Segundo ano de operação da Arena começa com arquibancada semiaberta

Náutico x Guarany-CE, pela Copa do Nordeste 2014. Crédito: Arena Pernambuco/Facebook

O primeiro jogo oficial no segundo ano de operação comercial da Arena Pernambuco deverá ter apenas o anel inferior, ou mesmo uma parte do setor.

A imagem de divulgação do próprio consórcio só deixa aberta a possibilidade de abrir o anel superior se o Todos com a Nota ultrapassar 4.500 ingressos. Contudo, não foi informado o ponto exato onde ficariam os demais 10.500 bilhetes promocionais – caso alcance à carga máxima, que está à disposição.

A expectativa de público parece baixa, na visão do blog, levando em conta que a partida é a primeira do Náutico em 2014, também sob nova gestão.

O Timbu enfrentará o Guarany de Sobral pelo Nordestão (acima). No Campeonato Brasileiro de 2013, quando enfrentou um adversário com um escudo bem parecido, mas o Flamengo, a carga do estádio foi bem diferente (abaixo). Apesar disso, o público presente foi de 15.003 pessoas.

Ressalva nas datas: segunda à noite e domingo à tarde, respectivamente.

Em seu ano de estreia na operação regular, a Arena Pernambuco teve apenas 22 jogos, com a baixa média de público de 12.477, ou 26,9% de ocupação. Neste ano, o número deve passar de 30 partidas, ou bem mais, caso o Sport passe a mandar os seus jogos de vez em São Lourenço da Mata.

Contudo, para fechar a conta da parceria público-privada, que terá 30 anos de duração, os gráficos precisam ser mais “coloridos” e preenchidos nos jogos.

Náutico x Flamengo, pela Série A 2013. Crédito: Arena Pernambuco/Facebook

Um campeonato nordestino repleto de arenas de primeiro mundo

Arenas nordestinas para a Copa do Mundo: Castelão, Arena Pernambuco, Arena das Dunas e Fonte Nova. Crédito: Cassio Zirpoli, Arena Pernambuco, Conmebol e Governo da Bahia

A Copa do Nordeste de 2014 terá um fator novo em relação à infraestrutura.

Entre os estádios inscritos, quatro deles farão parte da Copa do Mundo.

As quatro arenas nordestinas selecionadas como subsedes do Mundial no Brasil irão disponibilizar 202.426 cadeiras para a torcida. Para isso, um investimeno bilionário. Ao todo, uma despesa de 2,059 bilhões de reais, com 71% do gasto através de financiamento federal.

Em 2013, o Nordestão contou apenas com o Castelão, que foi também a primeira arena da Copa do Mundo a ser inaugurada no país. Na ocasião, houve uma rodada dupla, com Fortaleza 0 x 0 Sport e Ceará 0 x 1 Bahia.

Em seguida foram abertas as portas da Fonte Nova e da Arena Pernambuco, ainda no primeiro semestre, mas só após o regional. Já em plena operação, os estádios serão utilizados regularmente no regional.

Assim como o empreendimento de Natal, finalizando agora, um ano depois. O jogo de abertura será pela disputa do Nordestão.

Primeiros jogos nas arenas no Nordestão 2014:
18/01 – Ceará x CRB (Castelão)
20/01 – Náutico x Guarany (Arena Pernambuco)
22/01 – Bahia x Santa Cruz (Fonte Nova)
26/01 – América x Confiança (Arena das Dunas)

Castelão (Fortaleza-CE)
Capacidade: 64.846 lugares
Custo: R$ 518,6 milhões
Clubes: Ceará (até 2018), Ferroviário (até 2018) e Fortaleza (em negociação, mas com mando em alguns grandes jogos)

Castelão, em Fortaleza. Crédito: Portal da Copa/Ministério do Esporte

Fonte Nova (Salvador-BA)
Capacidade: 50.223 lugares
Custo: R$ 591,7 milhões
Clubes: Bahia (até 2018) e Vitória (em negociação)

