O patrimônio dos clubes pernambucanos, com estádios, CT, imóveis e terrenos

Aflitos, Ilha do Retiro e Arruda. Crédito: Google Maps 13/11/2015

Os estádios dos Aflitos, Ilha do Retiro e Arruda são os principais pilares dos patrimônios sociais de Náutico, Sport e Santa Cruz. Entretanto, as propriedades dos clubes vão bem além disso. Sede, ginásios, parque aquático, centros de treinamento, terrenos etc. A partir dos balanços financeiros de 2015, publicados em abril no site da federação pernambucana de futebol, o blog elencou os clubes locais com patrimônios acima de R$ 1 milhão. A lista surpreende bastante, sobretudo pelo Central, tomando do Tricolor o lugar no pódio.

Localizado num bairro nobre de Caruaru, Maurício de Nassau, o estádio alvinegro é alvo, há anos, da especulação imobiliária. Só o Lacerdão valeria R$ 88 milhões, já acima do valor estipulado pelo balanço coral, de R$ 63 milhões. Um comparativo no papel, pois em muitos casos as direções “congelam” os valores das propriedades nos relatórios fiscais. Ou seja, em valor de mercado o metro quadrado de cada local (inclusive do Arruda) pode variar bastante (para mais). Como critério, o blog seguiu os dados oficiais, fornecidos pelos clubes.

A lista considerou apenas imóveis. A ressalva é necessária pois alguns clubes informam maquinário, equipamentos eletrônicos e veículos. O Sport, por exemplo, soma R$ 8 milhões só neste quesito. Em tempo: nada está à venda.

Patrimônio social
1º) Sport, R$ 165.480.870 (Ilha do Retiro e clube)
2º) Náutico, R$ 134.489.197 (Aflitos e clube)
3º) Central, R$ 96.400.000 (Lacerdão e terreno)
4º) Santa Cruz, R$ 63.739.000 (Arruda e clube)
5º) Sete de Setembro, R$ 18.000.000 (Gigante do Agreste e terreno)
6º) América, R$ 1.700.319 (imóvel)
7º) Porto, R$ 1.361.656 (CT e imóveis)

Observações:
1) No caso de Sport e Náutico, os respectivos centros de treinamentos, em Paratibe e na Guabiraba, não foram listados nos balanços.

2) A lista milionária poderia ser maior caso Centro Limoeirense e Ypiranga, proprietários dos estádios José Vareda e Limeirão, detalhassem seus balanços.

3) O casarão na Estrada do Arraial é alvo de disputa pelo América, que perdeu o imóvel em 2012 num leilão para abater uma dívida. O clube tenta anular o processo. De toda forma, em 2015, passou a ser classificado como Imóvel Especial de Preservação (IEP) e não pode mais ser demolido.

Área dos clubes
1º) Ilha do Retiro, 110 mil m²
2º) Arruda, 57 mil m²
3º) Aflitos, 41 mil m²

Área dos centros de treinamento
1º) Wilson Campos, 49 hectares
2º) Ninho do Gavião, 20 hectares
3º) José de Andrade Médicis, 8,4 hectares

Arruda com novos acessos. A primeira ação para retomar a capacidade de 60.044

Setorização do Arruda na Série A 2016. Crédito: Santa Cruz/twitter (@scfc_oficial)

O Santa Cruz está de volta à Série A após uma década. A expectativa (nacional) é grande quanto à presença do povão no Arruda, no embalo da saga de reconstrução e dos dois títulos já alcançados em 2016. Entendendo o “fator casa” como preponderante para uma campanha segura no Campeonato Brasileiro, a direção estipulou ingressos a partir de R$ 10 (anel superior) e R$ 30 (inferior) para a estreia contra o Vitória. Com a demanda na arquibancada inferior, novos portões estão sendo abertos, tudo para evitar o gargalo.

