Brazuca a caminho do Sport, com modelo personalizado na agulha

Bolas Brazucas de Flamengo, Fluminense e Palmeiras. Crédito: Adidas

O Sport terá um novo fabricante de material esportivo após seis temporadas.

Com o fim do contrato com a italiana Lotto, a Adidas assume a produção dos uniformes oficiais do clube a partir de 1º de janeiro de 2014 (veja aqui).

De cara, há a possibilidade de um lançamento à parte das camisas, calções e meias para ganhar o público rubro-negro.

Nos bastidores, a direção leonina já teria solicitado à empresa alemã a confecção de bolas personalizadas para o novo modelo Brazuca.

A recém-lançada pelota da Copa 2014 ganhou inúmeras versões. Entre elas, bolas estilizadas dos clubes e seleções patrocinados pela marca.

No Brasil, Flamengo, Fluminense e Palmeiras já garantiram as versões com pinturas inspiradas na Brazuca, sem os gomos originais. Disponíveis por R$ 69.

Ou seja, a Brazuca original será vendida nas lojas oficiais do Leão.

A chance de ter uma bola exclusiva para a torcida é considerável também…

Bola Brazuca de Alemanha, Argentina e Espanha. Crédito: Adidas

A bola made in Nordeste para o Nordestão

Bola oficial da Copa do Nordeste de 2014, produzida pela Penalty.

A bola oficial da Copa do Nordeste de 2014 será produzida na própria região.

Uma das fábricas da Penalty, localizada na baiana Itabuna, será a responsável pela confecção das pelotas que serão utilizadas nas 62 partidas da competição. A S11 Pró vai substituir a Maxim da Nike, utilizada em 2013.

A nova bola, já conhecida no Campeonato Pernambucano, ganhou um design com cores e elementos alusivos à região e ao próprio torneio, como a marca oficial.

A pelota de oito gomos ainda terá a frase “Made in Nordeste”.

O Nordestão será a primeira grande torneio de Santa, Sport e Náutico em 2014. No Estadual, a bola será a mesma, com cores diferentes (veja aqui).

A Penalty produz a bola do Campeonato Pernambucano desde 2008. Agora, também presente no regional.

Os troféus oficiais para o centésimo campeão estadual, com regras distintas

Troféus dos Campeonato Pernambucano em 2013 e 2014. Fotos: FPF/assessoria

O topo no pódio do Campeonato Pernambucano de 2014 promete…

Em 2013, a Federação Pernambucana de Futebol instituiu um troféu definitivo no Estadual, como ocorre no Brasileirão, por exemplo. A ideia era que a taça, simbolizando o sol sertanejo e a orla do estado, passasse de mão em mão.

Ao campeão, a posse provisória por apenas um ano. Após o fim do ciclo, o clube receberia da FPF uma réplica definitiva. Caso a ideia não tenha sido abortada – ou mesmo esquecida -, o campeão de 2014 deverá receber dois troféus oficiais.

Isso porque a entidade lançou uma taça especial para a 100ª competição. Segundo a descrição da nova peça, trata-se de um estilo moderno, com a base azul remetendo à bandeira de Pernambuco. No corpo, a marca do “Centenário do Estadual”, cuja história foi iniciada em 1915.

Na sua opinião, qual é o troféu mais bonito? Compare: taça fixa e taça especial.

Resta saber se a taça criada no início de 2013 continuará sendo usada na premiação final, uma vez que a tradição no futebol local sempre foi a de um troféu diferente por ano. Como, ao que parece, deve acontecer em 2014…

O centésimo estadual também terá medalhas exclusivas e troféu do 1º turno.

Pernambuco, o 8º melhor futebol do país

Ranking Oficial da CBF de 2013, para as federações

O futebol pernambucano aparece pelo segundo ano seguido em 8º lugar no ranking da CBF sobre as 27 federações estaduais do país, atrás Santa Catarina e Goiás.

