Náutico cede empate duas vezes e para no Altos na abertura do grupo C do NE

Copa do Nordeste 2018, 1ª rodada: Náutico x Altos. Foto: Ricardo Fernandes/DP

As apresentações contra a Itabaiana mostraram um Náutico no limite, físico e psicológico, jogando por tanto já no início da temporada. A cobrança sobre as questões tática e técnica demandariam mais tempo. Passada a classificação, suada, rendendo R$ 500 mil, o time entraria numa prova de fogo, com a sequência entre Estadual e Nordestão, em plena reformulação. No torneio regional, a estreia era vital para mirar uma classificação. Num grupo com o Bahia, a briga parece clara sobre a segunda colocação. Na visão do blog, entre Náutico e Botafogo, com o Altos sendo o fiel da balança. Pontuar diante do campeão piauiense era regra. E já na estreia, o alvirrubro falhou.

Como havia sido na fase preliminar, não jogou bem. A evolução foi tímida, com mais volume de jogo, o que não ocorrera nos empates em branco. Então, após 213 minutos, considerando o tempo normal e acréscimos, saiu o primeiro tento timbu em 2018, através do atacante Fernandinho, aos 21, iniciando dez minutos de lá e lô. A festa dos 2.075 torcedores na arena – menos da metade de sábado – durou quatro minutos, com o time sofrendo o primeiro gol no ano.
Copa do Nordeste 2018, 1ª rodada: Náutico x Altos. Foto: Ricardo Fernandes/DP

No lance do empate, numa cobrança de escanteio, o zagueiro Leone subiu sem marcação. Aos 30, Wallace se aproveitou de um corte mal feito do mesmo Leone e desempatou. No segundo tempo, aos 14, Dudu bateu de muito longe e fez um golaço. E a partir daí o que se viu foi um jogo ruim, com poucas jogadas trabalhadas, chutes sem direção, reclamação, duas expulsões e um frustrante 2 x 2. O ainda invicto Náutico precisa jogar mais futebol…

Estreias do Náutico na volta da Copa do Nordeste
2014 – Náutico 1 x 1 Guarany (Arena Pernambuco)
2015 – Náutico 2 x 2 Salgueiro (Arena Pernambuco)
2017 – Náutico 4 x 0 Uniclinic (Arena Pernambuco)
2018 – Náutico 2 x 2 Altos (Arena Pernambuco)

Retrospecto geral em estreias regionais: 10 participações, 5V, 3E e 2D

Copa do Nordeste 2018, 1ª rodada: Náutico x Altos. Foto: João de Andrade Neto/DP

Raio x dos 24 mil jogadores profissionais em atividade nos 722 clubes do Brasil

Registros e transferências de jogadores, segundo a CBF

Pelo terceiro ano consecutivo, a CBF detalha os jogadores profissionais em atividade no país, através da diretoria de registro e transferências. Em relação à última temporada foram 3.098 contratos a mais, num aumento de 14%. Em 2017, portanto, 24.841 jogadores de futebol firmaram algum tipo de acordo, incluindo 134 gringos, com a grande maioria entrando em campo somente nos quatro primeiros meses, durante os campeonatos estaduais. Embora a entidade não tenha atualizado o dado de contratos ativos durante todo o ano, o número de 2016 deixa isso claro, com apenas 8.938 atletas chegando até janeiro – na ocasião, isso representou 41% do total de profissionais.

Ao todo, foram quase 17 mil transferências nacionais, entre empréstimos, vendas de diretos econômicos e jogadores livres. Inicialmente, o balanço tinha três pilares (registro, transferências e salários), mas nos últimos dois relatórios a confederação não divulgou a divisão de salários dos atletas. No quadro pioneiro, 82% recebiam até R$ 1 mil e 95% no máximo R$ 5 mil. A dura realidade comum. Salário acima de R$ 100 mil? No Brasil, apenas 114.