O primeiro foi o 7, na Rua Petronila Botelho. Outros quatro devem ser abertos em breve. Segundo o clube, “novos portões estão sendo construídos para garantir mais conforto e segurança”. Com os novos acessos, o clube busca atender, também, às exigências de segurança do Corpo de Bombeiros, que reduziu a capacidade máxima de 60.044 espectadores para 50.582, segundo atestado de 25 de setembro de 2015. Ter um estádio aberto para até 60 mil pessoas, na elite, é um objetivo claro no Santa Cruz…

Em 20 participações no Brasileirão, a média tricolor é de 14.757 torcedores.

Confira a setorização do Arruda, segundo o laudo dos bombeiros, clicando aqui.

Setorização do Arruda na Série A 2016. Crédito: Santa Cruz/twitter (@scfc_oficial)

Todas as voltas olímpicas no Campeonato Pernambucano, do British Club à Arena

Arruda, Ilha do Retiro, Aflitos e Arena Pernambuco. Fotos: Cassio Zirpoli/DP (Arruda e Aflitos), Sport (Ilha) e Ministério de Esporte (Arena)

Atualizado em 28 de março de 2018

Em mais de um século de história, nove estádios celebraram o campeão pernambucano. Do antigo campo do British Club, em 1915, num terreno hoje ocupado por parte do Museu do Estado, à Arena Pernambuco, construída para a Copa do Mundo e estruturada com o que há de mais moderno. Os sete campeões estaduais (Sport, Santa, Náutico, América, Torre, Tramways e Flamengo) revezaram inúmeros palcos.

Dentre as 104 edições, 34 foram marcadas com conquistas de forma direta, sem a necessidade de uma final, extra, playoff etc. Exatamente por este motivo, duas voltas olímpicas aconteceram no interior, em Caruaru e Petrolina, com rubro-negros e tricolores ganhando a taça de forma antecipada. Entretanto, o cenário mais comum é mesmo a realização de uma final, com 70 edições até hoje.

Abaixo, confira o rendimento de cada clube em cada estádio, tanto no cenário geral quanto num recorte apenas com as finais de campeonato.

Voltas olímpicas (104 campeonatos)

Ilha do Retiro (37)
Sport (21, com 56%) – 1942, 1943, 1948, 1956, 1958, 1961, 1962, 1981, 1988, 1991, 1992, 1994, 1996, 1998, 1999, 2000, 2003, 2006, 2007, 2008 e 2010
Santa Cruz (10, com 27%) – 1940, 1946, 1957, 1971, 1973, 1986, 1987, 2012, 2013 e 2016
Náutico (5, com 13%) – 1945, 1952, 1954, 1964 e 1965
América (1, com 2%) – 1944

Aflitos (21)
Náutico (8, com 38%) – 1950, 1951, 1960, 1963, 1966, 1967, 1968 e 1974
Sport (7, com 33%) – 1917, 1941, 1949, 1953, 1955, 1975 e 2009
Santa Cruz (5, com 23%) – 1947, 1959, 1969, 1972 e 1978
Torre (1, com 5%) – 1926

Arruda (18)
Santa Cruz (9, om 47%) – 1970, 1976, 1979, 1983, 1990, 1993, 1995, 2011 e 2015
Náutico (6, com 35%) – 1984, 1985, 1989, 2001, 2002 e 2004
Sport (3, com 17%) – 1977, 1980 e 1982

Jaqueira (13)
América (3, com 23%) – 1919, 1922 e 1927
Santa Cruz (3, com 23%) – 1931, 1933 e 1935
Sport (3, com 23%) – 1920, 1928 e 1938
Tramways (2, com 15%) – 1936 e 1937
Torre (1, com 7%) – 1929
Náutico (1, com 7%) – 1939

Avenida Malaquias (8)
Sport (3, com 37%) – 1923, 1924 e 1925
América (2, com 25%) – 1918 e 1921
Torre (1, com 12%) – 1930
Santa Cruz (1, com 12%) – 1932
Náutico (1, com 12%) – 1934

