Sertão emplaca quatro dos doze clubes do Campeonato Pernambucano de 2017

Os 12 clubes do Campeonato Pernambucano de 2017. Arte: Cassio Zirpoli/DP

O Campeonato Pernambucano de 2017 começa em 4 de janeiro, mas só agora, faltando 21 dias, todos os doze participantes foram definidos. Após o atraso judicial na segunda divisão local, com vários clubes alegando escalações irregulares em adversários, saíram os dois classificados à elite. E a festa foi toda no Sertão, que torceu de longe por seus representantes, com Afogados e Flamengo de Arcoverde conquistando a classificação nos estádios Ferreira Lima, em Timbaúba, e Gileno de Carli, no Cabo. Com a dupla classificação sertaneja, a região empata com o Grande Recife em número de participantes, o que não ocorria desde 2012. Substitui os agrestinos Porto e Pesqueira.

Número de clubes por mesorregião:
2017 – RMR 4, Sertão 4, Mata 2, Agreste 2
2016 – RMR 4, Agreste 4, Mata 2, Sertão 2
2015 – RMR 4, Agreste 4, Mata 2, Sertão 2
2014 – RMR 4, Agreste 4, Mata 2, Sertão 2
2013 – Agreste 5, RMR 3, Sertão 3, Mata 1
2012 – RMR 4, Agreste 4, Sertão 4, Mata 0
2011 – RMR 5, Agreste 3, Sertão 3, Mata 1
2010 – RMR 4, Agreste 4, Mata 2, Sertão 2
2009 – RMR 4, Agreste 4, Sertão 3, Mata 1
2008 – Agreste 5, RMR 3, Sertão 3, Mata 1

Os dois finalistas da Série A2 haviam empatado as semifinais em seus domínios, precisando vencer fora de casa. Numa chave que indicaria um participante inédito, Afogados e Timbaúba empataram outra vez em 1 x 1, com o acesso da Coruja arrancado nos pênaltis, 5 x 3. Em mais de um século de bola rolando, a cidade da medalhista olímpica Yane Marques, de 36 mil moradores, finalmente fará parte da 1ª divisão. Já na região metropolitana, a Cabense era a favorita, mas o Fla goleou por 4 x 1. O time, com escudo e uniformes diferentes hoje em dia, volta à elite após 18 anos! Agora, a despedida do futebol local em 2016 será com Afogados x Flamengo, valendo o título, em 18 de dezembro.

A distribuição dos participantes de 2017 por mesorregião:
Grande Recife (4) – 
América, Náutico, Santa Cruz e Sport
Zona da Mata (2) – Atlético (Carpina, a 45 km da capital) e Vitória (50 km)
Agreste (2) – Central (Caruaru, 130 km) e Belo Jardim (187 km)
Sertão (4) – Flamengo (Arcoverde, 256 km), Afogados da Ingazeira (386 km), Serra Talhada (415 km) e Salgueiro (518 km)

Participações (1915-2017):
103 – Santa Cruz (primeira em 1915)
102 – Náutico (1916)
101 – Sport (1916)
83 – América (1915)
54 – Central (1937)
11 – Salgueiro (2006)
6 – Acadêmica Vitória (2009) e Serra Talhada (2012)
5 – Belo Jardim (2007) e Flamengo (1994)
3 – Atlético Pernambucano (2015)
1 – Afogados (2017)

Confira a tabela da primeira fase do Campeonato Pernambucano clicando aqui.

Vinícius Eutrópio chega para a maior reformulação do Santa nos últimos anos

Vinícius Eutrópio. Crédito: Santa Cruz/site oficial

Martelotte, Milton Mendes, Doriva e Adriano. O instável comando técnico do Santa Cruz em 2016 terminou de forma interina. Num turbilhão administrativo, com atrasos salariais, o clube confirmou o novo nome, Vinícius Eutrópio.

Conforme informado pelo Superesportes, as referências foram dadas por Milton Mendes, que conquistou dois títulos no tricolor e acabou saindo por não conseguir fazer o time reagir no Brasileirão. Vinícius chega tendo como agenda inicial, em 2017, justamente os dois torneios, Estadual e Nordestão. Com o time pré-classificado às oitavas de final da Copa do Brasil, o calendário deve ser tranquilo até o fim de abril. Esse cenário com pressão reduzida será importante para a requalificação (técnica e financeira) do elenco, que parte sem peças importantes como Grafite, Keno, João Paulo e até o campeoníssimo goleiro Tiago Cardoso. Fora a urgente reconstrução da defesa, calo maior na Série A.

