As cotas de participação e premiações dos clubes pernambucanos em 2016

Receitas de Sport, Santa Cruz, Náutico e Salgueiro. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Encerrada a temporada 2016, vamos a um balanço econômico dos principais clubes pernambucanos, considerando o desempenho esportivo de cada um nas competições oficiais. Ao todo, considerando as quatro principais forças, um apurado de R$ 84.336.410. Neste contexto, se aplicam as premiações recebidas por fases e/ou títulos, além dos recursos recebidos pela transmissão de cada campeonato, à parte da bilheteria (em outro post, em breve).

Em campo, o Leão da Ilha pouco fez. Parou na semifinal regional, perdeu o título estadual para o Santa, caiu no primeiro mata-mata da Sula, também para o rival tricolor, e ainda foi eliminado da Copa do Brasil na 1ª fase – justamente para poder jogar o torneio internacional. Com tantos insucessos, só ganhou R$ 3,6 milhões, o que corresponde a 8% do montante geral, uma vez que recebeu R$ 42 milhões da televisão pelo Brasileirão, uma receita já assegurada em 2017.

Com a maior receita de sua história, mesmo somando apenas as cotas e premiações, o Santa chegou a R$ 30 milhões – até hoje, já adicionando bilheteria e sócios, chegara no máximo a R$ 17 mi, em 2011. Além da cota de tevê, a maior do clube mesmo sendo a menor da Série A, os corais fizeram por onde nos mata-matas. Títulos no Pernambucano (sem premiação à parte) e no Nordestão, 3ª fase na Copa do Brasil e oitavas na Sula. Só não “pontuou” no Brasileiro (até o 16º lugar) – o rebaixamento, aliás, já comprometeu 2017. Para neste ano, especificamente, a previsão mínima de receita foi superada em 38%.

Quanto ao Náutico, um ano pífio. Fora do Nordestão, o clube tinha na Copa do Brasil o caminho meio para receitas extras, mas acabou eliminado pelo modesto Vitória da Conquista. O acesso perdido na última rodada, também em casa, tirou mais R$ 200 mil do clube – além do maior impacto, de R$ 23 milhões em 2017.

Sport
Estadual – R$ 1.062.142 (fixo)
Nordestão –  R$ 1,385 milhão (semifinal)
Copa do Brasil – R$ 420 mil (1ª fase)
Série A (TV fixo) – R$ 35 milhões
Série A (TV ppv) – R$ 6,75 milhões
Série A (premiação) – R$ 900 mil (14º lugar)
Sul-Americana – R$ 988 mil (fase nacional)
Total : R$ 46.505.142 (R$ 3,875 milhões/mês)
Calendário: 66 jogos (R$ 704 mil/jogo)

A previsão mínima era R$ 42,381 mi (aumentou em R$ 4,12 milhões, ou 9,7%)

Santa Cruz
Estadual – R$ 1.062.142 (fixo)
Nordestão – R$ 2,385 milhões (campeão)
Copa do Brasil – R$ 1,56 milhão (3ª fase)
Série A (TV*) – R$ 23 milhões
Sul-Americana – R$ 2,224 milhões (oitavas)
Total: R$ 30.231.142 (R$ 2,519 milhões/mês)
Calendário: 73 jogos (R$ 414 mil/jogo)
* O valor conta todas as plataformas, incluindo o PPV

A previsão mínima era R$ 21,805 mi (aumentou em R$ 8,42 milhões, ou 38,6%)

Náutico
Estadual – R$ 1.062.142 (fixo)
Copa do Brasil – R$ 240 mil (1ª fase)
Série B (TV*) – R$ 5 milhões
Total: R$ 6.302.142 (R$ 525 mil/mês)
Calendário: 54 jogos (R$ 116 mil/jogo)
* O valor conta todas as plataformas, incluindo o PPV

A previsão mínima era R$ 6,15 mi (aumentou em R$ 150 mil, ou 2,4%)

Salgueiro*
Estadual – R$ 122.984 (fixo)
Nordestão – R$ 935 mil (quartas)
Copa do Brasil – R$ 240 mil (1ª fase)
Total: R$ 1.297.984 (R$ 108 mil/mês)
Calendário: 42 jogos (R$ 30 mil/jogo)
* Na Série C, os clubes recebem apenas passagens aéreas e hospedagem

A previsão mínima era R$ 815.000 (aumentou em R$ 482 mil, ou 59,2%)

O superprêmio pelo título da Copa do Brasil de 2018, o maior da América do Sul

Evolução das cotas da Copa do Brasil. Arte: Cassio Zirpoli/DP

A CBF anunciou o acerto com a Rede Globo sobre a renovação dos direitos de transmissão da Copa do Brasil por mais cinco temporadas, de 2018 a 2022. Serão mais de R$ 300 milhões por ano, considerando as cotas de participação, prêmios e logística. Segundo a entidade, o montante pago pela emissora é três vezes maior que o do contrato atual, que vai até 2017. No post, gráficos com a evolução financeira da competição desde 2012, já projetando o futuro.

