G7 do Nordeste, uma realidade política, econômica e esportiva. Já a caminho

Bahia, Vitória, Náutico, Santa, Sport, Ceará e Fortaleza, o G7 do Nordeste. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Quais são os maiores clubes do Nordeste? Para responder a pergunta é preciso definir um recorte, naturalmente. Vamos lá, enumere sete. Para o tal G7 algum time tomaria o lugar na lista acima? Bahia e Vitória, Náutico, Santa Cruz e Sport, Ceará e Fortaleza. Os clubes mais populares da região, representantes dos três maiores centros de futebol, Salvador, Recife e Fortaleza. Donos de 11 dos 13 títulos regionais e com os melhores resultados nacionais, com histórico de disputa de títulos e eventuais conquistas. A tudo isso, considere também as maiores receitas, com o maior potencial de investimento técnico. Em 2015, os sete balanços somaram uma receita operacional de R$ 311 milhões.

R$ 89.330.000 – Bahia
R$ 87.649.465 – Sport
R$ 52.280.000 – Vitória
R$ 29.590.400 – Ceará
R$ 19.281.315 – Fortaleza
R$ 18.414.086 – Náutico
R$ 15.110.061 – Santa Cruz

Demorou, mas os dirigentes dos sete times se reuniram para uma demanda em bloco, fazendo valer a força de um nicho superior a 13 milhões de torcedores, segundo pesquisa do Ibope de 2014. Em um hotel no Recife, sem alarde, ocorreu um encontro com Arnaldo Barros (vice do Sport), Constantino Júnior (vice do Santa), Kleber Medeiros (vice de marketing do Náutico), Marcelo Sant’Ana (presidente do Bahia), Manoel Matos (vice do Vitória), Evandro Leitão (ex-presidente do Ceará) e Ênio Mourão (vice do Fortaleza).

A reunião não definiu um grupo à parte, como o Clube dos 13, com os times ainda representados pela Liga do Nordeste. O objetivo era propor. Conforme já comentado na imprensa, ocorreu uma articulação para reformular a Copa do Nordeste a partir de 2018. Vários modelos foram especulados, um deles considerando até uma segunda divisão. Ao podcast 45 minutos, Tininho comentou sobre o formato analisado, reforçando a ideia de expansão divisional:

Como é o Nordestão
20 clubes, com cinco grupos de quatro, quartas, semi e final (12 datas)

Como quer o G7
12 clubes, com turno único, semifinal e final (15 datas)

Nota-se um grupo formado por sete clubes querendo enxugar a competição para doze participantes. Logo, apenas cinco vagas ficariam “abertas” aos demais times da região. Ao menos numa primeira edição, composta através de um ranking histórico. Depois, normalizando, teria acesso e descenso anualmente.

O próprio grupo entende que a proposta, repassada à liga, pode ser rechaçada pela CBF, mas já aguarda a contraproposta para firmar uma composição. Questionado se essa postura, a la G12, não daria uma cara de “Copa União”, o dirigente reconheceu a semelhança, mas tratou de indicar a convergência para um critério técnico. O qual poderá englobar os sete maiores times nordestinos…

Milton Mendes e Oswaldo Oliveira viram as chaves de Santa e Sport na Série A

Encontro dos técnicos da Série A 2016, na sede da CBF. Imagem: CBF/Youtube (reprodução)

Menos de 24 horas após a decisão estadual, os técnicos de Santa e Sport já estavam reunidos no Rio, na sede da CBF. Milton Mendes e Oswaldo de Oliveira chegaram juntos ao 2º Encontro de Técnicos da Série A, com a presença da maioria dos participantes de 2016, como Muricy Ramalho (Fla), Levir Culpi (Flu), Tite (Corinthians), Dorival Júnior (Santos) e Eduardo Baptista (Ponte).