Apesar da maior tradição local, é inegável o melhor momento das duas praças nas últimas competições nacionais, que formam a base de pontos.

Tanto Pernambuco quanto Goiás terão um clube na Série A e dois na Série B em 2014. O Goiás, entretanto, foi o sexto colocado no último Brasileirão, em uma posição ainda não alcançada pelos pernambucanos nos pontos corridos.

Já Santa Catarina será simplesmente o segundo estado com mais representantes na elite. Serão três clubes, Criciúma, Chapecoense e Figueirense. Ultrapassou o Rio de Janeiro.

É possível mudar o cenário da terrinha nos próximos anos…?

No modelo anterior do ranking da CBF, com a soma dos pontos entre 1959 e 2011, o estado era o sexto colocado. O sistema mudou para uma aferição somente com as últimas cinco temporadas, com mais pontos aos anos mais recentes. Ou seja, o título da Copa do Brasil do Sport, em 2008, saiu do somatório no novo ranking, com levantamento entre 2009 e 2013.

Na nova lista, os oito times pernambucanos presentes entre as 221 equipes brasileiras rankeadas somam 21.642 pontos. Em 2012 eram 22.765.

Os primeiros contratos de todos os pernambucanos presentes no Mundial

Painel da FPF com os jogadores pernambucanos que já participaram da Copa do Mundo. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Nove pernambucanos já defenderam a Seleção Brasileira na Copa do Mundo. Todos eles iniciaram as respectivas carreiras no futebol local.

Na sede da FPF, um enorme painel faz uma homenagem a esses craques que representaram o estado no Mundial. Além de fotografias de todos eles, há a documentação histórica, com o primeiro contrato de cada um, alguns ainda no infantil. Por sinal, o acervo da entidade é enorme, com todos os contratos desde o primeiro acerto profissional, com o centralino Zago, em 1937.

Entre os registros já amarelados com o tempo, duas lacunas. Ainda não foi encontrado o contrato pioneiro do atacante Vavá, revelado na Ilha do Retiro e bicampeão nas Copas de 1958 e 1962. Já no lugar de Ademir, vice em 1950 e também revelado no Leão – cujo registro original está abaixo -, foi colocado erroneamente o contrato de seu irmão mais novo, Ademis (veja aqui).

Curiosidade: o meia Hernanes, cria do Unibol em 1999, já se faz presente no painel ao lado dos nove mundialistas. De fato, o jogador é a maior aposta pernambucana para 2014. Confira o seu contrato aqui.

Ademir Menezes, atacante – 1950 (Sport)

Primeiro registro como atleta na FPF: Ademir Menezes (Sport). Crédito: documentário Um artilheiro no meu coração/reprodução

Zequinha, volante – 1962 (Santa Cruz)

Primeiro registro como atleta na FPF: Zequinha (Santa Cruz). Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Rildo, lateral-esquerdo – 1966 (Sport)

Primeiro registro como atleta na FPF: Rildo (Sport). Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Manga, goleiro – 1966 (Sport)

Primeiro registro como atleta na FPF: Manga (Sport). Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Ricardo Rocha, zagueiro – 1990 e 1994 (Santa Cruz)

Primeiro registro como atleta na FPF: Ricardo Rocha (Santa Cruz). Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Rivaldo, meia-atacante – 1998 e 2002 (Santa Cruz)

Primeiro registro como atleta na FPF: Rivaldo (Santa Cruz). Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Juninho Pernambucano, meia – 2006 (Sport)

Primeiro registro como atleta na FPF: Juninho Pernambucano (Sport). Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Josué, volante – 2010 (Porto)

Primeiro registro como atleta na FPF: Josué (Porto). Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Ranking da CBF com ordem em 2013 na Aflitos, Ilha do Retiro e Arruda

Ranking Oficial da CBF de 2013

A Confederação Brasileira de Futebol divulgou a nova atualização de seu ranking oficial de clubes, apresentado uma vez a cada ano, sempre em dezembro.

