Podcast 45 (188º) – Santa perto do acesso, futuro do Náutico e as chances do Sport

Com 1h34m, o 45 minutos fez um balanço dos grandes clubes pernambucanos no fim de semana, iniciando com o Santa Cruz, a uma vitória da volta à Série A. Após o 3 x 0 sobre o Botafogo, o Tricolor encaminhou um acesso aguardado há uma década. Comentamos a atuação do time, a possível cota na primeira divisão e até a chance de disputar a Sul-Americana. Na sequência, o Náutico, quase sem chances de acesso. Fora do Nordestão, com a implosão do MTA e a nova rusga no contrato com a Arena. Terminando o programa, uma passagem sobre a goleada sofrida pelo Sport em BH. Ainda com chance de Libertadores? Sim, mas a conta é uma só: 3 vitórias em 3 jogos.

Confira um infográfico com as principais atrações do programa aqui.

Nesta 188ª edição, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa e João de Andrade Neto. Ouça agora ou quando quiser!

Sport é atropelado pelo Cruzeiro e terá que ser 100% para ir à Libertadores

Série A 2015, 35ª rodada: Cruzeiro 3x0 Sport. Foto: Gladyston Rodrigues/EM D.A Press

A postura combativa e competitiva no primeiro tempo parecia indicar um bom resultado do Sport no Mineirão. Por muito pouco  não foi para o intervalo em vantagem. Na retomada do jogo, contudo, o ainda atual campeão brasileiro matou o jogo num intervalo de oito minutos, dos 12 aos 20. Antes disso, Danilo Fernandes até fez duas grandes defesas, mas depois não teve chance. Primeiro no pênalti cometido por Ronaldo, com a bola batendo em seu braço colado ao corpo, uma marcação exclusiva da orientação da CBF, num lance semelhante ao da primeira etapa, com as camisas invertidas. Seguiu no gol contra de Durval, num desvio cruel, e por fim com Marcus Vinícius, ex-Náutico, avançando sozinho e driblando o goleiro para definir a goleada por 3 x 0.

Àquela altura o time pernambucano já estava totalmente aberto, desorganizado diante de uma imposição do Cruzeiro, agora há onze partidas sem derrota sob o comando de Mano Menezes. Ao Sport, reclamações de arbitragem à parte, não resta outra alternativa para sustentar o sonho de retornar à Libertadores (G4 ou G5): três vitórias nas últimas três rodadas, chegando a 61 pontos e torcendo por tropeços de Santos, São Paulo e Inter. Antes de pensar nos adversários na tabela, é preciso enxergar os rivais no campo, tendo na reta final da Série A Atlético-PR (casa), Corinthians (casa) e Ponte Preta (fora).

Já era difícil, ficou ainda mais. Ao menos, para a volta no Recife, o time de Falcão será recomposto por Samuel Xavier e Elber, desfalques importantes em Belo Horizonte por causa de suspensão do lateral e pelo fato de os direitos econômicos do atacante pertencerem ao Cruzeiro. Esse equilíbrio técnico precisa ser somado ao mental, ainda mais com o time goleado duas vezes seguidas como visitante. Manter a confiança é vital.

Série A 2015, 35ª rodada: Cruzeiro 3x0 Sport. Foto: Gladyston Rodrigues/EM D.A Press

O preço do aluguel de uma partida nos Aflitos, Ilha do Retiro e Arruda

Aflitos, Ilha do Retiro e Arruda através do Google Maps, em agosto de 2015. Crédito: arte de Cassio Zirpoli sobre imagens do Google

O futebol pernambucano tem uma particularidade em relação aos demais estados no Nordeste, com os três grandes clubes locais possuindo estádios particulares com capacidade acima de 20 mil pessoas. É assim desde 1972, quando o Arruda foi oficialmente inaugurado –  e só mudou em 2013, com a abertura da Arena Pernambuco. Apesar disso, não foram raras as vezes que um dos times precisou utilizar a casa do rival. Seja pela troca do gramado, realização de um show, manutenção, ampliação etc.