Fonte Nova, em Salvador. Crédito: Governo da Bahia

Arena Pernambuco (São Lourenço da Mata-PE)
Capacidade: 46.214 lugares
Custo: R$ 532 milhões (ordem de grandeza de R$ 650 mi)
Clubes: Náutico (até 2043), Sport (até 2019, ainda não assinado) e Santa Cruz (em negociação)

Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata. Crédito: Arena Pernambuco

Arena das Dunas (Natal-RN)
Capacidade: 42.086 lugares
Custo: R$ 417 milhões
Clubes: América (até 2018) e ABC (em negociação)

Arena das Dunas, em Natal. Crédito: Conmebol

Estádios de ponta agora estão inseridos no futebol nordestino, em quatro de suas principais capitais

Resta aguardar por um bom futebol…

Projetada com LED, a iluminação da Arena deve se contentar com a luz natural

Projeto da Arena Pernambuco. Crédito: Odebrecht/divulgação

A iluminação especial inspirada na Allianz Arena, de Munique, era um dos destaques do projeto da Arena Pernambuco.

Todo o material de divulgação do estádio em São Lourenço foi lançado contendo projeções da fachada iluminada com as membranas de LED. Até mesmo na loja do consórcio, no Shopping Recife (veja aqui).

Veio a Copa das Confederações e a arena não teve a iluminação diferenciada, que teria quatro quilômetros de componentes. Em vez disso, foram improvisados canhões de luz na fachada, emulando um visual colorido.

Havia a expectativa, inclusive da direção do consórcio, para que a estrutura de LED ficasse pronta até o Mundial, com cinco jogos no local em junho de 2014. O secretário extraordinário da Copa no estado, Ricardo Leitão, deixou claro na última coletiva do ano que a estrutura não ficará pronta.

“Aquilo não era um item obrigatório. Era uma proposta que a concessionária fez. Mas tudo o que é básico está em condições de funcionamento para receber jogos no padrão Fifa”.

O custo do estádio subiu de R$ 532 mi para R$ 650 milhões, na ordem de grandeza estipulada pelo governo, e nem assim foi suficiente para a iluminação.

Considerando que o equipamento não é dos mais baratos e que o consórcio ainda vem trabalhando com um orçamento apertado na operação, nota-se que, por enquanto, a iluminação da Arena será natural.

O consórcio enviou ao blog uma nota sobre a questão. Eis a íntegra.

“A fachada da Itaipava Arena Pernambuco foi uma das soluções adotadas pelo plano de antecipação da obra para a Copa das Confederações, que conseguiu adiantar a entrega do estádio em oito meses. A mudança no projeto da fachada garantiu uma entrega mais rápida do material, além de permitir uma instalação mais ágil. O novo fechamento lateral trouxe ainda a possibilidade de iluminação por LED, o que não estava previsto no projeto inicial e não foi licitado. Dessa forma, estão sendo realizados estudos de viabilização técnica e financeira.” 

Ou seja, o orçamento da obra não contemplava o LED, o que só reforça a dificuldade para instalá-lo após o Mundial…

Projeto da Arena Pernambuco. Crédito: Odebrecht/divulgação

A óbvia insatisfação, a cobrança e a velha política entre a Fifa e o governo brasileiro

Dilma Roussef, presidente do Brasil, e Joseph Blatter, presidente da Fifa. Foto: Fifa/divulgação

“O Brasil acabou de se dar conta que começou tarde demais. É o país com mais atrasos desde que estou na Fifa e foi o que teve mais tempo, sete anos, para se preparar.”

Ao que parece, Joseph Blatter perdeu a paciência com a organização brasileira. A declaração no domingo foi a mais dura durante todo o processo.

Blatter, de 77 anos, está na Fifa desde 1975. Portanto, o Mundial deste ano será o 10º com a presença do dirigente, presidente da entidade há quinze anos.

A crítica torna-se ainda mais pesada ao constatar que entre essas dez edições sob o olhar próximo do suíço estão a Argentina de 1978, sob ditadura militar, o México em 1986, numa organização às pressas, substituindo a Colômbia, e a África do Sul em 2010, num torneio já bastante criticado.

