Abrindo a Arena Pernambuco, quase 100%

Arena Pernambuco em 14 de abril de 2013. Foto: twitter.com/copagov

A primeira movimentação no terreno em São Lourenço foi em julho de 2010. Agora, em abril de 2013, a Arena Pernambuco passa a ser integrada à cidade, ainda que de forma restrita. Durante um bom tempo a data “14 de abril” seria a abertura oficial do estádio neste ano. Marcaria o fim das obras, a entrega do milionário empreendimento a dezenove quilômetros do Marco Zero.

Chegamos a esta data, sem jogo algum. Em campo, apenas os gestores, do governo estadual e do consórcio responsável pela operação nas três próximas décadas. Oficialmente, a solenidade marcou a transição da construção civil para a operação. Contudo, restam ajustes no complexo de 52 hectares.

Arena Pernambuco em 14 de abril de 2013. Foto: twitter.com/copagov

Segundo a Secopa, o cronograma aponta este domingo como a vista final do comitê de recebimento do COL, deixando 14 de maio como a nova data de fato e de direito, com um jogo de operários. No ato desta manhã foi possível conhecer um pouco mais do estádio, como os vestiários, o placar eletrônico já instalado e o banco de reservas. O moderno revestimento da fachada de 25 mil metros quadrados ainda está em processo de montagem (veja aqui).

Ou seja, o estado precisava mesmo ganhar tempo. Mais trinta dias…

Arena Pernambuco em 14 de abril de 2013. Foto: twitter.com/copagov

Todos os voos da Copa do Mundo de 2014

Rota de voos nas 12 subsedes da Copa do Mundo 2014. Crédito: Fifa/divulgação

A última Copa do Mundo de futebol realizada em um país com dimensões continentais foi em 1994, nos Estados Unidos.

No Brasil, com doze capitais estaduais espalhadas nos 8.515.767 quilômetros quadrados de área da nação, serão 66 voos possíveis entre as subsedes.

A Fifa produziu uma tabela oficial com os tempos de cada viagem, considerando voos fretados (charter), em trajetos sem escala.

O mais rápido será entre Recife (Arena Pernambuco) e Natal (Arena das Dunas), com 23 minutos entre os Aeroportos dos Guararapes e Augusto Severo.

Já o mais o longo, o contrário do que se imaginava, não inclui Manaus, mas sim Fortaleza, até Porto Alegre. Ao todo, um voo direto de 4 horas e 56 minutos.

A movimentada ponte aérea Rio-São Paulo está estimada em 31 minutos.

Em 2014, a Fifa e o governo federal esperam 3 milhões de brasileiros e 500 mil estrangeiros rodando o país para assistir aos 64 jogos do Mundial.

Nem todos os voos disponíveis serão charter, obviamente. Ou seja, o público deverá ter bastante paciência em escalas, conexões e check-in…

A visitação pública, a abertura e o grande teste da arena

Arena Pernambuco em março de 2013. Foto: Eduardo Martino/Odebrecht

Como aconteceu no Castelão, em Fortaleza, e na Fonte Nova, em Salvador, a abertura da Arena Pernambuco será simbólica. Nada de bola rolando ou casa cheia. Será uma solenidade simples, dando mais dias para o acabamento do empreendimento e realização dos testes finais com o sistema eletro-eletrônico.

Entre os dias 21 de abril e 14 maio, haverá uma visitação pública gratuita e guiada, nos fins de semana, com o objetivo de apresentar a arena à população, como informou ao blog o secretário extraordinário da Copa, Ricardo Leitão.

A saída da visitação será na sede da Secopa, na Tamarineira, em ônibus fretados pelo governo do estado. Já a inscrição será pela internet (veja aqui).

À parte disso, confira o cronograma oficial da Arena Pernambuco.

14 de abril, a entrega da obra ao estado, numa visitação com público restrito. Sem jogos de futebol ou lotação. Apenas convidados na manhã de domingo.

14 de maio, um jogo festivo envolvendo operários que trabalharam na obra. Ao todo, mais de 4,7 mil homens trabalharam no empreendimento. Nesta data, já com uma solenidade oficial envolvendo autoridades, serão 15.000 pessoas.