O balanço dos atletas registrados no Brasil, segundo a CBF. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Segundo o novo balanço, de janeiro a dezembro vigoraram contratos envolvendo 722 clubes profissionais – no viés pernambucano, 22 times disputaram competições oficiais na temporada, a partir das Séries A1 e A2. Além disso, o relatório da confederação também inclui os clubes amadores e formadores, adicionando 397. A seguir, a evolução de clubes filiados.

O balanço dos atletas registrados no Brasil, segundo a CBF. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Entre as transferências nacionais, apenas 40 via compensação financeira, totalizando R$ 81 mi – Raniel, por exemplo, foi do Santa para o Cruzeiro por R$ 2 milhões. Já no âmbito internacional foram 657 saídas, com 130 ocorrendo via empréstimos ou cessão dos direitos econômicos, movimentando quase R$ 1 bilhão (!), com média de R$ 7,0 mi – Erick foi negociado pelo Náutico junto ao Braga por R$ 2,8 mi. No sentido inverso foram 527 nomes, dos quais 40 com valores. E o investimento foi de R$ 227 milhões, com média de R$ 5,6 mi – André veio do Sporting para o Sport ao custo de R$ 5,2 mi.

O balanço dos atletas registrados no Brasil, segundo a CBF. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

As folhas do Pernambucano 2018 chegam a R$ 4,56 milhões, com 74% no Sport

As folhas de pagamento dos clubes no Pernambucano de 2018. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Os cerca de 300 atletas profissionais inscritos no Campeonato Pernambucano de 2018 vão custar cerca de R$ 4,566 milhões a cada mês, somando as folhas de pagamento dos onze clubes participantes. Numa média bruta, cada jogador receberia R$ 15 mil, com as despesas com remunerações de cada agremiação ficando na casa de R$ 415 mil. No entanto, a realidade mostra uma disparidade financeira sem igual no futebol local, superconcentrada – possivelmente, uma das maiores já vistas no cenário nacional também.

As folhas de pagamento no Pernambucano 2018 (% sobre o total)
R$ 3.400.000 – Sport (74,6%), Série A
R$ 250.000 – Santa Cruz (5,4%), Série C
R$ 200.000 – Náutico (4,3%), Série C
R$ 150.000 – Salgueiro (3,2%), Série C
R$ 120.000 – Vitória (2,6%), sem divisão
R$ 100.000 – América (2,1%), sem divisão
R$ 100.000 – Central (2,1%), Série D
R$ 70.000 – Afogados (1,5%), sem divisão
R$ 60.000 – Belo Jardim (1,3%), Série D
R$ 60.000 – Flamengo (1,3%), Série D
R$ 56.000 – Pesqueira (1,2%), sem divisão

Presente na Série A, duas divisões acima dos concorrentes mais próximos, o Sport deve ter uma folha de R$ 3,4 milhões, o que corresponde a 3/4 de todos os vencimentos previstos na competição – restando R$ 1,166 mi para as outras dez equipes. E olhe que o rubro-negro reduziu em 25% a sua despesa em relação ao último Brasileirão – a venda de Diego Souza influenciou neste dado. Por sinal, as folhas dos rivais tradicionais não chegam ao que DS87 ganhava na Ilha. À parte do leão, cujo número é uma apuração, os demais foram informados pelos próprios clubes, com Santa e Náutico estimando o gasto devido à nova realidade, na Série C, e os intermediários detalhando as folhas ao Superesportes. Durante os quatro meses de disputa, entre janeiro e dezembro, a competição vai demandar R$ 18,2 milhões em salários.

