Os gigantes de concreto clamam por reformas, com ou sem estrelas

Projeto de ampliação do estádio Camp Nou, do Barcelona. Crédito: divulgação

O Camp Nou integra a exclusiva casta “cinco estrelas” da Uefa, em uma classificação estrutural dos estádios de futebol. Na temporada 1998/1999, o palco do Barcelona, o maior da Europa, recebeu a nomenclatura máxima, podendo receber qualquer decisão organizada pela entidade.

Inaugurado em 1957, o Camp Nou ainda é um estádio moderno. Contudo, há falhas, como pilastras na frente de alguns assentos, nos resquícios das várias reformas. Para corrigir tudo isso, acrescentar seis mil lugares e uma cobertura, o Barça conduzirá uma reforma entre 2017 e 2021. Chegando a 105.354 lugares, o Camp Nou se tornaria um dos três maiores estádios do mundo.

O orçamento de 600 milhões de euros agregaria outras obras ao redor do clube espanhol. A previsão é quitar a conta até 2024. Os investidores já apareceram.

Enquanto isso, no Recife, o Santa Cruz segue em busca de parceiros para tocar o seu projeto. A Arena Coral foi lançada em 2007. Na época, o custo para remodelar o Arruda foi calculado em R$ 200 milhões. Desde então, com novas exigências na infraestrutura, o possível gasto ainda não refeito.

Curiosamente, a reforma milionária também deixaria o estádio José do Rego Maciel em terceiro lugar, mas no ranking nacional. À frente do Mundão, hoje necessitado, está só o Morumbi entre os não reformados ou construídos no mais recente Padrão Fifa. Cara ou não, a mudança é essencial. Como comprovou o Barça, mesmo já sendo proprietário de um estádio cinco estrelas…

Maiores estádios de futebol do mundo
1º) Rungrado May Day (Pyongyang, Coreia do Norte) – 150.000
2º) Salt Lake (Calcutá, Índia) – 120.000
3º) Azteca (Cidade do México, México) – 105.064
4º) Azadi (Teerã, Irã) – 100.000
5º) Camp Nou (Barcelona, Espanha) – 99.354
6º) Soccer City (Joanesburgo, África do Sul) – 94.700
7º) Rose Bowl (Pasadena, Estados Unidos) – 93.420
8º) Wembley (Londres, Inglaterra) – 90.000
9º) Gelora Bung (Jacarta, Indonésia) – 88.306
10º) Bukit Jalil (Kuala Lumpur, Malásia) – 87.411

Com 105.354 lugares, o Camp Nou subiria para o 3º lugar no ranking mundial

Maiores estádios de futebol do Brasil
1º) Maracanã (Rio de Janeiro-RJ) – 78.838
2º) Mané Garrincha (Brasília-DF) – 72.788
3º) Morumbi (São Paulo) – 67.052
4º) Itaquerão (São Paulo-SP) – 65.807
5º) Castelão (Fortaleza-CE) – 64.846
6º) Mineirão (Belo Horizonte-MG) – 62.547
7º) Arena Grêmio (Porto Alegre-RS) – 60.540
8º) Arruda (Recife-PE)- 60.044
9º) Parque do Sabiá (Uberlândia-MG) – 56.450
10º Beira-Rio (Porto Alegre-RS) – 56.000

Com 68.500 lugares, o Arruda subiria para o 3º lugar no ranking nacional

Projeto da Arena Coral

As primeiras formações de uma temporada planejada de 56 a 78 partidas

Náutico, Santa Cruz e Sport

Os três grandes clubes pernambucanos estrearam oficialmente na temporada em dias distintos. Ou seja, foi possível assistir ao vivo a todos os jogos, válidos pelo Nordestão. Na largada de 2014, a situação de praxe, com equipes em processo de formação, técnica e física, com várias estreias. Novas caras, tanto nas contratações quanto da base.

No caso de tricolores, alvirrubros e rubro-negros, vale o registro do primeiro time titular de cada um. Até como um comparativo com a equipe no fim do ano, pois os três terão uma jornada cheia, com pelo menos 56 jogos, incluindo Copa do Nordeste (6), Pernambucano (10), Copa do Brasil (2) e Brasileiro (38).