Em termos de competitividade, chama a atenção o aumento para o título. Serão 50 milhões de reais para o campeão, à parte das fases anteriores. Considerando que o vice leva 20 mi, então na grande decisão, além da taça e da vaga na Libertadores, estará em jogo, de fato, um cheque de R$ 30 milhões. Hoje, neste contexto, não há comparação em torneios interclubes, considerando apenas só decisão. Nem mesmo a Champions League ou o Mundial da Fifa.

Na Série A, o principal campeonato do país, a diferença tornou-se quase “irrisória”. No Brasileirão desta temporada, o hiato entre o campeão (Palmeiras) e o vice (Santos) foi de R$ 6,3 milhões. Essa futura decisão tende a impactar qualquer receita. Em 2016, por exemplo, a previsão de faturamento do Sport é de R$ 113 milhões. Ou seja, só a hipotética final corresponderia a 26,5%. No caso do Náutico, o valor seria até superior a tudo o que o clube arrecadou.

A diferença é tão fora de ordem que chega a parecer um dado equivocado…

Diferença entre os prêmios de campeão e vice*
R$ 30,0 milhões – Copa do Brasil 2018 (50 mi x 20 mi)
R$ 15,7 milhões – Liga dos Campeões 2016 (52,4 mi x 36,7 mi)
R$ 10,4 milhões – Liga Europa 2016 (22,7 mi x 12,3 mi)
R$ 6,3 milhões – Série A 2016 (17,0 mi x 10,7 mi)
R$ 5,9 milhões – Libertadores 2016  (11,9 mi x 6,0 mi)
R$ 4,0 milhões – Mundial 2016 (19 mi x 15 mi)
R$ 4,0 milhões – Copa do Brasil 2016 (6 mi x 2 mi)

R$ 3,3 milhões – Sul-Americana 2016 (6,5 mi x 3,2 mi)
R$ 2,5 milhões – Paulista 2016 (4,0 mi x 1,5 mi)
R$ 2,2 milhões – Carioca 2016 (4,0 mi x 1,8 mi)

R$ 500 mil – Nordestão 2016 (1,0 mi x 0,5 mi)
* Nos torneios mata-matas, apenas os valores das finais 

Premiação total pelo título
R$ 68,7 milhões – Copa do Brasil 2018
R$ 30,6 milhões – Libertadores 2016
R$ 17,0 milhões – Série A 2016**
R$ 12,1 milhões – Sul-Americana 2016
R$ 10,7 milhões – Copa do Brasil 2016
R$ 2,3 milhões – Nordestão 2016
** No Brasileiro, os clubes recebem cotas à parte (e distintas) pela transmissão

Comparativo atualizado após a divulgação das cotas de 2017…

1) O vice de 2018 receberá 7,2 milhões a mais que o campeão de 2017
2) O semifinalista de 2018 receberá mais que o título de 2015
3) Chegar às quartas em 2018 valerá quase o mesmo do título de 2012 

2018
Título: R$ 50 milhões
Vice: R$ 20 milhões
Semifinal: R$ 8 milhões
Quartas de final: R$ 4 milhões
Campanha***: R$ 68,7 milhões

2017
Título: R$ 6 milhões
Vice: R$ 2 milhões
Semifinal: R$ 1,5 milhão
Quartas de final: R$ 1,195 millhão
Campanha***: R$ 12,8 milhões

2016
Título: R$ 6 milhões
Vice: R$ 2 milhões
Semifinal: R$ 1,2 milhão
Quartas de final: R$ 960 mil
Campanha***: R$ 10,74 milhões

2015
Título: R$ 4 milhões
Vice: R$ 2 milhões
Semifinal: R$ 1 milhão
Quartas de final: R$ 820 mil
Campanha***: R$ 7,95 milhões

2014
Título: R$ 3 milhões
Vice: R$ 1,8 milhão
Semifinal: R$ 850 mil
Quartas de final: R$ 740 mil
Campanha***: R$ 6,19 milhões

2013
Título: R$ 3 milhões
Vice: R$ 1,8 milhão
Semifinal: R$ 800 mil
Quartas de final: R$ 700 mil
Campanha***: R$ 6 milhões

2012
Título: R$ 2,5 milhões
Vice: R$ 1,5 milhão
Semifinal: R$ 500 mil
Quartas de final: R$ 400 mil
Campanha***: R$ 4,2 milhões

*** A soma das cotas de todas as fases disputadas

Evolução das cotas da Copa do Brasil. Arte: Cassio Zipoli/DP

Os calendários de Náutico, Santa Cruz e Sport em 2017, variando de 55 a 90 jogos

Calendário

O calendário de jogos oficiais será farto no Recife na temporada 2017. Com o Trio de Ferro presente no Nordestão, após um breve hiato, o número mínimo de apresentações é o do Náutico, com 55, dado já elevado, com média de um jogo de futebol a cada 5,7 dias, descontando o período de férias e pré-temporada.

No outro extremo, o Sport pode chegar a inacreditáveis 90 jogos. A marca soa irreal, pois teria que disputar o título nos quatro torneios com mata-mata previsto. De toda forma, isso representaria uma média de 3,4 dias entre cada partida. No caso tricolor, a pré-classificação às oitavas da Copa do Brasil reduziu a lista em 6 jogos. Entretanto, o clube também foi prejudicado pela decisão da Conmebol, que o tirou da Sula (com o torneio, a sua agenda poderia chegar a 84 partidas).

O calendário de competições oficiais no país, descontando amistosos, prevê 312 dias de ação, de 29 de janeiro (estreia no Campeonato Pernambucano) a 6 de dezembro (decisão da Sul-Americana). Abaixo, os cronogramas possíveis dos sete clubes pernambucanos inscritos em competições nacionais.

Sport (de 57 a 90 partidas em 2017, em 5 torneios)
Copa do Nordeste (26/01 a 24/05) – de 6 a 12 jogos (até 4 fases)
Estadual (28/01 a 07/05) – de 10 a 14 jogos (até 3 fases)
Série A (14/05 a 03/12) – 38 jogos (fase única)
Copa do Brasil (08/02 a 12/10) – de 1 a 14 jogos (até 8 fases)
Copa Sul-Americana (05/04 a 13/12) – de 2 a 12 jogos (até 6 fases)
Total em 2016: 66

Santa Cruz (de 56 a 72 partidas em 2017, em 4 torneios)
Copa do Nordeste (26/01 a 24/05) – de 6 a 12 jogos (até 4 fases)
Estadual (29/01 a 07/05) – de 10 a 14 jogos (até 3 fases)
Série B (13/05 a 25/11) – 38 jogos (fase única)
Copa do Brasil (26/04 a 12/10) – de 2 a 8 jogos (até 4 fases)
Total em 2016: 73

Náutico (de 55 a 78 partidas em 2017, em 4 torneios)
Copa do Nordeste (26/01 a 24/05) – de 6 a 12 jogos (até 4 fases)
Estadual (29/01 a 07/05) – de 10 a 14 jogos (até 3 fases)
Série B (13/05 a 25/11) – 38 jogos (fase única)
Copa do Brasil (08/02 a 12/10) – de 1 a 14 jogos  (até 8 fases)
Total em 2016: 54

Salgueiro (de 35 a 58 partidas em 2017, em 3 torneios)
Estadual (04/01 a 07/05) – de 16 a 20 jogos (até 4 fases)
Série C (07/05 a 15/10) – de 18 a 24 jogos (até 4 fases)
Copa do Brasil (08/02 a 12/10) – de 1 a 14 jogos (até 8 fases)
Total em 2016: 42

Central, América e Serra Talhada (de 22 a 36 partidas em 2017, em 2 torneios)
Estadual (04/01 a 07/05) – de 16 a 20 jogos (até 4 fases)
Série D (04/06 a 17/09) – de 6 a 16 jogos (até 6 fases)
Total em 2016: 24 (América), 22 (Central), 22 (Serra)

Saiba mais sobre o novo calendário do futebol brasileiro clicando aqui.

A primeira rodada de Sport, Náutico e Salgueiro na Copa do Brasil de 2017

Sorteio da Copa do Brasil. Foto: CBF/facebook

Um sorteio na sede da CBF, no Rio de Janeiro, definiu todos os caminhos da Copa do Brasil de 2017 até a terceira fase (tabela abaixo), com 80 clubes, entre eles Sport, Náutico e Salgueiro, disputando dez vagas. Na quarta fase haverá um novo sorteio para os confrontos, com os cinco classificados compondo as oitavas de final (a quinta fase) com os oito participantes da Libertadores e outros três pré-classificados, Santa Cruz (Nordestão), Paysandu (Copa Verde) e Atlético-GO (Série B). Lembrando que, agora, as duas primeiras fases são disputadas em jogos únicos. Na 1ª fase, mando do pior rankeado e vantagem do empate ao visitante (os três pernambucanos jogam fora). Na 2ª, sorteio de mando e pênaltis como desempate. A partir da 3ª volta o tradicional “ida e volta”.

Confira o chaveamento completo em uma resolução melhor aqui.

Possíveis adversários:

Sport (vice-campeão)
1ª fase – CSA
2ª fase – River-PI ou Sete de Setembro-MS
3ª fase – Ceará, Boavista-RJ, Portuguesa-SP ou Uniclinic-CE

Náutico (3º lugar)
1ª fase – Guarani-CE
2ª fase – Sampaio Corrêa-MA (fora) ou São José-RS (fora)
3ª fase – Internacional-RS, Princesa-AM, Oeste-SP ou Friburguense-RJ

Salgueiro (4º lugar*)
1ª fase – Sinop-MT
2ª fase – Fluminense-RJ ou Globo-RN
3ª fase – Criciúma-SC, Santo André-SP, CRB-AL ou Altos-PI
* Ganhou a vaga após o Santa ganhar a pré-classificação às oitavas.

Distâncias aéreas na estreia:
1.843 km – Sinop (Sinop) x Salgueiro (Salgueiro)
498 km – Guarani (Juazeiro do Norte) x Náutico (Recife
200 km – CSA (Maceió) x Sport (Recife)

Em 2016, a estreia local foi trágica. Só o Santa avançou, despachando o Rio Branco-ES. O Náutico parou no modesto Vitória da Conquista, enquanto o Sport optou pela Sula, até então com a obrigação da eliminação precoce na Copa do Brasil, jogando com um time mesclado com juniores contra a Aparecidense. Derrota lá e lô. Já o Salgueiro não foi páreo para a Ferroviária de São Paulo.

Desempenho na 1ª rodada da Copa do Brasil (1989-2016):

Santa Cruz
22 participações
16 classificações (72%)
6 eliminações (última em 2012)

Salgueiro
3 participações
2 classificações (66%)
1 eliminação (última em 2016)

Sport
22 participações
19 classificações (86%)
3 eliminações (última em 2016)

Náutico
21 participações
17 classificações (80%)
4 eliminações (última em 2016) 

Total*
71 participações
56 classificações (78%)
15 eliminações (última em 2016)
*Incluindo as participações de Central (2) e Porto (1)

Tabela da Copa do Brasil de 2017. Crédito: CBF/youtube

CBF regulamenta o árbitro de vídeo no Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil

Regulamento Geral de Competições da CBF, para 2017, sobre a função do "árbitro de vídeo". Crédito: reprodução

O novo Regulamento Geral de Competições da CBF, visando a temporada 2017, traz a regulamentação do uso do “árbitro de vídeo”, a nova função autorizada, ainda de forma experimental, pela Fifa. Ao todo, três artigos (acima) detalham a possibilidade da tecnologia nos campeonatos nacionais (Séries A, B, C e D e Copa do Brasil). Não há praxo para o início, mas o regulamento autoriza o uso em qualquer fase a partir do início do novo calendário oficial.

O texto frisa que a confederação não está obrigada a usar em todos os jogos, lembrando o que acontece nos principais torneios de tênis. As quadras centrais contam com o hawk-eye, o recurso tecnológico para a ver se a bola tocou na linha, ao contrário das quadras de apoio. Ou seja, em clássicos e/ou arenas, ok. Em jogos de fases preliminares e/ou estádios acanhados, dificilmente. Em relação às imagens, ainda que alguma câmera à parte do monitoramento da CBF mostre outro resultado, isso não afetará na decisão (a conferir).

Para 2017, as dúvidas para o uso do árbitro de vídeo são as seguintes:

a) Dúvida se a bola entrou ou não no gol.
b) Saídas da bola pela linha de fundo, quando na mesma jogada ou contexto for marcado gol ou pênalti.
c) Definição do local das faltas nos limites da grande área, para definir se houve ou não pênalti.
d) Gols e pênaltis marcados, possibilitados e evitados em razão de erro em lances de faltas claras/indiscutíveis, não vistas ou marcadas equivocadamente.
e) Impedimentos por interferência no jogo, caso na jogada haja gol ou pênalti.
f) Jogo brusco grave ou agressão física (conduta violenta) indiscutíveis não vistos ou mal decididos pela arbitragem.

Segundo a FPF, o Campeonato Pernambucano também terá árbitro de vídeo, num investimento de R$ 1 milhão em estrutura. Lembrando que o teste está autorizado pela Fifa até 2017 – a aprovação, ou não, sai em 2019. A consulta do replay (um apelo antigo) foi aprovada pela International Football Association Board, que organiza as regras do futebol, em 5 de março de 2016. Por sinal, o RGC de 2016, publicado em dezembro passado, considerava a possibilidade. Contudo, o tema descrito em cinco linhas, no artigo 71, condicionava o uso à aprovação da Fifa, ainda que experimental. Não foi adiante. Agora, vai…

O ranking de títulos nacionais de elite, com 91 estrelas douradas no Brasil

Ranking de títulos nacionais de elite no Brasil de 1959 a 2015. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

O Palmeiras se consolidou como o maior campeão brasileiro, chegando ao “enea” na era unificada, enquanto o Grêmio tornou-se o primeiro pentacampeão da Copa do Brasil. O fim de 2016 é marcado pelas festas do alviverde e do tricolor gaúcho, há bastante tempo entre os maiores vencedores no futebol do país. Por sinal, é a hora de atualizar a lista de campeões nacionais, levantada há bastante tempo pelo blog. O Verdão, cada vez mais líder, abriu quatro títulos de diferença para a segunda colocação, dividida entre três clubes.

O ranking soma três torneios extintos, a Taça Brasil (1959/1968), o Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967/1970) e a Copa dos Campeões (2000/2002), e as vigentes Série A (1971/2016) e Copa do Brasil (1989/2016). Além da chancela, a relevância das cinco competições está na indicação dos campeões à Libertadores (observações sobre outros torneios na lista de comentários). 

Ao todo, existem 22 campeões nas 91 disputas organizadas pela CBF e por sua precursora, a CBD. Antes de qualquer discussão sobre o Campeonato Brasileiro de 1987, vale ressaltar que a lista do blog aponta os vencedores reconhecidos pela entidade responsável e pela Justiça (até o momento), independentemente da visão de outros jornais com critérios paralelos ao objeto oficial. Naturalmente, cada torneio tem um peso distinto no cenário nacional, em história, dificuldade etc. Entretanto, em vez de definir um valor específico (o que seria subjetivo, Série A à parte), o blog optou por diferenciar os clubes com o mesmo número de títulos de acordo com último troféu, com vantagem para o mais antigo.

13 – Palmeiras (A: 1972, 1973, 1993, 1994 e 2016; R: 1967 e 1969; CB: 1998, 2012 e 2015; TB: 1960 e 1967; C: 2000)
9 – Santos (A: 2002 e 2004; R: 1968; CB: 2010; TB: 1961, 1962, 1963, 1964 e 1965)
9 – Flamengo (A: 1980, 1982, 1983, 1992 e 2009; CB: 1990, 2006 e 2013; C: 2001)
9 – Corinthians (A: 1990, 1998, 1999, 2005, 2011 e 2015; CB: 1995, 2002 e 2009)
8 – Cruzeiro (A: 2003, 2013 e 2014; CB: 1993, 1996, 2000 e 2003; TB: 1966)
7 – Grêmio (A: 1981 e 1996; CB: 1989, 1994, 1997, 2001 e 2016)
6 – São Paulo (A: 1977, 1986, 1991, 2006, 2007 e 2008)
5 – Vasco (A: 1974, 1989, 1997 e 2000; CB: 2011)
5 – Fluminense (A: 1984, 2010 e 2012; R: 1970; CB: 2007)
4 – Internacional (A: 1975, 1976 e 1979; CB: 1992)
2 – Bahia (A: 1988; TB: 1959)
2 – Botafogo (A: 1995; TB: 1968)
2 – Sport (A: 1987; CB: 2008)
2 – Atlético-MG (A: 1971; CB: 2014)
1 – Guarani (A: 1978)
1 – Coritiba (A: 1985)
1 – Criciúma (CB: 1991)
1 – Juventude (CB: 1999)
1 – Atlético-PR (A: 2001)
1 – Paysandu (C: 2002)
1 – Santo André (CB: 2004)
1 – Paulista (CB: 2005)

Legenda: Série A (A), T. Roberto Gomes Pedrosa (R), Copa do Brasil (CB), Taça Brasil (TB), Copa dos Campeões (C).

Grêmio reconquista a Copa do Brasil, sendo o 1º campeão, bi, tri, tetra e penta

Copa do Brasil 2016, final: Grêmio 1x1 Atlético-MG. Foto: Lucas Uebel/Grêmio FBPA

Apesar do abatimento no futebol nacional, após a tragédia da Chape, a bola já voltar a rolar. O maior exemplo foi na Arena do Grêmio, com 55 mil pessoas na decisão da Copa do Brasil, num jogo adiado justamente por causa do acidente. Lá, com um minuto de silêncio respeitado à risca, o tricolor gaúcho confirmou a vantagem obtida em Belo Horizonte e empatou com o Galo em 1 x 1. Copero.

Na metade azul do Rio Grande do Sul, a comemoração de um título histórico, acabando um jejum de 15 anos considerando as principais competições. Indo além, esta foi a 5ª conquista gremista na Copa do Brasil, campeão em finais contra Sport, Ceará, Flamengo, Corinthians e, agora, Atlético-MG. É o maior vencedor, sempre com o status inédito, como primeiro campeão, primeiro bi, primeiro tri, primeiro tetra e primeiro penta. Em 2014, o Cruzeiro teve a chance de alcançar o penta de forma pioneira, mas acabou derrotado justamente pelo rival Atlético. O Grêmio não deixou escapar a sua oportunidade contra o Galo.

Além da vaga na fase de grupos da Libertadores, um prêmio de R$ 9 milhões…

A saga gremista no penta da Copa do Brasil
1989 – Após um empate sem gols na Ilha, o Grêmio venceu por 2 x 1 no Olímpico.
O gol do título foi de Cuca, hoje técnico, campeão brasileiro em 2016. 

1994 – Outra final contra um nordestino e mais um empate sem gols na ida. Após segurar o Vozão no Castelão, o Grêmio de Felipão fez 1 x 0 na volta. 

1997 – Mais um 0 x 0 na ida, desta vez em Porto Alegre. Porém, o Grêmio buscou o 2 x 2 no Maracanã, com Carlos Miguel marcando aos 34 do 2º tempo. 

2001 – No Olímpico, o Corinthians chegou a fazer 2 x 0. Cedeu o empate e, no Morumbi, foi totalmente dominado pelo Grêmio de Marcelinho Paraíba, 3 x 1. 

2016 – Pela primeira vez, o Grêmio venceu o primeiro jogo. No Mineirão, num show de bola, fez 3 x 1, festejando mais uma Copa do Brasil em sua nova casa.

Os 15 campeões da Copa do Brasil
5 – Grêmio (1989, 1994, 1997, 2001 e 2016)
4 – Cruzeiro (1993, 1996, 2000 e 2003)
3 – Corinthians (1995, 2002 e 2009)
3 – Flamengo (1990, 2006 e 2013)
3 – Palmeiras (1998, 2012 e 2015)
1 – Criciúma (1991)
1 – Internacional (1992)

1 – Juventude (1999)
1 – Santo André (2004)
1 – Paulista (2005)
1 – Fluminense (2007)

1 – Sport (2008)
1 – Santos (2010)
1 – Vasco (2011)
1 – Atlético-MG (2014)

Copa do Brasil 2016, final: Grêmio 1x1 Atlético-MG. Foto: Lucas Uebel/Grêmio FBPA

91 clubes na Copa do Brasil de 2017, com 4 pernambucanos e o Santa já nas oitavas

Copa do Brasil. Foto: Lívia Villas Boas / Staff Images (site oficial da CBF)

A Copa do Brasil de 2017 estabelece um novo recorde no número de clubes inscritos. Ao todo, 91 participantes, quatro a mais que a edição anterior. A CBF remodelou o torneio, com a 29ª edição ganhando uma fase a mais e formatos distintos a cada etapa. Entre as principais novidades, a criação de duas fases eliminatórias em apenas um jogo, independentemente do placar.

Mais. Para chegar às oitavas de final, encontrando os pré-classificados (como os times da Libertadores e, agora, até o campeão da Segundona!), será preciso atravessar quatro mata-matas. Apesar do aumento de fases e competidores, a copa terá 120 partidas, ou, curiosamente, 38 a menos que a de 2016.

Com a canetada da Conmebol, que tirou Santa Cruz e Paysandu da Sul-Americana de 2017, a confederação brasileira arrumou um consolo aos dois clubes, com a classificação antecipada às oitavas de final da Copa do Brasil. Assim, o tricolor, atual bicampeão pernambucano, acabou abrindo mais uma vaga para o estado, que caiu no colo do Carcará, semifinalista local.

Vamos lá, fase por fase, adaptando o texto publicado pela própria CBF…

Participações pernambucanas na Copa do Brasil 2017
Santa Cruz (campeão da Copa do Nordeste) – oitavas
Sport (vice-campeão estadual) – 1ª fase
Náutico (3º colocado no estadual) – 1ª fase
Salgueiro (4º colocado no estadual) – 1ª fase

128 avos de final (1ª fase) – com 80 clubes
– 70 clubes oriundos dos 27 estaduais e 10 pelo Ranking da CBF (de 2016)
– Jogo único (totalizando 40 partidas)
– Sorteio para a definição dos confrontos
– Em cada confronto os times melhores ranqueados visitam os de pior ranking
– Vantagem do empate para os visitantes
– Divisão de renda: 60% para o classificado e 40% para o eliminado
– 40 clubes classificam-se à 2ª fase

64 avos de final (2ª fase) – com 40 clubes
– Jogo único (totalizando 20 partidas)
– Confrontos seguem o diagrama sorteado (para as 3 primeiras fases)
– Sorteio para a definição do mando de campo
– Em caso de empate, pênaltis

– Divisão de renda: 60% para o classificado e 40% para o eliminado
– 20 clubes classificam-se à 3ª fase

32 avos de final (3ª fase) – com 20 clubes
– Ida e volta (totalizando 20 partidas)
– Confrontos seguem o diagrama sorteado (para as 3 primeiras fases)
– Sorteio para a definição dos mandos de campo
– A partir desta fase, a renda é toda do mandante

– A partir desta fase, vale o critério do gol qualificado (para o visitante)
– 10 clubes classificam-se à 4ª fase

16 avos de final (4ª fase) – com 10 clubes
– Ida e volta (totalizando 10 partidas)
– Sorteio para a definição dos cinco confrontos e dos mandos de campo
– 5 clubes classificam-se à 5ª fase

Oitavas de final (5ª fase) – com 16 clubes
– Entre os participantes, os cinco classificados na 4ª fase, os sete clubes presentes na Libertadores 2017; o campeão da Sul-Americana 2016 (a Chapecoense aguarda a confirmação da Conmebol), e os campeões de três competições (de 2016) da Copa do Nordeste (Santa), Copa Verde (Paysandu) e Série B (Atlético-GO)
– Ida e volta (totalizando 16 partidas)
– Sorteio para a definição de oito confrontos e dos mandos de campo
– 8 clubes classificam-se à 6ª fase

Quartas de final (6ª fase) – com 8 clubes
– Ida e volta (totalizando 8 partidas)
– Sorteio para a definição dos quatro confrontos e dos mandos de campo
– 4 clubes classificam-se à 7ª fase

Semifinal (7ª fase) – com 4 clubes
– Ida e volta (totalizando 4 partidas)
– Sorteio para a definição dos dois confrontos e dos mandos de campo
– 2 clubes classificam-se à 8ª fase

Final (8ª fase) – com 2 clubes
– Ida e volta (totalizando 2 partidas)

– Sorteio para a definição dos mandos de campo
– Não há o critério do gol qualificado (em caso de igualdade, pênaltis)
– O campeão vai à Libertadores de 2018 (fase de grupos)

Sem vaga na Sula 2018, Nordestão ganha consolação nas oitavas da Copa do Brasil

Copa do Nordeste e Copa do Brasil

A Copa do Nordeste perdeu a vaga na Copa Sul-Americana, o bônus ao campeão que vigorou de 2014 a 2016. Com a reformulação nos torneios internacionais efetuada pela Conmebol, a CBF foi obrigada a reorganizar a distribuição das vagas em suas competições. Na Sula, em vez de oito, agora são seis vagas para o país, todas via Brasileirão. Assim, sobrou para a Lampions League. Como consolação, o torneio agora levará o campeão diretamente às oitavas de final da Copa do Brasil do ano seguinte, o que corresponde à quarta fase do mata-mata nacional. A novidade está no artigo 4º do capítulo II (do troféu e dos títulos) do regulamento do regional.

Em 2017, o estado será representado por Santa Cruz, Sport e Náutico. Presentes tanto no Nordestão quanto na Copa do Brasil, na primeira fase.

Regulamento do Nordestão 2017

Histórico de classificações via Nordestão
1994 – sem vaga
1997 – Copa Conmebol (1 em 1997)
1998 – Copa Conmebol (1 em 1998)
1999 – Copa Conmebol (1 em 1999)
2000 – Copa dos Campeões (2 em 2000, sendo 1 na fase preliminar)
2001 – Copa dos Campeões (2 em 2001, sendo 1 na fase preliminar)
2002 – Copa dos Campeões (3 em 2002)
2003 – sem vaga
2010 – sem vaga
2013 – sem vaga
2014 – Copa Sul-Americana (1 em 2014, na 2ª fase)
2015 – Copa Sul-Americana (1 em 2015, na 2ª fase)
2016 – Copa Sul-Americana (2, sendo 1 em 2016 e 1 em 2017, na 2ª fase)*
2017 – Copa do Brasil (1 em 2018, nas oitavas)
* Ambas para o campeão

O (novo) calendário da CBF para 2017, com Sul-Americana paralela ao Estadual

O calendário da CBF para 2017 revisado após as mudanças da Conmebol

Quatro meses após a divulgação do calendário oficial do futebol brasileiro em 2017, a CBF teve que lançar um novo cronograma, forçado pelas mudanças efetuadas pela Conmebol, aumentando a Libertadores e a Sul-Americana, em participantes e período de disputa. A confederação brasileira ressalta que ajustes ainda podem ser feitos, mas hoje a única lacuna é a ausência das datas da Copa do Nordeste, ainda numa negociação entre a Liga do Nordeste e as federações estaduais. Reflexo do poder descabido (e alertado pelo blog) dado às federações na versão anterior do calendário, reduzindo a Lampions de 12 para 8 datas, justamente para ampliar os estaduais de 14 para 18 datas.

Enquanto isso, uma certeza: a Copa Sul-Americana começará no primeiro semestre, paralelamente aos Estaduais. No cenário local, com participações recorrentes (6 vezes no período 2013-2016), trata-se de um ponto importante. Ainda mais no quesito “prioridade”, que costumeiramente inibe a campanha internacional durante o Brasileiro (na visão do blog, um erro dos recifenses).

Com a Sula partindo em 5 de abril, na reta final do hexagonal local, fica difícil imaginar um time reserva no torneio em detrimento do Campeonato Pernambucano – ainda mais com a facilidade que o trio tem em relação à classificação à semifinal. Pelo novo calendário da CBF, a fase final dos estaduais ocorreria nos dias 16, 23 e 30 de abril e 7 de maio. Já a primeira fase da Sul-Americana aconteceria nos dias 05/04 e 10/05, com a segunda fase apenas em 28 de julho, com o Brasileirão já na 10ª rodada.

Última rodada do hexagonal do título do Pernambucano
2014 – 30/03
2015 – 05/04
2016 – 10/04
2017 – a definir

Obs 1. Como campeão nordestino de 2016, o Santa Cruz tem direito à vaga na Sul-Americana de 2017. Já o Sport precisa ficar entre onze primeiros da Série A para participar pela 5ª vez. Caso termine em 12º ou 13º, poderia haver uma disputa judicial, uma vez que a Conmebol reduziu de 8 para 6 vagas, com o campeonato nacional em andamento (saiba mais aqui).

Obs 2. Finalmente acabaram, de forma oficial, o regulamento esdrúxulo de condicionar a participação na Sula à eliminação precoce na Copa do Brasil. A partir de agora, o clube poderá disputar os dois torneios simultaneamente.

Abaixo, a agenda até a final dos estaduais. Veja o documento completo aqui.

Calendário do futebol brasileiro em 2017. Crédito: CBF/divulgação