Em 2011, no começo da década, as folhas no Estadual foram as seguintes…
R$ 800 mil, Sport (Série B)
R$ 450 mil, Náutico (Série B)
R$ 200 mil, Santa Cruz (Série D)

Passados sete anos, eis as variações para a edição de 2018…
+ R$ 2,6 milhões (+325%), Sport (Série A)
– R$ 250 mil (-55%), Náutico (Série C)
+ R$ 50 mil (+25%), Santa Cruz (Série C)

Embora o abismo financeiro fomente um favoritismo ao Sport, o torneio de 2011 mostra que é possível a superação. Desta vez, terá que ser bem maior…

Taxa de arbitragem no Estadual 2018 vai de R$ 2,7 mil a 13,7 mil. O mandante paga

As taxas de arbitragem para o mata-mata decisivo do Estadual 2018. Crédito: FPF/reprodução

Além da taxa de 8% sobre a renda bruta dos jogos, a FPF ainda cobra outros encargos aos clubes no Campeonato Pernambucano. Em 2018, os mandantes precisam pagar por inúmeros serviços administrativos a cada partida, com estruturas distintas a partir das fases ou clubes envolvidos. A formação mais básica envolve os jogos entre intermediários, com a arbitragem, o delegado do jogo e um assessor, enquanto a mais complexa (e cara) é a da final, com oito funções: árbitro, dois assistentes, 4º árbitro, delegado de arbitragem, delegado do jogo, supervisor de protocolo e assessor de protocolo.

Soma das taxas de arbitragem em cada jogo
Semifinal e final – de R$ 11.985 a R$ 13.774
Clássicos/3º lugar – de R$ 9.809 a R$ 11.257
Mando dos grandes (turno) – de R$ 5.946 a R$ 6.279
Mando dos intermediários (turno) – de R$ 2.705 a R$ 2.955

Como indicam as reproduções do documento emitido pela federação pernambucana de futebol, cada partida é precificada de uma forma, inclusive pelo nível dos árbitros escalados. Logo, os valores da final podem chegar a 11 mil reais de diferença sobre os do turno, de R$ 2,7 mil a R$ 13,7 mil – no caso dos assistentes, a cota equivale a 60% do valor pago ao árbitro, com o 4º árbitro tendo 30% no mesmo modelo. Em comparação com o ano passado, um aumento de 2,9%. Não para aí. Também há a despesa com diárias para os árbitros, com valores pré-determinados pela cidade da partida, tendo o Recife como marco zero (e R$ 40). A diária mais alta é a de Salgueiro, R$ 210.

A responsabilidade de pagamento do mandante, detalhada no artigo 19 no regulamento do Estadual, não é regra geral. Num viés local, basta dizer que na Copa do Nordeste as taxas de arbitragem são pagas pela CBF. No estado, os valores foram estipulados pela diretoria de competições da federação e pela comissão de arbitragem. No documento de 2 de janeiro, as assinaturas dos respectivos diretores, Murilo Falcão e Emerson Sobral.

Na nova fórmula, cada time joga 5 vezes como mandante e 5 como visitante no turno. Descontando os 3 clássicos, o quadro abaixo vale para 12 jogos

As taxas de arbitragem para os jogos com mando dos grandes (no turno) do Estadual 2018. Crédito: FPF/reprodução

O quadro mais barato contempla 8 times, à parte do Trio de Ferro. A escala vale inclusive para confrontos contra os próprios grandes. Ao todo, 40 partidas

As taxas de arbitragem para os jogos com mando dos intermediários (no turno) do Estadual 2018. Crédito: FPF/reprodução

Ranking mundial da IFFHS em 2017 traz 19 clubes brasileiros. Sport em 146º lugar

Sport no Ranking da IFFHS. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Pelo quarto ano consecutivo o futebol pernambucano se faz presente no ranking mundial de clubes, organizado Federação de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS), órgão alemão reconhecido pela Fifa. Na lista, com os jogos oficiais de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2017, o Sport ganhou 134 posições, ficando em 146º lugar, posição dividida com outros seis times, entre eles o Benfica de Portugal e o Guangzhou Evergrande da China. Ampliando o recorte, o leão ficou em 12º no país e em 1º no Nordeste. Graças à campanha na Sul-Americana, quando chegou às quartas de final pela primeira vez, uma vez que no Brasileirão a campanha foi, novamente, apática.