Francamente, ele disse algo fora da realidade? Não mesmo. Pelo contrário, a crítica aponta para o próprio dirigente, que tanto demorou para se dar conta da confusão preparação nacional, com atrasos e denúncias de superfaturamento.

Vale lembrar que a Copa no país deve consumir R$ 64 bilhões em investimentos públicos e privados. É mais que a soma de 2002, 2006 e 2010.

Por outro lado, dificilmente o governo federal deixaria barato uma entrevista assim, amplamente distribuída pelas agências internacionais.

Através do twitter, vejam só, a presidente brasileira Dilma Roussef escreveu sete mensagens. Uma resposta indireta, por mais que a direção das palavras fosse bem precisa. Abusou da emoção, sem foco nas questões técnicas.

“Os brasileiros começam 2014 confiantes que irão sediar a  Copa das Copas. No Brasil, a Copa estará em casa, pois este é o país do futebol. Todos os que vierem ao Brasil serão bem recebidos, porque somos alegres e acolhedores. Esta será a Copa de 12 cidades-sedes, da floresta Amazônica aos pampas gaúchos, das montanhas de Minas às praias cariocas, das dunas do Nordeste à metrópole de São Paulo. Os turistas terão oportunidade de conhecer este país multicultural e batalhador. Um Brasil que está enfrentando o desafio de acabar com a miséria e de gerar oportunidades para todos. A procura por ingressos para os jogos – a maior em todas as Copas – mostra que torcedores do mundo inteiro confiam no Brasil.  Amamos o futebol e por isso recebemos esta Copa com orgulho e faremos dela a  Copa das Copas.”

Entre as mensagens da presidente e a tréplica de Blatter, um intervalo de apenas duas horas. Na mesma rede social, o mandatário da Fifa recuou, adotando um discurso pra lá de político, raso…

“Concordo com Dilma sobre Copa. O mundo todo está esperando pela Copa das Copas. Brasil será ótimo anfitrião.” 

Talvez a cobrança siga nos bastidores, talvez. Afinal, a Copa do Mundo é um produto da Fifa, uma instituição privada. Para recebê-lo, o Brasil se sujeitou às mais pesadas cobranças, algumas delas ferindo até as leis nacionais – que acabaram sendo modificadas.

A soberania do Brasil não está em jogo nessa cobrança, não mesmo. A capacidade organizacional, sim.

Apesar dos panos quentes na discussão online, é claro para qualquer um, Fifa, governo federal, população brasileira e estrangeiros, que algo não está 100%. Na verdade, atingir esse percentual nas obras vem sendo uma batalha, aumentando os custos devido à falta de tempo. O atraso é real, política à parte.

O ano da Copa do Mundo no Brasil

Joseph Blatter confirma o Brasil como país-sede da Copa do Mundo de 2014, em 30 de outubro de 2007. Foto: Fifa/divulgação

O pentacampeonato mundial da Seleção Brasileira, com Ronaldo e Rivaldo, ainda não havia completado sequer um ano quando foi anunciado, em 3 de junho de 2003, o interesse do país em organizar novamente a Copa do Mundo. No caso, a edição de 2014. O caminho seria longo até a realização do antigo desejo, quase inacreditável naquela época. A concorrência era acirradíssima, com potências econômicas já dotadas de infraestrutura de qualidade.

Entretanto, ajudou e muito o rodízio implantado pela Fifa – e hoje extinto – com os continentes a cada torneio. Cumprindo o regulamento, 2010 iria para a África, de forma inédita, e 2014 voltaria para a América do Sul, fora da rota desde 1978. Candidato único, após intensa articulação política, o Brasil foi confirmado como país-sede em 30 de outubro de 2007, num envelope aberto por Joseph Blatter em Zurique, sede da entidade.