22 de maio, o primeiro teste oficial do estádio, com a presença do Náutico num amistoso observado pela Fifa e com adversário a definir. Já comercializando ingressos, serão 30 mil entradas, ou 64,9% da capacidade total.

24 de maio, a “entrega das chaves” para a Fifa, que irá operar o estádio durante a Copa das Confederações, com três jogos no local.

28 de junho, a “devolução” da arena ao consórcio Arena Pernambuco Negócios e Participações Ltda, iniciando a operação da parceria público-privada de fato.

Degustação da Arena para ganhar o apoio do torcedor, a nova tática das PPPs

Arena

As arenas estão sendo inauguradas Brasil afora. A grande maioria será gerida através de parcerias público-privadas. Nas concessões, empresas num contato direto com os clubes, os grandes clientes futebolísticos dos novos palcos.

Até agora três estádios da Copa do Mundo de 2014 foram abertos. Nem todos os grandes clubes das respectivas praças assinaram contrato para jogar lá.

Em Belo Horizonte, o Cruzeiro acertou com o consórcio por 25 anos. Recebeu R$ 2 milhões na adesão e terá 100% da bilheteria de 54.201 ingressos, mas precisa arcar com 70% dos custos operacionais dos jogos. Atlético e América não cederam e seguem no Independência, com 19 mil lugares.

Em Foraleza, somente após a abertura do estádio a concessionária conseguiu firmar os contratos com Ceará, Fortaleza e Ferroviário, por cinco anos. Os dois mais populares ganharam R$ 500 mil de aporte e receberão mensalmente R$ 130 mil, ou R$ 260 mil em caso de presença na Série A.

Aqui, como se sabe, só o Náutico tem um acordo para mandar seus jogos na Arena Pernambuco. Válido até 2043, é o mais longo do mercado. O Timbu recebeu R$ 1,5 milhão na adesão e R$ 4,8 milhões em investimentos no seu CT.  A sua cota mensal é de R$ 500 mil. Se deixar a elite, cai para R$ 350 mil.

Na recém-aberta Fonte Nova, o Bahia deu andamento ao memorando de entendimentos assinado em 2010 e fechou com o consórcio até 2018. No contrato, R$ 9 milhões por ano, dando a bilheteria para a empresa.

E o Vitória? Dono do estádio Barradão, com capacidade para 35.000 pessoas, o rubro-negro de Salvador vem protelando uma decisão final. Após várias rodadas de negociação, o clube aceitou uma proposta inédita no país.

O Vitória assinou um acordo de apenas cinco jogos, todos neste ano. Trata-se de uma “degustação”, palavra usada pelo próprio presidente do consórcio Arena Fonte Nova, Frank Alcântra, em entrevista ao blog.

A ideia é oferecer o novo serviço de arena ao clube, sobretudo à sua torcida. A tática seria justamente ganhar o apoio popular, gerando uma “simpatia” com a remodelada Fonte Nova. Na estreia, goleada de 5 x 1 num Ba-Vi.

Enquanto isso, as negociações locais com Santa Cruz e Sport aparentam tratar só de valores e projeções de mercado. Até o momento, não foi cogitada uma degustação da arena para tricolores e rubro-negros como mandantes…

Arena

Nova Fonte Nova antes do Ba-Vi dos velhos tempos

Arena Fonte Nova em 6 de abril de 2013. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Salvador – Mais um estádio nordestino abre as portas com o mais alto padrão de infraestrutura no futebol. Repaginada, remodelada, reconstruída. Tanto faz a denominação. A verdade é que a arena soteropolitana tem tudo para fazer o festeiro torcedor baiano esquecer a antiga Fonte Nova, outrora o maior estádio da região. A capacidade de público foi superada pelo Castelão, com 64 mil. Na Bahia, a arena, que mantém a abertura na ala sul, associando a sua composição ao Dique do Tororó, foi erguida com 51 mil lugares.

Assim como ocorreu em Fortaleza, o blog esteve presente nos preparativos finais para a abertura de fato e de direito, com bola rolando, em vez de atos políticos. Como parece ser de praxe na organização brasileira para a Copa do Mundo, operários ainda davam os últimos ajustes a 24 horas do Ba-Vi, agendado para o domingo. Pequenos detalhes. Cadeiras, limpeza, iluminação, testes no placar eletrônico, som, para os shows de Ivete Sangalo e Claudia Leitte. Tudo isso numa tarde de sábado.