A lista é atualizada mensalmente, com um balanço geral no início do ano seguinte. Para fazer parte do levantamento, é necessário disputar a primeira divisão nacional – e cada país tem um peso distinto. Por isso, o Santa Cruz, presente na lista anterior, ficou de fora dessa, apesar da posição alcançada na ocasião. Na escala mundial, o Real Madrid destronou o Atlético Nacional e terminou na ponta pela quarta vez em sua história – 2000, 2002, 2014 e 2017. Já o Grêmio, tri na Taça Libertadores, chegou à vice-liderança absoluta, estabelecendo, também, a melhor posição da história de um clube do país. 

Abaixo, o blog listou os rankings a partir de 2006, ano da pioneira participação pernambucana no Campeonato Brasileiro na era dos pontos corridos. A apuração vai a partir dos quadros divulgados pelas IFFHS, pois nem todos os clubes pontuados são divulgados, com as listas variando de 200 a 500 nomes – em 2013, por exemplo, o Náutico disputou a elite e a Sula, mas não apareceu. Como a pontuação internacional é elevada, a melhor colocação do estado foi em 2009, quando o Sport disputou a Libertadores, chegando às oitavas. No mês de abril chegou a figurar em 29º. No fim do ano, mesmo com a lanterna na Série A, foi o 89º. Na lista de 2018, portanto, o clube sentirá a falta da Sula, ausente do calendário após cinco temporadas seguidas.

Os pódios anuais, o melhor brasileiro (*) e os pernambucanos listados (**):

2017
1º) Real Madrid-ESP (328 pontos)
2º) Grêmio (286)*
3º) Manchester United-ING (284)

2º) Grêmio (1º no pais, 286 pontos) – campeão da Libertadores*
6º) Flamengo (2º, 256) – vice da Sul-Americana e da Copa do Brasil
20º) Botafogo (3º, 207)
21º) Santos (4º, 202)
33º) Palmeiras (5º, 183) – vice da Série A
46º) Atlético-PR (6º, 170)
55º) Atlético-MG (7º, 162)
64º) Corinthians (8º, 156) – campeão da Série A
102º) Chapecoense (9º, 131)
109º) Cruzeiro (10º, 126) – campeão da Copa do Brasil
109º) Fluminense (10º, 126)
146º) Sport (12º, 108 pts) – Quartas da Sula e 15º na Série A**
155º) Ponte Preta (13º, 106)
221º) São Paulo (14º, 86)
243º) Vasco 15º, (82)
282º) Bahia (16º, 74)
345º) Avaí (17º, 66)
362º) Coritiba (18º, 64)
362º) Vitória (18º, 64)

2016
1º) Atlético Nacional-COL (383 pontos)
2º) Real Madrid-ESP (310)
3º) Barcelona-ESP (280)

13º) Atlético-MG (212)*
263º) Santa Cruz (76 pts – Oitavas da Sula e 19º na Série A)**
280º) Sport (74 pts – 2ª fase na Sula e 14º na Série A)**

2015
1º) Barcelona-ESP (379)
2º) Juventus-ITA (286)
3º) Napoli-ITA (268)

18º) Internacional (210)*
160º) Sport (101 pts – Oitavas na Sula e 6º na Série A)**

2014
1º) Real Madrid-ESP (381)
2º) Bayern de Munique-ALE (276)
3º) Atlético de Madrid-ESP (267)

14º) Cruzeiro (219)* 
247º) Sport (80 pts – 2ª fase na Sula e 11º na Série A)**

2013
1º) Bayern de Munique-ALE (370)
2º) Real Madrid-ESP (290)
3º) Chelsea-ING (273)

8º) Atlético-MG (238)*
Nenhum pernambucano listado**

2012
1º) Barcelona-ESP (307)
2º) Chelsea-ING (279)
3º) Boca Juniors-ARG e Atlético de Madri-ESP (278)

5º) Corinthians (272)* 
321º) Náutico (72 pts – 12º na Série A)**
413º) Sport (62 pts – 17º na Série A)**

