A CBF divulgou o calendário do futebol brasileiro em 2016. No cronograma, a entidade ignorou o pedido da FPF para encurtar a pré-temporada local, que possibilitaria o aumento do Estadual para até 18 datas. O período de preparação dos times, sobretudo física, segue com 25 dias, de 6 a 30 de janeiro.
À parte da agenda oficial, é bom lembrar que nas últimas duas edições a FPF estipulou o “seu” calendário mínimo em 14 datas, contando as fases com Náutico, Santa e Sport. Política à parte, o ofício do calendário nacional, assinado pelo presidente Marco Polo Del Nero, já foi encaminhado à sede na Boa Vista.
Calendário do Campeonato Brasileiro de 2016 Série A – 15/05 a 04/12 (38 datas) Série B – 14/05 a 26/11 (38 datas) Série C – 22/05 a 08/11 (24 datas) Série D – 29/05 a 02/10 (18 datas)
A principal novidade na competição nacional será a paralisação nas rodadas para as Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018.
Criada em 2015, a pré-temporada de um mês no futebol brasileiro poderá acabar em Pernambuco já em 2016. À parte do calendário elaborado pela CBF, com 25 dias, a FPF articula junto às demais federações nordestinas a possibilidade de iniciar os campeonatos estaduais em 16 de janeiro. Neste ano, por exemplo, a pré-temporada para todos os clubes foi de 7 a 31 de janeiro.
No encontro na sede da Boa Vista, o presidente da federação pernambucana, Evandro Carvalho, recebeu os dirigentes regionais (exceção feita à Bahia, que não mandou representante) e o vice-presidente da CBF, Gustavo Feijó. Todos assinaram a ata pedindo a mudança imediata. Segundo a FPF, trata-se de um “aperfeiçoamento dos estaduais e do campeonato regional”. Entretanto, se o pedido das oito federações for acatado, a pré-temporada de Náutico, Santa Cruz e Sport irá durar apenas dez dias. Período ínfimo, ainda mais se considerarmos que neste ano houve treino físico, tático e até torneios amistosos.
Com o aumento de datas do Campeonato Pernambucano, de 14 para 18 datas, o regulamento também seria modificado. Em conversa com o blog e com o repórter João de Andrade Neto, Evandro explicou as quatro fórmulas estudadas. O primeiro modelo, semelhante ao torneio do Rio Grande dpo Sul, é o preferido. Contudo, a logística exige um número mínimo de clássicos, por causa do acordo com a Rede Globo. Daí, a projeção de clássicos de cada formato.
A decisão do regulamento sairá em novembro, no conselho arbitral. Já as datas para a competição poderiam ser entre 16/01 e 01/05.
1º modelo (17 ou 18 datas)
Turno único com os 12 clubes (11 rodadas), passando os oito melhores, com quartas de final, semifinal e final, sempre ida e volta. Com uma data sobrando, a decisão também pode ter até três jogos, com a “negra” na Arena Pernambuco. Projeção de clássicos: de 3 a 8
2º modelo (18 datas)
Três grupos de quatro times (Náutico, Santa e Sport como cabeças-de-chave), com jogos dentro das chaves, em ida e volta (6 rodadas). Passam os dois primeiros de cada grupo, fazendo um hexagonal (ida e volta, 10 rodadas). Os dois melhores disputariam a final em dois jogos. Projeção de clássicos: de 0 a 8
3º modelo (18 datas)
Dois grupos de seis times, em ida e volta (10 rodadas). Os dois melhores de cada seguem em um quadrangular em turno e returno (6 rodadas). Os dois melhores da segunda fase disputariam a decisão em dois jogos. Projeção de clássicos: de 2 a 10
4º modelo (17 datas)
Dois grupos de seis times, em de ida e volta (10 rodadas). Passam os dois melhores de cada chave, seguindo para um quadrangular de turno único (3 rodadas). A 2ª fase decidiria só a ordem (e vantagens) dos semifinalistas. Semifinal e final em dois jogos. Projeção de clássicos: de 2 a 9
Opinião do blog: achei melhor a primeira fórmula, direta e com mais jogos decisivos, mas a pré-temporada enxuta é um passo atrás na organização.