Confira algumas imagens da rápida visita liberada para a imprensa. No clássico, com 41.500 ingressos liberados pela Fifa, serão 58% para os tricolores e 42% para os rubro-negros da Boa Terra. Será que na Arena Pernambuco também teremos uma divisão fora do padrão 80%/20% em vigor nos clássicos recifenses? Um bom desempenho na Fonte Nova pode viabilizar a ideia.

Saiba mais sobre a Arena Castelão e a Arena Pernambuco.

Arena Pernambuco na contagem regressiva, a doze dias da abertura

Arena Pernambuco em abril de 2013. Foto: Eduardo Martino/Odebrecht

A abertura oficial da Arena Pernambuco será em 14 de abril.

Sem um jogo de futebol oficial, mas com uma cerimônia pública.

A doze dias da entrega da obra, com os dados sobre o avanço físoco próximos a 100%, os operários correm para as última etapas do empreendimento.

Cobertura finalizada, gramado plantado, instalação de cadeiras na reta final, refletores e placar eletrônico sendo montados.

Resta, ainda, a moderna e milionária fachada. A estrutura metálica está pronta.

Falta colocar ao redor do estádio as membranas em formato de almofadas de etileno tetrafluoretileno combinadas com LED. Gasto de 12 milhões de euros.

Faltam menos de duas semanas para que o público conheça a versão definitiva do projeto. Hora de correr, mais do que nunca…

Arena Pernambuco em abril de 2013. Foto: Eduardo Martino/Odebrecht

Tecnologia da linha do gol a caminho da arena pernambucana

Tecnologia do gol da Fifa. Crédito: Fifa/divulgação

Os 16 jogos da Copa das Confederações de 2013 terão o monitoramento de um moderno sistema de câmeras no gol.

Entre as quatro tecnologias oficializadas pela Fifa, para este torneio foi escolhido o sistema de câmeras posicionadas para as traves (veja aqui).

Ao todo, serão 14 câmeras espalhadas no estádios, posicionadas no alto, direcionadas para as traves. Mediante consulta dos árbitros, os jogos poderão ser paralisados para a avaliação se a bola entrou ou não.

Em breve, portanto, a Arena Pernambuco contará com a tecnologia da linha do gol (TLG), produzido pela empresa alemã GoalControl GmbH.

O uso de tecnologia nos jogos de futebol foi aprovado em uma decisão histórica em 5 de julho de 2012 pela International Football Association Board (IFAB).

Se o equipamento for mantido posteriormente, as futuras decisões do campeonato estadual poderão ser menos polêmicas…

Náutico e Santa Cruz em possível despedida dos Aflitos. Com ou sem tabu

Clássico das Emoções nos Aflitos de 2006 a 2012. Crédito: Ricardo Fernandes (4 fotos), Inês Campelo, Jaqueline Maia, Helder Tavares e Paulo Paiva, todos do DP/D.A Press

Náutico e Santa Cruz voltam a medir forças nos Aflitos.

Caso os rivais das emoções não se cruzem mais neste Estadual, o clássico deste domingo poderá ser o último na história do estádio de Rosa e Silva.

A partir da iminente Série A o Timbu mandará os seus jogos na Arena Pernambuco. Portanto, um novo clássico entre alvirrubros e tricolores com mando de campo vermelho e branco seria em São Lourenço da Mata, em 2014

Exercício de futurologia à parte, o Náutico está duas divisões acima do rival e tecnicamente também vive um momento bem melhor na competição.

Mas complexo de inferioridade não é com o Santa, bicampeão pernambucano mesmo divisões abaixo. Com a liderança em jogo, a partida tende a ser bem disputada. Em jogo há ainda um tabu bem favorável ao Náutico, de oito partidas.

Desde o confronto pelo quadrangular final do Brasileiro da Série B de 2005, quando Carlinhos Bala e Andrade marcaram os gols da vitória coral, que alcançaria o acesso, o Timbu segura a marca diante do tradicional rival.

São quatro vitórias e quatro empates, com sete jogos pelo Estadual e um pela esvaziada Copa do Nordeste de 2010. No post, imagens dos oito duelos.

