Indo além das reformas preventivas nos banheiros dos estádios da capital

Bacias sanitárias na Ilha do Retiro, com com os modelos tradicional e turco

Se existe uma unanimidade em relação à falta de estrutura dos estádios recifenses, sem dúvida é a questão dos banheiros. Sujos, com vazamentos, portas sem trava nas cabines, vasos sem tampa e até falta de papel higiênico…

É assim no Arruda, na Ilha do Retiro e também nos Aflitos.

A morte ocorrida no José do Rego Maciel, com uma privada arremessada do anel superior, trouxe um velho alerta. Não foi a primeira vez que um vaso foi atirado. Em outras partidas, nos clássicos, marginais já quebraram inúmeros vasos, usados os pedaços como armas em potencial. Depredação sistemática.

Numa atuação preventiva, o Sport deve trocar em um mês 38 vasos tradicionais por modelos “turcos”, acoplados ao piso, exigindo um certo malabarismo…

As primeiras imagens, comparadas às privadas antigas, só escancaram o péssimo nível oferecido. Repito, é algo generalizado. Se em setores mais caros, como cadeiras e camarotes, os banheiros ainda são transitáveis, nas demais áreas, com a imensa maioria do público, a situação é precária.

Exceção feita à Arena Pernambuco, naturalmente, os grandes palcos do futebol local precisam mesmo de uma reforma. Não só por prevenção, mas principalmente por respeito ao torcedor…

Banheiro da Arena Pernambuco. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

O mar sem fim dos corais no carnaval

Carnaval do Santa Cruz. Fotos: Blog do Santinha, Juna d m-fard junior/divulgação e Diario de Pernambuco

Os blocos Cobra Fumando, no Arruda, e Minha Cobra, em Olinda, levantam a poeira no carnaval. No Tricolor de Capiba e Nelson Ferreira, o frevo-canção e a marcha-exaltação estão na boca do povão muito antes do concreto colossal no José do Rego Maciel. É o imenso carnaval do Santa Cruz.

Em um século de história do frevo, o Santinha teve dois dos maiores compositores do envolvente ritmo pernambucano. Nelson Ferreira (1902 – 1976) e Lourenço da Fonseca Barbosa, o Capiba (1904 – 1997). O primeiro foi um gênio nos frevos-de-rua, extraindo dos metais a animação total do público, mas sem perder a linha como compositor. Cresceu com o frevo.

No supercampeonato de 1957, Nelson criou um frevo-canção gravado pelo cantor alvirrubro Claudionor Germano. “Vamos cantar com toda emoção / Um, dois, três, quatro, cinco, seis / Saudando a faixa de supercampeão / A que fez jus / O mais querido Santa Cruz / Foram três as vitórias colossais”.

O segundo, com 200 músicas no repertório, foi conselheiro coral em 1948, quando compôs a marcha “O Mais Querido”, decorada no Mundão e famosa da mesma taça de 1957. “Santa Cruz, Santa Cruz , junta mais essa vitória…”.

Irmão de Capiba, Marambá criou “Cobral Coral” em 1959, na voz de Rubens Cristino. “Quando aparece num gramado / O Santa Cruz dando xaxado / O adversário vai cair / Disso não pode fugir / Deixa a fumaça subir”. Bem antes disso tudo, Sebastião Rosendo compôs o mais famoso frevo-canção do clube, de 1942, atendendo um pedido de Aristófanes de Andrade, renomado tricolor. Saiu o frevo “Santa Cruz de Corpo e Alma”.

De corpo e alma ao papa-taças, as canções que apaixonam nas orquestras.