Desde então, uma árdua sequência com a escolha das cidades – de 18 candidatas para 12 subsedes -, burocracia para o início das obras dos novos estádios (“arenas”) e das intervenções na mobilidade urbana, atraso nas construções, superfaturamento, aditivos, paralisações, evento-teste com a Copa das Confederações, manifestações tomando as ruas, pressão externa e interna… E expectativa. Estamos, enfim, no ano da Copa, a 162 dias do pontapé inicial no Itaquerão, em São Paulo, no dia 12 de junho. Diante de 65 mil pessoas – todos os ingressos para a partida ja foram vendidos -, o Brasil de Neymar, Fred e Felipão enfrentará a Croácia em busca do hexa.

Além da volta da hegemonia do futebol, que também daria fim ao fantasma do Maracanazo de 1950, o Brasil quer usar o Mundial para dar o grande salto econômico no ano. Um estudo encomendado pelo Ministério do Esporte prevê um impacto econômico de R$ 183 bilhões, resultado da soma dos recursos investidos e gerados no país antes e durante a competição, de forma direta ou indireta, incluindo aí 710 mil novos empregos.

O custo para essa projeção pra lá de otimista não foi baixo. Aliás, ainda nem parou de crescer. Inicialmente, a previsão de investimentos em infraestrutura no Brasil era de R$ 23 bilhões, já elevado. Agora, o preço da competição já passou dos R$ 64 bilhões. É mais que a soma das últimas três Copas.

A pressa para deixar tudo pronto – ou quase tudo, pois algumas obras da Matriz de Responsabilidades foram abortadas por falta de tempo – visa a recepção de todo o público que irá curtir os 64 jogos agendados, sendo cinco deles na Arena Pernambuco, pronta e já em plena operação em São Lourenço da Mata, tirando do antigo terreno o visual bucólico. Estima-se 3,1 milhões de turistas nacionais e 600 mil estrangeiros circulando em todo o país durante o maior evento esporivo já realizado no continente, incluindo jogos, shows nas fan fests, turismo etc.

A corrida pelos três milhões de bilhetes da Copa já começou, com seguidas fases de venda online. Já foram adquiridos 890 mil. Até a abertura, a venda deverá ser recorde, tamanha a procura, com seis milhões de solicitações de mais de cem países. A festa está programada, faltando pouquíssimo tempo para o Brasil receber bem o mundo. Aquele pequeno envolope aberto de sete anos atrás ganhou forma, transformou-se em responsabilidade. A Copa será aqui e, definitivamente, o brasileiro fará parte da festa. Todos juntos num só ritmo.

Maracanã na Copa das Confederações. Foto: Fifa

1,5 milhão de torcedores e renda de R$ 23,8 milhões nos jogos oficiais na RMR

Torcidas de Sport, Santa Cruz e Náutico

A temporada 2013 de Náutico, Santa Cruz e Sport teve 95 partidas, considerando apenas os jogos oficiais com o mando de campo do trio recifense, em duelos nos Aflitos, Ilha do Retiro, Arena Pernambuco e Arruda. O blog analisou todos os borderôs disponíveis nos sites da federações responsáveis e apresenta com exclusividade o levantamento com a participação do público local e a arrecadação só com a bilheteria.

Em termos absolutos, nada mal, apesar deste ano não ter sido o de maior média dos clubes locais, nem no Estadual nem no Brasileiro. A renda bruta foi de R$ 23,8 milhões, para um público presente nas arquibancadas de 1.522.559 pessoas. Para se ter ideia do que essa torcida significa, basta lembrar que a população da capital, segundo os dados mais recentes do IBGE, é de 1.537.704. Ou seja, a diferença entre habitantes e torcedores foi de apenas 15 mil pessoas.

Ao dividir os números, o Santa Cruz mostrou força. O Tricolor avançou nos campeonatos e ganhou os títulos do Estadual e da Terceirona. Nem por isso deixou de ser o que teve menos jogos oficiais em casa, com 27 partidas, contra 33 do Timbu e 35 do Leão. Mesmo assim, os corais levaram 645 mil pessoas ao Mundão, com uma média geral, considerando as quatro competições disputadas pelo clube, de 23.912. O Rubro-negro atuou em cinco competições – incluiu a Sul-Americana -, com 552 mil torcedores na Ilha e na Arena, onde atuou duas vezes. Na média, 15.783. O Náutico, cujo rendimento em campo foi péssimo, registrou um índice de 9.833.