Em caso de boas campanhas em todos torneios, o número pode chegar a 78 partidas, contando regional (12), estadual (14), Copa do Brasil (14) e nacional (38). Ainda há a Sul-Americana, ao alcance de qualquer um, de 2 a 10 jogos.

Os elencos iniciais devem ser abastecidos para aguentar tamanha maratona. Quantos nomes do seu time devem terminar o ano na titularidade?

Santa Cruz 3 x 2 Vitória da Conquista-BA (18/01, Estádio Lacerdão, Caruaru)

Equipe (4-4-2): Tiago Cardoso; Oziel, Everton Sena, Renan Fonseca e Tiago Costa; Sandro Manoel, Luciano Sorriso, Natan e Raul; Renatinho e Flávio Caça-Rato. Técnico: Vica

Formação do Santa Cruz no primeiro jogo oficial de 2014. Vitória por 3 x 2 sobre o Vitória da Conquista, em 18/0, no Lacerdão. Foto: Jamil Gomes/Assessoria/Santa Cruz

Formação: Luciano Sorriso, Sandro Manoel, Everton Sena, Flávio Caça-Rato, Renan Fonseca e Tiago Cardoso (em pé); Agachados: Raul, Tiago Costa, Natan, Renatinho e Oziel (agachados)

Botafogo-PB 1 x 1 Sport (19/01, Estádio Almeidão, João Pessoa)

Equipe (4-4-2): Magrão; Patric, Oswaldo, Ferron e Marcelo Cordeiro; Rodrigo Mancha, Rithely, Naldinho e Ailton; Sandrinho e Felipe Azevedo. Técnico: Geninho

Formação do Sport no primeiro jogo oficial de 2014. Empate em 1 x 1 com o Botafogo-PB, no Almeidão. Foto: Lino Sultanum/Sport/Facebook

Formação: Magrão, Naldinho, Ferron, Rodrigo Mancha, Oswaldo e Marcelo Cordeiro (em pé); Rithely, Felipe Azevedo, Ailton, Patric e Sandrinho (agachados)

Náutico 1 x 1 Guarany-CE (20/01, Arena Pernambuco, São Lourenço)

Equipe: (4-5-1): Gideão; João Ananias, William Alves, Romário e Gerley; Elicarlos, Rodrigo Possebon, Dê, Túlio e Zé Mári; Renato. Técnico: Lisca

Formação do Náutico no primeiro jogo oficial de 2014. Empate em 1 x 1 com o Guarany-CE na Arena Pernambuco. Foto: Anderson Malagutti/Assessoria/Náutico

Formação: Túlio, Romário, Rodrigo Possebon, William Alves, Gerley e Gideão (em pé); Dê, Elicarlos, Zé Mário, Renato e João Ananias (agachados)

Prêmio Sima, a versão nordestina da artilharia do Prêmio Friedenreich

Prêmio Sima, para o maior artilheiro do futebol nordestin. Crédito: Esporte Interativo

Um prêmio exclusivo aos goleadores do nove estados nordestinos. O artilheiro máximo da temporada, vestindo o uniforme de algum time da região, receberá a partir de 2014 o Prêmio Sima. A premiação, instituída pelo canal Esporte Interativo, faz uma homenagem a Simão Teles Bacelar.

O centroavante piauiense atuou a carreira inteira no Nordeste, rodando em onze clubes. Ao todo, Sima marcou 550 gols entre as décadas de 1960 e 1980. Os tentos computados no novo ranking serão os dos estaduais da primeira divisão e das competições nacionais e internacionais, oficiais. A contagem é absoluta.

O prêmio é uma versão regional do troféu criado em 2008 pela Rede Globo, a emissora que detém os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro. O jogador com mais gols em um ano atuando no futebol nacional é contemplado com o Prêmio Arthur Friedenreich, numa homenagem ao atacante homônimo.

O paulistano chegou a ter 1.329 gols reconhecidos pela Fifa, entre 1909 e 1935, dos 17 aos 43 anos. Uma estatística acima até mesmo de Pelé. Porém, uma recontagem nos jornais O Estado de S. Paulo e Correio Paulistano, através do escritor Alexandre da Costa, reconduziu o número para 554.