Aos 50 anos, o mineiro tornou-se treinador em 2009, após um longo período como auxiliar. Soma apenas um título na função, o campeonato catarinense de 2014, pelo Figueirense. No Arruda, com contrato de um ano, mais do que títulos no primeiro semestre, a cobrança será pelo retorno à elite nacional.

Competições oficiais do Santa Cruz em 2017:
Copa do Nordeste (a partir de 26/01)
Campeonato Pernambucano (29/01)
Copa do Brasil (26/04)
Série B (13/05)

As salas de imprensa dos clubes pernambucanos, nos estádios e CTs

Nas coletivas com jogadores, técnicos e dirigentes, a imagem é fechada no rosto do interlocutor, com um painel logo atrás, contendo o escudo do clube e seus patrocinadores. Ao redor, o ambiente específico para a imprensa esportiva, com a sala de entrevistas. Ampliando um pouco a imagem, é possível conferir a infraestrutura à disposição para a cobertura jornalística do futebol, com casos bem distintos. Aqui, exemplos das salas dos três grandes clubes do Recife e do Central de Caruaru, todas repaginadas e climatizadas. Mas, mesmo assim, com algumas pendências nas condições básicas para um nível profissional.

Confira também a estrutura das cabines destinadas à imprensa escrita no Arruda, na Ilha do Retiro e nos Aflitos clicando aqui.

Sport – Sala de Imprensa Carlos Percol (CT José de Andrade Médicis)
Demorou para sair, mais de dois anos pós-batismo. O Sport decidiu homenagear o jornalista e torcedor rubro-negro (no mesmo acidente aéreo de Eduardo Campos) em agosto de 2014. Só em dezembro de 2016 a sala ficou pronta, na montagem de dois containers ao lado do campo principal. Climatizado e com wi-fi, o local pode receber até oito jornalistas sentados, à parte das câmeras.

Sala de imprensa do CT do Sport, em Paratibe. Foto: João de Andrade Neto/DP

Náutico – Sala de Imprensa Rômulo Capela Pontes (CT Wilson Campos)
Nos Aflitos há uma sala de imprensa, hoje em desuso pela falta de jogos no estádio. Assim, a maioria das entrevistas do Alvirrubro ocorre na sala construída no CT, em janeiro de 2012, ao lado do campo principal. Lá, há um espaço para as câmeras de televisão, com sistema de iluminação especial. O clube, claro, também utiliza o centro de imprensa da Arena Pernambuco.

Sala de imprensa do CT do Náutico. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Santa Cruz – Sala de Imprensa Alexandre Severo (Arruda)
O Tricolor foi o primeiro a disponibilizar mesas para os repórteres, em maio de 2015. A estrutura é necessária, tamanha a quantidade de laptops nas coberturas. Todas as mesas têm saída de energia para os equipamentos. Contudo, não há sistema de áudio na mesa do entrevistado – ruim para a gravação nas rádios e tevês. A sala fica embaixo das cadeiras do Mundão.

Sala de imprensa do Arruda. Foto: Yuri de Lira/DP/D.A Press

Sport – Sala de Imprensa Haroldo Praça (Ilha do Retiro)
Inaugurada em novembro de 2001, a sala é a única entre os clubes locais a possuir um painel digital para expor os patrocinadores (desde novembro de 2012), em vez de um banner na parede. Porém, o espaço, localizado embaixo da geral do placar, é apertado para o trabalho da imprensa, sobretudo a escrita. Também não há nivelamento para as câmeras de televisão.

Sala de imprensa da Ilha do Retiro. Foto: Ricardo Luís (twitter.com/ricardoreporter)

Central – Sala de imprensa Severino de Souza Pepeu (Lacerdão)
Mesmo num tamanho reduzido em relação ao trio da capital, a sala do estádio alvinegro segue o padrão dos principais clubes, de forma customizada, com telão para os patrocinadores, espaço exclusivo para radialistas e painel sobre o clube (uma foto ampla do estádio). O espaço, inaugurado em agosto de 2011, ocupa uma das salas embaixo do tobogã do estádio Luiz Lacerda.