Entre 1980 e 1982, na construção do anel superior do Arruda, o Santa Cruz se revezou na Ilha do Retiro e nos Aflitos. Na sequência, entre 1982 e 1984, com a construção das gerais e a ampliação da cadeira central da Ilha, o Sport fez o mesmo. Já o Náutico, devido à capacidade dos Aflitos antes da reforma entre 1996 e 2002, mandou inúmeros clássicos no Mundão – foi lá onde estabeleceu a sua melhor média de público na Série A, com 30.918 torcedores em 1983.

Cordialidade à parte, atuar no estádio alheio tem um custo – se o clube quiser cobrar. Em 2012, o presidente da FPF, Evandro Carvalho, tabelou os valores para evitar mais discussões no Campeonato Pernambucano, pois alvirrubros e rubro-negros não estavam se entendendo sobre o aluguel dos Aflitos. Cada praça recebeu um dado de acordo com as suas dimensões, variando entre partidas diurnas e noturnas. Em 2015, os dados foram apenas corrigidos pela inflação. O blog calculou através do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M).

2012
Aflitos
Dia – R$ 10.000
Noite – R$ 12.000

Ilha do Retiro
Dia – R$ 12.000
Noite – R$ 14.000

Arruda
Dia – R$ 16.000
Noite – R$ 18.000

2015 (corrigido pela inflação)
Aflitos
Dia – R$ 12.780
Noite – R$ 15.337

Ilha do Retiro
Dia – R$ 15.337
Noite – R$ 17.893

Arruda
Dia – R$ 20.449
Noite – R$ 23.005

De acordo com o diretor técnico da FPF, Murilo Falcão, em competições organizadas pela CBF (Nordestão, Copa do Brasil e Brasileiro) o valor do aluguel é definido pelos próprios clubes – podendo usar a tabela já existente, é claro. E ainda vale um adendo, tanto em torneios locais quanto nacionais: além do aluguel é preciso pagar a taxa de manutenção do estádio (limpeza, gramado, iluminação e funcionários). No Arruda, por exemplo, o presidente do Santa Cruz, Alírio Morais, estipula em R$ 50 mil custo do estádio a cada jogo.

Podcast 45 (187º) – Ruptura entre Náutico e Arena e decisões de Santa Cruz e Sport

A ideia era comentar Brasil x Argentina (adiado), pelas Eliminatórias, e o amistoso da Seleção Olímpica na Ilha do Retiro, com os jogos decisivos do Trio de Ferro na sequência. Porém, a surpreendente decisão do Náutico de mudar o local do jogo contra o Bahia da Arena para o Arruda acabou virando a pauta do 45 minutos. Foi o primeiro assunto do programa, com as consequências e o que isso pode implicar ao Tricolor, concorrente direto em busca do acesso. Por sinal, Náutico x CRB e Botafoto x Santa são jogos com misto de técnica e matemática. Por fim, a missão do Sport no Mineirão, onde não vence desde 1978. Para retornar à Libertadores, somar ao menos um pontinho é vital.

Nesta 187ª edição, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa e João de Andrade Neto. Ouça agora ou quando quiser!

Bandeiras de Santa Cruz, Náutico e Sport lado a lado pela Seleção Olímpica

Torcedores de Santa Cruz, Náutico e Sport na Ilha do Retiro, no amistoso da Seleção Olímpica, em 2015. Foto: Benjamim Júnior/divulgação

A Seleção Olímpica já pediu passagem no Recife, seguindo a sua caminhada rumo aos Jogos do Rio de Janeiro. Ainda sem Neymar e sem chamar tanta atenção, apesar de alguns nomes promissores no time. Na Ilha do Retiro, onde o Brasil venceu os Estados Unidos, pouca gente acompanhou, mas com um comportamento cada vez mais incomum, infelizmente.

Sem qualquer rusga, camisas e bandeiras de Santa Cruz, Náutico e Sport ficaram lado a lado na arquibancada, entre as amarelas da Seleção Brasileira, misturadas entre os sete mil espectadores. Claro, a rivalidade surgiu em alguns momentos, mas apenas com gritos de guerra dos clubes – nada de brados desrespeitosos das organizadas. Nas cadeiras da Ilha do Retiro, o cazá cazá foi mais forte, naturalmente. Mas, acredite, também puxaram o N-A-U-T-I-C-O ali. O grito timbu foi abafado pelos rubro-negros, é verdade, mas o jogo seguiu.