British Club (2)
Flamengo (1, com 50%) – 1915
Sport (1, com 50%) – 1916

Arena Pernambuco, São Lourenço (2)
Sport (1, com 100%) – 2014
A definir – 2018

Antônio Inácio, Caruaru (1)
Sport (1, com 100%) – 1997

Paulo Coelho, Petrolina (1)
Santa Cruz (1, com 100%) – 2005

Cornélio de Barros, Salgueiro (1)
Sport (1, com 100%) – 2017

Finais do Estadual (69 edições)

Ilha do Retiro (28)
Sport (15, com 53%) – 1948, 1961, 1962, 1981, 1988, 1991, 1992, 1994, 1996, 1998, 1999, 2000, 2003, 2006 e 2010
Santa Cruz (10, com 35%) – 1940, 1946, 1957, 1971, 1973, 1986, 1987, 2012, 2013 e 2016
Náutico (2, com 7%) – 1954 e 1965
América (1, com 3%) – 1944

Arruda (16)
Santa Cruz (8, com 50%) – 1970, 1976, 1983, 1990, 1993, 1995, 2011 e 2015
Náutico (6, com 37%) – 1984, 1985, 1989, 2001, 2002 e 2004
Sport (2, com 12%) – 1977 e 1980

Aflitos (15)
Náutico (7, com 46%) -1950, 1951, 1960, 1963, 1966, 1968 e 1974
Sport (5, com 33%) – 1917, 1949, 1953, 1955 e 1975
Santa Cruz (3, com 20%) – 1947, 1959, 1969

Jaqueira (3)
Santa Cruz (2, com 66%) – 1933 e 1935
Sport (1, com 33%) – 1920

Avenida Malaquias (3)
América (1, com 33%) – 1921
Santa Cruz (1, com 33%) – 1932
Náutico (1, com 33%) – 1934

British Club (2)
Flamengo (1, com 50%) – 1915
Sport (1, com 50%) – 1916

Arena Pernambuco (2)
Sport (1, com 100%) – 2014
A definir – 2018

Cornélio de Barros, Salgueiro (1)
Sport (1, com 100%) – 2017

Os 14 maiores públicos da história do Clássico das Multidões, acima de 50 mil

Pernambucano 1999, 1º turno: Santa Cruz 1x1 Sport. Crédito: Ricardo Borba/DP/D.A Press

Leonardo e Mancuso, protagonistas do maior público da história do clássico.

O confronto entre Sport e Santa Cruz passou a ser conhecido como Clássico das Multidões em 1943, se popularizando rapidamente no Recife, num reflexo dos públicos apinhados na Ilha do Retiro, o maior palco da cidade até então. Com a inauguração do Arruda, três décadas depois, os borderôs do confronto subiram de patamar, ultrapassando os 50 mil espectadores.

Entre as 547 partidas disputadas em um século de história, catorze superaram a expressiva marca, todas válidas pelo Campeonato Pernambucano – o recorde na Série A é de 47.924, na Copa João Havelange. Exceção feita ao único jogo na Ilha na lista, na época da campanha “Vale Lazer”, os demais foram disputados no estádio coral. Não por acaso, doze ocorreram após a construção do anel superior, em 1982. E olhe que apenas dois jogos decidiram títulos, em 1990 e 2011, ambos conquistados pelo Tricolor, mesmo com vitórias leoninas.

Em relação ao recorde de público do Clássico das Multidões, segundo relatórios oficiais, o número poderia ter sido bem maior. No histórico embate entre Mancuso e Leonardo, no primeiro clássico do argentino, foram 71.197 pagantes, com o povo pagando R$ 6 na arquibancada inferior e R$ 3 na geral. O público total chegou a 78 mil. Entretanto, houve invasão, ingresso iô-iô e superlotação, com fontes garantindo mais de 90 mil torcedores no Mundão em 1999.