Em relação à renda, os números seguiram a ordem da torcida presente, com o Santa alcançando R$ 9,4 milhões – certamente, tomará a maior parte do balanço do clube em todo o ano. Já o rival leonino teve um faturamento com ingressos de R$ 7,9 milhões – curiosamente, só 1/3 do que recebe da cota de transmissão da Segundona.

Já o Náutico, apesar da presença mais baixa, arrecadou R$ 6,5 milhões, dos quais 5,2 milhões de reais no Brasileirão. A conta é explicada pelo valor pago pelo governo do estado aos bilhetes promocionais do Todos com a Nota na Arena, com R$ 25 por ingresso, bem acima dos valores pagos aos rivais nos outros estádios.

Foram consideradas somente as competições sob as chancelas da FPF, CBF e Conmebol. Nesta conta, então, não entraram os amistosos. Em um deles, na inauguração da arena, Náutico 1 x 1 Sporting proporcionou uma enorme renda de R$ 1.040.104, com 26.803 pessoas.

Santa Cruz
27 jogos (27 no Arruda)
645.637 torcedores
Público médio de 23.912
39,82% de ocupação
R$ 9.425.366
Renda média de R$ 349.087

Estadual – 8 jogos – 165.761 pessoas (20.720) – R$ 2.412.656 (R$ 301.582)
Nordestão – 4 jogos – 91.758 pessoas (22.939) – R$ 1.134.515 (R$ 283.628)
Copa do Brasil – 2 jogos – 22.159 pessoas (11.079) – R$ 264.575 (R$ 132.287)
Série C – 13 jogos – 365.959 pessoas (28.150) – R$ 5.613.620 (R$ 431.816)

Sport
35 jogos (33 na Ilha e 2 na Arena)
552.427 torcedores
Público médio de  15.783
46,78% de ocupação
R$ 7.931.743
Renda média de R$ 226.621

Estadual – 8 jogos – 103.913 pessoas (12.989) – R$ 1.357.077 (R$ 169.634)
Nordestão – 4 jogos – 71.800 pessoas (17.950) – R$ 791.025 (R$ 197.756)
Copa do Brasil – 2 jogos – 11.038 pessoas (5.519) – R$ 96.460 (R$ 48.230)
Série B – 19 jogos – 331.976 pessoas (17.472) – R$ 4.963.331 (R$ 261.227)
Sul-Americana – 2 jogos – 33.700 pessoas (16.850) – R$ 723.850 (R$ 361.925)

Náutico
33 jogos (18 na Arena  15 nos Aflitos)
324.495 torcedores
Público médio de 9.833
27,62% de ocupação
R$ 6.506.982
Renda média de R$ 197.181

Estadual – 12 jogos – 98.425 pessoas (8.202) – R$ 1.042.945 (R$ 86.912)
Copa do Brasil – 1 jogo – 3.026 pessoas – R$ 27.830
Série A – 19 jogos – 214.724 pessoas (11.301) – R$ 5.219.012 (R$ 274.684)
Sul-Americana – 1 jogo – 8.320 pessoas – R$ 217.195

Total
95 jogos (33 na Ilha, 27 no Arruda, 20 na Arena e 15 nos Aflitos)
1.522.559 torcedores
Público médio de 16.026
38,28% de ocupação
R$ 23.864.091
Renda média de R$ 251.200
Competições: Estadual, Nordestão, Copa do Brasil, Sul-Americana e Séries A, B e C

As várias faces da Brazuca, chegando ao custo de incríveis R$ 399

Modelos da bola Brazuca, a bola da Copa do Mundo de 2014

A bola oficial da Copa do Mundo já está à venda no mercado recifense.

Nos shoppings da capital é possível encontrar a Brazuca, com o modelo que será utilizado nos 64 jogos do Mundial em junho e julho (veja aqui).

O preço assusta…  R$ 399,90.