2011
1º) Barcelona-ESP (367)
2º) Real Madrid-ESP (312)
3º) Vélez Sarsfield-ARG (271)

6º) Santos (238)* 
Sem time pernambucano na elite**

2010
1º) Internazionale-ITA (300)
2º) Bayern de Munique-ALE (268)
3º) Barcelona-ESP (266)

7º) Internacional (231)*
Sem time pernambucano na elite**

2009
1º) Barcelona-ESP (341)
2º) Chelsea-ING (292)
3º) Manchester United-ING (291)

9º) Cruzeiro (235)*
89º) Sport (125 pts – Oitavas na Libertadores e 20º na Série A)**

2008
1º) Manchester United-ING (292)
2º) Bayern de Munique-ALE (272)
3º) Liverpool-ING (267)

10º) São Paulo (223)*
97º) Sport (118 pts – Campeão da Copa do Brasil e 11º na Série A)**
343º) Náutico (62 pts – 16º na Série A)**

2007
1º) Sevilla-ESP (306)
2º) Manchester United-ING (281)
3º) Milan-ITA (280)

5º) Santos (254)*
214º) Náutico (78 pts – Quartas na Copa do Brasil e 15º na Série A)**
273º) Sport (70 pts- 14º na Série A)**

2006
1º) Sevilla-ESP (295 pontos)
2º) Internazionale-ITA (286)
3º) Roma-ITA (277)

14º) São Paulo (115)* 
Nenhum pernambucano listado**

Transmissão do Estadual segue na Globo de 2019 a 2022, com luvas de R$ 1 milhão

Lançamento do Campeonato Pernambucano de 2018, na sede da Globo Nordeste, na Rua da Aurora. Foto: Lucas Liausu/Globo (cortesia)

O Campeonato Pernambucano chegará a 23 anos seguidos na tela da Globo Nordeste. Consequência da renovação do contrato de transmissão, agora de 2019 a 2022. O acordo foi confirmado ao blog pelo diretor-geral do canal, Iuri Leire, durante o lançamento do Estadual 2018, na sede da emissora.

“Está assinado o contrato, por mais quatro anos. Nos mesmos moldes”

Sobre os tais moldes: o contrato engloba as cinco plataformas possíveis, com tevê aberta, tevê fechada, pay-per-view, sinal internacional e internet.

Com a notícia, o blog apurou o bastidor do contrato, que tinha o Sport como única pendência, uma vez que Santa Cruz e Náutico chegaram a um acordo com a emissora ainda em 2017. Além do reajuste desconhecido (em relação à cota anual vigente, de R$ 950 mil), cada clube recebeu R$ 1 milhão de luvas. Embora o leão tenha demorado a firmar a renovação, isso não significa uma cota diferenciada, maior, pois a Globo prometera aos outros dois grandes clubes locais repasses igualitários. Ou seja, se o rubro-negro conseguiu ampliar o valor, as cotas de alvirrubros e tricolores devem ser revisadas.

Essa negociação individual foi uma novidade neste processo, ao contrário dos dois contratos anteriores (2010-2014 e 2015-2018), com a FPF à frente do processo. A pedido do Trio de Ferro, o presidente Evandro Carvalho autorizou as negociações à parte, com a federação articulando apenas os valores dos times intermediários. Por sinal, pela proposta, cada time intermediário teria ao menos um jogo televisionado – uma vez que o nº de partidas deve influenciar. 

Obs. Sobre a cota dos grandes, a correção do valor-base do contrato vigente através do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), como preza o contrato, dá R$ 1.119.690 em 2018. Logo, o novo acordo deve partir, no mínimo, daí.