Confira os nomes dos maiores artilheiros nordestinos nos últimos seis anos e as colocações na lista nacional. O prêmio regional não deve ser retroativo.

2008 – Júnior Amorim (CRB), 23 gols (16º)
2009 – Marcelo Nicácio (Fortaleza), 34 gols (2º)
2010 – Ciro (Sport), 31 gols (3º)
2011 – Kieza (Náutico), 27 gols (5º)
2012 – Lúcio Maranhão (ASA), 40 gols (3º)
2013 – Magno Alves (Ceará), 34 gols (2º)

Maiores artilheiros do Brasil

2008 – Keirrison (Coritiba), 41 gols
2009 – Diego Tardelli (Atlético-MG), 39 gols
2010 – Neymar (Santos) e Jonas (Grêmio), 42 gols
2011 – Leandro Damião (Internacional), 38 gols
2012 – Neymar (Santos), 43 gols
2013 – Hernane (Flamengo), 36 gols

Café da manhã com os presidentes. No cardápio, o futuro do futebol recifense

Café da manhã. Crédito: http://entremaeefilha.blogspot.com.br

Apesar da proximidade entre as agremiações, um encontro entre os presidentes dos grandes clubes do Recife é algo bastante raro.

Salvo exceções em reuniões na FPF, como na votação de um conselho arbitral – isso quando não mandam apenas os representantes -, os encontros ocorrem nos clássicos, e olhe lá. Mesmo com um camarote cedido à diretoria rival, nem sempre há uma troca de palavras.

Por isso, por mais simplória que a ideia seja, é um alento a informação sobre a costura de uma reunião entre os mandatários de Náutico, Glauber Vasconcelos, Santa Cruz, Antônio Luiz Neto, e Sport, João Humberto Martorelli.

Não há uma data definida ou mesmo o “sim” dos dirigentes, após a ideia lançada pelo gestor leonino. Sabe-se que seria um café da manhã na capital, informal.

No cardápio, uma variedade de assuntos pendentes sobre o futebol local, incluindo a crescente violência, negociações em bloco, calendário, infraestrutura, parcerias etc. Para o entendimento, é preciso mesmo conversar.

Esse diálogo, há muito em falta, pode se estender até o jantar…

Mensurando as torcidas brasileiras no embalo das pesquisas políticas

Institutos de pesquisa no Brasil: Datafolha, Vox Populi, Plural Pesquisa, Ibope, Maurício de Nassau e Sensus. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

O cenário é comum em ano eleitoral no Brasil, a cada dois anos. Até a véspera da votação são divulgadas, de norte a sul, pesquisas de intenção de voto.

Existem quase duas centenas de consultorias no ramo. Na Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, a Abep, estão cadastrados 174 institutos.

Acredite, esses mesmos levantamentos eleitorais têm uma relação direta com os estudos quantitativos sobre torcidas de clubes de futebol.

Foi o caso do Ibope, instituto mais famoso do país, que lançou uma pesquisa nacional de torcida pela última vez em 2010. Agora, em mais um ciclo presidencial, especula-se um novo grande levantamento de campo do Ibope. No último foram ouvidas 7.109 pessoas, em 141 cidades.

O custo de um estudo do tipo, dependendo do número de entrevistados – mudando, claro, a fidelidade na margem de erro -, pode ir de R$ 8 mil a mais de R$ 70 mil. De 400 pessoas a aproximadamente 10 mil entrevistados.

No campo político, os levantamentos são encomendados por jornais, emissoras de televisão e até pelos próprios partidos, com o objetivo de enxergar melhor o eleitorado, tanto nas disputas majoritárias – municipal, estadual e federal -, quanto nas proporcionais – vereador e deputado.

O público pesquisado é sempre a partir dos 16 anos. Não por acaso, não mesmo, é a idade mínima para tirar um título de eleitor no país.

Com questionários prontos, alguns institutos de pesquisa aproveitam a oportunidade para mensurar outras questões. E aí entra o futebol.

