Sport perde de virada em Campinas, na terceira derrota seguida. Afundando…

 Série A 2016, 14ª rodada: Ponte Preta 2 x 1 Sport. Foto: Luciano Claudino/Código 19/Estadão conteúdo

A passividade do Sport no segundo tempo em Campinas foi determinante para a 8ª derrota em 14 partidas, se mantendo, como de praxe, na zona de rebaixamento (12 rodadas lá). Foi um time de uma nota só, com lançamentos procurando uma casquinha de Diego Souza para pegar a defesa paulista no contrapé. Defensivamente, um caos, com Serginho (intocável e injustificável) errando botes e se distanciando das jogadas. A sua titularidade, há seis meses, diz muito sobre a má fase leonina, encaminhando uma campanha frustrante.

Durval e Matheus Ferraz não vêm repetindo a performance de 2015, mas o buraco à frente só complica. Rithely jogando por dois, sempre, não dá. E desta vez acabou saindo machucado, na reta final do jogo. Logo depois, o definitivo gol ponte-pretano, 2 x 1. A Macaca, comandado por Eduardo Batista (enfrentando o ex-time), não fez uma grande partida, mas esteve mais ligada, até abusando das faltas (15 x 7, via Footstats), pois em termos de chances foi semelhante na primeira etapa, com Rogério marcando aos 9 e Pottker empatando aos 16.

Na retomada, conforme já comentado, o Leão se contentou logo com o empate. De fato, um pontinho ajudaria, mas a tática adotada passou longe disso. Ao tomar a virada, Oswaldo de Oliveira, claro, se lançou ao ataque, com Edmílson. Sem qualquer organização ou efetividade e com Lenis (também acionado no decorrer) perdido outra vez. Essa foi a 4ª vez que o Sport saiu na frente como visitante neste Brasileiro. Somente na primeira, no Clássico das Multidões, pontuou. Nas demais, perdeu de virada. Não por acaso, tem a segunda pior defesa, com 24 gols sofridos. Tal inoperância é um retrato da gestão.

 Série A 2016, 14ª rodada: Ponte Preta 2 x 1 Sport. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Conversa com Alírio Moraes, ao próprio Santa Cruz, como torcedor e gestor

Alírio Moraes no vídeo "Conversa com o presidente"

Numa ação para aproximar a direção da torcida, o Santa Cruz lançou o espaço “Conversa com o Presidente”, com vídeos produzidos pela TV Coral com depoimentos de Alírio Moraes. A primeira versão, gravada no Arruda, foi separada em dois arquivos distintos, abrindo com a relação de Alírio como torcedor do clube, desde a década de 1970, e encerrando com a gestão do clube e a mudança no patamar financeiro, de R$ 15 mi para até R$ 40 milhões este ano. O rendimento do time de futebol, claro, foi avaliado.

Em seu segundo ano como mandatário (foi eleito para um triênio), Alírio se mostra aberto a entrevistas, coletivas e exclusivas. A iniciativa corporativa (tanto através de vídeos quanto textos, notas etc) também é interessante, embora o questionamento seja, compreensivelmente, diferente. De toda forma,  é mais um canal para ouvir o presidente tricolor, independentemente da fase…

1ª parte (o presidente torcedor)

2ª parte (o torcedor presidente)

Calendário de 2017 reduz Nordestão e estica Estadual, divididos em 26 datas

Calendário do futebol brasileiro em 2017. Crédito: CBF/divulgação

Com verniz de modernidade, a CBF divulgou o calendário brasileiro em 2017, com uma mudança incompreensível para o futebol da região. O Comitê de Reformas do Futebol Brasileiro aprovou a redução da Copa do Nordeste e a ampliação do Pernambucano (e dos outros estaduais, claro), indo de encontro à evolução do regional nos últimos quatro anos. Os dois torneios serão simultâneos, entre fevereiro e abril, com 26 datas ao todo. Segundo a CBF, são 18 no estadual e 8 no regional. Resumindo: aumentou o certame local em 4 datas e reduziu o Nordestão em 4 (?!). Contudo, há a ressalva que a “quantidade de datas para cada competição depende da composição feita entre as federações e os clubes envolvidos, com anuência da CBF”.

Se o regional já tinha doze datas, desde 2013, qual é o sentido de reduzi-lo e deixar a brecha para “negociar” mais quatro datas? Para dar poder às federações, sim ou claro? Organizar uma Lampions com 20 clubes em 8 datas tende a ser complicado. A título de curiosidade, entre tantas fórmulas possíveis, poderia ser com cinco grupos de quatro times em turno único, quartas em jogo único e semi e final em ida e volta. Ou apenas em mata-matas. Ou seja, um arremedo. Já o Estadual com 18 datas seria a realização do sonho de Evandro Carvalho, mandatário da FPF – e também das demais federações da região.