A Adidas, fabricante da pelota, lançou diversos modelos da Brazuca, com tamanho reduzido, para futebol society, personalizados para os clubes patrocinados pela marca – como Flamengo, Palmeiras e Fluminense – e até bolas de tamanho oficial, mas com uma qualidade menor, com preços a partir de R$ 69.

Confira as principais opções da bola de 2014.

Brazuca Glider – R$ 69
Inspirada na bola usada na Copa do Mundo, a Glider apresenta construção costurada à máquina e câmara de butil.

Confecção com costura à máquina para maciez ao toque e alta durabilidade; Câmara de butil para melhor retenção do ar; Deve ser inflada; 100% Butileno.

Brazuca Top Replique – R$ 99
Inspirada na original, ela apresenta construção sem costuras para maior controle.

Tecnologia TSBE para superfície sem costura para toque aperfeiçoado e menor absorção de água; Câmara de butil para melhor retenção do ar; Bola de treino; Aprovada nos testes da Fifa de circunferência, peso, rebote e absorção de água (Fifa Inspected); Deve ser inflada; 100% Poliuretano Termoplástico.

Brazuca Oficial – R$ 399
Réplica em tamanho original, a “Brazuca Official Match Ball” conta com superfície sem costuras para trajetória e toque mais precisos.

Material de alta qualidade no revestimento, no reforço e na câmara para desempenho perfeito em campo; Superfície sem costuras unida termicamente para uma trajetória mais previsível, toque aperfeiçoado e menor absorção de água; Avaliação mais alta da Fifa; aprovação nos testes de peso, absorção de água, formato e conservação de tamanho; 100% Poliuretano.

Hotelaria e nova dimensão para o CT do Náutico

Centro de Treinamento Wilson Campos, o Náutico. Crédito: Náutico/Assessoria

Após uma temporada de obras, o Centro de Treinamento Wilson Campos terá o seu hotel inaugurado. O alojamento alvirrubro, com 50 quartos e mobiliado para receber os atletas na concentração dos jogos, será aberto em 20 de dezembro, dando uma nova dimensão ao CT do Náutico, em ampliação paulatina desde 1999.

Na nova ampliação, espaço para salas de musculação, reunião e conferência, além de refeitório. Agora, os jogadores do clube poderão ficar em tempo integral no local, incluindo concentração e pré-temporada.

Confira a imagem de divulgação do clube em uma resolução maior aqui.

Atualmente, o CT oferece cinco campos oficiais, com dois deles no Padrão Fifa, tendo o mesmo piso da Arena Pernambuco. Ainda há a previsão de mais dois gramados na enorme área às margens da BR-101, na Guabiraba.

Vale lembrar que o centro deverá ser usado pelas seleções que forem atuar na arena de São Lourenço na Copa do Mundo de 2014. Neste ano, Espanha e Uruguai treinaram lá na véspera dos jogos na Copa das Confederações.

Ao todo, o investimento timbu na modernização da estrutura passou de R$ 7 milhões. Um investimento certo, necessário para qualquer clube profissional.

A frustrante ocupação de apenas 26,9% nas arquibancadas no primeiro ano da Arena

Arena Pernambuco em 2013. Crédito: Consórcio Arena Pernambuco

A gestão público-privada da Arena Pernambuco terá três décadas de duração. Espera-se um faturamento bilionário no período. Entretanto, em seu ano de lançamento, o lado estatal do contrato deverá suprir nas contas a falta de torcida nas arquibancadas e camarotes e, consequentemente, arrecadação no estádio.

Entre 22 de maio e 7 de dezembro, a arena recebeu 25 jogos de futebol, sendo 22 na administração regular do estádio, à parte do esquema especial adotado pela Fifa na Copa das Confederações, com custo, operação e lucro sob a chancela da própria entidade que comanda o futebol.

Portanto, levando em conta só a operação do consórcio, o estádio arrecadou R$ 7,4 milhões com a venda ingressos. Vendo assim até parece muito, mas o número foi baixíssimo. Com cerca de 12,5 mil pessoas por jogo, a frustrante taxa de ocupação sobre os 46.214 lugares não chegou a 27%, num índice abaixo dos jogos nos Aflitos, Ilha do Retiro e Arruda. Preço alto? Distância? Acessibilidade? Os motivos certamente existem e deverão ser estudados.