Cenário aplicado, por exemplo, em Caruaru, através da Plural Pesquisa em 2014. Outros municípios já estão na pauta, como Garanhuns e Petrolina.

Cidades, estados, país. Não é mera coincidência. Até porque a divulgação dos estudos costuma ter espaço na mídia e repercussão entre as massas, dando destaque aos nomes das empresas envolvidas.

Portanto, a situação já está encaminhada para um ano recheado de levantamentos sobre os times, inclusive de grande alcance. O cenário político está aberto. Para entender melhor o público, o futebol sai ganhando no embalo.

Confira as pesquisas já publicadas pelo blog aqui.

Mapeamento municipal de torcidas: Recife (Maurício de Nassau/2014)

Pesquisa de torcidas no Recife, em 2014, através do Instituto Maurício de Nassau, do portal Leia Já

Pelo segundo ano consecutivo, o Instituto Maurício de Nassau realiza um mapeamento de torcidas no Recife. Encomendada pelo portal Leia Já, a pesquisa foi feita nos mesmos moldes do levantamento anterior. Assim, em 2014, apenas moradores da capital pernambucana foram ouvidos, com 624 ao todo.

A ordem de preferência clubística se manteve – Sport, Santa Cruz e Náutico -, aumentando um pouco o percentual de torcedores de clubes de fora. No entanto, foi considerável o número de pessoas que não responderam a pesquisa. A influência para isso levanta a discussão. Deixaram de gostar de futebol? Resultados ruins? Falta de estrutura? Violência? Pois é, o contexto é amplo.

O blog mensurou os dados de 2014 e 2013 juntos à mais recente estimativa populacional do Recife, através do IBGE. Neles, a torcida do Tricolor aumentou em 33.889, enquanto as torcidas do Rubro-negro e do Alvirrubro diminuíram 62.701 e 43.506, respectivamente. Considerando a margem de erro, é possível enxergar empate técnico tanto entre Sport e Santa quanto entre Santa e Náutico.

Instituto Maurício de Nassau / Recife 2014
Período: 9 a 10 de janeiro de 2014
Público: 624
Margem de erro: 4,0%
População estimada (IBGE/2013): 1.599.513

1º) Sport – 28,4% (454.261)
2º) Santa Cruz – 21,2% (339.096)
3º) Náutico – 13,3% (212.735)

Outros times – 3,0% (47.985)
Sem clube – 26,0% (415.873)
Sem resposta – 8,2% (131.160)

Instituto Maurício de Nassau / Recife 2013
Período: 7 a 8 de fevereiro de 2013
Público: 624
Margem de erro: 4,0%
População estimada (IBGE/2013): 1.599.513

Sport – 32,32% (516.962)
Santa Cruz – 19,07% (305.207)
Náutico – 16,02% (256.241)

Outros times – 0,47% (7.517)
Sem clube – 32,1% (513.443)

Pesquisa de torcidas no Recife, em 2014, através do Instituto Maurício de Nassau, do portal Leia Já

A triste história de Marlon Carneiro em um jogo de futebol. Poderia ser a sua

Copa do Nordeste 2014, 1ª rodada: Botafogo-PB 1x1 Sport. Fotos: twitter.com/carneiro006

Essa é a história de Marlon Carneiro.

Sem demagogia alguma, poderia ser a sua. Caso você frequente os estádios de futebol no Brasil, possivelmente já foi…

Marlon chegou na capital vizinha no dia que antecedeu ao jogo. Aproveitou a curta distância entre as cidades para passar o fim de semana por lá.

Viajou sobretudo para torcer pelo seu time, ao lado dos amigos.

Ele não tem vínculos com torcidas uniformizadas. Prefere vestir a camisa do clube e levar a própria bandeira.

Marlon queria apenas estar presente na estreia de sua paixão nos gramados, como tantos outros, independentemente de suas cores preferidas.

Infelizmente, esse torcedor teve uma de suas piores tardes em um estádio…

Não há aí qualquer relação com o futebol mediano apresentado. Isso é normal, é do esporte. Afinal, só existem três resultados possíveis.

Fora do campo de jogo é que veio o verdadeiro temor, com o cenário rotineiro de violência no país.