A cerveja está proibida no futebol pernambucano desde 24 de março de 2009, através de uma lei estadual visando combater a violência nos estádios. Quando o decreto de nº 932/2009 foi oficializado pelo governador Eduardo Campos, a cerva era vendida em copos plásticos. Os torcedores já não podiam ficar sequer com as latas. E quando começou esse costume? Há exatamente 40 anos, em 26 de julho de 1975, quando o delegado de costumes, Lamartine Corrêa, proibiu a venda de “vasilhames de vidro” nos estádios de Pernambuco.
Acredite, até ali os torcedores ficavam com as garrafas de cerveja (600ml) e refrigerante (290ml) nas arquibancadas. A decisão foi tomada para “assegurar a integridade física dos frequentadores dos campos”, a partir do Brasileirão, com Santa Cruz (4º lugar), Sport (11º) e Náutico (13º). No ofício encaminhado à FPF, então presidida por Rubem Moreira, a venda de latas seguia liberada, mas com os gasoseiros instruídos a servir as bebidas em copos plásticos. Foi o primeiro passo para o cenário atual, no qual o copo é a única opção.
A determinação, com expulsão do jogo ou prisão, foi feita após um Clássico dos Clássicos que terminou com o jogador rubro-negro Luís Camargo atingido nas costas por uma garrafa de vidro. “Não queremos trazer prejuízos para ninguém, mas temos a obrigação de zelar pela coletividade. As garrafas, quando os ânimos dos torcedores estão acirrados, podem se transformar numa arma”, afirmou o delegado ao Diario de Pernambuco, há quatro décadas. Tanto que a reportagem não foi publicada no caderno de Esportes, mas na edição de Polícia.
Em relação à volta do consumo de cerveja nos estádios locais, o projeto de lei ordinária nº 584/2011, de Antônio Moraes, segue engavetado. Atualmente, há autorização apenas em Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Norte.
Em 21 de julho de 1975, há 40 anos, o Recife viveu um dia de pânico, com o boato de que a barragem de Tapacurá havia estourado. Piorou o já dramático cenário, com a cidade sob intensa chuva há seis dias, com 107 mortos, muitos em deslizamentos nos morros, no maior aguaceiro já visto nessas bandas.
Na Avenida Caxangá, por exemplo, a água subiu quatro metros. Pois aí surgiu o nocivo boato de que a maior barragem da região metropolina havia rompido, elevando ainda mais o nível da enchente, tomando centenas de ruas. Houve correria, gente saindo de suas casas, pessoas liberadas de seus empregos. O boato tomou conta de norte a sul, com o susto matando três pessoas de infarto.
Com o Recife debaixo d’água, o campeonato estadual foi paralisado. Aliás, nem que a FPF quisesse teria sido diferente. Basta conferir a situação dos três estádios, em registros aéreos durante a cobertura do Diario de Pernambuco.
O canal do Arruda subiu até o gramado, a Ilha virou uma ilha de fato e os Aflitos ficou impraticável. A competição ficou suspensa por oito dias, com a final ocorrendo apenas em 10 de agosto. A bola voltou a rolar em campos precários, pois a recuperação levou semanas. Desde então, outros boatos surgiram, o último deles em 2011. E até hoje, ainda bem, Tapacurá se mantém firme.
O objetivo da FPF era promover, em julho, um encontro entre os técnicos dos dez clubes garantidos no Estadual de 2016. Em tese, os outros dois treinadores seriam conhecidos só após a segunda divisão, no segundo semestre. Mas bastava um pouco de atenção para ver que a concepção da ideia foi falha.
Primeiro porque apenas seis clubes estão em atividade, nas Séries A, B, C e D do Brasileiro, com os demais parados, sem um calendário oficial, sem técnicos de fato. E entre os seis clubes com treinadores efetivos, apenas três foram representados no evento na sede da federação, na Boa Vista: Eduardo Batista (Sport), Sérgio China (Salgueiro) e Cícero Monteiro (Serra Talhada).
Martelotte e Lisca até estavam no Recife, mas, corretamente, preferiram comandar os treinos de Santa e Náutico. Já Celso Teixeira, do Central, ficou em Caruaru. Esvaziada, a reunião perdeu bastante peso. Ainda assim, houve o debate sobre a competição, focando formato e estrutura – mesmo que os nomes presentes eventualmente mudem até o início do torneio.
