Jogo de futebol no Cornélio de Barros num domingo à noite? Só após a missa

Igreja matriz de Salgueiro. Foto: sitewilsonmonteiro.com

O jogo entre Salgueiro e Central foi marcado para as 20h de domingo. No histórico do futebol local, o horário é incomum. Mas o que chama a atenção é a explicação para a terceira data da partida válida pela 4ª rodada do Estadual 2017. Gramado vetado, pedido da televisão, falta de segurança e ambulância, toró e até carnaval já foram motivos oficiais. E o que dizer de uma missa?

Inicialmente, o jogo no Cornélio de Barros ocorreria às 16h do domingo, dia 19. Como a partida do Carcará pela Copa do Brasil, no interior do Mato Grosso, foi adiada para a quinta (16), o time só chegaria em casa na madrugada de sábado. Dureza. Com a justificativa esportiva, houve a troca para a noite de segunda, 20.

Eis que, cinco dias após a remarcação, a CBF agendou a 2ª fase da copa nacional (que poderia contar com o time sertanejo) para o dia 22, o que inviabilizaria o confronto na segunda-feira. Então, veio a solução definitiva, com o jogo voltando para o domingo, à noite. Não à revelia. O ponta-pé inicial foi marcado após fim a missa das 19h, a última do dia na Catedral de Santo Antônio. Tudo para evitar a concorrência de uma “cultura local muito forte”, como frisa o próprio informativo de modificação de tabela (IMT) da federação.

O estádio e a igreja matriz são separados por apenas 110 metros.

Ps. É importante considerar o regionalismo local. Como o carnaval na capital.

Estádio Cornélio de Barros. Foto: Salgueiro/twitter (@CarcaraNet)

Com 53% dos jogos realizados, Estadual de 2017 tem média de 946 torcedores

Pernambucano 2017, 3ª rodada: Central 2 x 4 Santa Cruz. Foto: Santa Cruz/twitter (@santacruzfc)

A tabela do Campeonato Pernambucano de 2017 prevê a disputa de 95 partidas, contabilizando a fase preliminar, os hexagonais (do título e da permanência) e o mata-mata. Em apenas 43 dias, 53% dos jogos já foram realizados, com os estádios às moscas. A média não chega sequer a 1.000 pessoas. Somando pagantes e não pagantes, são apenas 946 testemunhas. Mesmo se for considerada apenas a fase principal, o número de 2,3 mil é inviável no futebol profissional – a terceira rodada, inteiramente no Grande Recife, reuniu apenas 5.319 torcedores.

O maior público da competição segue com Náutico 1 x 1 Santa, no único clássico jogado até agora. Foram 4.622 espectadores no Clássico das Emoções, com direito a 40% de gratuidades. Fica a expectativa sobre os próximos clássicos (no mínimo cinco, no hexagonal), na chance mais concreta para melhorar o índice geral. Até porque existem outros problemas na organização, como os jogos com portões fechados (ainda que não sejam calculados na média de público) e as mudanças de mando de campo, com Central e Belo Jardim tendo que jogar no Grande Recife – acima, a Patativa como mandante, com apenas 28 alvinegros pagando ingresso.

Em relação à arrecadação, a FPF tem direito a 8% da renda bruta de todos os jogos. Logo, do apurado de R$ 471 mil, a federação já arrecadou R$ 37.715.

Atualização até a 3ª rodada do hexagonal do título e a 5ª rodada da permanência:

1º) Sport (2 jogos como mandante, na Ilha do Retiro)
Público: 6.036 torcedores
Média de 3.018
Taxa de ocupação: 10,4%

Renda: R$ 90.460
Média de R$ 45.230

2º) Náutico (2 jogos como mandante, na Arena Pernambuco)
Público: 5.991 torcedores
Média de 2.995
Taxa de ocupação: 6,5%

Renda: R$ 84.055
Média de R$ 42.027

3º) Salgueiro (4 jogos como mandante, no Cornélio de Barros)
Público: 9.507 torcedores
Média de 2.376
Taxa de ocupação: 19,6%
Renda: R$ 48.460
Média de R$ 12.115