Calendário 2016
Pernambucano – 14 datas (hexagonal do título, semifinal e final)

Nordestão – 12 datas (fase de grupos, quartas, semi e final)

Calendário 2017
Pernambucano – 18 datas (+ 28,5%)
Nordestão – 8 datas (- 33,3%)

Com essa resolução fica bem difícil não lembrar de 2003, quando a CBF, pressionada pelas federações, retirou a Copa do Nordeste do calendário. Ao menos agora há um acordo judicial, após vitória da liga, que obriga a entidade a chancelar o torneio até 2022. Pelo visto, só não estipula o tamanho. Até que uma (esperada) mudança seja feita oficialmente, vale o que está no papel. No caso, o enxuto regional só ocorreria no meio de semana (decisão em 19 de abril, uma quarta-feira). Os estaduais, basicamente aos domingos, têm apenas quatro datas na quarta. O repasse desses jogos solucionaria o impasse.

Em relação ao Brasileirão, mudanças pontuais, como a antecipação da abertura em uma semana, a paralisação de três rodadas para cada rodada (dupla) das Eliminatórias do Mundial de 2018 e a diminuição das partidas no meio de semana, com nove rodadas intermediárias (foram agendadas onze em 2016). O calendário foi elaborado pela diretoria de competições da CBF, cuja ata oficial foi assinada pelo presidente  Marco Polo Del Nero, com “satisfação”.

Confira o cronograma do novo calendário em uma resolução maior aqui.

Calendário do futebol brasileiro em 2017. Crédito: CBF/divulgação

Prejuízo milionário na Arena Pernambuco pelo terceiro ano seguido. O estado paga

Arena Pernambuco. Foto: Odebrecht/divulgação

Os três balanços anuais da Arena Pernambuco Negócios e Investimentos S.A. foram fechados com prejuízo na operação. Um rombo de R$ 73,1 milhões. O relatório de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2015 foi divulgado dois meses após o prazo original por causa do distrato entre o governo do estado e a Odebrecht, com o empreendimento voltando para o poder público. O quadro é recheado de cifras, com inúmeros caminhos para a análise. O blog optou por dar sequência ao modelo apresentado pelo próprio consórcio na última temporada, com dados operacionais. No caso, o balanço publicado no Diario Oficial de Pernambuco, neste 5 de julho de 2016, traz um saldo negativo R$ 19 milhões. A despesa foi quase o dobro do faturamento, auditado em R$ 24 mi.

A receita operacional soma bilheteria, comercialização de camarotes, realização de eventos não esportivos, alimentação, estacionamento e a parcela anual do naming rights, cujo acordo com a Itaipava também foi rescindido. Já o custo operacional contabilizou administrativo, pessoal, gastos com a realização dos jogos, manutenção de itens como ar condicionado, elevadores e escada rolante, segurança, limpeza e despesas comercias. Em março já havia sido revelado o estudo da Fundação Getúlio Vargas sobre os dois primeiros anos da arena, com apenas 20% do faturamento previsto. De julho de 2013 a junho de 2015, a receita projetada foi de R$ 226 milhões, com a realidade em R$ 47 milhões.

Entre os motivos para o fiasco financeiro – além da elevadíssima projeção no contrato, muito acima da realidade do futebol pernambucano -, é possível apontar a mobilidade falha (e ainda incompleta!), jogos às 22h e falta de mais partidas de Sport e Santa Cruz, com públicos (e rendas) maiores que as do Náutico. Por sinal, em 2015 foram disputados 41 jogos, dois a menos que em 2014 – no lançamento do projeto, em 2009, na gestão de Eduardo Campos, a proposta estipulava ao menos 60 jogos. Com o déficit milionário, a contraprestação pública seguiu no mesmo nível. Na agora extinta parceria público-privada, o governo tinha que cobrir o rombo no faturamento anual caso a receita fosse abaixo de 50% da (inatingível) meta de R$ 110 milhões. 

Esse formato inviável de operação acabou. Porém, o governo de Pernambuco terá que pagar R$ 246,8 milhões à construtora pela quebra de contrato, num prazo de 15 anos, deixando claro que o problema está longe do fim…

Relatório administrativo da Arena PE em 2015: parte 1, parte 2 e parte 3.

