A nova camisa retrô do Sport remete a um dos principais anos da história leonina, 1955. Quando o clube completou 50 anos, festejando a data durante um mês, incluindo a reabertura da Ilha do Retiro, após dois anos de reforma, e culminando com o título estadual. Sob o comando do técnico Gentil Cardoso, o time teve uma linha de frente formada por Traçaia (maior artilheiro leonino, com 202 gols), Naninho (quinto maior goleador, com 105 gols), Gringo, Soca e Geo.
Através da linha Adidas Originals, a camisa de poliéster tem como grande destaque o distintivo singular, com o leão fora do escudo. Na nova versão, um leão menor, até por uma questão de estética, uma vez que o uniforme original do cinquentenário trazia um leão enorme. Por fim, o número 50 nas costas.
“O trabalho nas áreas de gramado e drenagem também já estão adiantados, com o diagnóstico, projeto e orçamento prontos. No gramado, uma empresa especializada apresentou duas propostas, uma sem reparos ou substituição da drenagem e outra com nova drenagem e irrigação automática. Está em estudo a possível utilização de gramado artificial.”
O texto divulgado pela direção do Náutico sobre o plano de reforma dos Aflitos traz uma possibilidade drástica. No Brasil, o primeiro estádio particular com piso sintético (e avalizado pela Fifa) foi o Passo D’Areia, em Porto Alegre, em fevereiro de 2011. Ideia do presidente da federação gaúcha, Francisco Noveletto, após um jogo do Inter num gramado artificial no México. A partir dali, empresas especializadas passaram a montar campos em clubes menores e em centros de treinamento. O ponto alto foi a Arena da Baixada, em 2016.
O Atlético-PR trocou a grama natural pela sintética por causa da dificuldade de iluminação natural, gerando um alto custo de manutenção com luz artificial (R$ 100 mil/mensais). A despesa chegava a R$ 1,2 milhão/ano. O clube não revelou o valor pago à GV Group, mas a Gazeta do Povo trouxe a informação de R$ 1,5 milhão – fora a manutenção. Ou seja, em dois anos a economia justificará o investimento. Logo após a implantação, o campo paranaense foi homologado pela Fifa por um ano – o certificado precisa ser atualizado de forma recorrente.
Entre as três propostas nos Aflitos a mais factível é a criação de uma nova drenagem, além do novo campo, claro. Como a luz natural não é um problema, um campo sintético caberia num contexto puramente financeiro, à parte da questão técnica do jogo – e seria inédito em Pernambuco. O mandatário da FPF, Evandro Carvalho, chegou a manifestar o desejo de implantar gramados sintéticos nos estádios do interior, sem sucesso. Neste caso, a justificativa era clara, a falta d’água. Ainda que o piso artificial também seja irrigado (pela temperatura e resistência do material), a ação ocorre numa escala muito menor.
Numa ação para aproximar a direção da torcida, o Santa Cruz lançou o espaço “Conversa com o Presidente”, com vídeos produzidos pela TV Coral com depoimentos de Alírio Moraes. A primeira versão, gravada no Arruda, foi separada em dois arquivos distintos, abrindo com a relação de Alírio como torcedor do clube, desde a década de 1970, e encerrando com a gestão do clube e a mudança no patamar financeiro, de R$ 15 mi para até R$ 40 milhões este ano. O rendimento do time de futebol, claro, foi avaliado.
Em seu segundo ano como mandatário (foi eleito para um triênio), Alírio se mostra aberto a entrevistas, coletivas e exclusivas. A iniciativa corporativa (tanto através de vídeos quanto textos, notas etc) também é interessante, embora o questionamento seja, compreensivelmente, diferente. De toda forma, é mais um canal para ouvir o presidente tricolor, independentemente da fase…
Com verniz de modernidade, a CBF divulgou o calendário brasileiro em 2017, com uma mudança incompreensível para o futebol da região. O Comitê de Reformas do Futebol Brasileiro aprovou a redução da Copa do Nordeste e a ampliação do Pernambucano (e dos outros estaduais, claro), indo de encontro à evolução do regional nos últimos quatro anos. Os dois torneios serão simultâneos, entre fevereiro e abril, com 26 datas ao todo. Segundo a CBF, são 18 no estadual e 8 no regional. Resumindo: aumentou o certame local em 4 datas e reduziu o Nordestão em 4 (?!). Contudo, há a ressalva que a “quantidade de datas para cada competição depende da composição feita entre as federações e os clubes envolvidos, com anuência da CBF”.