4º) Santa Cruz (1 jogo como mandante, no Arruda)
Público: 2.154 torcedores
Taxa de ocupação: 4,2%
Renda: R$ 17.860

5º) Central (5 jogos como mandante; 2 no Lacerdão, 2 no Antônio Inácio e 1 na Arena)
Público: 7.651 torcedores
Média de 1.530 
Taxa de ocupação: 7,6%
Renda: R$ 112.170 
Média de R$ 22.434 

6º) Belo Jardim (4 jogos como mandante, no Antônio Inácio)
Público: 818 torcedores
Média de 204
Taxa de ocupação: 2,7%
Renda: R$ 6.872
Média de R$ 1.718

Geral – 46* jogos (1ª fase, hexagonal do título e hexagonal da permanência)
Público total: 43.537 
Média: 946 pessoas
Arrecadação: R$ 471.447
Média: R$ 10.248
* Mais 5 jogos ocorreram de portões fechados 

Fase principal – 9 jogos (hexagonal do título e mata-mata)
Público total: 21.262 
Média: 2.362 pessoas
Arrecadação total: R$ 276.536 
Média: R$ 30.726 

Pernambucano 2017, 3ª rodada: Náutico 0x2 Salgueiro. Foto: Rafael Brasileiro/DP

Ranking dos pênaltis e das expulsões (3)

Pernambucano 2017, 3ª rodada: Náutico 0x2 Salgueiro. Foto: Rafael Martins/DP

Na 3ª rodada do Estadual 2017 foram contabilizados duas penalidades e um cartão vermelho. Entretanto, não foram as cobranças, mas, sim, a expulsão de Rogério, do Salgueiro, o ato determinante para a classificação do hexagonal. Os pênaltis foram a favor do Central, que converteu, mas tomou a virada, e do Sport, que desperdiçou, mas segurou a vitória. Enquanto isso, mesmo com um a menos, o Carcará somou três pontos na Arena Pernambuco.

Então, qual a lógica? O critério de desempate. Sport e Salgueiro estão empatados em pontos, vitórias, saldo, gols marcados e sofridos. O número de expulsões é o 6º critério no regulamento oficial da competição. Como os leoninos ainda não receberam o vermelho, ficaram “à frente” na classificação.

Vamos à atualização das listas levantadas pelo blog:

Pênaltis a favor (3)
2 pênaltis – Sport (desperdiçou 1)
1 pênalti – Central
Sem penalidade – Náutico, Santa Cruz, Salgueiro e Belo Jardim

Pênaltis cometidos (3)
1 pênalti – Central, Santa Cruz e Belo Jardim (defendeu 1)
Sem penalidade – Náutico, Sport e Salgueiro

Cartões vermelhos (5)
1º) Náutico – 2 adversários expulso; 1 vermelho
2º) Sport – 1 adversário expulso; nenhum vermelho
3º) Santa Cruz e Salgueiro – 1 adversário expulso; 1 vermelho
5º) Central e Belo Jardim – nenhum adversário expulso; 1 vermelho 

Resumo da 3ª rodada do Pernambucano

Pernambucano 2017, 3ª rodada: Sport 1 x 0 Belo Jardim, Náutico 0 x 2 Salgueiro e Central 2 x 4 Santa Cruz. Fotos: Ricardo Fernandes/DP (Ilha) , Rafael Martins/DP (Arena, Náutico), Ricardo Fernandes/DP (Arena, Santa)

Sport e Salgueiro empataram em 0 x 0 no Sertão e seguem empatados na classificação do hexagonal do Pernambucano de 2017. Quatro gols marcados e nenhum sofrido. Ainda assim, a liderança é rubro-negra, graças ao critério de expulsões. O time da Ilha ainda não recebeu o vermelho, enquanto os sertanejos tiveram uma expulsão, justamente na última rodada. A 3ª rodada demorou oito dias para ser finalizada, somente após a vitória leonina na Ilha.