Além do debate sobre novas práticas, táticas e demandas dos treinadores, o encontro serve também para “virar a chave” dos torneios estaduais. Campeão nordestino e pernambucano, recuperando o tricolor nas duas frentes, Milton tem, agora, o seu maior desafio no clube, com o piso das cotas de tevê em um torneio longo, muito mais técnico. Deve ter até oito reforços, incluindo um de peso, bancado pelo patrocinador. Quanto a Oswaldo, que comandou rubro-negro apenas na decisão local, o trabalho vai na remontagem do time, após o caminhão de contratações infundadas em janeiro. A seu favor, poderá contar com Diego Souza, que voltou após o prazo de inscrições do estadual.

Lá na confederação, uma reunião aberta aos vinte da elite e aos quatro últimos rebaixados. Como na primeira edição, que resultou na padronização dos campos (105m x 68m), o dia contou com mesas redondas e palestras, uma delas proferida por Dunga. Até aí, ok. Contudo, com a rápida rotatividade da função, vale registrar a reunião e compará-la ao desfecho do Brasileirão. 

De preferência, com Milton e Oswaldo cumprindo seus objetivos…

Encontro dos técnicos da Série A 2016, na sede da CBF. Foto: CBF/twitter

Santa Cruz lidera o público do Estadual em 2016, a sétima vez em oito anos

Pernambucano 2016, semifinal: Santa Cruz 3x1 Náutico. Foto: Yuri de Lira/DP

No mata-mata, na hora que importa, o Santa Cruz levou 70.162 torcedores ao Arruda, nos clássicos contra Náutico e Sport. Superou de longe os 49.128 espectadores registrados no borderô nos cinco jogos disputados no hexagonal do Estadual de 2016, também com clássico contra alvirrubros e rubro-negros. A multidão na reta final garantiu um cenário recorrente, com o tricolor liderando a média de público da competição. Foi a 7ª vez nos últimos 8 anos! Curiosamente, o Sport também levou mais gente no mata-mata, com dois jogos, do que na fase classificatória, com cinco apresentações: 44.192 x 39.498.

Uma diferença a favor do Rubro-negro, neste ano, foi a arrecadação como mandante, com R$ 1,57 milhão, liderando o quesito – um cenário incomum no futebol local, mas também registrado em 2014, quando o Náutico ficou em primeiro na bilheteria, mas não em torcida presente. Em relação ao Campeonato Pernambucano, a fase decisiva turbinou o índice da competição, que saiu de 2 mil para 3,4 mil espectadores, neste primeiro ano sem o subsídio estatal do Todos com a Nota, suspenso. Considerando outros fatores, como nível técnico e segurança, a média acabou sendo apior desde 2003, segundo os dados da FPF. O formato precisa mesmo ser repensado.

Os números de público e renda do campeonato pernambucano de 2016…

1º) Santa Cruz (7 jogos como mandante, no Arruda)
Público: 119.290 torcedores
Média de 17.041
Taxa de ocupação: 33,69%
Renda: R$ 1.564.455
Média de R$ 223.493
Presença contra intermediários (3 jogos): T: 20.741 / M: 6.913

2º) Sport (7 jogos como mandante, na Ilha do Retiro)
Público: 83.690 torcedores
Média de 11.955
Taxa de ocupação: 43,57%
Renda: R$ 1.572.833
Média: R$ 224.690
Presença contra intermediários (4 jogos): T: 27.094 M: 6.773

3º) Náutico (7 jogos como mandante, sendo 6 na Arena e 1 no Arruda)
Público: 43.497 torcedores
Média de 6.213
Taxa de ocupação: 13,35%
Renda: R$ 907.395
Média de R$ 129.627
Presença contra intermediários (4 jogos): T: 11.564 / M: 2.891

4º) Salgueiro (7 jogos como mandante, no Cornélio de Barros)
Público: 27.569 torcedores
Média de 3.938
Taxa de ocupação: 32,62%
Renda: R$ 105.844
Média: R$ 15.120