Os maiores públicos, com dados de Carlos Celso Cordeiro e arquivo do Diario:

78.391 – Santa Cruz 1 x 1 Sport, 21/02/1999
75.135 – Santa Cruz 1 x 2 Sport, 03/05/1998
74.280 – Santa Cruz 2 x 0 Sport, 18/07/1993
70.000 – Santa Cruz 0 x 2 Sport, 20/02/1994*

67.421 – Santa Cruz 0 x 1 Sport, 20/05/1990
62.243 – Santa Cruz 0 x 1 Sport, 15/05/2011
61.440 – Santa Cruz 0 x 0 Sport, 11/07/1993
58.860 – Santa Cruz 0 x 1 Sport, 27/05/1990
54.742 – Santa Cruz 1 x 0 Sport, 16/05/1999
54.510 – Santa Cruz 1 x 1 Sport, 19/05/1999
51.192 – Santa Cruz 0 x 0 Sport, 03/12/1983
50.664 – Santa Cruz 2 x 2 Sport, 06/05/1979

50.126 – Santa Cruz 3 x 2 Sport, 14/05/2000
50.106 – Sport 4 x 1 Santa Cruz, 29/03/1998**

* O ingresso promocional foi um recorte do Jornal do Commercio
** O único jogo na Ilha do Retiro

Pernambucano 1999, 1º turno: Santa Cruz 1x1 Sport. Crédito: Ricardo Borba/DP/D.A Press

Bruno Moraes marca no último lance e Santa vence a primeira batalha da final

Nordestão 2016, final: Santa Cruz x Campinense. Foto: Antônio Melcop/Santa Cruz

Final complicada no Arruda, com o Campinense atuando com personalidade, encaixado na defesa e arriscando contragolpes com o artilheiro Rodrigão. Arrancava o 1 x 1 até os descontos, pavimentando uma boa vantagem para Campina Grande. Enquanto isso, o Santa sentia a falta de João Paulo, suspenso. A saída não era eficiente, com Uillian Correira sobrecarregado. Só que o futebol costuma reservar espaço para heróis, mesmo longe da bola. Como Bruno Moraes, que entraram no fim, apagado. Ali, Grafite parecia ter cumprido a missão do ataque, após mais uma colaboração de Glédson.

Eis que, aos 47, numa jogada pela direita de Raniel (outro acionado no decorrer), o general recebeu livre e bateu certeiro. Um gol para explodir um mundão de gente, 2 x 1. Inverteu as previsões, deixando o Tricolor a um empate do inédito título do Nordestão. Para o domingo, fica a expectativa sobre João Paulo, pois também se recupera de lesão. Ele é primordial para o esquema e Milton Mendes, que no Arruda foi ultraofensivo. À parte de Uillian Correia, apenas jogadores de características ofensivas: Leandrinho (tentando emular JP), Lelê, Arthur, Keno e Grafite. O objetivo era claro, matar o confronto na ida.

Nordestão 2016, final: Santa Cruz x Campinense. Foto: Antônio Melcop/Santa Cruz

Pois o Tricolor não perto disso, encontrando um bom rival, que já havia superado Salgueiro e Sport. Outra vez, o Campinense iniciou propondo uma aproximação dos setores, com a bola passando, limpa, nos pés de Roger Gaúcho. Além disso, mostrou um futebol de entrega. Curiosamente, quando Grafite testou para as redes, aos 33, a Raposa era melhor. No empate paraibano, através do zagueiro Tiago Sala, já aos 26 da segunda etapa, o contexto era o oposto. Nota-se que a partida estava aberta, controlada pelo árbitro pernambucano Nielson Nogueira, que substituiu Arílson Bispo da Anunciação, machucado.

Obviamente, a participação do juiz local seria contestada pelo visitante. Nielson precisaria conter a pressão. Sai tendo como maior polêmica a reclamação de uma penalidade, numa bola na mão na área coral – naquela eterno debate sobre a “norma brasileira”. Mais molho para um jogo já apimentado. O que não deixou qualquer margem de dúvida foi a finalização de Bruno Moraes, mantendo o Santa numo ao título, com resultados no limite. Foi assim com Ceará e Bahia. Não seria diferente agora. O time não fez a sua melhor apresentação no mata-mata – longe disso -, mas vai centrada para buscar a taça no Amigão.