Esta é a segunda versão do formato, contemplando os últimos cinco anos, com pesos diferentes, com vantagem para os mais recentes. Veja o sistema aqui.

O Náutico, apesar do rebaixamento, se beneficiou da pontuação conferida aos vinte participantes da elite nacional e agora é o clube pernambucano com a melhor posição na lista, pela primeira vez na sua história.

O Timbu subiu ao 21º lugar, uma posição acima do ranking passado. Com 7.557 pontos, abriu 817 de vantagem sobre o rival o Sport. O Leão, apesar do acesso na segunda divisão, despencou cinco colocações, agora em 24º, com 6.740.

Campeão da Série C, o Santa ganhou só três lugares, uma vez que a pontuação da terceirona é baixa. Soma 3.091, menos da metade dos rivais. O cenário coral deverá mudar em 2014, com a provável subida de várias posições, na Série B.

Outros pernambucanos na lista: Salgueiro (47º, 2.874 pts), Central (94º, 564 pts), Ypiranga (107º, 459 pts), Petrolina (158º, 204 pts), Porto (182º, 153 pts).

Confira a lista completa da CBF, com 221 equipes, clicando aqui.

Relembre o ranking de 2012.

O tal cruzamento da divergência, imposto antes do início do Brasileiro de 1987

Jornal do Brasil em 11 de setembro de 1987

Uma das principais polêmicas acerca do Campeonato Brasileiro de 1987 é fundamentada no momento em que o cruzamento dos módulos amarelo e verde foi imposto pela CBF.

Há mais de duas décadas é comum escutar de torcedores e, sobretudo, jornalistas, de todos os cantos do país, que o decisivo cruzamento envolvendo os dois primeiros colocados de cada módulo surgiu apenas com o campeonato em andamento, o que negaria segundo os mesmos o direito de Sport e Guarani na disputa.

Trata-se de uma visão rasa de uma competição tão polêmica, recheada de nuances na esfera esportiva e jurídica, e ainda aberta.

Mas, ao pé da letra cronológica, o cruzamento surgiu antes. O direito é legal. O formato do Nacional foi concebido em 24 de julho daquele ano, 48 dias antes da primeira rodada do módulo verde, ou “Copa União”, como seria chamada por causa de um patrocinador.

Protagonista do imbróglio, o Clube dos 13 naturalmente lutou contra a ideia e as reviravoltas continuaram, tentando manter o campeonato mais enxuto, com 13 clubes – isso mesmo, sem os três convidados.

Na noite do dia 3 de setembro, na sede da CBF, o presidente da confederação, Otávio Pinto Guimarães, anunciou o acordo com os clubes, incluindo o Clube dos 13, a contragosto. Foi assegurada a proposta original da entidade.

Jornal do Brasil em 11 de setembro de 1987Seria uma primeira divisão com 32 clubes, divididos em dois módulos, mantendo os 16 indicados pelo Clube dos 13 em uma das chaves – e seus respectivos acordos comerciais -, e com o cruzamento final. Aliás, o termo “cruzamento” não é o ideal, pois na prática seria um quadrangular, com jogos de ida e volta entre os melhores dos dois módulos.

A reprodução no alto é do tradicional Jornal o Brasil, sediado no Rio de Janeiro, com a publicação do dia 11 de setembro de 1987, a data do primeiro jogo oficial do Campeonato Brasileiro, entre Palmeiras e Cruzeiro. Nota-se que durante mais de uma semana a estrutura do torneio já era de domínio público.

Confira a cronologia em uma resolução maior aqui.

No dia seguinte à reunião, 4 de setembro, a Gazeta Esportiva informou a ausência do cruzamento, numa imagem bem disseminada na web (veja aqui).

Seria interessante conferir os exemplares nos sete dias seguintes àquela informação.