Os blocos
Cobra Fumando (Recife, Arruda/1992, segunda-feira)
Triloucura (Bezerros/2004, segunda-feira)
Minha Cobra (Olinda, Sítio Histórico/2006, segunda-feira)
A Cobra Vai Subir (Afogados da Ingazeira/2008, terça-feira)
Paixão Coral (Pesqueira/2009, segunda-feira)
Naza Coral (Nazaré da Mata/2011, domingo)
Tricolor na Folia (Timbaúba, segunda-feira)

As músicas

Santa Cruz de Corpo e Alma (Sebastião Rosendo, 1942)

Eu sou Santa Cruz
De corpo e alma
E serei sempre de coração
Pois a cobrinha quando entra no gramado
Eu fico todo arrepiado e torço com satisfação (2x)
Sai,sai Timbu
Deixa de prosa,
O seu Leão
Periquito cuidado com lotação
Que matou pássaro preto
Tricolor é tradição

O mais querido (Capiba, 1957)

Santa Cruz, Santa Cruz
Junta mais essa vitória
Santa Cruz, Santa Cruz
Ao te passado de glória
És o querido do povo
O terror do Nordeste
No gramado
Tuas vitórias de hoje
Nos lembram vitórias
Do passado
Clube querido da multidão
Tu és o supercampeão”.

Papa-Taças (João Valença e Raul Valença (década 1970)

Quem é que quando joga
A poeira se levanta
É o Santa, é o Santa
Escreve pelo chão
Faz miséria e não se dobra
É a cobra, é a cobra
É sem favor o maioral
O tricolor, a cobrinha coral
O mais querido timão das massas
Por apelido o papa-taças 

Se tu és tricolor (Capiba, 1990)

Se tu és tricolor
Que Deus te abençoe
Se não és tricolor
Que Deus te perdoe
O Santa tem a fibra
Dos Guararapes
Por tradição
É o mais querido
E sempre será
O clube da multidão

Santa Cruz de Corpo e Alma (1942, Sebastião Rosendo)

Vulcão Tricolor (2007, Maestro Forró). O último dos frevos-de-rua dos clubes.

O tour oficial da Arena Pernambuco

Visita guiada da Arena Pernambuco. Crédito: facebook.com/itaipavaarenape

A Arena Pernambuco será o primeiro estádio de futebol da região metropolitana do Recife a contar com um programa de visita guiada.

A partir do dia 22 de fevereiro, o moderno palco da Copa do Mundo de 2014 será inserido oficialmente no contexto turístico do estado.

O tour oficial terá um roteiro semelhante ao dos estádios mais famosos da Europa, como Camp Nou do Barcelona e o Santiago Bernabéu do Real Madrid, incluindo visitas aos bastidores e áreas restritas aos jogadores e dirigentes.

Na versão em São Lourenço, um tour pelo vestiário, zona mista, setor de imprensa, camarotes, lounge e campo de jogo. O percurso será realizado em grupos de até 50 pessoas, com duração de aproximadamente 40 minutos.

A visita deverá custar R$ 20, com a vantagem de meia entrada para os sócios-torcedores em dia de Náutico, Santa Cruz e Sport.

Impressiona se dar conta de que Arruda, Aflitos e Ilha do Retiro, com décadas de uma rica história, ainda não contam com visitas do tipo…

1,5 milhão de torcedores e renda de R$ 23,8 milhões nos jogos oficiais na RMR

Torcidas de Sport, Santa Cruz e Náutico

A temporada 2013 de Náutico, Santa Cruz e Sport teve 95 partidas, considerando apenas os jogos oficiais com o mando de campo do trio recifense, em duelos nos Aflitos, Ilha do Retiro, Arena Pernambuco e Arruda. O blog analisou todos os borderôs disponíveis nos sites da federações responsáveis e apresenta com exclusividade o levantamento com a participação do público local e a arrecadação só com a bilheteria.

Em termos absolutos, nada mal, apesar deste ano não ter sido o de maior média dos clubes locais, nem no Estadual nem no Brasileiro. A renda bruta foi de R$ 23,8 milhões, para um público presente nas arquibancadas de 1.522.559 pessoas. Para se ter ideia do que essa torcida significa, basta lembrar que a população da capital, segundo os dados mais recentes do IBGE, é de 1.537.704. Ou seja, a diferença entre habitantes e torcedores foi de apenas 15 mil pessoas.