Nordestão 2016, final: Santa Cruz x Campinense. Foto: Antônio Melcop/Santa Cruz

Cara ou coroa para o título do Nordestão

Moeda do árbitro na final da Copa do Nordeste de 2016. Foto: Esporte Interativo/instagram

A escolha do lado do campo e a posse de bola inicial na largada da final do Nordestão de 2016 será definida pelo árbitro Arílson Bispo da Anunciação através de uma moeda especial. De um lado, o troféu da Copa do Nordeste, e do outro, o mascote Zeca Brito – uma versão melhorada de 2015, veja aqui.

Com a moeda dourada alçada, surgem as primeiras escolhas de Santa e Campinense em um confronto histórico. Com os corais em busca de um título inédito, sacramentando uma retomada de 2011, hoje marcada pela presença no primeiro degrau do futebol nacional e por uma sede insaciável de taças. E com os raposeiros lutando por um improvável bicampeonato. Improvável mesmo, pois, assim como na primeira final, ainda buscam uma vaga na quarta divisão. Cenário incompatível com uma campanha deste porte na Lampions League.

Cara ou coroa, Arruda ou Amigão…?

A certeza é que o Nordeste terá um novo grande campeão. Digno demais.

Moeda do árbitro na final da Copa do Nordeste de 2016. Foto: Esporte Interativo/instagram

Arruda e Ilha do Retiro confirmados para a 68ª final do Campeonato Pernambucano

Ilha do Retiro em janeiro de 2016. Foto: Paulo Paiva/DP

O regulamento do Campeonato Pernambucano de 2016 dava à FPF o direito de escolha dos estádios das finais, num poder semelhante ao adotado pela federação paulista. Durante um dia, foi especulada a possibilidade de levar os dois jogos entre Santa e Sport para a Arena Pernambuco, devido à “proposta vantajosa” articulada pelo secretário estadual de esporte, Felipe Carreras. Na prática, tricolores e rubro-negros não chegaram nem perto de ceder à ideia, optando por mandarem seus jogos no Arruda e na Ilha do Retiro.

O próprio mandatário da federação lavou as mãos sobre a decisão, até porque, por mais que esteja na regra, neste caso é justo que a vontade dos clubes também seja respeitada. Com os locais já confirmados pela entidade através de ofício, voltou o cenário óbvio, com a ida no Arruda, em 4 de maio (21h45), e a volta na Ilha, no dia 8 (16h). Por sinal, a casa leonina receberá a grande decisão do campeonato estadual pela 28ª vez. É um recorde absoluto no futebol local, que neste ano chega à 68ª final, contabilizando sete palcos no Recife.

A estatística é específica, levando em conta os estádios onde as taças foram erguidas, após finais em ida e volta, melhor-de-três ou extra. A observação se faz necessária pois ao longo de um século várias edições tiveram campeões de forma direta. O próprio estádio Adelmar da Costa Carvalho já teve outras nove voltas olímpicas (seis do Sport e três do Náutico), mas sem precisar de uma final. Curiosamente, lá os corais têm vantagem contra os leoninos, 8 x 6.

Eis os palcos de todas as finais do Pernambucano de 1915 a 2015:

Ilha do Retiro (27)
Sport (15, com 55%) – 1948, 1961, 1962, 1981, 1988, 1991, 1992, 1994, 1996, 1998, 1999, 2000, 2003, 2006 e 2010
Santa Cruz (9, com 33%) – 1940, 1946, 1957, 1971, 1973, 1986, 1987, 2012 e 2013
Náutico (2, com 7%) – 1954 e 1965
América (1, com 3%) – 1944