Transmissões regulares do Campeonato Pernambucano
1998 – SporTV (tv fechada)
1999 – TV Pernambucano (tv aberta)

2000-2010 – Globo NE (tv aberta)
2011-2012 – Globo NE (tv aberta) e Premiere (PPV)
2013-2022 – Globo NE (tv aberta), Premiere (PPV) e Globo Internacional

Lançamento do Campeonato Pernambucano de 2018, na sede da Globo Nordeste, na Rua da Aurora. Foto: Cassio Zirpoli/DP

O plano comercial do Estadual 2018, com alcance de 2,2 milhões de telespectadores

Capa do plano comercial do Pernambucano 2017. Crédito: reprodução

A capa do plano comercial do Pernambucano 2018. Slogan ousado…

A média de público no Campeonato Pernambucano de 2017 foi a segunda pior desde que a FPF passou a contabilizar os dados, há 28 anos. Com índice de 2.402 espectadores, só ficou à frente de 1997, com 2.080. Mesmo considerando apenas a fase principal, a partir do hexagonal do título, o dado foi ruim, com 4.808. Agora, o contraponto. Arquibancadas vazias e muita gente sintonizada diante da televisão. As transmissões da Globo Nordeste, 13 ao todo, tiveram uma audiência média de 2,2 milhões de telespectadores, número revelado durante o evento de lançamento do Estadual 2018, na sede da emissora. O blog analisa os planos comerciais da competição desde 2010. Durante sete anos, os dados da audiência consideraram o Grande Recife, a área de maior atuação, variando de 524 mil a 974 mil pessoas/jogo. Desta vez, o relatório trouxe os números do estado, considerando todos os municípios cobertos pela Globo Nordeste (Região Metropolitana e Zona da Mata), TV Asa Branca (Agreste) e TV Grande Rio (Sertão).

Aqui, alguns registros do plano comercial oficial, com as audiências de todos os jogos exibidos em 2017, com a decisão entre Sport e Salgueiro, no Cornélio de Barros, alcançando 41,9 pontos, de acordo com a medição do canal. O ‘share’ daquela partida indica que a cada 100 televisões ligadas no horário, 70 estavam sintonizadas na peleja. É bastante coisa, levando à reflexão sobre o porquê de tanta audiência num torneio tecnicamente fraco como foi o último. Então, imagine num campeonato mais organizado…

Audiência média do Pernambucano na TV aberta
2010 – 541 mil telespectadores (RMR, 14 municípios)
2011 – 526 mil telespectadores (RMR, 14 municípios)
2012 – 524 mil telespectadores (RMR, 14 municípios)
2013 – 555 mil telespectadores (RMR, 14 municípios)
2014 – 696 mil telespectadores (RMR, 14 municípios)
2015 – 974 mil telespectadores (RMR, 14 municípios)*
2016 – 700 mil telespectadores (RMR, 14 municípios)
2017 – 2,2 milhões de telespectadores (Pernambuco, 186 municípios)

* Não foram divulgados dados exclusivos do Estadual, mas o balanço entre o Pernambucano e o Nordestão

As maiores audiências da história da Globo NE no Estadual (Grande Recife)
1.153.620 – Sport 1 x 0 Náutico (05/05/2010, final)
1.050.763 – Sport (5) 1 x 0 (3) Santa Cruz (13/04/2014, semifinal)
1.040.976 – Santa Cruz 0 x 1 Sport (15/2011, final)

As 4 maiores audiências de 2017 foram nos mata-matas. Curiosamente, em 2018 a fórmula ampliou a fase eliminatória, agora com quartas de final

As maiores audiências do Campeonato Pernambucano de 2017. Crédito: Plano comercial do Estadual 2018/FPF

Apesar da vantagem na audiência, numa comparação proporcional com o Paulistão e o Carioca, o dado local utilizado na arte foi o da decisão. Distorceu

A audiência do Pernambucano 2017. Crédito: Plano Comercial do Estadual 2017/FPF

A seguir, as propostas de propaganda para 2018 e as ações planejadas para promover a competição. Naming rights, exposições, redes sociais etc.

