Qualquer lampejo de reação do Náutico nesta Série B, onde já entrou num buraco enorme, passa por um ajuste na ‘cozinha’. Hoje, é algo distante. Tanto na tabela, com apenas 6,7% de aproveitamento, quanto no rendimento do sistema defensivo. Em dez rodadas, o time foi o mais vazado, com 21 gols. Somando as falhas de posicionamento e postura, além da limitação técnica, chega-se a sete penalidades cometidas. O bizarro desempenho dentro da área – afobação, carrinhos, mão na bola, saída errada do goleiro etc – vai minando a campanha. Até porque algumas penalidades ainda vêm com “bônus”, como foi o caso da expulsão de Suelinton, em Campinas.
No Brinco de Ouro, o timbu somou a 8ª derrota diante do agora líder Guarani, numa noite com três pênaltis. Dois contra e um a favor, 2 x 1. O jogo seria difícil mesmo que a equipe estivesse bem ajustada, mas o que o deixou mais curioso foi o fato de o técnico alvirrubro, Beto Campos, ter escalado três zagueiros e três volantes. Ou seja, não basta colocar esse povo todo atrás da linha de bola. Sem qualidade e organização, as deficiências tendem a seguir em um campeonato em situação já dramática… Na lanterna.
Ao todo, o Sport tem 72 jogadores com contrato assinado, de acordo com o Boletim Informativo Diário (BID) da CBF. Contratos profissionais, com atletas a partir das categorias juvenil e júnior (veja AQUI). De todos eles, o maior contrato vigente é justamente o do atacante Ciro, até 5 de agosto de 2013.
Não por acaso, o contrato dele tem a maior multa rescisória do Leão, com valores de R$ 20 milhões para clubes brasileiros e R$ 40 milhões para times estrangeiros. Algumas sondagens do exterior teriam chegado a R$ 10 mi no ano passado!
A multa, porém, é apenas um parâmetro para as negociações, que quase sempre são abaixo do valor estipulado. De qualquer forma, acredita-se que a possível venda dos direitos econômicos da revelação leonina chegue a pelo menos metade, se for no Brasil.
Como se sabe, o craque afirmou, em entrevista ao repórter André Albuquerque, do Diario de Pernambuco, que o Palmeiras o sondou recentemente (veja AQUI).
Independentemente do desfecho dessa negociação, a primeira dúvida é:
Será que o Sport vai conseguir vender o atacante Ciro por mais de R$ 3,5 milhões?
O valor pode parecer baixo para as pretensões rubro-negras. No entanto, o número já seria um recorde em Pernambuco. A maior transação aconteceu há 12 anos.
O país cresceu economicamente, a moeda ganhou força, as cotas de patrocínio dos clubes aumentaram, mas venda do meia Jackson, hoje no Santa Cruz, ainda é um marco. Curiosamente, aquela negociação foi justamente entre Sport e Palmeiras…
Segunda dúvida:
Os clubes do Recife não sabem negociar ou o nível dos atletas revelados é baixo?
Vendas milionárias de Pernambuco (valores em Reais, em vigor desde 1994)
Top 5
3.500.000 – Jackson (meia), do Sport para o Palmeiras, em 1998
2.200.000 – Bosco (goleiro), do Sport para o Cruzeiro, em 2001
2.100.000 – Gilmar (atacante), do Náutico para o Guingamp (França), em 2009
2.000.000 – Daniel Paulista (volante), do Sport para o Rapid (Romênia), em 2008
1.800.000 – Fumagalli (meia), do Sport para o Al-Rayyan (Catar), em 2007
Top 10
1.750.000 – Leonardo (atacante), do Sport para o Cruzeiro, em 2001
1.500.000 – Juninho Pernambucano (meia), do Sport para o Vasco, em 1995
1.500.000 – Juninho Petrolina (meia), do Sport para o Atlético-MG, em 1998
1.500.000 – Cleber Santana (meia), do Sport para o Vitória/BA, em 2004
1.300.000 – Pantera (atacante), do Santa Cruz para o Compostela (Espanha), em 1996
Top 20*
1.300.000 – Chiquinho (meia), do Sport para o Vitória/BA, em 1997
1.200.000 – Carlinhos Bala (atacante), do Santa Cruz para o Cruzeiro, em 2006
1.100.000 – Moacir (volante), do Sport para o Corinthians, em 2010
1.000.000 – Russo (lateral-direito), do Sport para o Vitória/BA, em 1997
1.000.000 – Edson (lateral-esquerdo), do Sport para o Corinthians, em 2000
1.000.000 – Grafite (atacante), do Santa Cruz para o Grêmio, em 2001
1.000.000 – Wellington (atacante), do Náutico para o TSG Hoffenheim, em 2008
*Nota-se que para completar o top 20 ainda faltam três negociações milionárias…
No duelo dos campeões pernambucanos de 2008 (1ª e 2ª divisões), neste sábado, na Ilha, melhor para o Sport diante da estreante AcadêmicaVitória.
Na abertura do Pernambucano, o Leão sapecou 4 x 0 no time do interior, com 2 gols de Ciro (candidato a artilheiro do Estadual), um de Fumagalli (pênalti) e outro do quase xará Kássio.
O público de 13 mil pessoas foi bom, até porque o jogo foi transmitido ao vivo na TV aberta para o Recife. Estive lá, e vou listar abaixo algumas considerações sobre a partida.