A velha mistura com a falta absoluta de controle das uniformizadas, abuso de força policial e desempenho pífio dos organizadores de um esporte tido como profissional.

A bola ainda rolava quando Marlon levou um tiro de borracha na perna. Em situação já difícil, viu gente próxima na arquibancada sofrendo ainda mais. No fim, se viu no meio de uma praça de guerra, com brigas, pedradas, correria, spray de pimenta e tiros. Desespero total.

Isso ocorreu em um jogo com menos de mil pessoas no setor para visitantes, com todos os presentes tendo a memória viva de uma recente briga generalizada na elite.

Esse relato foi contado no próprio twitter de Marlon. Na rede social, ele também compartilhou as fotos desta postagem, registradas em um smartphone no meio do tumulto.

O recifense havia divulgado uma imagem antes de a partida começar, cruzando os punhos, sem perceber que o erro já estava ali.

Porém, o sorriso dele era aquele mesmo que você tem ao girar a catraca e ver de pertinho o seu clube, ansioso pela festa.

Imaginando sempre que a violência jamais chegará na sua frente. Já chegou, faz tempo.

A tal cidade em questão, João Pessoa. O tal jogo, Botafogo-PB 1 x 1 Sport. A tal data, 19 de janeiro de 2014. As cenas, quase sempre as mesmas…

Copa do Nordeste 2014, 1ª rodada: Botafogo-PB 1x1 Sport. Fotos: twitter.com/carneiro006atacante

Empate rubro-negro com futebol pobre e a dura rotina nas arquibancadas

Copa do Nordeste 2014, 1ª rodada: Botafogo-PB 1x1 Sport. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

O Sport apresentou um futebol paupérrimo em sua estreia no Nordestão. O empate em 1 x 1 com o Botafogo, em João Pessoa, reforça a preocupação da torcida. Sem reforços no setor ofensivo e já sem a principais peças da temporada passada, Marcos Aurélio e Lucas Lima, o Leão atuou sem referência.

Sandrinho, apesar da empolgação de parte da torcida, continua sem mostrar o porquê de tanto apoio. Aberto na outra ponta, Felipe Azevedo parecia mais esforçado, lúcido. Na criação, com a camisa 10, Ailton. Tem qualidade, mas não pode (não deve) ser o homem da criação no ano, ainda mais com uma Série A pela frente.

A situação neste domingo ficou ainda mais complicada após o golaço do campeão da Série D, através de Frontini, logo aos cinco minutos. Livre na intermediária, o atacante acertou um chutaço no ângulo de Magrão.

O time paraibano estava melhor e poderia ter ampliado. Não o fez. Na etapa complementar, o Sport chegou ao empate com Felipe Azevedo. O gol esfriou o time da casa. O visitante melhorou, mas faltou perna ao time, ainda em busca de um melhor condicionamento físico – além das peças de reposição, só da base.

Na comemoração do gol de empate, uma confusão – logo na primeira partida do ano – tomou conta da arquibancada no Almeidão. Segundo o comando da Polícia Militar, alguns torcedores leoninos atiraram pedras em direção à torcida adversária. A resposta da PM foi com balas de borracha e spray de pimenta…

Aos 52 minutos, Felipe Azevedo ainda acertou o travessão. Não mudou o placar.

Assim, a repercussão da partida terá duas vertentes.

A questão técnica do Sport, ainda em (necessário) processo de formação.

E a rotina violenta nas arquibancadas, já com a primeira imagem negativa de 2014…

Copa do Nordeste 2014, 1ª rodada: Botafogo-PB x Sport. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Seleções com destinos estabelecidos aos centros de treinamento de Náutico e Sport

Centros de treinamento de Náutico e Sport em 2014. Fotos: assessorias de Náutico e Sport (twitter e facebook)

Os centros de treinamento de Náutico e Sport, alvos de investimentos milionários, receberão oito seleções na primeira fase da Copa do Mundo de 2014.

Como ocorreu na Copa das Confederações, os locais devem ser utilizados por dois dias pelos países antes dos jogos agendados na Arena Pernambuco. A definição dos treinos já está feita, com informações apuradas pelo blog junto a membros do Comitê Organizador Local (COL).