Ao dividir os números, o Santa Cruz mostrou força. O Tricolor avançou nos campeonatos e ganhou os títulos do Estadual e da Terceirona. Nem por isso deixou de ser o que teve menos jogos oficiais em casa, com 27 partidas, contra 33 do Timbu e 35 do Leão. Mesmo assim, os corais levaram 645 mil pessoas ao Mundão, com uma média geral, considerando as quatro competições disputadas pelo clube, de 23.912. O Rubro-negro atuou em cinco competições – incluiu a Sul-Americana -, com 552 mil torcedores na Ilha e na Arena, onde atuou duas vezes. Na média, 15.783. O Náutico, cujo rendimento em campo foi péssimo, registrou um índice de 9.833.

Em relação à renda, os números seguiram a ordem da torcida presente, com o Santa alcançando R$ 9,4 milhões – certamente, tomará a maior parte do balanço do clube em todo o ano. Já o rival leonino teve um faturamento com ingressos de R$ 7,9 milhões – curiosamente, só 1/3 do que recebe da cota de transmissão da Segundona.

Já o Náutico, apesar da presença mais baixa, arrecadou R$ 6,5 milhões, dos quais 5,2 milhões de reais no Brasileirão. A conta é explicada pelo valor pago pelo governo do estado aos bilhetes promocionais do Todos com a Nota na Arena, com R$ 25 por ingresso, bem acima dos valores pagos aos rivais nos outros estádios.

Foram consideradas somente as competições sob as chancelas da FPF, CBF e Conmebol. Nesta conta, então, não entraram os amistosos. Em um deles, na inauguração da arena, Náutico 1 x 1 Sporting proporcionou uma enorme renda de R$ 1.040.104, com 26.803 pessoas.

Santa Cruz
27 jogos (27 no Arruda)
645.637 torcedores
Público médio de 23.912
39,82% de ocupação
R$ 9.425.366
Renda média de R$ 349.087

Estadual – 8 jogos – 165.761 pessoas (20.720) – R$ 2.412.656 (R$ 301.582)
Nordestão – 4 jogos – 91.758 pessoas (22.939) – R$ 1.134.515 (R$ 283.628)
Copa do Brasil – 2 jogos – 22.159 pessoas (11.079) – R$ 264.575 (R$ 132.287)
Série C – 13 jogos – 365.959 pessoas (28.150) – R$ 5.613.620 (R$ 431.816)

Sport
35 jogos (33 na Ilha e 2 na Arena)
552.427 torcedores
Público médio de  15.783
46,78% de ocupação
R$ 7.931.743
Renda média de R$ 226.621

Estadual – 8 jogos – 103.913 pessoas (12.989) – R$ 1.357.077 (R$ 169.634)
Nordestão – 4 jogos – 71.800 pessoas (17.950) – R$ 791.025 (R$ 197.756)
Copa do Brasil – 2 jogos – 11.038 pessoas (5.519) – R$ 96.460 (R$ 48.230)
Série B – 19 jogos – 331.976 pessoas (17.472) – R$ 4.963.331 (R$ 261.227)
Sul-Americana – 2 jogos – 33.700 pessoas (16.850) – R$ 723.850 (R$ 361.925)

Náutico
33 jogos (18 na Arena  15 nos Aflitos)
324.495 torcedores
Público médio de 9.833
27,62% de ocupação
R$ 6.506.982
Renda média de R$ 197.181

Estadual – 12 jogos – 98.425 pessoas (8.202) – R$ 1.042.945 (R$ 86.912)
Copa do Brasil – 1 jogo – 3.026 pessoas – R$ 27.830
Série A – 19 jogos – 214.724 pessoas (11.301) – R$ 5.219.012 (R$ 274.684)
Sul-Americana – 1 jogo – 8.320 pessoas – R$ 217.195

Total
95 jogos (33 na Ilha, 27 no Arruda, 20 na Arena e 15 nos Aflitos)
1.522.559 torcedores
Público médio de 16.026
38,28% de ocupação
R$ 23.864.091
Renda média de R$ 251.200
Competições: Estadual, Nordestão, Copa do Brasil, Sul-Americana e Séries A, B e C

As exigências para o Arruda no Mundial de 1994

Eliminatórias da Copa do Mundo de 1994, em 1993: Brasil 6 x 0 Bolívia

Após a edição de 1950, o Brasil pleiteou a organização da Copa do Mundo em outras duas oportunidades antes de voltar a ser sede, em 2014.