Diluindo o borderô em todas as partidas, a renda média não passou de R$ 336 mil. E olhe que em 18 partidas o governo do estado disponibilizou os ingressos promocionais do Todos com a Nota com valores turbinados, sendo 15 mil entradas por R$ 25 – valor acima da quantia oferecida aos estádios na capital. Ou seja, esses jogos com a campanha poderiam ter, apenas com os bilhetes subsidiados, uma renda de 375 mil reais. Não chegou nem a isso. Com a má campanha do Náutico no Brasileirão, os dados baixaram de vez.

Na parceria público-privada sobre o empreendimento em São Lourenço da Mata, vale lembrar, o governo do estado terá que contornar qualquer rombo no faturamento anual caso a receita da temporada seja abaixo de 50% da previsão inicial, de R$ 73,2 milhões, segundo aditivo assinado em 21 dezembro de 2010.

A altíssima estimativa foi calculada considerando a presença de Santa Cruz e Sport, como o governo garantiu ao parceiro privado – mesmo sem firmar contratos com os clubes. Em 2013 o Tricolor não disputou uma partida sequer na arena, apesar da enorme pressão do poder público. Já o Leão só atuou como mandante em duas oportunidades.

Supondo que a previsão de faturamento nesta primeira temporada seja a metade, até mesmo porque o início da operação foi no fim de maio, o montante teria de ser R$ 36,6 milhões. Ainda assim, os dados vigentes passam longe.

O consórcio, claro, teve outras fontes de receita, como os R$ 10 milhões anuais do contrato de naming rights com a cervejaria Itaipava, o apurado nos bares e no enorme estacionamento, além do aluguel com o primeiro grande show musical. No entanto, o carro-chefe era – e será nos próximos anos – a comercialização de bilhetes no futebol. E olhe que nesta conta toda não foi feita sequer a divisão das receitas entre clubes e consórcio.

Como já foi dito, se a conta ficar no vermelho, o ônus será sempre do estado…

Copa Sul-Americana (2 jogos)
28/08 – Náutico (1) 2 x 0 (3) Sport – 8.320 pessoas – R$ 217.195
23/10 – Sport 1 x 2 Libertad-PAR – 17.575 pessoas – R$ 375.350
Público: 25.895 torcedores (média de 12.947, com 28% de ocupação)
Renda: R$ 592.545 (média de 296.272 reais)
Gols: 5 (média de 2,5)

Campeonato Brasileiro – Série A (18 jogos)
06/07 – Náutico 1 x 3 Ponte Preta – 20.413 pessoas – R$ 494.102
07/07 – Botafogo 1 x 0 Fluminense – 9.669 pessoas – R$ 368.550*
28/07 – Náutico 3 x 0 Internacional – 19.488 pessoas – R$ 517.290
10/08 – Náutico 0 x 0 Atlético-MG – 19.997 pessoas – R$ 508.430
17/08 – Náutico 0 x 1 Fluminense -16.583 pessoas – R$ 408.615
31/08 – Náutico 1 x 4 Atlético-PR – 11.263 pessoas – R$ 269.450
03/09 – Náutico 0 x 1 São Paulo – 12.217 pessoas – R$ 372.160
05/09 – Náutico 0 x 3 Vasco – 8.153 pessoas – R$ 224.615
11/09 – Náutico 0 x 2 Grêmio – 6.826 pessoas – R$ 159.010
22/09 – Náutico 0 x 0 Flamengo – 15.003 pessoas – R$ 481.815
28/09 – Náutico 3 x 0 Coritiba – 7.065 pessoas – R$ 156.500
06/10 – Náutico 1 x 4 Cruzeiro – 20.661 pessoas – R$ 528.715
09/10 – Náutico 1 x 3 Botafogo – 6.658 pessoas  R$ 148.740
19/10 – Náutico 1 x 5 Santos – 5.452 pessoas – R$ 116.980
27/10 – Náutico 0 x 2 Goiás – 3.558 pessoas – R$ 68.645
10/11 – Náutico 0 x 1 Criciúma – 2.707 pessoas – R$ 50.335
17/11 – Náutico 0 x 1 Bahia – 2.721 pessoas – R$ 50.385
07/12 – Náutico 1 x 0 Corinthians – 9.716 pessoas – R$ 260.185
Público: 198.150 torcedores (média de 11.008, com 23,8% de ocupação)
Renda: R$ 5.184.522 (média de 288.029 reais)
Gols: 43 (média de 2,38)