Receita operacional
2015 – 24.600.000
2014 – 23.423.000
2013 – 9.890.956

Despesa operacional
2015 – 43.684.000
2014 – 47.823.000
2013 – 39.590.956

Prejuízo operacional
2015 – 19,0 milhões
2014 – 24,4 milhões
2013 – 29,7 milhões

Público e arrecadação com o Trio de Ferro
2015
Jogos: 41
Público: 437.893 pessoas (média: 10.680)
Ocupação: 23,1%
Renda: R$ 11.017.089 (média: R$ 268.709)
Tíquete: R$ 25,16

2014
Jogos: 43
Público: 529.146 pessoas (média: 12.305)
Ocupação: 26,6%
Renda: R$ 14.467.554 (média: R$ 336.454)
Tíquete: R$ 27,34

2013
Jogos: 21
Público: 247.604 pessoas (média: 11.790)
Ocupação: 25,5%
Renda: R$ 6.360.142 (média: R$ 302.863)
Tíquete: R$ 25,68

Podcast – Análise das derrotas de Náutico, Santa e Sport e cálculos

O 45 minutos analisou as três derrotas do Trio de Ferro, entre sábado e segunda. Oito gols sofridos e apenas dois marcados. O Náutico se distanciou do G4 da Série B, enquanto Santa e Sport permaneceram no Z4 da Série A. Um cenário preocupante, com gravações exclusivas sobre cada jogo, comentando o desempenho coletivo e observações individuais. Além disso, uma edição completa do podcast, projetando os próximos jogos e calculando as chances de permanência na elite, a partir do aproveitamento histórico (46 pontos).

Ao todo, 169 minutos! Ouça agora ou quando quiser.

02/07 – Atlético-GO 3 x 0 Náutico (17 min)

03/07 – Botafogo 2 x 1 Santa Cruz (23 min)

04/07 – Sport 1 x 3 Palmeiras (22 min)

Edição 256 (1h47)

Classificação da Série A 2016 – 13ª rodada

A classificação da Série A 2016 após 13 rodadas. Crédito: Superesportes

O Brasileirão já passou de 1/3 dos jogos, com os dirigentes dos times pernambucanos mantendo o discurso de “contratações de Série A” em breve. Nem que seja para 2/3. A verdade é que o estrago já está feito, com ambos na zona de rebaixamento. Então, desde já é bom calcular as chances de recuperação, em busca da “16ª colocação”. Na 13ª rodada, o Santa Cruz perdeu do Botafogo e o Sport perdeu do Palmeiras. A partir de agora, os corais precisam ter um aproveitamento de 46%, o que corresponde, na tabela atual, ao 10º colocado. Os leoninos estão quase na mesma faixa, com 45%. Essa projeção visa 46 pontos, a margem mínima de segurança, uma vez que nenhum clube – nos pontos corridos com vinte clubes – caiu com essa campanha.

As projeções dos rivais das multidões para escapar do descenso em 2016…

Santa Cruz – 11 pontos
Precisa de 35 pontos em 25 rodadas
…ou 46,6% de aproveitamento
Simulações: 10v-5e-10d, 9v-8e-8d, 8v-11e-6d

Sport – 12 pontos
Precisa de 34 pontos em 25 rodadas
…ou 45,3% de aproveitamento
Simulações: 10v-4e-11d, 9v-7e-9d, 8v-10e-7d

Claro, é possível escapar com menos pontos (aliás, vale a torcida). Eis as campanhas finais do 16º colocado nos últimos dez anos, variando de 40 a 46.

2015 – 43 (Figueirense)
2014 – 40 (Palmeiras)
2013 – 45 (Flamengo)
2012 – 45 (Portuguesa)
2011 – 43 (Cruzeiro)
2010 – 42 (Atlético-GO)
2009 – 46 (Fluminense)
2008 – 44 (Náutico)
2007 – 45 (Goiás)
2006 – 44 (Palmeiras)

A missão da dupla recifense já começa neste fim de semana, com jogos complicados. Os tricolores não vencem o Colorado pelo Brasileiro desde 1985. Desde então, sete jogos e sete derrotas. Já os rubro-negros só ganharam uma vez da Macaca em Campinas, justamente no ano passado.

A 14ª rodadas dos representantes pernambucanos: 

09/07 (21h00) – Ponte Preto x Sport (Moisés Lucarelli)
Histórico em Campinas na elite: 1 vitória leonina, 2 empates e 5 derrotas 

10/07 (16h00) – Santa Cruz x Inter (Arruda)
Histórico no Recife pela elite: 3 vitórias corais, 2 empates e 5 derrotas

Sport perde do líder Palmeiras, na Ilha, e emperra no Z4, em 11 das 13 rodadas

Série A 2016, 13ª rodada: Sport 1 x 3 Palmeiras. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Uma vitória simples alçaria o Sport ao 14º lugar, o que corresponderia ao melhor momento do time na tabela. A bronca era ter neste contexto justamente o líder, o Palmeiras. Ainda que os paulistas tivessem vencido apenas uma vez como visitante – os outros oito triunfos foram em casa -, o conjunto do time bancava o favoritismo, somado a destaques individuais como Gabriel Jesus, já cobiçado pelo Barcelona e atual artilheiro do Brasileirão. Empurrado por 26 mil torcedores, na noite do 79º aniversário da Ilha do Retiro, o time se doou em campo. Lutou, demais mas esbarrou na disparidade técnica do confronto.