Sala de imprensa do Lacerdão, em Caruaru. Foto: Central/divulgação

As melhores campanhas do Nordeste no Campeonato Brasileiro, de 1959 a 2016

De 1959 a 2016 foram realizadas 60 edições do Campeonato Brasileiro, considerando a unificação oficializada pela CBF. Na conta, a Série A (1971-2016), a Taça Brasil (1959-1968) e o Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967-1970), com formatos bem distintos. Em termos de competitividade, a participação nordestina variou bastante, com números consistentes na primeira década. Ao todo, 15 clubes da região já terminaram ao menos uma vez entre os 10 primeiros colocados – apenas o Rio Grande Norte não emplacou uma classificação do tipo. Foram 68 campanhas neste contexto, sendo que em 19 delas os times chegaram à semifinal. No auge, três títulos e seis vices.

Abaixo, o blog fez uma compilação dos 20 melhores nordestinos (quando possível) em cada recorte do Brasileirão, tanto em campanhas finais quanto em pontos acumulados. Neste caso, para uniformizar o ranking histórico, a vitória valeu três pontos em todos os jogos (oficialmente, no país, começou em 1995).

Os clubes do Nordeste com as melhores pontuações no Campeonato Brasileiro na era unificada (1959-2016). Arte: Cassio Zirpoli/DP

A unificação ocorreu em 2010, com o Bahia tornando-se, de fato e de direito, bicampeão brasileiro. O tricolor soteropolitano ainda foi vice outras duas vezes (diante do Santos), com os melhores resultados da região. Entretanto, somando todas as campanhas Top Ten, segue com uma campanha a menos que o Sport, que emplacou a 14ª em 2015, ao terminar a Série A em 6º lugar. Dominando o cenário pernambucano na década de 1960, o Náutico somou mais seis campanhas (incluindo cinco no G4!), subindo para o 4º lugar geral. Justamente por ter disputar apenas uma vez a Taça Brasil, o Santa acabou figurando em 6º, mesmo tendo resultados melhores que os cearenses na Série A.

As 68 campanhas entre os 10 primeiros colocados (era unidicada):
1º) Sport (14) – 1º (87), 4º (62), 5º (59/63/85/00), 6º (15), 7º (88/98), 8º (78/83), 9º (82) e 10º (81/96)
2º) Bahia (13) – 1º (59/88), 2º (61/63), 4º (90), 5º (60/68/86), 7º (78/94), 8º (76/01) e 10º (62)
3º) Vitória (11) – 2º (93), 3º (99), 5º (13) 7º (66), 8º (65/74/79), 9º (97) e 10º (73/02/08)
4º) Náutico (7) – 2º (67), 3º (65/66), 4º (61/68), 6º (84) e 7º (64)
5º) Ceará (5) – 3º (64), 7º (59/62/85) e 8º (63)
6º) Fortaleza (4) – 2º (60/68), 6º (61/65)
6º) Santa Cruz (4) – 4º (60/75), 5º (78) e 10º (77)
8º) Campinense (2) – 5º (62), 10º (61)
8º) Moto Club (2) – 8º (68), 9º (60)
10º) Fluminense de Feira (1) – 6º (64)
10º) América-CE (1) – 7º (67)
10º) Treze (1) – 8º (67)
10º) Confiança (1) – 9º (64)
10º) Capelense (1) – 10º (60)
10º) Piauí (1) – 10º (68)

Os clubes do Nordeste com as melhores pontuações no Campeonato Brasileiro (1971-2016). Arte: Cassio Zirpoli/DP

O Campeonato Brasileiro, com esta alcunha, foi iniciado em 1971, com 20 clubes, incluindo Sport e Santa. Foram 32 regulamentos diferentes até 2003, quando foi implantado o sistema de pontos corridos. No fim dos anos 1980, Recife e Salvador levaram a “taça das bolinhas”, o troféu mais conhecido, com o Sport em 1987 e o Bahia em 1988. Vitória, vice em 1993, e Santa, semifinalista em 1975, também conseguiram grandes resultados. Desde 1988 há acesso e descenso, período no qual apenas oito times conseguiram disputar a elite (Náutico, Santa, Sport, Bahia, Vitória, Ceará, Fortaleza e América de Natal).