De mais proveitoso, na opinião do blog, a discussão sobre o impasse de datas para o próximo ano, entre 14 e 18. No calendário da CBF de 2015 foram cedidas 19 aos campeonatos estaduais, com um número menor para os estados com torneios regionais (Copa do Nordeste e Copa Verde). A “exceção” foi aplicada no Nordeste (12), no Norte e no Centro-Oeste (ambos com 15). Politicamente, Pernambuco ainda adquiriu mais duas, saltando para 14, mas o pedido para aumentar para 18 em 2016 parece inviável tendo o Nordestão de forma paralela.
Com a preferência dos técnicos (e até dirigentes) pela Copa do Nordeste, parece difícil que essa opinião seja levada em conta neste assunto…
Bita, Tará e Traçaia são os maiores artilheiros da história de Náutico, Santa e Sport. Num trabalho incessante de pesquisa, desde 2010, seus dados vêm sendo atualizados. Até então, eram 221 gols do alvirrubro, 198 do tricolor e 201 do rubro-negro. Porém, Carlos Celso Cordeiro revisou seus arquivos, colhendo novas informações no acervo público e contando com a ajuda de colaboradores.
O atacante coral subiu para 207 tentos, enquanto o leonino teve um gol achado em um amistoso na Espanha, em 1957. Já o “Homem do Rifle” dos Aflitos ampliou a sua marca em dois momentos. Primeiro com dois gols checados em 2012 e mais um em 2015, num amistoso contra o A. A. Serviço Gráfico, em 2 de outubro de 1971, no revés timbu por 2 x 1. Em contato com o historiador José Ricardo Caldas, de Brasília, com o envio da ficha técnica, a regra adotada por Carlos Celso, o artilheiro chegou a 224 gols em 339 jogos pelo clube.
Os três goleadores são os únicos com duas centenas de bolas nas redes pelos grandes clubes do Recife. Considerando os cinco principais artilheiros de cada um, são 887 gols alvirrubros, 795 gols tricolores e 712 gols rubro-negros. O nome mais recente é o de Kuki, que atuou de 2001 a 2009 no Náutico, artilheiro três vezes do Estadual. O baixinho soma 179 gols, mas poderiam ser 184, pois fez cinco na Copa Pernambuco, jogando no time “B”. No critério do pesquisador, entram os gols em amistosos e competições, mas no time principal.
Em comunicado enviado à imprensa, o próprio Carlos Celso Cordeiro deixa claro que o trabalho segue: “Pode ser que ainda existam gols escondidos.”
“Eu não quero essa história de ‘torcida única’ nos estádios no Pernambucano não. Isso acontece no Campeonato Brasileiro, mas aqui nós colocaremos 20%”.
Declaração dada por Carlos Alberto Oliveira em janeiro de 2009.
No estado, o aumento do percentual às torcidas visitantes, inicialmente de 10% segundo o Regulamento Geral de Competições para as competições nacionais, foi uma resposta à rixa entre rubro-negros e alvirrubros, que em 2008 passaram a liberar 1/10 dos bilhetes para os visitantes nos clássicos, tanto na Ilha quanto nos Aflitos – os dois lados se acusavam. Antes dese imbróglio, os clássicos no Recife contavam com estádios praticamente divididos entre as massas.
Em relação à regra, os textos dos regulamentos gerais da CBF e da FPF são praticamentes iguais (abaixo). O documento local é uma adaptação da primeira versão da norma, de 2009, cujo artigo era direito: “A torcida visitante tem direito a ingressos em quantidade equivalente a 20% (vinte por cento) da capacidade do estádio.” Agora, há uma flexibilidade para dados até maiores, justamente em caso de acordos, cada vez mais raros entre recifenses…
Atualização: após a informação dada pelos tricolores, a direção alvirrubra desfez o acordo, mantendo a distribuição original no Brasileiro, de 10%.
Regulamento geral das competições CBF 2015 “Art. 80 – O clube visitante terá o direito de adquirir, com pagamento prévio, a quantidademáxima de ingressos correspondente a dez por cento (10%) da capacidade do estádio ou da capacidade permitida pelos órgãos de segurança, desde que se manifeste em até três (3) dias úteis antes da realização da partida através de ofício dirigido ao clube mandante, obrigatoriamente com cópia às federações envolvidas e à DCO.
Parágrafo único – Em cumprimento de acordo assinado entre os clubes, inclusive para situações de reciprocidade, a disponibilidade de ingressos para o visitante poderá ser superior aos dez por cento (10%) da capacidade do estádio.”