Arruda (16)
Santa Cruz (8, com 50%) – 1970, 1976, 1983, 1990, 1993, 1995, 2011 e 2015
Náutico (6, com 37%) – 1984, 1985, 1989, 2001, 2002 e 2004
Sport (2, com 12%) – 1977 e 1980

Aflitos (15)
Náutico (7, com 46%) -1950, 1951, 1960, 1963, 1966, 1968 e 1974
Sport (5, com 33%) – 1917, 1949, 1953, 1955 e 1975
Santa Cruz (3, com 20%) – 1947, 1959, 1969

Avenida Malaquias (3)
América (1, com 33%) – 1921
Santa Cruz (1, com 33%) – 1932
Náutico (1, com 33%) – 1934

Jaqueira (3)
Santa Cruz (2, com 66%) – 1933 e 1935
Sport (1, com 33%) – 1920

British Club (2)
Flamengo (1, com 50%) – 1915
Sport (1, com 50%) – 1916

Arena Pernambuco (1)
Sport (1, com 100%) – 2014 

Arruda, em janeiro de 2016. Foto: Peu Ricardo/Esp. DP

A diferença de Arruda e Ilha através dos laudos de engenharia e dos bombeiros

Arruda e Ilha do Retiro via Google Maps

Em 25 de setembro de 2015, o Corpo de Bombeiro emitiu dois atestados de regularidade, um sobre o Arruda e outro sobre a Ilha do Retiro. Em ambos, reduziu a capacidade de público dos estádios. Não por questão de espaço físico para o público, mas pela estrutura oferecida para a evacuação da torcida, apontando escadas, portas e corredores afunilados. Com um ano de validade, os documentos seguem em vigor. A diminuição (55 para 50 mil no José do Rego Maciel e 32 para 27 mil no Adelmar da Costa Carvalho) foi aceita pelos clubes, sob protesto. Sete meses depois, ocorreu na sede da FPF uma “reunião de adequação dos estádios pernambucanos”.

Na prática, foi um debate apenas sobre os palcos de Santa Cruz e Sport, com representantes dos clubes, claro, do Ministério Público de Pernambuco, que em novembro passado recomendou a redução dos estádios, dos bombeiros, órgão responsável pela elaboração do documento, e da Vigilância Sanitária. Ajustes já pedidos no laudo em vigor para esta temporada foram reforçados – solução prática: mais saídas para o público, sobretudo nos setores populares. O atual redimensionamento tem validade até 25 de setembro de 2016. No Arruda, cujo alvará indicava 16 de abril, o status reduzido foi mantido.

Sobre a capacidade de público, há um impasse. A atual portaria do Ministério do Esporte, de nº 290, de 27 de outubro de 2015, consolidou os requisitos mínimos para serem contemplados nos laudos técnicos previstos. Resumindo, dá ao laudo de engenharia a voz oficial sobre a capacidade. Não por acaso, ao blog uma fonte informa que as cargas de 55 mil (Arruda) e 32 mil (Ilha) seguem à disposição dos clubes, que vêm evitando os montantes para se resguardarem sobre qualquer imprevisto legal, devido ao parecer dos bombeiros.

Laudo dos Bombeiros sobre o Arruda, com validade em 2016.

Laudo do Corpo de Bombeiros, de 2016, sobre o Arruda. Crédito: FPF/reprodução

Laudo dos Bombeiros sobre a Ilha do Retiro, com validade em 2016.

Laudo do Corpo de Bombeiros, de 2016, sobre a Ilha do Retiro. Crédito: FPF/reprodução

A capacidade oficial de público em cada setor do Arruda, Arena e Ilha do Retiro

Arruda, Arena Pernambuco e Ilha do Retiro via Google Maps

A capacidade de público de um estádio é ratificada a cada ano ano, através dos laudos de engenharia, segurança e bombeiros. Nem sempre os números batem com a capacidade máxima, geralmente reduzindo a limitação. São fatores como evacuação, pontos cegos, restrição de assentos etc. Isso acontece nos três maiores estádios do Grande Recife, segundo os laudos de 2016. Sobre a estimativa de assistência, geralmente os sites das federações estaduais apresentam apenas a capacidade geral, sem detalhamento de setores.