No mesmo setor, dirigentes rivais acompanharam o amistoso, como Constantino Júnior, vice do Tricolor. Até o treinador coral, Marcelo Martelotte, compareceu. Nada de escolta, não precisava. O clima era mesmo outro, bom. Algo que a Seleção, com toda a sua crise técnica, ainda consegue promover…

Amistoso em 2015, Brasil (olímpico) 2x1 EUA. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Se preparando para os Jogos do Rio, o Brasil vence os EUA na Ilha do Retiro

Amistoso, 2015: Brasil (olímpico) x EUA. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Nos Jogos Olímpico do Rio de Janeiro, em 2016, a Seleção Brasileira deverá ser comandada por Dunga, tendo Neymar com a camisa 10. Ainda sem os dois, com Rogério Micale, do júnior, na função de técnico, o time verde e amarelo veio ao Recife para dar sequência à preparação em busca do ainda inédito ouro olímpico, como em 1972 e 1976. Na Ilha do Retiro, com folga na arquibancada, a Canarinha venceu os Estados Unidos por 2 x 1. Se o jogo não foi dos melhores, numa busca pelo entrosamento, ao menos terminou com aplausos da torcida.

Apenas 6.902 pessoas encararam a peleja, pouco divulgada pela organização – foram só doze dias desde o anúncio, com gente “descobrindo” o amistoso no dia. Por outro lado, os que foram mostraram um comportamento ordeiro, com as camisas e bandeiras de Sport, Santa e Náutico misturadas. Bons tempos.

Amistoso em 2015, Brasil (olímpico) 2x1 EUA. Foto: CBF/twitter

Sobre o jogo, muita pegada. Os americanos se armaram na defesa, mas o Brasil se impôs. Pouco antes do intervalo, Gabigol (Santos) marcou o primeiro, driblando o goleiro. Na retomada, Luan (Grêmio) mandou no ângulo e ampliou – no domingo, na mesma Ilha, parou em Danilo Fernandes. Destaque também ao camisa 5, Lucas Silva, do Olympique de Marselha, com duas assistências.

De pênalti, os gringos diminuíram. Ficaram com um a mais em campo, mas tecnicamente estavam bem abaixo, sem forças para o empate. No finzinho, ainda entrou o carismático Valdívia, do Internacional, para a alegria da torcida. Foi a 5ª vez que a Ilha recebeu o Brasil. Nas anteriores, duas vezes com a seleção principal, em 1956 e 1969, com vitórias sobre a seleção pernambucana, e duas com a própria seleção olímpica, ambas em 1976, vencendo o dono da casa, o Sport, e perdendo para o Santa.

Amistoso, 2015: Brasil (olímpico) x EUA. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

A customização da Ilha do Retiro através da CBF

A Ilha do Retiro também passou por um processo de customização temporária para receber a Seleção Olímpica do Brasil, como ocorreu no centro de treinamento do Sport em Paratibe, com uma sala de imprensa a la Granja Comary. Os banners no estádio rubro-negro, localizados na arquibancada, torres de iluminação, bancos de reservas e saída dos vestiários, foram trocados por emblemas azuis com o distintivo da CBF, feitos sob medida por uma empresa terceirizada e sem qualquer patrocínio, uma vez que o estádio fica com “mando da confederação” nos amistosos da Canarinha no país.

As mudanças visuais também ocorreram internamente, no corredor de acesso ao gramado e no vestiário, estilizado para os 20 jogadores convocados para a partida contra o Estados Unidos – tudo devido divulgado pelos canais oficiais da CBF,através do site oficial, twitter e canal de tevê. Por fim, uma sala de imprensa numa estrutura armada no estacionamento do estádio. Esse trabalho de marketing visa focar apenas a imagem da Seleção, dando uma cara exclusiva ao palco do amistoso. Já havia sido executado na Arena da Amazônia em 2015, neste início de preparação do time Sub 23, e também foi montado (em três dias é possível finalização a ação) no Mangueirão, encerrando a agenda desta temporada.