Candidaturas em 1994 e 2006. Na segunda tentativa frustrada a Confederação Brasileira de Futebol desistiu da disputa três dias antes da votação, em 2000. Já na anterior a CBF manteve até o fim o desejo de receber a competição.

Na votação em 4 de julho de 1988, em Zurique, o país recebeu apenas 2 dos 19 votos, perdendo até do Marrocos. Como se sabe, os Estados Unidos ganharam a eleição do comitê executivo da Fifa e organizaram a Copa com a maior média de público da história, com 68.991 torcedores por jogo.

Antes da derrota, contudo, a candidatura brasileira percorreu o país, visitando os prováveis palcos. Com exigências estruturais menores, não haveria tanta necessidade para erguer novas arenas. Pernambuco estaria entre as subsedes.

Arena Pernambuco? Nem em sonho. Seria mesmo no Arruda, cuja ampliação do anel superior havia sido concluída em 1983. Pois em 19 de janeiro de 1988 o estádio do Santa Cruz recebeu uma comissão da Fifa para uma inspeção completa. Como publicou o Diario de Pernambuco na época, foram listadas as principais exigências para o setor de imprensa.

Nota-se a clara diferença tecnológica em relação ao Mundial e 2014…

125 cabines para emissoras de TV, com 3 lugares cada
50 cabines telefônicas
10 telefones públicos
15 telefax (claro, pois não havia nem sombra dos e-mails ou redes sociais)

Já em 2014, a Arena Pernambuco terá um espaço climatizado para 600 jornalistas, mesas equipadas com televisões de LED, internet de altíssima velocidade (4G), via cabo ou wi-fi, além de sala de entrevistas com mais de 200 lugares. Na tribuna de imprensa, espaço para 150 monitores de TV.

Confira a sala de imprensa da arena na Copa das Confederações aqui.

Para a próxima Copa, o preterido projeto tricolor contaria com a transformação do seu estádio na Arena Coral, numa modernização orçada em R$ 190 milhões. Em 1994 não precisaria de nada disso. Nem cobertura e nem a colocação de cadeiras – no máximo, assentos.

A capacidade de 85 mil pessoas, na época, era mais do que suficiente. Porém, seria preciso reformar os vestiários e os acessos às arquibancadas. Ao menos o vestiário foi melhorado em 1993 para as Eliminatórias da Copa. Curiosamente, o jogo marcou o recorde do José do Rego Maciel, com 96.990 pessoas no show do Brasil sobre a Bolívia, 6 x 0. Poderia ter sido até um jogo do próprio Mundial…

Os estádios pernambucanos em preto e branco

Em tempos de Arena Pernambuco, com o já famoso Padrão Fifa, os demais estádios do futebol local ficaram alguns degraus abaixo. Entretanto, os quatro maiores palcos têm muita história para contar. Nos jogos realizados, claro, e nas várias caras que Ilha do Retiro, Aflitos, Arruda e Lacerdão já tiveram.

Sim, pois se a arena em São Lourenço da Mata foi inagurada com a sua versão definitiva, os demais estádios receberam inúmeras ampliações até os formatos atuais.

Ilha do Retiro – 1955

Inaugurado em 1937, o estádio do Sport recebeu seus primeiros degraus no ano seguinte. Para o primeiro Mundial no Brasil, em 1950, a reforma foi completa, ampliando a capacidade para 20 mil pessoas. Cinco anos depois, no cinquentenário do clube, mais dois lances de arquibancada foram erguidos.