As 32 campanhas entre os 10 primeiros colocados (Série A):
1º) Sport (11) – 1º (87), 5º (85/00), 6º (15), 7º (88/98), 8º (78/83), 9º (82) e 10º (81/96)
2º) Vitória (9) – 2º (93), 3º (99), 5º (13) 8º (74/79), 9º (97) e 10º (73/02/08)
3º) Bahia (7) – 1º (88), 4º (90), 5º (86), 7º (78/94) e 8º (76/01)
4º) Santa Cruz (3) – 4º (75), 5º (78) e 10º (77)
5º) Náutico (1) – 6º (84)
5º) Ceará (1) – 7º (85)

Os clubes do Nordeste com as melhores pontuações na Taça Brasil(1959-1968). Arte: Cassio Zirpoli/DP

A Taça Brasil foi a competição criada em 1959 pela CBD (precursora da CBF) para designar o campeão nacional e o representante do país na recém-criada Libertadores. O mata-mata, bem semelhante à Copa do Brasil,  contava com os campeões estaduais. A particularidade era a pré-classificação de estaduais bem conceituados. O campeão pernambucano, por exemplo, estreou na semifinal algumas vezes, a primeira delas em 1960, com o Santa. Por sinal, mesmo tendo apenas um ponto no ranking geral, o tricolor tem uma 4ª colocação no torneio. O melhor desempenho (pontos e campanhas) foi do Bahia, o pioneiro campeão. Fortaleza (2x) e Náutico (1x) também chegaram à final, com o vice. A Taça Brasil foi extinta em 1968, quando já era realizada paralelamente ao Robertão.

As 36 campanhas entre os 10 primeiros colocados (Taça Brasil):
1º) Bahia (6) – 1º (59), 2º (61/63), 5º (60/68), 10º (62)
1º) Náutico (6) – 2º (67), 3º (65/66), 4º (61/68), 7º (64)
3º) Fortaleza (4) – 2º (60/68), 6º (61/65)
3º) Ceará (4) – 3º (64), 7º (59/62), 8º (63)
5º) Sport (3) – 4º (62), 5º (59/63)
6º) Campinense (2) – 5º (62), 10º (61)
6º) Vitória (2) – 7º (66), 8º (65)
6º) Moto Club (2) – 8º (68), 9º (60)
9º) Santa Cruz (1) – 4º (60)
9º) Fluminense de Feira (1) – 6º (64)
9º) América-CE (1) – 7º (67)
9º) Treze (1) – 8º (67)
9º) Confiança (1) – 9º (64)
9º) Capelense (1) – 10º (60)
9º) Piauí (1) – 10º (68)

Os clubes do Nordeste com as melhores pontuações no Robertão (1967-1970). Arte: Cassio Zirpoli/DP

Apelidado de Robertão, o Torneio Roberto Gomes Pedrosa foi uma ampliação do Rio-São Paulo. Inicialmente, em 1967, foram convidados clubes do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais. Pernambucanos e baianos foram chamados na 2ª edição. O Bahia representou o seu estado três vezes, com o Náutico presente em 1968, no ano do hexa, e o Santa em 1969 e 1970, no início de sua fase áurea. Foi o único Nacional sem campanhas de destaque do Nordeste.

A melhor colocação nordestina (Robertão):
Bahia (2) – 11º (69/70)

Os clubes do Nordeste com as melhores pontuações na era dos pontos corridos no Campeonato Brasileiro (2003-2016). Arte: Cassio Zirpoli/DP

A era dos pontos corridos no Brasileiro foi iniciada em 2003. Não se trata de um campeonato à parte, mas de um formato mais duradouro na Série A, justamente com os piores desempenhos da região, com apenas oito representantes no período – todos com rebaixamentos. Em 14 edições, até 2016, a melhor campanha foi do Vitória, 5º lugar. Nenhuma vaga na Libertadores foi alcançada.

As 3 campanhas entre os 10 primeiros colocados (pontos corridos):
1º) Vitória (2) – 5º (13) e 10º (08)
2º) Sport (1) – 6º (15)

Transfermarkt avalia elencos de Náutico, Santa Cruz e Sport após temporada 2016

Os valores dos elencos das Séries A e B de 2016 após o fim da competição. Crédito: Transfermarkt

Como ocorreu na temporada anterior, o blog traz a avaliação do Transfermarkt após a conclusão das duas principais divisões do Campeonato Brasileiro. Os 40 elencos finalização a edição de 2016 valendo 1,058 bilhão de euros, segundo a moeda utilizada nos levantamentos do site alemão, especializado em direitos econômicos no futebol desde 2000. A grande mudança em relação ao início do campeonato foi, sem dúvida alguma, na Chapecoense, vítima de uma tragédia.