1) O gramado da Ilha do Retiro está bem melhor. Longe do ideal (que jamais será alcançado até uma reforma completa), mas o piso está nivelado e com menos “tipos” de grama. Vale ressaltar que 40% do gramado foi trocado. Visualmente ainda está feio. Mas até nesse ponto houve uma melhora.
2) A morosidade do Sport era esperada. Afinal, o time se reapresentou há exatamente uma semana. O que surpreendeu foi a sonolência do Vitória, que não ameaçou construir um resultado diferente em nenhum momento.
3) O primeiro gol da competição foi marcado por Fumagalli, aos 13 minutos do primeiro tempo. De pênalti, que precisou ser batido 2 vezes por causa de uma invasão adversária. Nos últimos anos, a quantidade de pênaltis vem sendo bastante polêmica no Pernambucano. Portanto, tentareicontabilizar os pênaltis marcados para os clubes na competição. Caso falte algum, conto com a colaboração dos blogueiros! 😀
Tabela de pênaltis:
1) Sport – 1
2) Vitória – 0
Veja a matéria sobre o jogo no diariodepernambuco.com.br clicando AQUI. Curiosidade: no final, a Rádio Ilha mandou o seguinte recado para a torcida:
“Torcedor rubro-negro, começou hoje o tetracampeonato pernambucano”. 😎
Um pouco cedo, não? Mas devemos lembrar que os leoninos não são “chatos” de graça.
Antes de começar a 37ª rodada, faltavam 24 gols para o Brasileirão de 2008 atingir a expressiva marca de 1.000 gols. E até nisso Sport e Náutico foram rivais! Em um Canindé que parecia mais um velório, com 3,6 mil testemunhas (e a Lusa colaborou para isso, sendo rebaixada neste domingo), o Sport perdia por 2 x 1, depois de dançar o vira. Até que Carlinhos Bala cruzou uma bola pelo lado direito, aos 29 minutos do segundo tempo, e Fumagalli cabeceou forte: 2 x 2. Um gol simbólico.
1.000º gol do Brasileirão de 2008.
Curiosamente, o alvirrubro Clodoaldo empatou o jogo nos Aflitos 10 segundos depois (e olhe lá). Após alguns instantes de dúvida, o gol do meia rubro-negro foi confirmado como o milésimo da competição.
Com o empate com a Lusa, o Sport segue em 11º lugar – posição que já é quase do Leão por uso capião. E depois de suar um pouco em Sampa, 12 jogadores entraram de férias. Time misto contra o Coxa na Ilha.
Obs. Se em 2006 o Sport manteve a Lusa na Série B, após perder de virada na Ilha nos minutos finais, dessa vez o Leão mandou a Portuguesa para a Segundona.
A ida do atacante Wellington para o TSG 1899 Hoffenheim – concretizada nesta quarta – foi simplesmente a maior venda da história do Náutico, desde a implantação do Plano Real, em 1994. O Alvirrubro embolsou R$ 1milhão na negociação, que foi mediada pelo Internacional, que por sua vez tinha 32% dos direitos federativos do Tanque, de apenas 20 anos.
O valor total foi de inacreditáveis R$ 15.625.000, e olhe que o TSG estava na Segunda Divisão na temporada 2007/2008 do Campeonato Alemão (quando terminou campeão). O valor do Alvirrubro corresponde a 20% da parte que cabe ao Inter. Boa sorte na Europa, Wellington. E com certeza os alvirrubros estão felizes. Podem ter perdido um bom centroavante, mas o clube ganhou fôlego financeiro.
Maiores vendas do futebol pernambucano (Valores em Reais, em vigor desde 1994)
3.500.000 – Jackson (meia), do Sport para o Palmeiras, em 1998
2.200.000 – Bosco (goleiro), do Sport para o Cruzeiro, em 1999
1.800.000 – Fumagalli (meia), do Sport para o Al-Rayyan (Catar), em 2007
1.750.000 – Leonardo (atacante), do Sport para o Cruzeiro, em 2001
1.500.000 – Juninho Pernambucano (meia), do Sport para o Vasco, em 1995
1.500.000 – Juninho Petrolina (meia), do Sport para o Atlético-MG, em 1998
1.500.000 – Cleber Santana (meia), do Sport para o Vitória/BA, em 2004
1.300.000 – Pantera (atacante), do Santa Cruz para o Compostela (Espanha), em 1996
1.300.000 – Chiquinho (meia), do Sport para o Vitória/BA, em 1997
1.200.000 – Carlinhos Bala (atacante), do Santa Cruz para o Cruzeiro, em 2006
1.000.000 – Russo (lateral-direito), do Sport para o Vitória/BA, em 1997
1.000.000 – Edson (lateral-esquerdo), do Sport para o Corinthians, em 2000
1.000.000 – Grafite (atacante), do Santa Cruz para o Grêmio, em 2001
1.000.000 – Wellington (atacante), do Náutico para o TSG Hoffenheim, em 2008
800.000 – Ailton (meia), do Náutico para o São Paulo, em 2002
Obs. Nos valores acima estão contabilizadas as partes quitadas em empréstimos de outros jogadores. Juninho Petrolina, por exemplo, chegou a ser reemprestado ao Sport como parte do pagamento de sua própria venda.