Por sinal, foram três jogos no Grande Recife, devido à “inversão” oficializada, com o Central como mandante na Arena Pernambuco. No mesmo local, o Salgueiro venceu o Náutico. Ainda assim, ao todo, apenas 5.319 torcedores. As três partidas foram exibidas no pay-per-view. Ao menos as redes balançaram. Se na rodada passada saiu um mísero gol, desta vez foram nove.

Nos nove jogos realizados nesta fase do #PE2017 saíram 17 gols, com média de 1,8. Em relação à artilharia, que a FPF oficialmente considera apenas os dados do hexagonal e o mata-mata, Éverton Santos lidera com 2 gols.

Hoje, as semifinais seriam Sport x Náutico e Salgueiro x Santa Cruz.

Náutico 0 x 2 Salgueiro – Mesmo com um jogador a menos durante todo o segundo tempo inteiro, o Carcará foi mais eficiente, usando contragolpes.

Central 2 x 4 Santa Cruz – Num jogo atípico, com três gols corais nos últimos sete minutos, o atual bicampeão virou o jogo e venceu a primeira . 

Sport 1 x 0 Belo Jardim  – Atuando com o time reserva, o Leão jogou muito mal. Falhou bastante na criação de jogadas, terminando com André inoperante.

Destaque: Everton Santos. O atacante tricolor marcou dois gols na rodada, abrindo o placar e virando o jogo. Assumiu a artilharia isolada.

Carcaça: Jailson. Determinante para a derrota centralina. Perdeu a chance de fazer 3 x 1 e depois cometeu a falta infantil que deu início à reação tricolor.

Próxima rodada
18/02 (16h30) – Santa Cruz x Sport, Arruda (Globo NE)
19/02 (20h00) – Salgueiro x Central, Cornélio de Barros
20/02 (20h30) – Belo Jardim x Náutico, Arruda (Premiere)

A classificação atualizada do hexagonal do título após a 3ª rodada.

A classificação do hexagonal do título do Pernambucano 2017 após 3 rodadas. Crédito: FPF/reprodução

Santa marca três gols no finzinho e faz 4 x 2 no Central, como visitante na Arena

Pernambucano 2017, 3ª rodada: Central 2x4 Santa Cruz. Foto: Rodrigo Baltar/Santa Cruz/twitter (@SantaCruzFC)

Como mandante de ocasião na Arena, o Central vencia o Santa de virada, com direito à gol de bicicleta de Lessa. Jogava melhor e já havia desperdiçado alguns boas chances para a ampliar. O jogo já se aproximava do finzinho, com Aílton, cérebro do time, sendo substituído por um zagueiro. Segurar o resultado, diante de um inoperante tricolor parecia bem possível. Àquela altura, aos 40 do segundo tempo, o bicampeão estadual já havia sido vaiado duas vezes pelos 1.735 espectadores. No intervalo e na última mudança, com foco em Eutrópio, chamado de burro com apenas cinco jogos. Veio, então, o imponderável.

Na entrada da própria área, o centroavante alvinegro Jaílson fez uma falta infantil – ele conseguiu comprometer no ataque e na defesa. Na cobrança, Anderson Salles. O zagueiro já cobrara uma vez com perigo. Na segunda, mandou no ângulo, num empate já comemorado – suficiente para manter o lugar no G4 do hexagonal. Pois o time não ficou nisso. Já com chuva forte, os corais foram para o abafa, diante de um “mandante” atordoado. Virou aos 43, com Everton Santos ajudado pelo desvio do zagueiro, e ampliou aos 47, com Barbio recebendo livre na pequena área, para lamentação do goleiro Murilo, silenciado após o apito final.

Para o Santa, a primeira vitória no Pernambucano – e a segunda seguida na temporada – serve de ânimo. Tecnicamente, ficou devendo demais! O 4 x 2 valeu pela dedicação, pela reação, pela emoção. Não pela coletividade, com o time apresentando sérios problemas na saída de jogo. À frente, segue sem referência ofensiva, com os atacantes caindo pelos lados e o centro esvaziado de jogadas. A equipe deve ser reforçada por dois atacantes, o argentino Parra e o veterano Júlio César. Opções para um setor ainda desorganizado – mas, que, como contraponto, anotou três dos quatro gols da noite.