Se o regional já tinha doze datas, desde 2013, qual é o sentido de reduzi-lo e deixar a brecha para “negociar” mais quatro datas? Para dar poder às federações, sim ou claro? Organizar uma Lampions com 20 clubes em 8 datas tende a ser complicado. A título de curiosidade, entre tantas fórmulas possíveis, poderia ser com cinco grupos de quatro times em turno único, quartas em jogo único e semi e final em ida e volta. Ou apenas em mata-matas. Ou seja, um arremedo. Já o Estadual com 18 datas seria a realização do sonho de Evandro Carvalho, mandatário da FPF – e também das demais federações da região.
Calendário 2016
Pernambucano – 14 datas (hexagonal do título, semifinal e final) Nordestão – 12 datas (fase de grupos, quartas, semi e final)
Com essa resolução fica bem difícil não lembrar de 2003, quando a CBF, pressionada pelas federações, retirou a Copa do Nordeste do calendário. Ao menos agora há um acordo judicial, após vitória da liga, que obriga a entidade a chancelar o torneio até 2022. Pelo visto, só não estipula o tamanho. Até que uma (esperada) mudança seja feita oficialmente, vale o que está no papel. No caso, o enxuto regional só ocorreria no meio de semana (decisão em 19 de abril, uma quarta-feira). Os estaduais, basicamente aos domingos, têm apenas quatro datas na quarta. O repasse desses jogos solucionaria o impasse.
Em relação ao Brasileirão, mudanças pontuais, como a antecipação da abertura em uma semana, a paralisação de três rodadas para cada rodada (dupla) das Eliminatórias do Mundial de 2018 e a diminuição das partidas no meio de semana, com nove rodadas intermediárias (foram agendadas onze em 2016). O calendário foi elaborado pela diretoria de competições da CBF, cuja ata oficial foi assinada pelo presidente Marco Polo Del Nero, com “satisfação”.
Confira o cronograma do novo calendário em uma resolução maior aqui.
Os três balanços anuais da Arena Pernambuco Negócios e Investimentos S.A. foram fechados com prejuízo na operação. Um rombo de R$ 73,1 milhões. O relatório de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2015 foi divulgado dois meses após o prazo original por causa do distrato entre o governo do estado e a Odebrecht, com o empreendimento voltando para o poder público. O quadro é recheado de cifras, com inúmeros caminhos para a análise. O blog optou por dar sequência ao modelo apresentado pelo próprio consórcio na última temporada, com dados operacionais. No caso, o balanço publicado no Diario Oficial de Pernambuco, neste 5 de julho de 2016, traz um saldo negativo R$ 19 milhões. A despesa foi quase o dobro do faturamento, auditado em R$ 24 mi.
A receita operacional soma bilheteria, comercialização de camarotes, realização de eventos não esportivos, alimentação, estacionamento e a parcela anual do naming rights, cujo acordo com a Itaipava também foi rescindido. Já o custo operacional contabilizou administrativo, pessoal, gastos com a realização dos jogos, manutenção de itens como ar condicionado, elevadores e escada rolante, segurança, limpeza e despesas comercias. Em março já havia sido revelado o estudo da Fundação Getúlio Vargas sobre os dois primeiros anos da arena, com apenas 20% do faturamento previsto. De julho de 2013 a junho de 2015, a receita projetada foi de R$ 226 milhões, com a realidade em R$ 47 milhões.
Entre os motivos para o fiasco financeiro – além da elevadíssima projeção no contrato, muito acima da realidade do futebol pernambucano -, é possível apontar a mobilidade falha (e ainda incompleta!), jogos às 22h e falta de mais partidas de Sport e Santa Cruz, com públicos (e rendas) maiores que as do Náutico. Por sinal, em 2015 foram disputados 41 jogos, dois a menos que em 2014 – no lançamento do projeto, em 2009, na gestão de Eduardo Campos, a proposta estipulava ao menos 60 jogos. Com o déficit milionário, a contraprestação pública seguiu no mesmo nível. Na agora extinta parceria público-privada, o governo tinha que cobrir o rombo no faturamento anual caso a receita fosse abaixo de 50% da (inatingível) meta de R$ 110 milhões.