Ilha do Retiro em 1950, antes da Copa do Mundo. Foto: Arquivo

Aflitos – 1968

O estádio alvirrubro, em atividade desde 1917, recebeu a sua grande reforma na década de 1960, quando todos os setores da arquibancada foram erguidos. No ano do hexa, o Eládio apresentava um formato que duraria até 1996, quando passou por uma remodelação, até 2002.

Estádio dos Aflitos em 1968. Foto: Arquivo/DP/D.A Press

Arruda – 1970

Os primeiros jogos do Santa Cruz em seu estádio, que sucedeu o velho alçapão coral, no mesmo terreno, aconteceram em 1965. Até em 1972, o José do Rego Maciel ganharia o seu primeiro anel completo. Foram etapas paulatinas até a Copa da Independência. Dois anos antes da Minicopa a capacidade já era de 20 mil pessoas.

Estádio do Arruda, ainda em obras, em 1970. Foto: Diario de Pernambuco/arquivo

Lacerdão – 1977

Antes da denominação “Luiz Lacerda”, o estádio do Central foi chamado de Pedro Victor de Albuquerque. Nada de tobogã ou arquibancada superior de cadeiras alvingeras. O palco caruaruense era bem acanhado, mas já era, naquela época a maior do interior.

Estádio Lacerdão, em Caruaru, em 1977. Foto: Sérgio Pepeu/arquivo pessoal

A distribuição os estádios da RMR via Google Maps

Arruda, Arena Pernambuco, Ilha do Retiro e Aflitos no recife, via Google Maps

Os quatro maiores estádios da região metropolitana tem à disposição 162.097 lugares nas arquibancadas, cadeiras e camarotes.

Os três mais tradicionais ficam em áreas centrais do Recife. A nova arena, em São Lourenço da Mata, fica a 19 quilômetros do Marco Zero.

Através do Google Maps é possível destacar a distância dos quatro palcos em relação ao restante da cidade. Autoridades vislumbram o futuro no zona oeste.

Arruda – 60.044
Arena Pernambuco – 46.214
Ilha do Retiro – 32.983
Aflitos – 22.856

Confira a imagem em uma resolução maior aqui.

Delegacia de Repressão à Intolerância Esportiva já em atividade no Recife

Delegacia de Repressão à Intolerância Esportiva, na sede da Coordenação de Operações e Recursos Especiais (Core), no bairro de São José, no Recife. Crédito: Google Street View/reprodução

A estrutura de segurança no futebol pernambucano ganhou uma delegacia exclusiva. Oficializada em 21 de junho, através do Diário Oficial do Estado, a Delegacia de Repressão à Intolerância Esportiva já está em atividade.

Sediada no bairro de São José, na sede da Coordenação de Operações e Recursos Especiais (Core), a nova unidade da polícia civil pernambucana foi criada com um objetivo claro, segundo o artigo 8º da lei de nº 15.026.

Compete em especial:

a) prevenir e reprimir, com exclusividade no município do Recife e Região Metropolitana, as agressões à ordem pública oriundas de torcidas organizadas em grandes eventos esportivos;

b) desenvolver, quando a apuração exigir uniformidade de ação ou maior especialização, concorrentemente com as Delegacias Circunscricionais do Estado de Pernambuco, ações de investigação policial, pertinentes a delitos relacionados a eventos esportivos ou outros em que se realizem competições, demonstrações e/ou treinamentos, quando tenham ligação ou em razão da atividade esportiva.

Vale lembrar que o futebol pernambucano já contava, desde 2006, com o Juizado Especial Cível e das Relações de Consumo do Torcedor (Jetep), com instalações nos três maiores estádios recifenses. Até hoje, o juizado já registrou cerca de 200 processos cíveis e 1.500 processos criminais.

A ideia é que a delegacia e o juizado trabalhem em conjunto. E que os infratores sejam realmente punidos, pois o Ministério Público de Pernambuco levantou 800 crimes, nos últimos cincos anos, envolvendo supostos integrantes das três principais uniformizadas do estado. Nota-se que a nova delegacia terá trabalho.