Pernambucano 2017, 3ª rodada: Central x Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/DP

O complexo regulamento da CBF para o licenciamento de clubes, de 2018 a 2021

A licença de clubes por parte da CBF. Crédito: CBF/site oficial

A CBF publicou o regulamento completo para a Licença de Clubes, que passa a vigorar a partir de 2018, num escalonamento de exigências a partir das divisões nacionais. O documento contém 34 tópicos que os clubes terão que cumprir, entre organograma esportivo, estrutura e critérios burocráticos – este tipo de regulamentação foi criado em 2008, pela Fifa. Somente com a licença chancelada será autorizada a participação nas mais diversas competições. A medida valerá tanto no Brasil quanto nos torneios internacionais.

Segundo a CBF, as primeiras atribuições são “conceber, regular e administrar o licenciamento e sua estrutura, mantendo a equipe tecnicamente qualificada para conduzir com diligência suas atividades” e “estabelecer os critérios mínimos que deverão ser rigorosamente observados pelos clubes para obtenção das Licenças”. Na prática, criou-se um complexo sistema nacional para estruturação e adoção de melhores práticas de gestão e transparência. No papel, ok. Entretanto, considerando o calhamaço de regras (abaixo, a íntegra do documento), é grande a chance de descumprimento para centenas de clubes.

No país, segundo dados recentes da própria confederação brasileira, existem 766 clubes profissionais em atividade. Mesmo que a regra seja aplicada apenas nas competições nacionais, à parte dos estaduais, seriam 128 times envolvidos, que terão quatro anos para ter, por exemplo, divisão de base feminina (e não só o time principal) e um centro de treinamento (equipamento que ainda hoje o Santa, na elite de 2016, não possui). E para quem não cumprir, há uma série de punições previstas, incluindo a retenção de cotas de televisão e premiações (!). Lendo tudo abaixo, quantos clubes estariam aptos, hoje? Bronca.

Cronograma para adoção da licença:
2018 – Série A (20 clubes), Libertadores*, Sul-Americana* e Recopa*
2019 – Série B (20 clubes)
2020 – Série C (20 clubes)
2021 – Série D (68 clubes)
* A licença da Conmebol, com regras semelhantes

Catálogo de sanções em caso de descumprimento da licença:
1) Advertência
2) Multa pecuniária
3) Estabelecimento de obrigações para o licenciamento
4) Retenção de cotas e premiações
5) Vedação de registro ou transferência de atletas
6) Vedação de registro de novos contratos
7) Denegação ou revogação da licença

Anualmente, a entidade que rege o futebol nacional deverá divulgar critérios específicos (e aplicáveis) a cada divisão do Campeonato Brasileiro. A flexibilização, ao menos a médio prazo, parece prudente…

Eis as 34 medidas. No documento a seguir, o detalhamento de cada uma.

Critérios desportivos

Base
1) Programa de desenvolvimento das categorias de base
2) Equipes de base (ao menos duas, Sub 20 e Sub 17 ou Sub 15)
3) Coordenador do programa de desenvolviveimento da base
4) Treinadores da base (que tenham ao menos a Licença B de técnicos)
5) Certificado de clube formador (instituído pela CBF)

Equipe principal
6) Diretor de futebol
7) Treinador da equipe principal (com a Licença Pro de técnicos
8) Preparadores físicos
9) Médico (experiência mínima de 3 anos)
10) Arquivo médico e exames preventivos

Futebol feminino
11) Equipe principal feminina (com a disputa de torneios oficiais)
12) Equipe de base (ao menos uma)
13) Treinador da equipe feminina (com a Licença A feminina)

Critérios de infraestrutura

Estádio
14) Estádio adequado e certificado (com laudos técnicos e alvarás anuais)
15) Disponibilidade do estádio (caso seja alugado, precisa de documentação)
16) Instalações específicas para treinamento (CT próprio ou alugado)