O plano comercial do Pernambucano 2018. Crédito: reprodução

O plano comercial do Pernambucano 2018. Crédito: reprodução

O perfil dos telespectadores da TV Jornal e Globo NE, entre Nordestão e Estadual

Os horários nobres da TV Jornal (terça) e Globo Nordeste (quarta) para o futebol regional em 2018. Crédito: reprodução

20 anos da ausência de futebol local na TV à maior disputa por mercado

Na TV aberta, o último ano com concorrência sobre o futebol pernambucano, em relação à Globo, havia sido 1999. Na época, o locutor Luciano do Valle adquiriu os direitos de transmissão do Campeonato Pernambucano por R$ 600 mil, exibindo os jogos na TV Pernambuco, emissora estatal com histórico de ‘traço’ na audiência – até então, partidas locais passavam de forma esporádica. O sucesso foi estrondoso, chegando a marcar 50 pontos num Clássico das Multidões. Paralelamente a isso, a Copa do Nordeste corria sem exibição, com a Globo Nordeste limitando-se ao Paulista e ao Brasileirão. Como se sabe, a emissora comprou os direitos do Estadual no ano seguinte, pagando R$ 1,92 milhão por quatro edições. Fez o mesmo com o Nordestão, ficando à parte do regional apenas em 2003 e 2010, as edições marcadas pela briga jurídica entre a Liga do Nordeste e a CBF – com vitória da liga.

Pois bem. Passado tanto tempo, surge um cenário incomum, com os dois principais torneios no âmbito regional em sinais abertos distintos no Grande Recife – havendo a ressalva sobre as Série D e C, com alguns jogos do Santa na Nova NE e TV Pernambuco, respectivamente. O Pernambucano segue na Globo. Porém, a Lampions foi parar nas mãos do SBT, com transmissão nos nove estados da região, com o sinal local a cargo da TV Jornal.

Ou seja, líder e vice-líder de audiência na Região Metropolitana do Recife, agora estendida a 4 milhões de habitantes, após a entrada do 15º município, Goiana. Apesar da concorrência – com o Nordestão sendo esportivamente mais importante, frise-se -, os horários a princípio não batem. Na prática, o número de jogos locais poderá dobrar numa semana, chegando a quatro – tendo três como mínimo, sendo 2 na Globo e 1 na TV Jornal. De toda forma, fica a curiosidade sobre a intensidade da cobertura das duas empresas sobre as competições ‘rivais’, uma vez que, comercialmente, são concorrentes de fato na disputa pela atenção de consumidores alvirrubros, rubro-negros e tricolores. Um embate (ético) entre produto e informação.

Em 2017, as decisões dos torneios foram exibidas para o Recife, pois o Sport alcançou a final do Nordestão. Eis os dados dos 4 jogos na tevê aberta:

Pernambucano
833.147 telespectadores (34,3 pontos) – Sport 1 x 1 Salgueiro (07/05, ida)
976.458 telespectadores (40,2 pontos) – Salgueiro 0 x 1 Sport (28/06, volta)

Nordestão
1.107.600 telespectadores (38,2 pontos) – Sport 1 x 1 Bahia (17/05, ida )
1.184.400 telespectadores (41,4 pontos) – Bahia 1 x 0 Sport (24/05, volta)

Abaixo, os perfis dos telespectadores dos canais, considerando a RMR:

TV Jornal (Grande Recife) – 2º lugar no Ibope
Horários dos jogos: terça-feira (21h45) e sábado (16h)
Narrador: Aroldo Costa
Comentarista: Maciel Júnior
Principais clubes envolvidos: Santa, Náutico e Bahia (nº jogos não divulgado)

Chamada para o Nordestão: “O maior campeonato regional do mundo”

Atlas da TV Jornal sobre o Grande Recife. Crédito: TV Jornal/reprodução

Globo Nordeste (Grande Recife) – 1º lugar no Ibope
Horários dos jogos: quarta-feira (21h45) e domingo (16h)
Narrador: Rembrandt Júnior
Comentarista: Cabral Neto
Principais clubes envolvidos: Sport (7 jogos), Santa (4) e Náutico (2)

