um lampejo de revanche

Olimpíada 2016, final: Brasil x Alemanha. Foto: Fifa/twitter (@FIFAcom)

Neymar e Gabriel Jesus, atacantes. Lukas Klostermann e Niklas Süle, defensores. Os jovens jogadores brasileiros e alemães festejaram as vitórias sobre Honduras e Nigéria e avançaram à decisão dos Jogos Olímpicos do Rio. No sábado, às 17h30, Brasil e Alemanha terão formações bem distintas em relação ao já antológico confronto de 2014. Em vez do Mineirão, o Maracanã. Em vez de Copa do Mundo, a Olimpíada. E em vez do 1 x 7? A conferir.

Não se trata de uma revanche para os brazucas. Não mesmo. O peso daquela partida provavelmente jamais será igualado. Mas, em termos de rivalidade, pode servir, sim, para aliviar um pouco aquela frustração. Até mesmo pelo ineditismo do ouro olímpico para os brasileiros – os próprios alemães só ganharam uma vez e numa época dividida, com a Alemanha Oriental levando a melhor em 1976.

Apesar da descrição no início do texto, com atacantes brasileiros e defensores alemães, os números deste torneio olímpico dizem o contrário. A (sempre) organizada seleção germânica tem o melhor ataque, com 21 gols marcados – quase metade diante da frágil equipe de Fiji -, enquanto o time verde e amarelo chega à final sem ter sido vazado. Começou mal, é verdade, empatando com sul-africanos e iraquianos, mas engatou boas vitórias desde então, sobretudo a partir da entrada de Luan, encaixando o ataque de Micale.

Mineirazo à parte, a final de 2016 tende a ser um jogo bem interessante…

Campanhas até a decisão…

Mannschaft: 5 jogos, 3 vitórias, 2 empates, 21 GP, 5 GC
Artilheiros: Petersen e Gnabry, 6 gols

Grupo C – Alemanha 2 x 2 México (Fonte Nova)
Grupo C – Alemanha 3 x 3 Coreia do Sul (Fonte Nova)
Grupo C – Alemanha 10 x 0 Fiji (Mineirão)
Quartas – Alemanha 4 x 0 Portugal (Mané Garrincha)
Semifinal – Alemanha 2 x 0 Nigéria (Arena Corinthians) 

Seleção: 5 jogos, 3 vitórias, 2 empates, 12 GP, 0 GC
Artilheiros: Neymar, Gabriel Jesus e Luan, 3 gols

Grupo A – Brasil 0 x 0 África do Sul (Mané Garrincha)
Grupo A – Brasil 0 x 0 Iraque (Mané Garrincha)
Grupo A – Brasil 4 x 0 Dinamarca (Fonte Nova)
Quartas – Brasil 2 x 0 Colômbia (Arena Corinthians)
Semifinal – Brasil 6 x 0 Honduras (Maracanã) 

O Brasil na final olímpica… 

1984 – Brasil 0 x 2 França (Rose Bowl, 101.799)
1988 – Brasil 1 x 2 União Soviética (Olímpico de Seul, 73 mil)
2012 – Brasil 1 x 2 México (Wembley, 86.162)
2016 – Brasil x Alemanha (Maracanã, até 76 mil)

As medalhas de brasileiros e alemães (1900-2012)… 

Brasil – 3 pratas (1984, 1988 e 2012) e 2 bronzes (1996 e 2008)
Alemanha Oriental – 1 ouro (1976), 1 prata (1980) e 1 bronze (1972)
Alemanha Ocidental – 1 bronze (1988)
Alemanha – 1 bronze (1964)

Maracanã nas Olimpíadas

Gol mais rápido da história olímpica abre o caminho para a 4ª final da Seleção

Olimpíadas 2016, semifinal: Brasil 6 x 0 Honduras. Foto: Ministério do Esporte/twitter (@minesporte)

As filas eram enormes nos portões do Maracanã, com milhares de torcedores tentando entrar, quando Neymar dividiu com o goleiro hondurenho e marcou o primeiro gol da Seleção Brasileira na semifinal olímpica. Em apenas 14 segundos o atacante abriu o caminho para mais uma decisão, em uma tranquila goleada por 6 x 0, na melhor apresentação da equipe após o início cambaleante. Sobre o lance, com o jogo iniciando às 13h num dia de sol forte no Rio de Janeiro, Neymar quebrou uma marca estabelecida nesta mesma Olimpíada.

Na primeira rodada do torneio feminino, a canadense Beckie balançou as redes em vinte segundos, superando o recorde de Oribe Peralta, algoz brasileiro na final masculina em Londres. O primeiro torneio olímpico masculino foi disputado em 1900, mas os gols só passaram a ser registrados pela Fifa com segundos (e não só minutos) a partir de 1976, em Montreal. Já a competição feminina, que integra a contagem do gol mais rápido, foi implantada em 1996, em Atlanta.

Antes da mudança, o gol mais rápido pertencia ao iugoslavo Galic, no primeiro minuto da final contra a Dinamarca, em 1960. O seu país venceu por 3 x 1.

Os gols mais rápidos nos Jogos Olímpicos*
14s – Neymar (Brasil 6 x 0 Honduras, 2016, masculino)
20s – Janine Beckie (Canadá 2 x 0 Austrália, 2016, feminino)
29s – Peralta (México 2 x 1 Brasil, 2012, masculino)
* Dados desde 1976

Será a quarta decisão olímpica da seleção masculina de futebol, repetindo as campanhas de 1984, 1988 e 2012, esta com o mesmo Neymar presente. Em todas, a prata. Desta vez, em casa, espera-se um desfecho diferente…

Olimpíadas 2016, semifinal: Brasil 6 x 0 Honduras. Foto: Rio 2016/twitter (@Rio2016)