Critério administrativos e de capital humano

Estrutura administrativa
17) Organograma
18) Secretaria do clube
19) Registro online (utilização de métodos oficiais para cadastro de jogadores)

Capital humano
20) Diretor geral ou equivalente
21) Diretor financeiro ou equivalente
22) Diretor administrativo ou equivalente
23) Diretor de comunicação ou equivalente
24) Diretor de marketing ou equivalente
25) Ouvidor ou equivalente
26) Oficial de segurança ou equivalente

Critérios jurídicos

Documentações
27) Estatutos e atos societários
28) Requerimento para obtenção da Licença
29) Declaração relativa à propriedade e controle
30) Regularidade (não poderá ter dívidas perante administração pública)
31) Contratos com jogadores profissionais (deve ter por escrito, todos)

Critérios financeiros

Informações financeiras
32) Demonstrações financeiras completas, anuais e auditadas
33) Balancetes (eventuamente solicitados pela CBF, com dados parciais)
34) Orçamento anual

Arena Pernambuco, a segunda casa de Belo Jardim e Central no Estadual 2017

Belo Jardim e Central como mandantes na Arena Pernambuco. Arte: Cassio Zirpoli/DP (sobre Google Maps)

O tema inversão tornou-se recorrente no Campeonato Pernambucano de 2017, com os mandos (e desmandos) de Belo Jardim e Central modificados a todo momento. Com o Mendonção e o Luiz Lacerda interditados, devido ao péssimo estado dos gramados, os dois clubes agrestinos viraram nômades. Podem se enfrentar no Antônio Inácio, em Caruaru, mas não podem receber os grandes ali. Assim, a FPF acabou usando a “inversão” como solução. No preciosismo jurídico, nem chega a ser, mas ter a Arena Pernambuco como casa dos dois clubes diante de Náutico, Santa Cruz e Sport favorece, sim, os “visitantes” em questão. Para tentar amenizar a polêmica (?), a federação decidiu oficializar a parceria. Literalmente. Eis um trecho do texto publicado no site da entidade:

“A Federação Pernambucana de futebol (FPF) não mede esforços para trazer benefícios para os seus filiados e, após algumas conversas com a Arena de Pernambuco, a entidade firmou, esta semana, uma parceria com a Arena de Pernambuco para receber os jogos dos clubes intermediários que ainda estão promovendo reparos em seus estádios nessa fase do Estadual.”

O texto segue dizendo que o presidente da FPF, Evandro Carvalho, tenta levar jogos ao estádio desde 2015, visando a “maior e plena utilização do equipamento”. Sem a concordância de Santa e Sport, ainda não emplacou a arena como palco das finais do Estadual – os clubes optam por Arruda e Ilha.

Com a baixa expectativa de público (nas entrelinhas), esses jogos envolvendo os intermediários terão uma setorização diferenciada, reduzindo os custos de operação do estádio, hoje nas mãos do governo. Por sinal, a última frase traz a verdadeira mudança: “A entidade máxima do futebol pernambucano continua conversando com a direção da Arena para programar os próximos jogos”.

Antecipando a conversa, eis a agenda do Calango e da Patativa na Arena…

09/02 – Central x Santa Cruz
18/02 – Belo Jardim x Náutico
19/03 – Belo Jardim x Sport
05/04 – Belo Jardim x Santa Cruz
09/04 – Central x Sport

Na Copa do Brasil, Pernambuco soma 88 classificações, 70 eliminações e 1 título

Copa do Brasil. Foto: Lívia Villas Boas / Staff Images (site oficial da CBF)

A Copa do Brasil de 2017 será a maior da história, com 91 clubes, incluindo o novo formato, com as duas fases eliminatórias em jogos únicos e vantagem do empate aos visitantes. O futebol pernambucano será representado por quatro clubes, os mesmos da edição anterior da copa: Santa (que irá estrear já nas oitavas, a nova condição ao campeão nordestino), Sport, Náutico e Salgueiro.

As estreias locais na primeira fase: CSA-AL x Sport (08/02, 21h30), Guarani-CE x Náutico (15/02, 20h30) e Sinop-MT x Salgueiro (16/02, 20h30).