5º) Central (8 jogos como mandante, no Lacerdão)
Público: 17.729 torcedores
Média de 2.216
Taxa de ocupação: 11,08%
Renda: R$ 339.125
Média de R$ 42.390

6º) América (7 como mandante, sendo 3 no Ademir, 2 no Arruda e 2 na Ilha*)
Público: 7.236 torcedores
Média de 1.033
Taxa de ocupação: 3,73%
Renda: R$ 123.130
Média de R$ 17.590
* Ainda houve mais um jogo de portões fechados

Geral – 91 jogos (1ª fase, hexagonais do título e da permanência e mata-mata)*
Público total: 318.390
Média: 3.498 pessoas
Arrecadação: R$ 4.737.772
Média: R$ 52.063
* Foram realizadas 92 partidas, mas 1 jogo ocorreu de portões fechados.

Fase principal – 38 jogos (hexagonal do título e mata-mata)
Público total: 291.530
Média: 7.671 pessoas
Arrecadação: R$ 4.514.292
Média: R$ 118.797

Todas as voltas olímpicas no Campeonato Pernambucano, do British Club à Arena

Arruda, Ilha do Retiro, Aflitos e Arena Pernambuco. Fotos: Cassio Zirpoli/DP (Arruda e Aflitos), Sport (Ilha) e Ministério de Esporte (Arena)

Atualizado em 28 de março de 2018

Em mais de um século de história, nove estádios celebraram o campeão pernambucano. Do antigo campo do British Club, em 1915, num terreno hoje ocupado por parte do Museu do Estado, à Arena Pernambuco, construída para a Copa do Mundo e estruturada com o que há de mais moderno. Os sete campeões estaduais (Sport, Santa, Náutico, América, Torre, Tramways e Flamengo) revezaram inúmeros palcos.

Dentre as 104 edições, 34 foram marcadas com conquistas de forma direta, sem a necessidade de uma final, extra, playoff etc. Exatamente por este motivo, duas voltas olímpicas aconteceram no interior, em Caruaru e Petrolina, com rubro-negros e tricolores ganhando a taça de forma antecipada. Entretanto, o cenário mais comum é mesmo a realização de uma final, com 70 edições até hoje.

Abaixo, confira o rendimento de cada clube em cada estádio, tanto no cenário geral quanto num recorte apenas com as finais de campeonato.

Voltas olímpicas (104 campeonatos)

Ilha do Retiro (37)
Sport (21, com 56%) – 1942, 1943, 1948, 1956, 1958, 1961, 1962, 1981, 1988, 1991, 1992, 1994, 1996, 1998, 1999, 2000, 2003, 2006, 2007, 2008 e 2010
Santa Cruz (10, com 27%) – 1940, 1946, 1957, 1971, 1973, 1986, 1987, 2012, 2013 e 2016
Náutico (5, com 13%) – 1945, 1952, 1954, 1964 e 1965
América (1, com 2%) – 1944

Aflitos (21)
Náutico (8, com 38%) – 1950, 1951, 1960, 1963, 1966, 1967, 1968 e 1974
Sport (7, com 33%) – 1917, 1941, 1949, 1953, 1955, 1975 e 2009
Santa Cruz (5, com 23%) – 1947, 1959, 1969, 1972 e 1978
Torre (1, com 5%) – 1926

Arruda (18)
Santa Cruz (9, om 47%) – 1970, 1976, 1979, 1983, 1990, 1993, 1995, 2011 e 2015
Náutico (6, com 35%) – 1984, 1985, 1989, 2001, 2002 e 2004
Sport (3, com 17%) – 1977, 1980 e 1982

Jaqueira (13)
América (3, com 23%) – 1919, 1922 e 1927
Santa Cruz (3, com 23%) – 1931, 1933 e 1935
Sport (3, com 23%) – 1920, 1928 e 1938
Tramways (2, com 15%) – 1936 e 1937
Torre (1, com 7%) – 1929
Náutico (1, com 7%) – 1939