Arquibancada frontal

Ilha do Retiro com placas da CBF no amistoso da Seleção Olímpica. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Portão de entrada para a arquibancada

Ilha do Retiro com placas da CBF no amistoso da Seleção Olímpica. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Banco de reservas

O banco de reservas da Ilha do Retiro no amistoso da Seleção Olímpica. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Túnel de acesso

Saída do vestiário da Ilha do Retiro no amistoso da Seleção. Foto: Ricardo Fernandes/DP/DA. Press

Vestiário

Ilha do Retiro com placas da CBF no amistoso da Seleção Olímpica. Foto: CBF/Twitter

Sala de imprensa

Sala de imprensa montada na Ilha do Retiro. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Podcast 45 (186º) – Santa firme no G4, Náutico no limite e declaração de Trajano

O Santa Cruz se isolou na 4ª colocação a três rodadas do fim da Série B. A situação do campeão pernambucano foi o primeiro assunto no 45 minutos, abordando a atuação do time coral e as contas necessárias para conquistar o acesso. Na sequência, o empate do Náutico e as consequências, obrigando, na prática, o time a vencer os três jogos restantes para seguir com chances. E se somar sete pontos, há chance? Pequena, mas esmiuçamos. Por fim, a polêmica em torno do Sport, chamado pelo experiente comentarista José Trajano de “time pequeno” durante o programa Linha de Passe, da ESPN Brasil. O contexto se referia ao goleiro Danilo Fernandes, que só poderia ser convocado atuando em um clube maior. Rendeu um bom debate no podcast.

Confira um infográfico com as principais atrações do programa aqui.

Nesta 186ª edição, estive ao lado de Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

O álbum oficial pelos 110 anos do Sport, com faturamento de até R$ 5 milhões

Livro ilustrado do Sport em homenagem aos 110 anos. Crédito: Sport/site oficial

Celebrando os 110 anos de história, o Sport lança um álbum de figurinhas com fatos relevantes no clube, como as conquistas no futebol, principais times, troféus, Ilha do Retiro e também as modalidades olímpicas. Com 114 páginas, o “Livro Ilustrado Oficial – 110 anos – Sport Club do Recife” tem 412 cromos, numa produção do departamento de marketing junto à ADF Editoria. Na foto de divulgação, a capa, com o Troféu Leão do Norte, conquistado em Belém em 1919, e a foto do time de 1975, campeão estadual após doze anos de jejum.

A venda da revista (R$ 20) e dos pacotes com cinco figurinhas (R$ 2) ocorrerá nas Embaixadas da Ilha nos shoppings, nas bancas do Recife e até em um site oficial: sport110anos.com.br. A tiragem foi ousada, com 30 mil cópias. Calculando a venda máxima das revistas com todos os álbuns completos, desconsiderando as óbvias figurinhas repetidas, o faturamento poderia ser superior a R$ 5,5 milhões. Se houver engajamento, nada mal.

Além do material pesquisado por Marcelo Oliveira, Silvio Tavares e Dirceu Marroquim, o livro traz uma história ilustrada para o público infantil. O projeto é semelhante ao álbum do Santa Cruz, de 2014, no centenário coral. Na ocasião, o álbum comemorativo teve 460 figurinhas e foi um sucesso de vendas. 

Aproveitando o tema, relembre os álbuns do Campeonato Pernambucano aqui.

A preparação da Seleção Olímpica no Recife

Treino da Seleção BrasileiroaTreino da Seleção Olímpica no CT do Sport, em 09/11/2015. Crédito: CBF/youtube no CT do Sport

A CBF disponibilizou um vídeo com bastidores da preparação da Seleção Olímpica do Brasil centro de treinamento do Sport, em Paratibe, visando o amistoso contra os Estados Unidos, na Ilha do Retiro.

O trabalho comandado pelo técnico Rogério Micale (Dunga, o comandante da principal, também deverá ser o treinador nos Jogos Olímpicos de 2016) começou na academia do CT, seguindo no campo principal, já à noite.

A movimentação noturna só aconteceu porque foi alugado um gerador de energia para as quatro torres de iluminação, construídas no local visando a Copa do Mundo de 2014, obra também realizada no CT do Náutico.