Regulamento geral das competições FPF 2013/2014 “Art. 86 – O clube visitante terá o direito de adquirir a quantidade máxima de ingressos correspondente a 10% da capacidade do estádio, desde que manifeste em até três dias úteis antes da realização da partida, através de ofício dirigido ao clube mandante, necessariamente com cópia às federações envolvidas e à DCO.
Parágrafo 2º – Em cumprimento de acordo assinado entre os clubes, inclusive para situações de reciprocidade, a disponibilidade de ingressos para o visitante poderá ser superior aos 10% da capacidade do estádio.”
Considerando os percentuais factíveis nos três clássicos da capital, eis as cargas de ingressos para os visitantes em cada mando de campo.
10%
Arruda – 6.004
Arena Pernambuco – 4.621
Ilha do Retiro – 3.298
20%
Arruda – 12.008
Arena Pernambuco – 9.242
Ilha do Retiro – 6.596
30%
Arruda – 18.013
Arena Pernambuco – 13.864
Ilha do Retiro – 9.894
Disputado desde 1915, o Campeonato Pernambucano chegou a 101 edições em 2015, ano marcado pelo centenário da FPF. Levantando todo o histórico do futebol local no arquivo público, o pesquisador Carlos Celso Cordeiro completou o ciclo com o terceiro livro sobre a competição.
Com dados de 2001 a 2015, o 21º livro lançado por Carlos Celso traz todos os jogos, públicos, artilheiros, classificações, arbitragem, entre outras curiosidades relacionadas ao Estadual, seguindo o modelo visto nos dois exemplares anteriores, de 1915 a 1970 e de 1971 a 2000. Tive o prazer de ser convidado pelo historiador para fazer o prefácio (íntegra na lista de comentários).
O trabalho, como quase sempre, se deve à paixão de Carlos Celso pela história do nosso futebol, bancando do próprio bolso a publicação de 122 páginas, sem qualquer apoio. Nem mesmo da federação, que alegou um mau momento financeiro após o fim do Todos com a Nota, por parte do governo do estado
A enxuta tiragem, com apenas vinte livros, pode ser ampliada à medida em que os leitores se interessem pelo projeto. Para adquirir o livro (R$ 42), eis o contato do autor: ccelsocordeiro@oi.com.br.
A Carlos Celso, fica a torcida pelo sucesso. Trata-se do maior pesquisador do futebol pernambucano, um verdadeiro banco de dados.
A Federação Pernambucana de Futebol completou 100 anos de fundação. Há exatamente um século, em 16 de junho 1915, o Diario de Pernambucou publicou o seguinte texto sobre a organização da entidade:
“Hoje, às 18 horas, haverá reunião das comissões representativas dos clubes esportivos desta capital, a fim de discutirem o melhor de organização de uma Liga de Futebol. Pede-se o comparecimento das comissões de todos os clubes à dita reunião, que se efetuará na Estrada de João de Barros, número 19-A”.
A criação vinha se desenhando há alguns anos, após as frustradas tentativas da direção do João de Barros (atual América) com a Liga Pernambucana de Football e a Liga Recifense, em 1912 e 1913, respectivamente.
Aparando as arestas, a bola começou a rolar de forma organizada. Participaram da pioneira reunião os dirigentes do João de Barros, Peres, Flamengo, Santa Cruz e Agros de Socorro. O debate começou logo em relação à escolha do nome. Liga Pernambucana de Esportes e Liga Pernambucana de Esportes Atléticos foram os primeiros postos na mesa. Ambos rejeitados, terminando a noite com o nome “Liga Sportiva Pernambucana “, proposto não por acaso pelo primeiro presidente, Aristheu Accioly Lins. Em 1915, aliás, a presidência passou de mão quatro vezes, seguindo com Alcebíades Braga, Henrique Jacques e Melchior do Amaral. Aquele ano ainda ficaria marcado também pelo primeiro Campeonato Pernambucano, vencido pelo Flamengo do Recife, hoje extinto.
Nesse tempo todo, a federação mudou de nome algumas vezes.
1915 – Liga Sportiva Pernambucana (LSP)
1918 – Liga Pernambucana de Desportos Terrestres (LPDT)
1931 – Federação Pernambucana de Desportos (FPD)
1955 – Federação Pernambucana de Futebol (FPF)
Com a nomenclatura atual, de 60 anos, o distintivo também foi repaginado.