Chamada para o Pernambucano: “Até que enfim vão começar os Estaduais”

Atlas da TV Jornal sobre o Grande Recife. Crédito: TV Jornal/reprodução

A quarta versão do aplicativo oficial do Pernambucano, na evolução como bolão

O aplicativo oficial do Campeonato Pernambucano de 2017. Crédito: Google Play/reprodução

Entre 2013 e 2017, o Campeonato Pernambucano teve três aplicativos oficiais, desenvolvidos pela Look Mobile. Para a edição de 2018, a FPF firmou uma parceria com uma nova empresa de softwares, a Pronto Tecnologia, que opera no RJ, SP e PE. Desta vez, trata-se de uma plataforma de entretenimento – para smartphones e computadores – idealizada para operar com diversas competições, embora o Estadual tenha sido o primeiro da lista. Além de tabela e classificação atualizadas, detalhes dos times, estádios e cidades, o app (gratuito) foca num ‘bolão’, com os usuários tentando acertar os resultados do torneio selecionado, com direito a ranking e premiações. No caso do Estadual, o torcedor, após escolher o seu time, entre os 11 clubes participantes, passa a arriscar o placar rodada a rodada – ao todo, 63 partidas.

Eis a lógica da pontuação no aplicativo ‘Futebol Conectado’:

60 pontos – placar exato
15 pontos – resultado certo (vitória do mandante, do visitante ou empate)
10 pontos – acertar qual clube faz o primeiro gol do jogo (ou 0 x 0 também)
5 pontos – acertar o tempo do primeiro gol (1T, 2T ou 0 x 0 também) 

Bônus em caso de placares exatos na rodada: 3 (200 pts), 4 (500) e 5 (1.000)
Bônus em caso de resultados certos na rodada: 3 (50 pts), 4 (125) e 5 (180)

Em relação aos smartphones e tablets, o aplicativo, na versão 1.0, demanda 52 megas. Já a compatibilidade vai a partir de 4.1 no Android e 8.0 no iOS.

Links para baixar o aplicativo: iOS e Android.

Link para jogar no site: futebolconectado.com.br

Layouts do aplicativo, com capa e menu : 20132014, 2016 e 2018

O aplicativo oficial do Campeonato Pernambucano de 2017. Crédito: Google Play/reprodução

A eterna renovação da torcida do Náutico

Torcida do Náutico festejando a vaga na fase de grupos do Nordestão 2018. Crédito: Família Alvirrubra/twitter (@FamliaAlvirrub1)

Há algum tempo as pesquisas indicam um envelhecimento da torcida do Náutico, cuja presença nos estádios vem sendo modesta – abaixo de 8 mil há quatro anos. Em 2015, o Plural Pesquisa lançou um levantamento sobre o Recife, após 800 entrevistas no município, com o timbu registrando 10% ao todo. Analisando além, mesmo considerando a margem de erro (3,46%), a diferença dos aficionados alvirrubros é evidente nas faixas etárias. Se acima de 50 anos, com o público nascido na era de ouro do clube, a distância num dado bruto entre alvirrubros e rubro-negros é de 16%, na juventude, com a seca de taças, o hiato salta para 39%. Inalcançável até mesmo a longo prazo.

Total no Recife
36% – Sport
31% – Santa Cruz
10% – Náutico

16-29 anos
46% – Sport
31% – Santa Cruz
7% – Náutico

30-49 anos
38% – Sport
31% – Santa Cruz
8% – Náutico

+50 anos
31% – Santa Cruz
25% – Sport
15% – Náutico

Portanto, ao assistir ao vídeo publicado pelo perfil Família Alvirrubra, com a alegria de três crianças na classificação no Pré-Nordestão – meninos nascidos durante o maior jejum do clube – , fica a satisfação de que, ainda que em menor grau, haverá sempre a renovação da torcida. Diante da tevê, o aperreio de uma decisão por pênaltis e a festa que fomenta a paixão no futebol.