Por isso, a curiosidade sobre o relatório de 69 páginas da Arena Pernambuco, no qual o consórcio apresenta o número de cadeiras vermelhas em cada área. Por outro motivo foi possível ter acesso ao mesmo levantamento nos estádios particulares. Santa Cruz e Sport, a pedido do Ministério Público, em novembro de 2015, tiveram que limitar a carga de ingressos. Na sequência, publicaram a setorização completa, com arquibancada, anel superior, sociais, geral etc.

No Mundão, o anel superior foi liberado para apenas 15 mil. Na inauguração da ampliação, em 1982, eram vendidos mais de 50 mil ingressos! Na Ilha, a geral do placar, reservada à torcida visitante, foi reduzida para a colocação de cavaletes de isolamento. Portanto, eis as capacidades destrinchadas…

Arruda (50.582 assentos)
Anel superior – 15.000
Anel inferior – 21.400
Sociais – 6.100
Sociais ampliação – 1.200
Cadeiras – 5.950
Camarotes/conselho – 932
Redução sobre o limite máximo em 2013: 9.462

Arena Pernambuco (45.845 assentos)
Anel superior (público geral) – 21.739
Anel inferior (público geral) – 16.113
Anel inferior (premium) – 2.718
Camarote/VIP (nível 1) – 1.726
Camarote (nível 2) – 1.893
Mídia – 1.656
Redução sobre o limite máximo em 2013: 369

Ilha do Retiro (27.435 assentos)
Arquibancada frontal – 6.529
Arquibancada sede – 4.952
Sociais – 3.500
Cadeira central – 5.181
Cadeira ampliação – 2.050
Assento especial – 2.076
Camarotes/conselho – 812
Arquibancada do placar (visitante) – 2.335
Redução sobre o limite máximo em 2013: 5.548

CBF veta a Arena por falta de laudo de higiene. Acredite, a entidade está certa

Documento da CBF com a mudança do local para Náutico x Vitória da Conquista, pela Copa do Brasil 2016

Em 25 de março, a Arena Pernambuco recebeu 45.010 torcedores no clássico entre Brasil e Uruguai, registrando o recorde de público do estádio. Apenas treze dias depois, a CBF alterou um jogo no local por um motivo inacreditável, considerando o nível estrutural do empreendimento em questão: higiene.

Náutico x Vitória da Conquista, no aniversário timbu, em 7 de abril, será no Arruda em vez da Arena porque o estádio não conta mais com o laudo de condições sanitárias e higiene, fornecido pela Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária, através de um questionário com 41 tópicos. O último documento (abaixo), com validade de um ano, expira justamente no dia 6 de abril. Até aí, normal. Em tese, bastava uma nova vistoria. Contudo, a própria direção de competições da confederação justificou no ato de Informação de Modificação de Tabela (IMT, acima): “sem expectativa de renovação”.

Todos os estádios precisam de quatro laudos anuais para receber jogos profissionais no país. Eis os prazos finais dos laudos na Arena Pernambuco:

Vigilância sanitária – 06/04/2016
Segurança – 14/04/2016
Bombeiro – 29/04/2016
Engenharia – 22/05/2017

Obviamente, a condição higiênica do palco da Copa do Mundo se mantém bem acima da média no futebol pernambucano, mas também é preciso atender à burocracia, já considerando a realização de partidas sob nova vistoria. É surreal que algo tão básico tenha passado batido. Dentre tantas bizarrices na administração desde a inauguração, essa fecha a conta…

Observação: sem o laudo de 2016, a Arena estaria, hoje, vetada para receber jogos das semifinais (20 e 24 de abril) e finais (4 e 8 de maio) do Estadual.

Laudo da Vigilância Sanitária na Arena Pernambuco, até 06/04/2016. Crédito: FPF/reprodução