Mercado paralelo ao lado do Padrão Fifa

Comércio paralelo de bebidas próximo à Arena Pernambuco. Foto: João de Andrade Neto/DP/D.A Pres

Uma cena bem comum nos arredores dos principais estádios pernambucanos é a presença do extenso mercado paralelo. O clássico isopor com cerveja e refrigerante. A loura gelada sai bastante, até porque o consumo dentro dos estádios é proibido através de uma lei estadual.

Há também a venda de sanduíches, espetinhos, bandeiras e camisas falsificadas, com os varais amarrados nos postes. No Arruda, na Ilha do Retiro e nos Aflitos o cenário era produzido horas antes dos jogos, com pouca fiscalização. Aos poucos, a “tradição” se estende à Arena Pernambuco.

Comércio paralelo de bebidas próximo à Arena Pernambuco. Foto: João de Andrade Neto/DP/D.A Pres

Sim, tradição, pois o torcedor gosta de jogar conversa fora com os amigos antes das partidas. No novo empreendimento, numa área ainda desabitada em São Lourenço, os jogos do Náutico começam a contar com esse mercado paralelo.

Os quiosques oficiais da Itaipava, patrocinadora do estádio, contam apenas com cerveja sem álcool. Ainda sem popularidade, a bebida vai perdendo para a concorrência no entorno, com ambulantes às margens da BR-408, como mostra o registro do repórter João de Andrade, do Diario. Lá, o consumo rola solto.

Quiosque oficial da Arena Pernambuco. Foto: João de Andrade Neto/DP/D.A Press

Uma rodada de casa cheia no futebol pernambucano, com dados sob análise

Náutico 3 x 0 Internacional, Sport 2 x 0 Oeste e Santa Cruz 0 x 2 Baraúnas. Fotos: Ricardo Fernandes e Paulo Paiva, ambos do DP/D.A Press

Náutico, Santa Cruz e Sport jogaram em casa na mesma rodada pelo Campeonato Brasileiro, cada um em sua respectiva divisão.

Sport 2 x 0 Oeste, Série B – sexta-feira, 21h
Náutico 3 x 0 Internacional, Série A – domingo, 16h
Santa Cruz 0 x 2 Baraúnas, Série C – domingo, 19h

Somando o borderô das três partidas, o número de torcedores foi considerável, com mais de 60 mil pessoas e uma regularidade impressionante. Os dados foram parecidíssimos. Vale a ressalva dos pontos contrários em cada estádio.

No jogo do Leão, apenas 8 mil bilhetes do Todos com a Nota, contra 15 mil dos dois rivais. No caso timbu, a distância do estádio e o preço dos ingressos, mais caros. Enquanto isso, o jogo da Cobra Coral foi exibido na televisão aberta.

Ou seja, os percalços só valorizam ainda mais os dados.

Público
Arruda – 21.213
Ilha do Retiro – 19.571
Arena Pernambuco – 19.488

Total: 60.272 torcedores
Média: 20.090 torcedores

Em relação à renda, nota-se uma vantagem bem maior na partida em São Lourenço da Mata. Além dos ingressos tradicionais, pesa o valor pago pelo governo do estado na campanha do Todos com a Nota para as partidas realizadas na arena, com R$ 25 por cada entrada. Na Ilha e no Arruda os bilhetes promocionais são subsidiados por R$ 13 e R$ 10, respectivamente.

Renda
Arruda – R$ 231.340
Ilha do Retiro – R$ 284.670
Arena Pernambuco – R$ 517.280

Total: R$ 1.033.290
Média: R$ 344.430

Em outras arenas do país têm sido comum a divulgação de rendas milionárias, com públicos entre 30 mil e 50 mil espectadores. Na Arena Pernambuco o fenômeno começa a se tornar real. Por enquanto ainda apenas com o Náutico…

Náutico 3 x 0 Internacional, Sport 2 x 0 Oeste e Santa Cruz 0 x 2 Baraúnas. Fotos: Ricardo Fernandes e Paulo Paiva, ambos do DP/D.A Press