Esse formato inviável de operação acabou. Porém, o governo de Pernambuco terá que pagar R$ 246,8 milhões à construtora pela quebra de contrato, num prazo de 15 anos, deixando claro que o problema está longe do fim…
A presença feminina nas torcidas de futebol é cada vez maior, mais atuante. No Recife, são 622 mil torcedoras, segundo o estudo mais recente, o que corresponde basicamente à metade dos aficionados pelo Trio Ferro. Ainda assim, a sua participação ainda é tratada, em partes, como casualidade. Um machismo velado, analisado frontalmente pelo minidocumentário Flores do Estádio?, produzido por Manuela Andrade e Catarina Santos, alunas do curso de jornalismo da UFPE.
Lançado em julho de 2016, o vídeo aborda a opinião de torcedoras de Náutico, Santa e Sport e também de clubes de outros estados, São Paulo e Atlético-MG. A premissa é simples: a participação feminina muito além do batido “embelezamento” das arquibancadas, sendo determinante como parte da massa, sem distinção. O vídeo de 10 minutos foi produzido para a disciplina “redação para os meios de comunicação”. Tema válido demais.
A torcida feminina no Recife* Sport – 330.067 (52% do clube na cidade) Santa Cruz – 214.438 (48%) Náutico – 78.251 (49%)
A divisão das 622.756 torcedoras: Sport 53%, Santa 34% e Náutico 12%.
O território da Islândia é quase do mesmo tamanho de Pernambuco, com 103.001 km² x 98.149 km². Demograficamente, contudo, há uma enorme diferença, com 9,4 milhões de habitantes no estado e apenas 331 mil no país insular, espalhados em cidades pequenas no litoral, bem afastadas da Europa. Lá, num cenário quase deserto, o futebol vive. Apesar da população menor em relação a cinco municípios locais (Olinda, para se ter ideia, tem 57 mil a mais!), é capaz de formar uma seleção competitiva, que já faz história na Euro 2016.
Começou nas eliminatórias, num rendimento já irreal para o padrão da equipe. Seguiu contra a lógica na fase de grupos e alcançou uma impressionante classificação às quartas, vencendo a Inglaterra por 2 x 1, de virada. Superou o inventor do esporte, o país da liga mais rica, de um nível de profissionalismo superior a oito divisões. Na Islândia, segundo a federação nacional de futebol (KSI), existem apenas 3 mil adultos jogando bola, com 100 profissionais!
Fazendo uma relação entre a população masculina (167 mil islandeses) e os 23 convocados da seleção, 1 em cada 7 mil foi chamado para o torneio continental. No estado, essa conta ficaria 1 em 198 mil. Tudo, absolutamente tudo, sobre a Islândia parece ficção, como a sua torcida, com 5% do país presente nos jogos na França. Uma torcida fiel, que segue a sua história, agora contra os donos da casa, os franceses. Mundialmente, a torcida já está maior…
Cacareco foi o apelido dado pela imprensa do Sudeste à seleção pernambucana formada em 1959 para representar o país na Copa América, então chamada de “Campeonato Sul-Americano Extra”. Com o bom desempenho no torneio, terminando em 3º lugar, os pernambucanos adotaram o outrora pejorativo apelido. A partir disso, qual seria a escalação da “Cacareco dos Sonhos”?
Se antes a regra era escalar um time com jogadores presentes nos elencos de Náutico, Santa e Sport, a pergunta agora é baseada na origem de cada atleta. O designer Joelson Né da Silva criou (escalou e desenho) duas seleções (a titular, de azul, e a reserva, de branco, as cores da FPF) com este critério. Ideia iniciada a partir de um debate em São Paulo, onde mora, tratando o atacante Terto como o “melhor jogador produzido pelo futebol pernambucano”. Numa terra com Rivaldo, Ademir e Vavá, obviamente não foi, mas está na lista.
Confira os times, na formação 4-3-3, tendo Gentil Cardoso como técnico. São 22 escolhas possíveis a partir de 1940, o período da pesquisa sobre o futebol local. Apenas cinco não defenderam o Brasil, apesar do sucesso entre clubes.
Titular Manga; Gena, Ricardo Rocha, Zequinha e Rildo; Givanildo Oliveira, Juninho Pernambucano e Rivaldo; Almir Pernambuquinho, Vavá e Ademir Menezes.
Reserva Bosco; Carlos Alberto Barbosa, Lula Pereira, Zé do Carmo e Lúcio; Hernanes, Josué e Lula; Terto, Nado e Bita
O blog discorda de algumas escolhas. Com fartura no meio campo, acabou havendo improvisações em outros setores. Zequinha, campeão mundial em 1962, era volante, mas acabou escalado como zagueiro. Idem com Zé do Carmo no segundo quadro. Entre os nomes que não poderiam ter sido esquecidos, o do recifense Tará, o maior artilheiro coral, com 207 gols. Jogou de 1931 a 1942 e depois em 1948. Logo, estaria no contexto.