Campeonato Brasileiro – Série B (1 jogo)
26/10 – Sport 4 x 2 ASA – 23.559 pessoas – R$ 583.075
Taxa de ocupação: 50,9%

Amistoso (1 jogo)
22/05 – Náutico 1 x 1 Sporting-POR – 26.903 pessoas – R$ 1.040.104
Taxa de ocupação: 58,2%

Total comercial (apenas as partidas jogos sob a operação do consórcio)
Jogos: 22
Público: 274.507 torcedores (média de 12.477, com 26,9% de ocupação)
Renda: R$ 7.400.246 (média de 336.374 reais)
Gols: 56 (média de 2,54)

Copa das Confederações (3 jogos)
16/06 – Espanha 2 x 1 Uruguai – 41.705 pessoas
19/06 – Itália 4 x 3 Japão – 40.489 pessoas
23/06 – Uruguai 8 x 0 Taiti – 22.047 pessoas
Público: 104.241 torcedores (média de 34.747, com 75,1% de ocupação)
Gols: 18 (média de 6)

Geral (Copa das Confederações + regular)
Jogos: 25
Público: 378.748 torcedores (média de 15.149, com 32,7% de ocupação)
Gols: 74 (média de 2,96)
Como a Fifa não divulgou a renda nos jogos do evento-teste em junho, não há como divulgar o valor bruto da venda de ingressos.

*No clássico carioca entre Botafogo e Fluminense a divisão da arrecadação foi diferente. O alvinegro bancou o aluguel, de R$ 270 mil, para ficar com todo o borderô. Porém, o clube acabou amargando um prejuízo de R$ 41 mil.

O pior Náutico no Brasileirão, mas não o pior da história

Série A 2013, 38ª rodada: Náutico x Corinthians. Foto: www.corinthians.com.br

Defesa mais vazada (79), maior número de derrotas seguidas (12), estádio às moscas…

As informações acerca do Náutico estavam bem repetitivas nos últimos tempos. Resultado de uma regularidade cruel.

E o que parecia impossível aos poucos foi se transformando em um drama. O rebaixamento já era fato, e a pior campanha de um time pernambucano na era dos pontos corridos na elite também.

Um pontinho a mais e o Timbu evitaria o vexame supremo na temporada, com a pior campanha da história. Mas o rendimento, claro, já era vergonhoso. O tempo foi passando e a apática equipe, desqualificada tecnicamente, não reagiu.

Derrotas como visitante e insucessos em São Lourenço da Mata, sem freio. Até este sábado, na despedida de Náutico e Corinthians no Brasileirão.

Enquanto o Alvirrubro voltará à segunda divisão no ano da Copa, o atual campeão mundial, no meio da tabela, terá vida nova, sem o técnico Tite.

E nesse clima de até logo na esvaziada Arena Pernambuco, o Náutico deu o último gás e ao menos conseguiu evitar mais uma estatística ruim – que seria, na verdade, seria a pior das estatísticas.

O pontinho veio. Um não, três.

Os sobreviventes da derrocada timbu nesta Série A venceram por 1 x 0, num gol de Derley, escorando cruzamento de Morales. E ainda teve direito a quinze minutos com um menos em campo, após a infantil expulsão do goleiro Berna, um dos piores jogadores do Náutico na competição.

Portanto, o representante pernambucano terminou com 20 pontos, com a segunda pior campanha da história. A pior segue com o América de Natal, de 2007, com 17 pontos.

Mas que ninguém pense que isso é suficiente para evitar o trágico ano em Rosa e Silva…