05/11/2005 – Náutico 0 x 2 Santa Cruz (Série B)

02/04/2006 – Náutico 3 x 3 Santa Cruz (Estadual)
25/03/2007 – Náutico 2 x 1 Santa Cruz (Estadual)
01/02/2009 – Náutico 2 x 2 Santa Cruz (Estadual)
27/01/2010 – Náutico 2 x 1 Santa Cruz (Estadual)
28/04/2010 – Náutico 1 x 0 Santa Cruz (Estadual)
10/07/2010 – Náutico 1 x 1 Santa Cruz (Nordestão)
30/01/2011 – Náutico 3 x 1 Santa Cruz (Estadual)
04/02/2012 – Náutico 2 x 2 Santa Cruz (Estadual)

Arena Pernambuco com nome de cerveja? Mas sem cerveja à venda, ainda

Itaipava. Crédito: marca coficial om arte de Cassio Zirpoli

A costura para os nomes “mercadológicos” das arenas brasileiras da Copa do Mundo de 2014 vem sendo paulatina. Não se trata apenas de assinar um contrato com uma empresa interessada e batizar o estádio.

É preciso verificar a viabilidade do nome, a chance de emplacar a denominação no público consumidor do empreendimento.

Ações de marketing de longa duração com torcedores se tornam regra nesse caso. Antes disso, acordos com os canais de mídia detentores dos direitos de transmissão dos principais campeonatos de futebol.

No fim de 2012 foi revelado o acordo da Rede Globo, que atendeu ao pleito dos clubes mais populares do país e irá chamar, em tese, o nome dos novos estádios de acordo com os contratos de naming rights vigentes.

Pois bem, a revista Veja traz a notícia de que a Arena Fonte Nova, construída pela Odebrecht, firmou um contrato com a cervejaria Itaipava (veja aqui).

Eis o nome: Itaipava Arena Fonte Nova.

A cerveja faz parte do Grupo Petrópolis, que está erguendo uma fábrica em Alagoinhas, a 107 quilômetros de Salvador. A primeira unidade na região.

Tentando fortalecer a marca no Nordeste, segundo a mesma nota, a empresa agora aponta para a… Arena Pernambuco, erguida pela mesma construtora.

O cofre do consórcio irá agradecer, com R$ 10 milhões a cada temporada.

Itaipava Arena Pernambuco? Ou com outros produtos do grupo, como a cerveja Crystal ou energético TNT. Prepare-se, pois o contrato seria de 10 anos…

Em 2009 era Cidade da Copa. Depois foi sugerido Arena Capibaribe. Já havia se firmado como Arena Pernambuco e agora outro nome. É bom decidir logo.

Curioso mesmo seria este nome num estádio com a venda de cerveja probida. O que deve se tornar mais um motivo para rever a lei em vigor no estado.

Itaipava Fonte Nova. Crédito: Grupo Petrópolis/divulgação

Rolling Stones, a pedra definitiva para as turnês internacionais, via arena, via AEG

Rolling Stones na Arena Pernambuco? Arte: Fred Figueiroa/DP/D.A Press

A concepção da Arena Pernambuco prevê jogos de futebol e shows de grande porte. Com uma estrutura preparada para cobrir o gramado em poucas horas, aumentando o fluxo de pessoas para até 55 mil, entre campo e arquibancadas, a tendência é colocar o estado na rota dos maiores shows do planeta.

Parceira do consórcio, a AEG Live é uma das maiores companhias do mundo na promoção de eventos em grandes arenas. Por isso, o show de abertura, ou o primeiro grande show do estádio, desperta curiosidade há tempos.

Nesta segunda-feira o blog de João Alberto trouxe com exclusividade a informação de que o produtor dos Rolling Stones vem ao Recife negociar a inclusão da cidade na turnê brasileira este ano. Entenda aqui.

As peças se encaixam. A AEG também tem contrato assinado com o novo estádio do Palmeiras, no lugar do Palestra Itália. Em São Paulo, cresce o rumor sobre a presença da banda, cuja agenda deste ano deverá ser desenvolvida, vejam só, pela AEG, em um acordo que agita o show business (veja aqui).

O tal show dos ingleses marcaria a inauguração da arena palestrina, em outubro, deixando a dica sobre a possibilidade da data para um evento aqui. Vale a torcida. De qualquer forma, a informação de uma negociação deste porte mostra o novo patamar de shows em que o Recife está próximo de entrar…