Aprova a formação? Quais mudanças seriam necessárias?
Para apresentar a Cacareco, Joelson fez um vídeo na Arena Pernambuco.
A classificação à Copa Sul-Americana atrelando a participação à eliminação precoce na Copa do Brasil, num formato esdrúxulo e antidesportivo, foi implantada pela CBF em 2013, quando os dois mata-matas passaram a ser simultâneos no segundo semestre. Foi assim em 2013, 2014, 2015 e 2016. E o cenário também caminha para ser aplicado em 2017, com as oito vagas (seis via Brasileiro, uma pelo Nordestão e outra pela Copa Verde) já regulamentadas. Contudo, deve haver uma novidade (já era hora).
Durante a apresentação das decisões do Comitê de Reformas do Futebol Brasileiro, formado por 18 membros, entre eles ex-jogadores como o pernambucano Ricardo Rocha, o diretor de competições da confederação, Manoel Flores, explicou que a classificação internacional deve passar por uma transição. A primeira, a curto prazo, é a opção por escrito.
“Essa é uma questão que continua. A gente, em conselho técnico, decidiu em conjunto com os clubes de que os clubes ao término do Brasileiro desse ano (2016) vão informar a opção deles. Eles querem isso, poder informar a opção. Foi decidido e aprovado por todos. Então, sabedores que estão classificados à Sul-Americana, vão fazer essa opção por escrito. É uma questão que está sendo trabalhada junto à Conmebol. A gente entende que no futuro, não muito distante, a readequação de Libertadores e Sul-Americana é algo que tem que ser revisto. A gente vai lutar por isso na entidade continental.”
Para 2017, pela declaração de Flores, é possível concluir que Santa Cruz e Paysandu, campeões regionais, terão que escolher entre Sula e Copa do Brasil antes da disputa, além dos seis melhores colocados da Série A, à parte dos classificados à Libertadores. Vale lembrar que o Sport tentou abrir mão da Copa do Brasil em 2016, para se dedicar à Sula, solicitando formalmente à CBF. Na ocasião, a entidade negou. O rubro-negro confirmou a atitude em nota oficial. Ao que parece, a ideal acabou entrando na pauta do comitê de reformas…
O Troféu Givanildo Oliveira, criado pela FPF em comemoração ao centenário do Clássico das Multidões, está na reta final da decisão. Após cinco partidas entre tricolores e rubro-negros na temporada, a decisão pode acontecer na Ilha do Retiro, em setembro, no returno da Série A. Mas existem algumas observações.
Para dar Sport O regulamento do troféu especial considera apenas os pontos somados nos clássicos em competições oficiais de 2016, sem critério de saldo de gols. Hoje, o Leão tem três pontos de vantagem. Com apenas mais uma partida marcada, o time jogaria pelo empate para levar a disputa.
Para ficar com a FPF Sim, a regra prevê uma posse “neutra” em caso de empate na pontuação. Para a taça ficar no salão nobre da federação, é preciso ocorrer uma vitória coral no sexto duelo, encerrando a série atual. Assim, cada rival somaria oito pontos.
Para dar Santa Cruz A missão tricolor é complicada. Para levar a troféu, necessita estender a tabela de clássicos. E isso só pode ocorrer caso vá à Sul-Americana, ou seja, saindo da Copa do Brasil diante do Vasco. Ainda assim, precisaria ser sorteado no chaveamento leonino e somar ao menos sete pontos nos jogos restantes. Claro, com a Sula, também haveria chance de posse para Sport e FPF.
Jogos disputados 21/02 – Sport 2 x 1 Santa Cruz (Estadual) 10/04 – Santa Cruz 1 x 1 Sport (Estadual) 04/05 – Santa Cruz 1 x 0 Sport (Estadual) 08/05 – Sport 0 x 0 Santa Cruz (Estadual) 01/06 – Santa Cruz 0 x 1 Sport (Série A)
Jogo marcado a disputar 11/09 – Sport x Santa Cruz (Série A)
Possibilidade de confronto Santa Cruz x Sport (Sul-Americana) Sport x Santa Cruz (Sul-Americana)
Classificação 8 pontos – Sport 5 pontos – Santa Cruz