Com o acidente aéreo na Colômbia, com 71 mortos, incluindo 19 jogadores, o time catarinense acabou listando apenas 15 atletas (entre reservas e juniores), com € 7,65 mi. Há sete meses a projeção era de 21,2 milhões. Campeão da Série A, o Palmeiras viu o seu plantel valorizar de 72 mi para 80 milhões de euros, com o São Paulo, líder em maio, antes de o campeonato começar, despencando de 78 mi para 68 mi. O cálculo sobre os direitos econômicos de cada atleta é feito a partir do nível técnico, posição, idade e rendimento recente.

Entre os pernambucanos, algumas projeções polêmicas. O Santa Cruz, apesar do descenso, acabou tendo uma esperada valorização do elenco justamente por causa da presença (lastro) na elite – o acesso já havia evoluindo o dado em 92%! Ainda assim, é questionável o aumento estimado a Keno, bem abaixo do mercado (de fato). Passou de 500 mil para 750 mil euros, ficando abaixo de Mazinho (!). No caso do Sport, o valor foi quase o mesmo, mas o clube viu a desvalorização, segundo o Transfermarkt, de seus jogadores mais valorizados: Diego Souza (-500 mil, mesmo sendo artilheiro), Rithely (-500 mil) e Renê (-500 mil). Enquanto isso, na Série B, o Náutico começou e encerrou com o 6º elenco. Porém, chama a atenção o dado de Roni. Apontado como principal nome alvirrubro na campanha, o atacante é apenas o 10º mais caro do clube.

Variação dos pernambucanos, antes da 1ª rodada e após a 38ª rodada:
Sport – de 33,8 mi para 33,7 milhões (-100 mil)
Santa – de 12,05 mi para 18,4 milhões (+6,35 milhões)
Náutico – de 10,95 mi para 11,48 milhões (+530 mil)

Os 10 atletas mais valorizados nos clubes em 13 de dezembro de 2016 (em euros):

Sport (elenco com 33 jogadores: € 33,7 milhões)
1º) 5 milhões – Diego Souza (meia)
2º) 3,5 milhões – Rithely (volante)
3º) 2,5 milhões – Renê (lateral-esquerdo)
4º) 2,0 milhões – Apodi (lateral-direito)
5º) 1,6 milhão – Agenor (goleiro)
6º) 1,5 milhão – Rogério (atacante)
6º) 1,5 milhão – Samuel Xavier (lateral-direito)
8º) 1,25 milhão – Gabriel Xavier (meia)
8º) 1,25 milhão – Everton Felipe (atacante)
10º) 1,15 milhão – Paulo Roberto (volante) 

Santa Cruz (elenco com 36 jogadores: € 18,4 milhões)
1º) 3 milhões – Pisano (meia)
2º) 800 mil – Mazinho (meia)
3º) 750 mil – Tiago Cardoso (goleiro)
3º) 750 mil – Grafite (atacante)
3º) 750 mil – Keno
3º) 750 mil – Danny Morais (zagueiro)
3º) 750 mil – João Paulo (meia)
3º) 750 mil – Jádson (volante)
3º) 750 mil – Arthur (atacante)
3º) 750 mil – Uillian Correia (volante)
3º) 750 mil – Marion (meia)
3º) 750 mil – Mario Sérgio (lateral-direito)
3º) 750 mil – Wellington (volante) 

Náutico (elenco com 30 jogadores: € 11,48 milhões)
1º) 1,5 milhão – Vinícius (meia)
2º) 1,4 milhão – Léo Pereira (zagueiro)
3º) 1,35 milhão – Renan Oliveira (meia)
4º) 750 mil – João Ananias (volante)
4º) 750 mil – Rodrigo Souza (volante)
6º) 600 mil – Gastón Filgueira (lateral-esquerdo)
6º) 600 mil – Rafael Pereira (zagueiro)
8º) 550 mil – Júlio César (goleiro)
9º) 450 mil – Bérgson (atacante)
10º) 400 mil – Daniel Morais (atacante)
10º) 400 mil – Roni (atacante)

Os 20 jogadores mais caros inscritos no Brasileiro, todos na Série A:

Os 20 jogadores mais valiosos ao fim da Série A de 2016. Crédito: Transfermarkt

O preço de cada ponto somado no Campeonato Brasileiro de 2016

A relação cota de TV x pontuação na Série A de 2016. Arte: Tiago Nunes (twitter.com/TiagoJNunes)

A milionária diferença entre as receitas de televisão no Campeonato Brasileiro, com sete subdivisões de cotas fixas, vem afunilando a disputa pelas primeiras colocações. Quase sempre, o maior investimento obtém resultados satisfatórios. Quase, pois o Inter foi rebaixado pela primeira vez em sua história, mesmo com a 6ª maior cota de TV. E a relação dinheiro/ponto expõe o clube, com R$ 1,4 milhão (sem contar o PPV!) a cada pontinho somado na tabela. A interessante análise (e gráficos) sobre a eficiência de gasto foi feita por Tiago Nunes, calculando todas as cotas (fixas) de acordo com a classificação final da Série A. Não se trata de um quadro conclusivo, mas de um dado a mais para o debate.

Este ano, o Palmeiras ganhou o campeonato de forma incontestável, com nove pontos à frente do vice-campeão, o Santos. Ficou a um ponto do recorde nos pontos corridos, estabelecido pelo rival Corinthians, há um ano. Apesar disso, em termos de “administração”, o alviverde foi apenas o 16º. A Ponte, que terminou em 8º lugar, está no topo da lista, com 433 mil reais a cada ponto. Por sinal, a Macaca já havia liderado o levantamento em 2015, na ocasião com média ainda menor, de R$ 352 mil. A diferença foi o aumento da verba aos não-cotistas da tevê, passando de R$ 18 mi para R$ 23 milhões.

No fim da lista, o Corinthians, que gastou sete vezes mais que a Macaca para cada ponto, ficando apenas uma colocação à frente, com ambos indo à Sula. 

1º) Ponte Preta – R$ 433 mil/ponto (R$ 23 milhões de cota e 53 pontos)
2º) Chapecoense – R$ 442 mil/ponto (R$ 23 mi e 52 pts)
3º) Figueirense – R$ 621 mil/ponto (R$ 23 mi e 37 pts)
4º) Atlético-PR – R$ 614 mil/ponto (R$ 35 mi e 57 pts)
5º) Santa Cruz – R$ 741 mil (R$ 23 mi e 31 pts)
6º) Sport – R$ 744 mil/ponto (R$ 35 mi e 47 pts)
7º) Coritiba – R$ 760 mil/ponto (R$ 35 mi e 46 pts)
8º) Vitória – R$ 777 mil/ponto (R$ 35 mi e 45 pts)
9º) América – R$ 821 mil/pontos (R$ 23 mi e 28 pts)
10º) Atlético-MG – R$ 967 mil/ponto (R$ 60 mi e 62 pts)
11º) Botafogo – R$ 1,02 milhão/ponto (R$ 40 mi e 59 pts)
12º) Santos – R$ 1,13 milhão ponto (R$ 80 mi e 71 pts)
12º) Grêmio – R$ 1,13 milhão/ponto (R$ 60 mi e 53 pts)
14º) Cruzeiro – R$ 1,18 milhão/ponto (R$ 60 mi e 51 pts)
15º) Fluminense – R$ 1,20 milhão/ponto (R$ 60 mi e 50 pts)
16º) Palmeiras – R$ 1,25 milhão/ponto (R$ 100 mi e 80 pts)
17º) Internacional – R$ 1,40 milhão/ponto (R$ 60 mi e 43 pts)
18º) São Paulo – R$ 2,12 milhões/ponto (R$ 110 mi e 52 pts)
19º) Flamengo – R$ 2,39 milhões/ponto (R$ 170 mi e 71 pts)
20º) Corinthians – R$ 3,09 milhões/ponto (R$ 170 mi e 55 pts) 

Obs. Grêmio e Chape se classificaram à Liberta via Copa do Brasil e Sula.

Confira os dois gráficos em uma resolução maior clicando aqui e aqui.

A relação cota de TV x pontuação na Série A de 2016. Arte: Tiago Nunes (twitter.com/TiagoJNunes)

Os bastidores da permanência do Sport

vitória do Sport sobre o Figueirense, diante de 25 mil pessoas na Ilha do Retiro, manteve o clube na Série A pela quarta temporada seguida, o que não acontecia desde a série encerrada em 2001 – quando passou onze anos a elite.

Como em suas principais vitórias neste complicado ano para o clube, o Leão produziu um vídeo de 10 minutos, via Lucas Fitipaldi, com imagens exclusivas dos bastidores do último jogo em 2016. Uma partida nervosa, na qual um tropeço poderia ter sido fatal. Terminou com festa e alívio para 2017. Assista.

Com 30 jogos de clubes em 2016, Arena Pernambuco registra 17% de ocupação

Arena Pernambuco. Crédito: Odebrecht/divulgação

A quarta temporada da Arena Pernambuco marcou a transição da operação, com o fim da parceria público-privada junto à Odebrecht, em rescisão tomada pelo governo. Agora, o empreendimento vem sendo administrado pela Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer de Pernambuco (que organizou 20 dos 32 jogos em 2016), até que uma nova licitação seja realizada. Além disso, o ano também fica marcado pelos piores números do estádio, considerando os jogos oficiais do Trio de Ferro – como o blog apura desde a sua abertura, em 2013.

Baixa tanto em público quanto em bilheteria bruta. Neste caso, parece ter sido determinante a suspensão do programa Todos com a Nota, que subsidiava milhares de ingressos nos jogos com mando de campo de Náutico, Santa Cruz e Sport. Não por acaso, o número de jogos na arena caiu, com 11 partidas a menos – com forte ausência leonina, reduzindo de 10 para 3 apresentações. No total, foram 192 mil torcedores a menos nas cadeiras vermelhas do estádio, resultando numa taxa de ocupação foi de 17,7%, com média de 8 mil pessoas. Até então, nunca havia ficado abaixo de 20% e de 10 mil, respectivamente. Já em termos de arrecadação, o baque foi R$ 6,2 milhões em relação a 2015.

Como contraponto ao quadro desidratado, a primeira partida da Seleção Brasileira em São Lourenço estabeleceu um recorde duplo. O empate em 2 x 2 com o Uruguai foi assistido in loco por 45.010 torcedores (a capacidade máxima é de 46.214), com uma renda de R$ 4.961.890. Trata-e da maior bilheteria da história do futebol local, levando em conta os dados conhecidos – a Fifa não divulgou as bilheterias da Copa do Mundo e da Copa das Confederações.

Mesmo com o jogo das Eliminatórias da Copa 2018, o saldo do ano não deve ser bom no próximo relatório a financeiro, a ser divulgado em 2017. Lembrando que já são três anos seguidos com saldo negativo no balanço oficial: R$ 29,7 milhões em 2013, R$ 24,4 milhões em 2014 e R$ 19,0 milhões em 2015. Ao todo, R$ 73 milhões de déficit operacional do estádio, que ainda segue buscando o seu espaço entre tricolores e rubro-negros, essenciais para o negócio

Confira abaixo os quadros separados por cada clube e período.

Neste ano, a Arena Pernambuco registrou a pior média de público, pior taxa de ocupação, pior arrecadação, pior média de renda e pior tíquete médio. Apenas dois dados escaparam: número de jogos e público absoluto.

Balanço de público e renda do Trio de Ferro mandando seus jogos na Arena Pernambuco, de 2013 a 2016. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Após a baixa em 2015, o Náutico melhorou um pouco os seus dados. Para isso, contou a flexibilização no preço dos ingressos – após a saída da Odebrecht. Com setores promocionais, chegou a registrar três jogos com 25 mil torcedores, no embalo da campanha de recuperação, que quase culminou com acesso.

Balanço de público e renda do Náutico mandando seus jogos na Arena Pernambuco, de 2013 a 2016. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Após mandar dez jogos em 2015, com rendas milionárias, o Sport atuou apenas três vezes em 2016. A primeira delas, contra o Flamengo teve uma renda de R$ 802 mil, a maior do ano entre clubes na arena. Por outro lado, disputou lá o seu primeiro Clássico das Multidões como mandante com apenas 6.570 pessoas.

Balanço de público e renda do Sport mandando seus jogos na Arena Pernambuco, de 2013 a 2016. Arte: Cassio Zirpoli/DP

O Santa Cruz segue como o grande clube pernambucano mais distante da arena. Foram apenas duas partidas, o mesmo dado de 2015. Mas o público presente foi menor, com 11.490 de diferença. Em seu primeiro Clássico das Multidões como mandante lá, pela Copa Sul-Americana, apenas 5.517 pessoas.

Balanço de público e renda do Santa Cruz mandando seus jogos na Arena Pernambuco, de 2013 a 2016. Arte: Cassio Zirpoli/DP

A quantidade jogos abaixo considera apenas os mandos do Trio de Ferro. Vale destacar que em 2013 houve o clássico carioca entre Botafogo e Fluminense, com 9.669 pessoas e R$ 368 mil de renda. Já em 2015 houve um jogo de portões fechados na Ilha, não computado. Em 2016, o América jogou na Ilha (2x) e no Arruda (1x), partidas também não consideradas no levantamento.

Número de jogos do Trio de Ferro no Recife. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Relembre os balanços anteriores: 20132014 e 2015.

Ranking da CBF em 2016 com Sport (17º), Santa Cruz (26º) e Náutico (29º)

Ranking de Clubes da CBF - dezembro/2016

A CBF atualizou o ranking oficial de clubes após a realização de todas as competições nacionais em 2016, com o Grêmio retomando a liderança. O tricolor gaúcho, que já havia ficado em primeiro em 2013, é o primeiro clube a liderar em duas temporadas o modelo atual do ranking, implantado há cinco anos. Para desbancar o Corinthians, claro, pesou o inédito penta na Copa do Brasil.

Líderes do ranking
2016 – 15.038 pontos (Grêmio)
2015 – 14.664 pontos (Corinthians)
2014 – 15.328 pontos (Cruzeiro)
2013 – 15.286 pontos (Grêmio)
2012 – 16.208 pontos (Fluminense)

Lembrando que, para esta tabulação oficial, a entidade que comanda o futebol do país adiciona pontos apenas em seus torneios, com as Séries A, B, C e D e a Copa do Brasil. Nada estaduais ou torneios internacionais. Se leva em conta o desempenho (classificação final) nos últimos cinco anos, com pesos diferentes, dando vantagem aos anos mais recentes (veja o sistema aqui).

Com a 14ª colocação obtida no último instante da Série A, o Sport chegou ao 17º lugar do ranking, a sua melhor posição. Com isso, assumiu pela primeira vez, neste formato, a liderança no Nordeste, ultrapassando o Bahia, líder nos últimos dois anos. Não por coincidência, o rubro-negro pernambucano pontuou duas vezes na elite, com o tricolor baiano disputando a segundona. Ainda no Trio de Ferro, outra reviravolta. Apesar do descenso, a pontuação na elite (pela primeira vez) alavancou o Santa, que subiu nove posições, ficando em 26º lugar. A posição, a melhor do clube, o colocou pela primeira vez à frente do Náutico.

Outros sete clubes pernambucanos estão presentes: Salgueiro (49º,  2.461 pts), Central (85º, 789 pts), Serra Talhada (113º, 459 pts), América (148º, 255 pts), Porto (180º, 171 pts), Ypiranga (182º, 153 pts) e Petrolina (211º,  51 pts). Ao todo, 234 clubes estão listados pelo departamento de competições da CBF.

Rankings anteriores: 201520142013 e 2012.

Sport
2016 – 17º (8.019)
2015 – 19º (7.928)
2014 – 20º (6.970)
2013 – 24º (6.740)
2012 – 19º (8.284)

Náutico
2016 – 29º (5.401)
2015 – 25º (6.139)
2014 – 26º (6.470)
2013 – 21º (7.557)
2012 – 22º (8.036)

Santa Cruz
2016 – 26º (5.730)
2015 – 35º (4.310)
2014 – 36º (3.930)
2013 – 45º (3.091)
2012 – 48º (2.704) 

Abaixo, o gráfico com a evolução das colocações dos sete maiores clubes nordestinos, sendo 3 do Recife, 2 de Salvador e 2 de Fortaleza. Divisões nos âmbitos nacional e regional.

Podcast – Entrevistas com os candidatos a presidente do Sport no biênio 2017-2018

Chapas do Sport para a eleição 2017/2018

Os sócios do Sport vão escolher o presidente do clube para o biênio 2017-2018 no dia 16 de dezembro. A tendência é de até quatro mil eleitores na Ilha, numa marca recorde. Com o pleito rubro-negro formado por duas candidaturas antagônicas em termos de gestão, mas repletas de dirigentes com serviços prestados, o 45 minutos ouviu os dois presidenciáveis. Entrevistas num tom franco, com detalhes sobre a formação do futuro departamento de futebol, gasto, perfil técnico e financeiro de jogadores, novo treinador, prioridades entre torneios, controle de dívidas, requalificação estrutural e arestas políticas dentro das correntes. Haja assunto, num tira-teima para o sócio ainda indeciso acerca dos próximos anos, nos quais o Leão terá uma receita de R$ 200 milhões. Ouça!

Saiba mais sobre as duas candidaturas clicando aqui.

Chapa 1 (Avança Sport, com Arnaldo Barros)

Chapa 2 (Por um Sport campeão, com Wanderson Lacerda)