CT Wilson Campos (Náutico): Costa do Marfim, Itália, Croácia, EUA e 1D.
CT José de Andrade Médicis (Sport): Japão, Costa Rica, México, Alemanha e 2C.

Em vez de teorias mirabolantes como patrocinadores das equipes, fornecedores de material esportivo ou política, a divisão foi mais simples do que se imagina.

A partir da tabela oficial da Fifa para o Mundial, os países à esquerda foram destinados ao centro de treinamento avirrubro, na Guabiraba, enquanto os da direita irão à estrutura rubro-negra, em Paratibe. O mesmo deve ser aplicado para a partida pelas oitavas de final, encerrando a participação do estado na Copa.

14/06 – Costa do Marfim x Japão
20/06 – Itália x Costa Rica
23/06 – Croácia x México
26/06 – Estados Unidos x Alemanha
29/06 – 1D x 2C

Os dois centros de treinamento também passarão por reformas no acesso até junho, em obras bancadas pela Prefeitura do Recife, já licitadas. No Timbu, haverá uma pavimentação de 200 metros até a entrada lateral, enquanto no Leão serão 1.900 metros de estrada até o portão principal.

Nova redação da lei do Todos com a Nota aplicada ao pé da letra em 2014

Diário Oficial de Pernambuco, 24/11/2011

O futebol pernambucano é subsidiado pelo governo do estado, através de ingressos promocionais, desde 1998. Nesse tempo todo, já vigoraram dois programas, o Todos com a Nota e o Futebol Solidário, sob o comando de três governadores, Miguel Arraes, Jarbas Vasconcelos e Eduardo Campos.

Em todos os anos, até 2014, os três grandes clubes fizeram parte do programa. Pela primeira vez, no 17º ano subsidiado, o cenário começará com uma lacuna.

A temporada para o Santa Cruz saiu do Arruda. Punido com a perda de três mandos de campo, após uma confusão provocada em um jogo em Alagoas por supostos integrantes de uma torcida uniformizada do clube, o Tricolor escolheu Caruaru como sede para as três partidas na primeira fase do Nordestão.

Além da mudança no endereço do estádio, a 130 quilômetros da capital, os corais precisam conviver com uma mudança na estrutura orçamentária.

Em vigor desde 1º de janeiro de 2013, a nova redação da lei que regula os ingressos promocionais aos clubes da capital através do Todos com a Nota passou a ser aplicada ao pé da letra em 2014.

Se no ano passado as conversas ficaram acima do texto, na base da política, agora a “lei”, criada para abastecer a Arena Pernambuco, foi lembrada. Para receber a carga de bilhetes subsidiados, só em caso de acordo com o consórcio operador da arena .

O Náutico tem um contrato para atuar lá até 2043. O Sport deverá atuar cinco anos em São Lourenço, durante a construção de sua arena. Porém, antes mesmo deste acordo, já sinalizou a mudança no mando de algumas partidas no ano.

Já o Santa Cruz segue priorizando o Arruda, onde há tempos vem obtendo uma parcela significativa de sua receita através das catracas – em 27 jogos, no ano passado, a sua média foi de 23.912 pessoas.

Sem acordo – a equipe precisa fazer ao menos dois jogos na arena -, a direção tricolor acabou com o veto à carga de ingressos do TCN, de 15.000 torcedores.

Ruim para o Santa, ruim também para o programa estatal.

Os tricolores representam quase 30% dos 367 mil portadores de cartões magnéticos do TCN na região metropolitana. Sem poder solicitar ingressos, a troca por notas fiscais desta parcela significativa pode se tornar nula…

Todos com a Nota nos grandes clubes:

Sport
177.448 usuários cadastrados (48,27%)
8 mil ingressos na Ilha
15 mil ingressos na Arena

Santa Cruz*
109.931 usuários cadastrados (29,90%)
15 mil ingressos no Arruda
15 mil ingressos na Arena

Náutico
80.240 usuários cadastrados (21,83%)
15 mil ingressos na Arena

* Se entrar em acordo com o consórcio