Até hoje, os clubes do estado já disputaram 158 confrontos no torneio, iniciado em 1989, com 88 classificações, o que corresponde a 55% de sucesso. Abaixo, o retrospecto completo dos times locais, tendo como ponto alto o título leonino em 2008, justamente na última das sete campanhas entre os oito melhores (quartas). Já são oito edições parando no máximo nas oitavas (5 vezes).

Confira os destalhes sobre os chaveamentos dos times locais aqui.

Confira as cotas da Copa do Brasil de 2017 clicando aqui.

O atual troféu em disputa, inspirado na Liga dos Campeões da Uefa, foi instituído há cinco anos. Reveja os outros oito modelos de taças de 1989 a 2012.

Sport – 22 participações (168 pontos, 53,8%)
104 jogos (164 GPC e 110 GC, +54)
48 vitórias
24 empates
32 derrotas
34 classificações e 21 eliminações (61,8% de aproveitamento nos confrontos)

Campeão – 2008
Vice – 1989
Semifinal – 1992 e 2003
Quartas de final – 1998
Oitavas de final – 1991, 1993, 2007 e 2010
16 avos de final – 1995, 1997, 1999, 2001, 2002, 2004, 2012 e 2015
32 avos de final – 2000, 2011, 2013 e 2014
64 avos de final – 2016
Eliminações na 1ª fase: 2000, 2011 e 2016

Náutico – 21 participações (140 pts, 52,4%)
89 jogos (135 GP e 111 GC, +24)
40 vitórias
20 empates
29 derrotas
26 classificações e 21 eliminações (55,3% de apt. nos confrontos)

Semifinal – 1990
Quartas de final – 2007
Oitavas de final – 1989, 1993, 2003, 2006, 2008, 2009 e 2011
16 avos de final – 1992, 1995, 2000, 2002, 2005, 2010, 2012 e 2015
32 avos de final – 2001 e 2014
64 avos de final – 2013 e 2016
Eliminações na 1ª fase: 1992, 2001, 2013 e 2016

Santa Cruz – 22 participações (120 pts, 48,1%)
83 jogos (111 GP e 105 GC, +6)
34 vitórias
18 empates
31 derrotas
22 classificações e 22 eliminações (50,0% de apt. nos confrontos)

Oitavas de final – 1990, 1991, 1994, 1997, 2004, 2005 e 2010
16 avos de final – 1996, 2001, 2002, 2006, 2011, 2014 e 2016
32 avos de final – 1999, 2000, 2003, 2007, 2008, 2009, 2012 e 2013
Eliminações na 1ª fase: 1999, 2003, 2007, 2008, 2009 e 2012

Salgueiro – 3 participações (13 pts, 36,1%)
12 jogos (14 GP e 14 GC)
2 vitórias
7 empates
3 derrotas
4 classificações e 3 eliminações (57,1% de apt. nos confrontos)

Oitavas de final – 2013
32 avos de final – 2015
64 avos de final – 2016
Eliminações na 1ª fase: 2016

Central – 2 participações (6 pts, 33,3%)
6 jogos (4 GP e 9 GC, -5)
1 vitória
3 empates
2 derrotas
2 classificações e 2 eliminações (50% de apt. nos confrontos)

16 avos de final – 2008 e 2009

Porto – 1 participação (0 pt, 0%)
2 jogos (0 GP e 3 GC, -3)
2 derrotas
1 eliminação e nenhuma classificação (0% de apt. nos confrontos)

32 avos de final – 1999
Eliminações na 1ª fase: 1999

Pernambuco – 71 participações (447 pts, 50,3%)
296 jogos (428 GP e 352 GC, +76)
125 vitórias
72 empates
99 derrotas
88 classificações e 70 eliminações (55,6% de apt. nos confrontos)