Pois bem. O campeonato foi iniciado, e com o regulamento escrito às pressas, pois a bagunça, claro, seguia. Com a assinatura do Clube dos 13? Conforme diz na própria sentença de 11 páginas favorável ao Sport, através da Justiça Federal, em 1994, existiu um “acordo tácito”.

Ou seja, os clubes do módulo verde se submeteram às regras normativas da CBF, ao seu tribunal, aos seus árbitros, à sua organização, à sua chancela.

Acredite, essa pesquisa foi simples, com todo o conteúdo liberado na internet.

Como é que depois de tanto tempo ainda seja tão comum o erro cronológico?

A nova longa lista de espera da Copa Sul-Americana

Copa Sul-Americana. Crédito: Conmebol

A fórmula está ainda mais complexa, mas enfim habemus definição sobre o novo caminho brasileiro para as oito vagas da Copa Sul-Americana de 2014.

Desta vez, uma vaga será reservada ao campeão da Copa do Nordeste de 2014, cuja competição ocorrerá de janeiro a março, com 16 participantes.

As demais serão distribuídas na já conhecida “fila de espera” da Sul-Americana, com 18 clubes. O critério deve ser mantido pela CBF, que não fez qualquer menção oficial sobre modificações.

Ou seja, as vagas serão preenchidas pelos melhores colocados no último Campeonato Brasileiro entre aqueles que sejam eliminados até a terceira fase da próxima Copa do Brasil – a quarta fase corresponde às oitavas de final.

Vale lembrar que, na composição da fila, os quatro clubes que ascenderam da Série B ficam na frente dos quatro rebaixados na Série A.

Com a derrota da Ponte Preta para o Lanús, na final da Sul-Americana de 2013, e a consequente confirmação do Botafogo na Libertadores, a fila ficou assim:

1) Vitória, 2) Goiás, 3) Santos, 4) São Paulo, 5) Corinthians, 6) Portuguesa, 7) Coritiba, 8) Bahia, 9) Inter, 10) Criciúma, 11) Palmeiras, 12) Chapecoense, 13) Sport, 14) Figueirense, 15) Fluminense, 16) Vasco, 17) Ponte e 18) Náutico.

Portanto, os clubes pernambucanos, que participaram da Sula neste ano pelo mesmo regulamento, têm chances. Ao Leão, será preciso torcer na Copa do Brasil para que ao menos seis times na sua frente cheguem nas oitavas. Já o Timbu, numa conta bem mais complicada, terá que torcer a favor de onze.

Obviamente, os próprios times locais teriam que ser eliminados precocemente para disputar a Sul-Americana, no mais bizarro critério já criado pela CBF.

Vale destacar ainda que o Santa Cruz também está no páreo. Os corais brigam pela oitava vaga, destinada ao campeão nordestino, num outro caminho possível para rubro-negros e alvirrubros, diga-se.

A raiz cultural das viradas de mesa no Campeonato Brasileiro

Revista Placar de 27 de outubro de 1986

O Brasileirão teve inúmeros formatos e nomenclaturas entre 1959 e 1985.

Do sistema eliminatório às fases de grupos, dos convites aos esboços de critérios técnicos para embasar as participações. Na década de 1980 a vaga no Nacional era conquistada através dos campeonatos estaduais – Pernambuco, por exemplo, tinha duas vagas diretas. No entanto, uma competição com 44 clubes, sem organização alguma no calendário, não se mostrava mais atrativa. Patrocinadores e torcedores foram se afastando aos poucos.

Em 1985 a média de público foi de 11.625 pessoas, a menor desde 1979 – quando o torneio teve 94 clubes, num exemplo clássico de falta de organização somada a mais rasteira política. Pois bem. Na temporada seguinte foi decidido que o futebol brasileiro tentaria se adaptar à estrutura europeia, já tradicional, com o campeonato separado por divisões e a implantação do sistema de acesso e descenso ao fim de cada edição. Um lampejo de profissionalismo e o outro maior do jeitinho, como ficaria nítido a cada semana naquele campeonato.

A ideia original era reestruturar o Brasileiro aos poucos, até alcançar o número de 20 participantes. Para isso, obviamente era preciso dar o primeiro passo, de forma criteriosa. No campo. Assim, estipulou-se uma Série A (por sinal, tal expressão nem existia naqueles tempos) com 24 clubes em 1987. Nenhuma vaga seria oriunda dos estaduais. Ou seja, o Brasileiro de 1986 necessariamente classificaria todos esses times. Desta forma,  a CBF oficializou o “acesso” no regulamento com seis vagas para cada um dos quatro grupos na segunda fase do torneio. Mas ainda havia a primeira etapa…

Jornal O Estado de S. Paulo de 20 de outubro de 1986Aí talvez esteja enraizada toda a cultura de “virada de mesa” do futebol nessas bandas. Eram quatro chaves (A, B, C e D), com onze times. Os seis melhores de cada uma passariam à fase seguinte, além dos quatro melhores independentemente dos grupos. A esses ainda se juntariam outros quatro classificados através do Torneio Paralelo – uma disputa à parte, com 36 clubes em quatro grupos, tendo o Central de Caruaru como ganhador de um. Numa conta simples, seriam 32 equipes na 2ª fase, das quais as 24 melhores jogariam a sonhada e inédita primeira divisão no ano seguinte. Apenas os dois últimos dos grupos I, J, K e L seriam “rebaixados” – além de todos os eliminados na etapa anterior e no próprio Torneio Paralelo.

Ainda na primeira fase daquela competição, o primeiro grande baque. O Vasco, campeão brasileiro em 1974 e vice em 1979 e 1984, fora eliminado no grupo C. Logo, fora rebaixado. O motivo foi um tanto insólito. Um atleta do Sergipe, Carlos Alberto, havia sido flagrado no exame antidoping. Naqueles tempos, o julgamento terminava com a transferência dos pontos para a outra equipe. No caso, o Joinville, no grupo B e que ganhou os dois pontos – o sistema de três pontos por triunfo só surgiu em 1995. Foi o suficiente para ultrapassar o Vasco na disputa pela quarta e última vaga da repescagem. Veio a batalha de liminares…

O clube carioca, já sob influência de Eurico Miranda, entrou na justiça alegando “quebra de privacidade no resultado do exame antidoping”, numa clara brecha na lei, e o Joinville retrucou (veja aqui).

De mãos atadas, a CBF encontrou uma solução daquelas. A entidade eliminou a Portuguesa, a vice-líder da chave D, porque a direção havia entrado na Justiça Comum numa polêmica sobre a arrecadação dos jogos, sobre a legalidade dos 5% da bilheteria para a federação – sem relação com a classificação.

O rubroverde do Canindé foi outro a acionar a justiça. Mais. No pleito, contou com o apoio de todos os outros representantes de São Paulo, que ameaçaram se retirar do campeonato caso a decisão fosse mantida. Acuada novamente, a CBF – envolvida na época numa ardilosa disputa política – acabou dando razão a todos e classificou 33 equipes, no mais puro tapetão. Com o número ímpar, inviabilizando a formação da fase seguinte, além da pressão dos demais competidores, a confederação fez o mais fácil – quase um modus operandi -, ao promover a entrada de mais três equipes, apenas por uma questão de simetria. No bolo, entraram Náutico, Santa Cruz e Sobradinho – então eliminados e rebaixados -, totalizando 36 times, distribuídos em quatro chaves de nove. A bagunça foi documentada durante semanas pela revista Placar.

Enfim finalizada a primeira fase – vale ler duas vezes até aqui, pois foi mesmo um ano confuso -, veio a etapa classificatória às oitavas de final. Os jogos país afora começaram em 12 de outubro.

No dia 20, como publicou o jornal O Estado de S. Paulo, a CBF promoveu uma mudança no regulamento, aumentando a primeira divisão de 1987 para 28 clubes. Sustentou a modificação em uma resolução do Conselho Nacional de Desportos (CND), órgão normativo ligado ao governo federal, com a ampliação até a quantidade máxima indicada.

Para se ter uma ideia das paralisações e da falta de uma agenda, a segunda fase do Nacional de 1986 só terminou em 29 de janeiro do ano seguinte. O Vasco, aquele mesmo rebaixado lá no comecinho, se recuperou e chegou até as oitavas. Já Botafogo, Sport – 3º lugar na primeira fase – e Vitória, que avançaram nas vagas originais, foram “rebaixados”. A gritaria, como não poderia deixar de ser, foi enorme, iniciando a bola de neve.

O título de 1986 seria finalmente definido em 25 de fevereiro de 1987, num jogaço entre Guarani e São Paulo, no Brinco de Ouro. Festa tricolor nos pênaltis, após o eletrizante 3 x 3, com direito a prorrogação.

A partida só não teve mais reviravoltas que as reuniões na CBF, no STJD, no CND e na Justiça Comum visando a formação do Campeonato Brasileiro de 1987. O rebaixamento criado na edição do ano anterior perdera a validade jurídica após a mudança dos classificados à segunda fase.

Àquela altura, o número imaginado de 24 clubes para o primeiro ano com divisões – ou até a ampliação de 28 – já havia se tornado irreal. Teríamos novamente um Brasileirão com 44? Não era desejo de ninguém, ao menos isso.

Haveria, sim, o campeonato brasileiro com um critério técnico – mesmo que ali já existissem vários, com mudanças a cada novo debate entre os dirigentes. Entre as opções, esquecer 1986, e seus possíveis entraves jurídicos, e considerar o ranking histórico? Mas qual ranking, pontos ou arrecadação…? Esquecer a frieza dos regulamentos era uma vontade mais forte, desde que para benefício próprio. Durante todo o primeiro semestre, a cartolagem seguiu discutindo, com a CBF chegando a anunciar a falta de recursos e, por isso, a incapacidade de organizar um campeonato naquele momento.

Jornal do Brasil em 11 de setembro de 1987Como se sabe, surgiria justamente ali, em 11 de julho, o Clube dos 13 – que de fato, ao contrário de sua última e implodida versão, só tinha treze componentes, tradicionais.

Veio com uma visão inovadora do mercado esportivo, importante, mas à parte de todo o passado e do direito adquirido. De cara, o Clube dos 13 limpou geral a lista do torneio, definindo apenas 16 participantes, número abaixo até do mínimo estipulado por escrito por Manoel Tubino, presidente do CND, de 20 equipes.

Naturalmente, muita gente em condições de disputa ficou de fora, como, vejam só, o último vice-campeão brasileiro.

O tapetão foi empurrado para o torneio seguinte, iniciado em 11 de setembro de 1987 e ainda em discussão, como registrou o Jornal do Brasil. E aí não é mais preciso dizer mais nada. A confusão segue até hoje…

Os logotipos especiais para o número 100, do Estadual e os grandes clubes

100ª edição do Campeonato Pernambucano

O tradicional Campeonato Pernambucano chega a 100 edições em 2014.

Na verdade, a comemoração veio até antes, com o início do primeiro turno, apenas com os nove times intermediários, ainda em dezembro de 2013. Entre as várias ações visando a promoção do centésimo Estadual, a criação de um logotipo especial.

De fato, o número alcançado é expressivo. Não por acaso, os centenários dos grandes clubes do estado também mereceram ações de marketing.

Ao completar um século de história, em 2001, o Náutico criou uma marca, além de uma versão especial do escudo, com a borda dourada.

Em 2005 foi a vez do Sport ativar ações no centenário, com imagens exclusivas para aquela temporada. Neste mesmo contexto, visando 2014, está o Santa Cruz, com o lema “100 anos de paixão”.

Marcas dos centenários de Náutico (2001), Santa Cruz (2014) e Sport (2005)