Em relação ao endereço, a última mudança foi em 1952, no local onde seria erguido duas décadas depois o tradicional Palácio dos Esportes, de nº 871 da Rua Dom Bosco, na Boa Vista. Nos bastidores do prédio de vidraça azulada já circularam 93 filiados, entre clubes e ligas municipais. Gente demais fomentando o trabalho da federação, um verdadeiro cartório do futebol, tendo como resultado um patrimônio líquido de R$ 11,5 milhões. Sob o comando de seu 31º presidente, Evandro Carvalho, a FPF organiza a cada ano nove torneios: Pernambucano, Estaduais Sub 23, Sub 20, Sub 17, Sub 15 e Feminino, Campeonato Amador, Copa do Interior e Taça Recife de Comunidades.
Politicamente, a FPF mantém há tempos um diálogo polêmico com os grandes clubes, Náutico, Santa Cruz e Sport. Trata-se de um traço recorrente em outras federações estaduais. Seja por decisões unilaterais, regulamentos esdrúxulos ou o não cumprimento de regras básicas, como o Estatuto do Torcedor, a entidade acabou sendo vista de relance pelos torcedores no estado.
Isso dificilmente mudará a curto prazo, ainda mais com a vigente a luta entre Estadual x Nordestão, na qual o melhor modelo aos times de massa parece em segundo plano para a direção. De toda forma, a FPF, que se confunde com os nomes de Rubem Moreira (1954-1982) e Carlos Alberto Oliveira (1995-2011), se mantém de pé como uma das mais ricas federações do Brasil. Que no segundo século de existência esse poder seja equivalente ao de seus filiados.
A gratuidade para crianças em jogos de futebol é algo bem antigo no país. A variação neste benefício refere-se basicamente à idade máxima para o benefício. 7, 8, 10, 12 anos? Em cada estádio, uma norma distinta. Mas há a exceção. Na Allianz Parque, inaugurada em novembro de 2014, a diretriz inicial veta a gratuidade. Daí, a polêmica em torno da cobrança de ingresso a um bebê de seis meses. No estádio do Palmeiras, a frase dita pelos funcionários foi “entrou, paga”, pois trata-se de uma propriedade particular. A explicação poderia ser aplicada aos estádios de São Paulo (Morumbi) e Corinthians (Itaquerão), mas ambos liberam o acesso para crianças de até 7 e 11 anos.
Segundo o Procon, a cobrança está respaldada pelo Direito do Consumidor, pois não se estabelece uma idade mínima. Verdão à parte, vamos à situação em Pernambuco. Em qualquer jogo com mando de campo de Náutico, Santa ou Sport há a gratuidade para os torcedores mirins. O menor limite é o do Leão, com “7 anos e 364 dias”, vulgo “8 anos incompletos”. No Tricolor, pré-adolescentes de 12 anos ainda conseguem entrar sem pagar. Em todos os casos, naturalmente é preciso estar acompanhado de um adulto responsável.
As gratuidades nos estádios locais se estende às autoridades (com documentação), um privilégio garantido por lei há décadas, com policiais militares, delegados e juízes podendo assistir a qualquer partida como público geral. A regra também se aplica aos idosos? Não. Neste caso, há o direito à meia-entrada, previsto no Estatuto do Idoso, a partir dos 60 anos de idade. Na capital paulista, o Corinthians libera o acesso para idosos cadastrados.
Gratuidades no futebol pernambucano:
Arena Pernambuco (Náutico)
Crianças – até 8 anos*
Autoridades – policiais militares, delegados e juízes, atletas, ex-atletas, ex-árbitros.
Arruda (Santa Cruz)
Crianças – até 12 anos (incompletos)*
Autoridades – policiais militares, delegados e juízes.
Ilha do Retiro (Sport)
Crianças – até 8 anos (incompletos)*
Autoridades – policiais militares, delegados e juízes.
* A criança deve ser acompanhada de um adulto e ter documento com a idade.
No público detalhado no borderô oficial, entregue à FPF ou CBF, a soma dos “não pagantes” inclui ainda os jornalistas cadastrados para a cobertura. É preciso registrar todos os espectadores para o gasto do seguro obrigatório.