Campeão – 2008
Vice – 1989
Semifinal – 1990, 1992 e 2003
Quartas de final – 1998 e 2007
Oitavas de final – 1989, 1990, 1991 (2), 1993 (2), 1994, 1997, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010 (2), 2011 e 2013
16 avos de final – 1992, 1995 (2), 1996, 1997, 1999, 2000, 2001 (2), 2002 (3), 2004, 2005, 2006, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012 (2), 2014, 2015 (2) e 2016
32 avos de final – 1999 (2), 2000 (2), 2001, 2003, 2007, 2008, 2009, 2011, 2012, 2013 (2), 2014 (2) e 2015
64 avos de final – 2013 e 2016 (3)
Eliminações na 1ª fase: 1992, 1999 (2), 2000, 2001, 2003, 2007, 2008, 2009, 2011, 2012, 2013 e 2016 (3)

Campeonato Pernambucano com 1/3 de gramados sintéticos. Futuro breve?

Modelo de grama sintética em estudo na FPF. Foto: Fred Figueiroa/DP

A situação dos gramados, sobretudo no interior, é um problema histórico no Campeonato Pernambucano. Além da falta de investimentos (dos clubes e das prefeituras, proprietárias da maioria dos estádios), a falta d’água em 2017 foi agravada pela seca. E a tendência é que a crise hídrica se mantenha a médio prazo, fazendo com que a FPF cogite, à vera, uma solução drástica: campos sintéticos. A medida vem sendo estudada há algum tempo na federação, tanto que o presidente Evandro Carvalho já havia manifestado o desejo no interior. Agora, o projeto ganhou corpo, com formatação, prazo e alcance. Para 2018 (?), a ideia é implantar ao menos dois campos artificiais no interior.

Indo além, seriam três cidades, englobando três mesorregiões, a Zona da Mata (Vitória), o Agreste (Caruaru) e o Sertão (Serra Talhada). Com isso, haveria um raio de alcance a cidades próximas, em caso campos de grama natural sem condições. Além dos três tipos de grama em estudo (já na sede da entidade, foto), a FPF busca um aporte – aí, o ponto-chave para sair do discurso futurista.

Considerando que o Náutico, à parte da proposta da FPF, também vem analisando a implantação, então seriam até quatro pisos artificiais no Estadual, 1/3. Neste hipotético cenário, seria a competição estadual de maior presença sintética. Cada campo deste tipo custa entre R$ 1 mi e R$ 1,5 mi. Portanto, a projeção mínima é de R$ 4 milhões. Investimento pesado, mas com expectativa de maior durabilidade, ainda que também seja preciso irrigar (devido à alta temperatura e à resistência do material). Numa escala muito menor, claro.

Possíveis cidades com campos sintéticos*
Recife (Aflitos, Náutico)
Vitória (Carneirão, Acadêmica Vitória)
Caruaru (Lacerdão, Central)
Serra Talhada (Nildo Pereira, Serra Talhada)

Confira o post sobre a possibilidade de grama sintética nos Aflitos aqui.

Podcast – Entrevista com Evandro Carvalho sobre a polêmica gestão da FPF

Evandro Carvalho, presidente da FPF, em entrevista ao podcast 45 minutos. Foto: Fernanda Durão/FPF

O início de ano turbulento no Campeonato Pernambucano de 2017, com estádios vetados no interior (gramado e segurança), mudanças polêmicas na tabela (com claras inversões de mando), escalação de time reserva (Salgueiro x Sport), públicos esvaziados (clássico com 4 mil pessoas) e já com pressão da federação por mais datas, em detrimento da Copa do Nordeste, pedia uma entrevista com Evandro Carvalho, presidente da FPF desde 2011.

Durante 52 minutos, o dirigente foi questionado no 45 minutos sobre tudo isso, além de finanças, com a defasada cota do Estadual (o Pernambuco custou R$ 3,84 milhões à Globo, enquanto o Madureira, por exemplo, ganhou R$ 4 mi no Carioca) e o papel da federação (Por que não ajuda a melhorar os gramados? Qual a justificativa – além da óbvia – para mudar o regulamento geral só em benefício próprio?). Debate necessário para a compreensão do nosso futebol.

Neste podcast, gravado na sede da federação, estive com Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça!