A Secretária Extraordinária da Copa divulgou uma nova rodada de imagens aéreas da Arena Pernambuco e das obras viárias para os torneios da Fifa.
A imagem do estádio em São Lourenço da Mata, agora com 98,4% de avanço, deve ser a última antes da versão final na inauguração, prevista para os dias 20 de maio, com uma pelada de operários, e 22 de maio, com Náutico x Sporting.
O trabalho de acabamento do empreendimento, inclusive na área de circulação dos torcedores, fora do estádio, está quase completo.
No estádio, a última etapa da obra é a conclusão da moderna fachada, inspirada na Allianz Arena, de Munique. Ao todo, a estrutura tem 25 mil metros quadrados e 11 toneladas de aço. À noite, toda essa cobertura lateral poderá mudar de cor.
A cada voo no Rio de Janeiro o velho Maracanã está ali, bem visível da janela.
Se destaca das demais construções vizinhas. Virou um cartão-postal lá do céu mesmo. Seu formato tornou-se referência em estádios de futebol.
Os registros aéreos datam desde 1950, quando foi inaugurado com 183.354 lugares, segundo o cronograma de obras para o Mundial daquele ano.
Foram utilizados 500 mil sacos de cimento e 10 mil toneladas de ferro.
Em mais uma investida rumo à Copa do Mundo, a de 2014, veio o orçamento de R$ 1 bilhão para remodelar o maior estádio do país, agora com 78.639 lugares.
Após meses com a carcaça exposta, eis a nova cobertura com as membranas tensionadas esticando as lonas produzidas com teflon e fibra de vidro.
Com 68,4 metros de comprimento, a cobertura é bem maior que a antiga armação de concreto. Reconduziu os olhares das alturas ao Maraca.
Esta segunda versão, próxima dos 100%, deverá consumir 140 toneladas de ferro e 8,6 toneladas de cimento.
Seria mesmo difícil ignorar tanto concreto assim no horizonte…
A Fifa já realizou três janelas de inscrições para os centros de treinamento de seleções da Copa do Mundo de 2014. Para o Mundial, o Brasil deveria oferecer pelo menos 64 CTS, incluindo 30 quartos de luxo e campos oficiais. Porém, a organização do país já tem 70 centros aprovados pela entidade.
Ainda resta uma janela a ser aberta, em maio. Em novembro será divulgado o catálogo final, que será apresentado aos 32 participantes da Copa. Escolha livre.
Até o momento, o Nordeste tem apenas quatro lugares selecionados – 39 no Sudeste. Nenhum deles fica em Pernambuco, que teve cinco projetos inscritos.
1) Maceió (AL) – Radisson Hotel / Estádio Rei Pelé
2) Porto Seguro (BA) – Resort La Torre / Estádio Antônio Carlos Magalhães
3) Mata de São João (BA) – Tivoli Ecoresort / CT Praia do Forte
4) São Luís (MA) – Hotel Pestana São Luis / Complexo Esportivo Castelão
Todos os locais mesclaram hotéis de luxo e estádios/centros de treinamento.
Aqui, Náutico e Sport investiram R$ 6 milhões, cada um, para modernizar os seus CTs, incluindo alojamentos. Até agora, já com inspeções efetuadas pelos engenheiros da Fifa, ambos seguem fora da lista.
Além disso, seria preciso armar uma arquibanca provisória e sistemas de iluminação, exigências da Fifa para esta importante fatia da organização.
Portanto, ambos partem para a última chance. Vale destacar o plano de articular a hospegem com hotéis de luxo na capital – o que pode acontecer para incluir o Arruda, também inscrito. Nas outras cidades nordestinas deu certo.
A primeira movimentação no terreno em São Lourenço foi em julho de 2010. Agora, em abril de 2013, a Arena Pernambuco passa a ser integrada à cidade, ainda que de forma restrita. Durante um bom tempo a data “14 de abril” seria a abertura oficial do estádio neste ano. Marcaria o fim das obras, a entrega do milionário empreendimento a dezenove quilômetros do Marco Zero.
Chegamos a esta data, sem jogo algum. Em campo, apenas os gestores, do governo estadual e do consórcio responsável pela operação nas três próximas décadas. Oficialmente, a solenidade marcou a transição da construção civil para a operação. Contudo, restam ajustes no complexo de 52 hectares.
Segundo a Secopa, o cronograma aponta este domingo como a vista final do comitê de recebimento do COL, deixando 14 de maio como a nova data de fato e de direito, com um jogo de operários. No ato desta manhã foi possível conhecer um pouco mais do estádio, como os vestiários, o placar eletrônico já instalado e o banco de reservas. O moderno revestimento da fachada de 25 mil metros quadrados ainda está em processo de montagem (veja aqui).
Ou seja, o estado precisava mesmo ganhar tempo. Mais trinta dias…
A última Copa do Mundo de futebol realizada em um país com dimensões continentais foi em 1994, nos Estados Unidos.
No Brasil, com doze capitais estaduais espalhadas nos 8.515.767 quilômetros quadrados de área da nação, serão 66 voos possíveis entre as subsedes.
A Fifa produziu uma tabela oficial com os tempos de cada viagem, considerando voos fretados (charter), em trajetos sem escala.
O mais rápido será entre Recife (Arena Pernambuco) e Natal (Arena das Dunas), com 23 minutos entre os Aeroportos dos Guararapes e Augusto Severo.
Já o mais o longo, o contrário do que se imaginava, não inclui Manaus, mas sim Fortaleza, até Porto Alegre. Ao todo, um voo direto de 4 horas e 56 minutos.
A movimentada ponte aérea Rio-São Paulo está estimada em 31 minutos.
Em 2014, a Fifa e o governo federal esperam 3 milhões de brasileiros e 500 mil estrangeiros rodando o país para assistir aos 64 jogos do Mundial.
Nem todos os voos disponíveis serão charter, obviamente. Ou seja, o público deverá ter bastante paciência em escalas, conexões e check-in…
Salvador – Nem as divas do axé baiano escaparam da rivalidade. A tricolor Cláudia Leitte ouviu poucas e boas da torcida do Vitória durante a sua apresentação antes do primeiro jogo oficial da Fonte Nova. Ecoou forte com a acústica da arena. Mas a cantora teve muito mais apoio, com a torcida do Baêa cantando de cor as letras da musa. Em seguida viria Ivete Sangalo, ainda mais popular na Baía de Todos os Santos. Talvez pelas vaias rubro-negras, os tricolores deram o troco, enquanto a turma do Vitória gastava a garganta cantando com a artista. Logo depois, Cláudia Leitte entrou novamente e as duas cantaram juntas. Aí sim, as duas torcidas, com mais de 40 mil presentes, foram em uníssono, ao ritmo de “A arena é nossa!”.
Era o fim da festa da abertura antes do Ba-Vi em seu “velho” palco. Na verdade, era o início da verdadeira festa. Eram 1920 dias desde o último clássico na antiga Fonte Nova, em 2007. Na ocasião, um histórico 6 x 5 para o Leão da Barra, com quatro gols de Índio. Tricolor convicto, o governador Jaques Wagner revelou o desejo à imprensa minutos antes. “Estou ‘invocado’ com eles (Vitória), mas hoje é festa. Quero um empate com muitos gols”.
Por mais que o governador tenha tentado agradar a todos com o empate, é bem provável que ele tenha ficado ainda mais “invocado”, pois o Vitória até atendeu ao pedido de muitos gols, mas só esse. Bem melhor em campo, o Leão abriu a estatística da nova arena com uma belíssima vitória. Deu sequência aos últimos anos nos quais consolidou vantagem nos clássicos no Barradão e em Pituaçu. O Tricolor de Aço foi derretido no domingo, 5 x 1. O interesse no Ba-Vi era enorme, com o jogo sendo transmitido para todo o país pelo SporTV. Sobre a imprensa, nada menos que 400 credenciados, incluindo profissionais da Al Jazeera da rede de tevê chinesa. Tudo para ver cada detalhe do novo estádio. Da infraestrutura, serviços e, obviamente, futebol.
O primeiro tempo era um misto de faltas e discussões até os 41 minutos, com mais uma falta, na área. O primeiro pênalti assinalado, a favor do Vitória. O primeiro convertido? Sim. Na cobrança, o meia Renato Cajá bateu com tranquilidade, esperando a queda do goleiro. Era o primeiro gol da Fonte Nova, histórico, diante de um sem número de câmeras de vídeo nas mãos da torcida leonina e outras dezenas nas tribunas.
Sem atrações no intervalo, os torcedores, com a agenda cheia desde o início da tarde, circularam na arena, com funcionamento bem melhor que a estreia do Castelão – imprevistos à parte -, se refrescaram e voltaram para conferir in loco ao atropelamento. O Vitória passou como quis pela zaga do time de Jorginho, fritando o óleo do acarajé azedo. Mal começou o segundo tempo e Maxi Biancucchi, o primo do Messi, marcou um golaço por cobertura, aos cinco minutos. Obina teve um gol anulado num lampejo de esperança numa tarde destinada ao rival. Michel ampliou logo depois, num ato automático ao levante da torcida do Bahia, que começou a deixar o estádio.
Zé Roberto até diminuiu, só para dar o último fio de esperança. Logo dissipado num contragolpe de Vander, que acabara de entrar. No fim, Escudero escorou um cruzamento rasteiro. Era festa demais. Primeiro jogo na Fonte, triunfo do Vitória. O clube, dono do Barradão, tem contrato assinado para mais quatro jogos. Uma espécie de degustação para tentar firmar um acordo mais longo no futuro. Com a festa desta tarde será difícil convencer a torcida rubro-negra a voltar para o estádio Manoel Barradas.
Salvador – Mais um estádio nordestino abre as portas com o mais alto padrão de infraestrutura no futebol. Repaginada, remodelada, reconstruída. Tanto faz a denominação. A verdade é que a arena soteropolitana tem tudo para fazer o festeiro torcedor baiano esquecer a antiga Fonte Nova, outrora o maior estádio da região. A capacidade de público foi superada pelo Castelão, com 64 mil. Na Bahia, a arena, que mantém a abertura na ala sul, associando a sua composição ao Dique do Tororó, foi erguida com 51 mil lugares.
Assim como ocorreu em Fortaleza, o blog esteve presente nos preparativos finais para a abertura de fato e de direito, com bola rolando, em vez de atos políticos. Como parece ser de praxe na organização brasileira para a Copa do Mundo, operários ainda davam os últimos ajustes a 24 horas do Ba-Vi, agendado para o domingo. Pequenos detalhes. Cadeiras, limpeza, iluminação, testes no placar eletrônico, som, para os shows de Ivete Sangalo e Claudia Leitte. Tudo isso numa tarde de sábado.
Confira algumas imagens da rápida visita liberada para a imprensa. No clássico, com 41.500 ingressos liberados pela Fifa, serão 58% para os tricolores e 42% para os rubro-negros da Boa Terra. Será que na Arena Pernambuco também teremos uma divisão fora do padrão 80%/20% em vigor nos clássicos recifenses? Um bom desempenho na Fonte Nova pode viabilizar a ideia.
A costura para os nomes “mercadológicos” das arenas brasileiras da Copa do Mundo de 2014 vem sendo paulatina. Não se trata apenas de assinar um contrato com uma empresa interessada e batizar o estádio.
É preciso verificar a viabilidade do nome, a chance de emplacar a denominação no público consumidor do empreendimento.
Ações de marketing de longa duração com torcedores se tornam regra nesse caso. Antes disso, acordos com os canais de mídia detentores dos direitos de transmissão dos principais campeonatos de futebol.
No fim de 2012 foi revelado o acordo da Rede Globo, que atendeu ao pleito dos clubes mais populares do país e irá chamar, em tese, o nome dos novos estádios de acordo com os contratos de naming rights vigentes.
Pois bem, a revista Veja traz a notícia de que a Arena Fonte Nova, construída pela Odebrecht, firmou um contrato com a cervejaria Itaipava (veja aqui).
Eis o nome: Itaipava Arena Fonte Nova.
A cerveja faz parte do Grupo Petrópolis, que está erguendo uma fábrica em Alagoinhas, a 107 quilômetros de Salvador. A primeira unidade na região.
Tentando fortalecer a marca no Nordeste, segundo a mesma nota, a empresa agora aponta para a… Arena Pernambuco, erguida pela mesma construtora.
O cofre do consórcio irá agradecer, com R$ 10 milhões a cada temporada.
Itaipava Arena Pernambuco? Ou com outros produtos do grupo, como a cerveja Crystal ou energético TNT. Prepare-se, pois o contrato seria de 10 anos…
Em 2009 era Cidade da Copa. Depois foi sugerido Arena Capibaribe. Já havia se firmado como Arena Pernambuco e agora outro nome. É bom decidir logo.
Curioso mesmo seria este nome num estádio com a venda de cerveja probida. O que deve se tornar mais um motivo para rever a lei em vigor no estado.
No jornalismo moderno nem sempre um bom texto e uma foto marcante são suficientes para a produção de uma reportagem.
Na verdade, a situação atual demanda bem mais do que isso, com a produção de um conteúdo diferenciado, gráficos, artes etc. Ilustradores e diagramadores têm um papel tão importante quanto repórteres e fotógrafos.
Abaixo, um exemplo do caderno Superesportes, no Diario de Pernambuco, com uma página dupla, limpa, sem anúncio algum tomando espaço das matérias.
Da concepção da reportagem sobre os caminhos das seleções nas eliminatórias da Copa do Mundo de 2014, com rabiscos em papel e projeções, passando pela produção inicial e resultando na diagramação final, com ilustrações, textos e imagens tratadas, na edição desta quarta.