Avenida Malaquias (8)
Sport (3, com 37%) – 1923, 1924 e 1925
América (2, com 25%) – 1918 e 1921
Torre (1, com 12%) – 1930
Santa Cruz (1, com 12%) – 1932
Náutico (1, com 12%) – 1934

British Club (2)
Flamengo (1, com 50%) – 1915
Sport (1, com 50%) – 1916

Arena Pernambuco, São Lourenço (2)
Sport (1, com 100%) – 2014
A definir – 2018

Antônio Inácio, Caruaru (1)
Sport (1, com 100%) – 1997

Paulo Coelho, Petrolina (1)
Santa Cruz (1, com 100%) – 2005

Cornélio de Barros, Salgueiro (1)
Sport (1, com 100%) – 2017

Finais do Estadual (69 edições)

Ilha do Retiro (28)
Sport (15, com 53%) – 1948, 1961, 1962, 1981, 1988, 1991, 1992, 1994, 1996, 1998, 1999, 2000, 2003, 2006 e 2010
Santa Cruz (10, com 35%) – 1940, 1946, 1957, 1971, 1973, 1986, 1987, 2012, 2013 e 2016
Náutico (2, com 7%) – 1954 e 1965
América (1, com 3%) – 1944

Arruda (16)
Santa Cruz (8, com 50%) – 1970, 1976, 1983, 1990, 1993, 1995, 2011 e 2015
Náutico (6, com 37%) – 1984, 1985, 1989, 2001, 2002 e 2004
Sport (2, com 12%) – 1977 e 1980

Aflitos (15)
Náutico (7, com 46%) -1950, 1951, 1960, 1963, 1966, 1968 e 1974
Sport (5, com 33%) – 1917, 1949, 1953, 1955 e 1975
Santa Cruz (3, com 20%) – 1947, 1959, 1969

Jaqueira (3)
Santa Cruz (2, com 66%) – 1933 e 1935
Sport (1, com 33%) – 1920

Avenida Malaquias (3)
América (1, com 33%) – 1921
Santa Cruz (1, com 33%) – 1932
Náutico (1, com 33%) – 1934

British Club (2)
Flamengo (1, com 50%) – 1915
Sport (1, com 50%) – 1916

Arena Pernambuco (2)
Sport (1, com 100%) – 2014
A definir – 2018

Cornélio de Barros, Salgueiro (1)
Sport (1, com 100%) – 2017

Ranking pernambucano com 102 títulos, sendo 22 amadores e 80 profissionais

Campeões pernambucanos no amadorismos (1915/1936) e profissionalismo (1937/2016). Crédito: Pedrom/DP

Organizado ininterruptamente desde 1915, do amadorismo ao profissionalismo, o Campeonato Pernambucano chegou ao fim de sua 102ª edição. No ranking histórico, o Santa agora soma 29 títulos, vivendo a sua melhor sequência desde o pentacampeonato. Na nova rotina de voltas olímpicas, são cinco nos últimos seis anos. Agora está a onze títulos do Sport, o maior vencedor. Levando em conta apenas a era profissional, a partir de 1937, vantagem rubro-negra está é mais enxuta, de oito taças. Redução em ritmo acelerado.

Como curiosidade, o post traz a divisão de campeões em três vertentes. Sobre a transição dos períodos, basta notar que se neste ano o bicampeonato tricolor foi assistido in loco por 57 mil pessoas, somando Arruda e na Ilha. Enquanto isso, a primeira decisão do foottball não reuniu três mil pessoas, no antigo campo do British Club, na peleja entre Flamengo e Torre.

Além dos estádios, cifras também distintas. Em vez de salários acima de R$ 200 mil, no passado alguns jogadores até pagavam para atuar, como mensalidades de 10 mil réis. Foi assim até a 23ª edição, quando a Federação Pernambucana de Desportos (FPD), atual FPF, registrou o primeiro contrato profissional de um atleta no estado. O pioneiro foi o Central, trouxe o zagueiro Zago do Atlético-MG. Até ali, o esporte vivia um amadorismo camuflado, pois vários atletas atuavam em troca de empregos em empresas no Recife. Clubes como Sport, América e Tramways já haviam flertado com o profissionalismo.

Do football ao futebol a sede por novas conquistas se mantém…

Campeonato Pernambucano, 1915/2016 (102 edições)
40 – Sport (2014, o último título)
29 – Santa Cruz (2016)
21 – Náutico (2004)
6 – América (1944)
3 – Torre (1930)
2 – Tramways (1937)
1 – Flamengo (1915)

Era Amadora, 1915/1936 (22 edições)
7 – Sport (1928)
5 – América (1927)
4 – Santa Cruz (1935)
3 – Torre (1930)
1 – Flamengo (1915), 1 – Náutico (1934), 1 – Tramways (1936)

Era Profissional, 1937/2015 (80 edições)
33 – Sport (2014)
25 – Santa Cruz (2016)
20 – Náutico (2004)
1 – Tramways (1937), 1 – América (1944)

Santa Cruz segura o Sport e festeja o título na Ilha do Retiro pela 9ª vez

Pernambucano 2016, final: Sport 0x0 Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Festejos na Ilha do Retiro, mais uma vez. Pela 9ª vez na história, o Santa Cruz superou o Sport em uma decisão dentro da casa do rival, que só conseguiu comemorar em seu reduto em seis oportunidades. Após a vantagem obtida no Mundão, os corais, numa desgastante (e vitoriosa) sequência entre Nordestão e Pernambucano, jogaram com um empenho incrível, segurando o 0 x 0. Como aconteceu contra Ceará, Bahia, Náutico e Campinense, a festa foi longe de casa. O empate foi mais do que suficiente para garantir o bicampeonato estadual, sendo o quinto título em seis anos, o quarto em cima do rubro-negro, empatando, assim, a série de finais das multidões em 12 x 12.

Nesta década, o tricolor já não pode ser ultrapassado em títulos do futebol local, garantindo o domínio no período. Como nas finais de 2011, 2012 e 2013, o time teve muita personalidade na Ilha. Se desta vez não arrancou a vitória, como no tri, mostrou mais uma vez consistência defensiva, com muita organização. Teve apenas 35% de posse de bola, o que não foi surpresa, pois o estava armado por Milton Mendes – ainda invicto no comando do clube – para buscar contragolpes.

Pernambucano 2016, final: Sport 0x0 Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/DP

O Santa até teve chance para decidir, mas contou mesmo com o personagem de sempre, Tiago Cardoso. O goleiro é um monstro em finais, sobretudo contra o Sport, comemorando em grande estilo o aniversário de 32 anos. Quanto aos leoninos, reclamações de arbitragem à parte, o vice-campeonato fica marcado pela inoperância ofensiva do time (“destaque” para Vinícius Araújo). Em todo o mata-mata fez apenas um gol, no bambo, contra o Carcará. Diante do Santa, 180 minutos de pouquíssima criatividade, com as duas principais defesas do paredão coral ocorrendo em cabeçadas de gente da defesa, com Serginho no primeiro jogo e Henríquez no segundo. Sem ataque, sem glória.

Falando em ataque, ainda que tenha passado em branco no domingo, Grafite consolida o seu contrato de um ano com absolutamente todos os objetivos cumpridos em sua volta ao Arruda. Acesso à Série A, título inédito do Nordeste e taça na Ilha do Retiro. O Efeito Grafite foi mesmo devastador e será importante no decorrer da temporada. Até aqui, já inesquecível. Campeão nordestino e pernambucano em uma semana!? O Santa Cruz se impõe…

Pernambucano 2016, final: Sport 0x0 Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Trio de Ferro representando Pernambuco no Nordestão pela 7ª vez em 14 edições

Pernambuco na Copa do Nordeste. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Após um hiato de duas temporadas, o Trio de Ferro está reunido novamente na Copa do Nordeste. Pela 7ª vez em 14 edições, Náutico, Santa Cruz e Sport representarão o estado. Para 2017, tricolores e rubro-negros já haviam garantido presença ao avançar à decisão estadual. No duelo pela terceira colocação, cuja única razão de existir é a vaga regional, o Timbu superou o Carcará.

Das treze edições anteriores, Pernambuco teve três representantes em nove temporadas, nem sempre com os grandes, com o valente Salgueiro obtendo três participações. Em 33 participações, até hoje, o futebol pernambucano detém quatro títulos, sendo três com o Sport e um com o Santa Cruz, o atual campeão. O pior momento do estado, para fins estatísticos, foi em 2003, quando os times locais declinaram da competição, esvaziada devido à briga entre CBF e Liga Nordeste, que só acabaria uma década depois, num acordo milionário com a volta da Lampions League ao calendário oficial da entidade.

Ainda não há premiação definida, mas o título de 2017 deverá, no mínimo, repetir a cota de R$ 2,3 milhões da última edição. Quanto à vaga na Copa Sul-Americana, passará a classificar para a temporada seguinte. No caso, 2018

Representantes locais na Lampions
1994 – Sport (1º), Santa Cruz (7º) e Náutico (12º)

1997 – Sport (3º), Náutico (6º) e Santa Cruz (8º)
1998 – Santa Cruz (5º), Sport (9º) e Náutico (15º)
1999 – Sport (3º) e Porto (10º)
2000 – Sport (1º) e Santa Cruz (10º)
2001 – Sport (2º), Náutico (3º) e Santa Cruz (5º)
2002 – Náutico (3º) e Santa Cruz (4º) e Sport (10º)
2003 – Nenhum
2010 – Santa Cruz (8º) e Náutico (10º)
2013 – Santa Cruz (6º), Sport (7º) e Salgueiro (13º)
2014 – Sport (1º), Santa Cruz (4º) e Náutico (11º)
2015 – Sport (4º), Salgueiro (7º) e Náutico (9º)
2016 – Santa Cruz (1º), Sport (4º) e Salgueiro (6º)
2017 – Náutico, Santa Cruz e Sport

Número de participações 
12 – Sport
11 – Santa Cruz
9 – Náutico
3 – Salgueiro
1 – Porto

Mapeamento municipal de torcidas: Recife (Maurício de Nassau/2016)

Pesquisa de torcida do Instituto Maurício de Nassau/Leia no Recife, em 2016 Já. Arte: Cassio Zirpoli/DP

O Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN) realizou um estudo no Recife, em maio, constando no relatório a clássica pergunta “Para qual time você torce?”. O destaque em relação à última pesquisa, feita há dois anos, é o crescimento do Trio de Ferro, passando de 62,9% para 77,3%. Um domínio absoluto na capital. Para isso, ajudou a redução da camada “sem clube”, de 26% para 16,9%. Simpatizantes ou não, indicaram clubes locais no questionário.

Encomendado pelo portal Leia Já, o levantamento chega à terceira versão. Foram 624 entrevistados, o mesmo número dos quadros anteriores, com divisão por sexo, faixa etária, escolaridade e renda, trazendo mais elementos ao popular debate sobre o perfil das maiores torcidas pernambucanas.

No geral, o Sport segue à frente. Entretanto, considerando a margem de erro, é possível um resultado distinto em relação ao Santa (32,1% x 32,4%). Como ocorre em todas as pesquisas postadas no blog, mensurei os percentuais com a população oficial da localidade, segundo o dado mais recente do IBGE.

Instituto Maurício de Nassau / Recife 2016
Período: 3 a 4 de maio de 2016
Público: 624
Margem de erro: 4,0%
População estimada (IBGE/2015): 1.617.183

1º) Sport – 36,1% (583.803)
2º) Santa Cruz – 28,4% (459.279)
3º) Náutico – 12,8% (206.999)

Outros times – 1,9% (30.726)
Sem clube – 16,9% (273.303)
Sem resposta – 3,9% (63.070)

A evolução dos percentuais do trio, segundo o instituto (2013, 2014 e 2016)
Sport – 32,3%, 28,4% e 36,1%
Santa – 19,0%, 21,2% e 28,4%
Náutico – 16,0%, 13,3% e 12,8%

Relembre as pesquisas do IPMN no Recife em 2013 e 2014 clicando aqui.

Árbitro de vídeo na final pernambucana? A autorização de teste veio tarde demais

Tecnologia no futebol? Crédito: Fifa

A função do árbitro de vídeo está em teste até 2017, segundo autorização comunicada pela Fifa em 5 março de 2016, após a aprovação International Football Association Board (Ifab), o órgão que regulamenta as regras do futebol. Na Europa, a federação holandesa já realizou a primeira experiência, cujo objetivo é, sobretudo, checar se a bola entrou ou não, impedimento em lances de gol e os locais exatos das faltas, dentro ou fora da área. No Brasil, há a expectativa na Série A a partir de agosto. Acredite, o primeiro teste poderia ter sido no Recife. Em 2 de outubro de 2015, a FPF, através da CBF, via Marco Polo Del Nero, encaminhou um ofício à Fifa solicitando o uso experimental na fase decisiva do Campeonato Pernambucano, com todos os jogos televisionados.

“Obrigado por sua carta relacionada à solicitação adicional para conceder autorização à Federação de Futebol do Estado de Pernambuco, no que diz respeito ao uso do Árbitro de Vídeo (AV), em uma das competições promovidas por essa entidade, e pedimos desculpas pela demora na resposta. Conforme o que foi dito em uma carta anterior, o uso do AV, atualmente, não é permitido. Após consultas com a Fifa, é do nosso entender que essa situação não se aplica apenas a associações ou a confederações diretamente afiliadas à Fifa (e, consequentemente, também à Ifab), mas também a federações locais de futebol associadas a elas, com jogadores registrados etc.”

Texto assinado por Lukas Brud, secretário da Ifab, em 29 de outubro de 2015.

A autorização sairia cinco meses depois, já sem tempo de implantar a ideia no Pernambucano. Pela pressão entre rubro-negros e tricolores, envolvidos na decisão de 2016, a direção da FPF acabou publicando a resposta oficial ao requerimento (abaixo). Como curiosidade, vale dizer que não teria sido a primeira vez que o Estadual serviria como laboratório. Em 2011, a competição foi um teste para os árbitros de linha de fundo – na ocasião, a ideia não funcionou.

Resposta da Ifab à solicitação da FPF para árbitros de vídeo no Estadual 2016. Crédito: FPF/reprodução

Jogo 87 de Diego Souza com o novo uniforme titular do Sport

Uniforme 1 do Sport para a temporada 2016

O jogo “87” de Diego Souza com a camisa do Sport será diante do Botafogo, na Ilha do Retiro, pela segunda rodada do Brasileiro, em 22 de maio. Lógico, caso atue normalmente contra o Flamengo, na estreia. Com o cabalístico número leonino em jogo, a novidade do dia será o novo uniforme titular, apresentado pelo meia. O design da camisa oficial retoma a tradição do clube, com o rubro-negro em listras horizontais. Ainda que a Adidas não tenha apresentado oficialmente, o modelo já vazou na web, com detalhes do padrão.

Outra mudança é a fonte dos números e nomes dos atletas, mais retilíneos, conforme visto na pré-venda da camisa. Por sinal, o valor aumentou: R$ 249.

Relembre os padrões “número 1” das temporadas 2014 e 2015 clicando aqui.

Uniforme 1 do Sport para a temporada 2016