Quando ganhou moral na partida, no empate com Gabriel Xavier, aos 13 minutos do segundo tempo, acabou sofrendo um duro revés numa falha clara de Rithely. O volante, que já não havia acompanhado Erik no primeiro gol, perdeu a bola que resultou no 10º gol de Gabriel. Pulmão do time, Rithely destrava o jogo Sport no meio-campo. Tanto na marcação quanto na busca por espaço no ataque, sendo peça-chave. O próprio jogador reconheceu a má atuação, determinante. Passa. Pior é ter o recorrente desempenho de Serginho, trotando na segundo etapa, marcando à distância e errando passe de dois metros.

Ao perder o meio, a derrota por 3 x 1 se torna compreensível, tendo outros desempenhos abaixo, como Agenor (inseguro) e Edmílson, que já faz o que se esperava (à parte do “Edmito” no início). Ou seja, quase nada. Não finalizou, saindo bastante da área e de suas características. Já Diego Souza, marcado além da conta, pouco conduziu a bola, se limitando a toques de prima (alguns, eficientes). No apito final, o 18º lugar foi mantido, com 12 pontos em 13 rodadas, a mesma pontuação de 2009, quando foi lanterna. Apesar da “reação”, a realidade mostra que a equipe só saiu do Z4 duas vezes. Hoje, segue lá…

Série A 2016, 13ª rodada: Sport 1 x 3 Palmeiras. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Cada vez mais presentes, torcedoras pernambucanas lutam contra o machismo

Torcedoras de Náutico, Santa e Sport comentam o machismo no futebol. Crédito: Flores do Estádio?/documentário (youtube/reprodução)

A presença feminina nas torcidas de futebol é cada vez maior, mais atuante. No Recife, são 622 mil torcedoras, segundo o estudo mais recente, o que corresponde basicamente à metade dos aficionados pelo Trio Ferro. Ainda assim, a sua participação ainda é tratada, em partes, como casualidade. Um machismo velado, analisado frontalmente pelo minidocumentário Flores do Estádio?, produzido por Manuela Andrade e Catarina Santos, alunas do curso de jornalismo da UFPE.

Lançado em julho de 2016, o vídeo aborda a opinião de torcedoras de Náutico, Santa e Sport e também de clubes de outros estados, São Paulo e Atlético-MG. A premissa é simples: a participação feminina muito além do batido “embelezamento” das arquibancadas, sendo determinante como parte da massa, sem distinção. O vídeo de 10 minutos foi produzido para a disciplina “redação para os meios de comunicação”. Tema válido demais.

A torcida feminina no Recife*
Sport – 330.067 (52% do clube na cidade)
Santa Cruz – 214.438 (48%)
Náutico – 78.251 (49%)

A divisão das 622.756 torcedoras: Sport 53%, Santa 34% e Náutico 12%.

* Dados do levantamento da Plural Pesquisa, em setembro de 2015.

Santa perde do Botafogo e campanha após 13 rodadas fica pior que 2006

Série A 2016, 13ª rodada: Botafogo 2x1 Santa Cruz. Foto: Vitor Silva/SS Press/Botafogo

O Santa Cruz foi inofensivo no primeiro tempo em Juiz de Fora. Remendado e com a confiança abalada, o time foi vazado já no primeiro minuto. O péssimo passe de Roberto gerou o contragolpe. Ainda assim, Neilton estava cercado por quatro tricolores. Marcaram com os olhos, com o atacante tocando para Sassá, que contou com outra colaboração de Tiago Cardoso. A estrela solitária ampliou aos 17, com Camilo dando uma bela assistência para Neilton. Como Roberto sequer deu o bote, o jogador mandou para as redes com tranquilidade.

O desânimo no intervalo não sinalizava uma reação, mas houve, com os corais melhorando. Claro, o recuo do limitado Botafogo, preocupado em segurar a vitória, deu espaço. Logo aos 3, Keno, que acabara de entrar, fez a sua jogada característica pela ponta esquerda e cruzou para João Paulo diminuir. Dois dos jogadores de “Série A” do grupo. É preciso ter qualidade, sempre! Arthur, Keno e Leandrinho tiveram boas chances para empatar, mas a bola teimou em não entrar, resultando na 5ª derrota seguida do Santa, 2 x 1. A 8ª em 9 jogos. Uma queda de rendimento que gerou (mais) uma estatística preocupante: hoje, a campanha já é pior que a de 2006, na até então única participação nos pontos corridos. Um ano para esquecer, mas que não cansa de assustar.

Santa Cruz após 13 rodadas nos pontos corridos
2006 – 18º lugar, 12 pontos, 3 vitórias, 3 empates, 7 derrotas, 15 GP, 22 GC
2016 – 19º lugar, 11 pontos, 3 vitórias, 2 empates, 8 derrotas, 15 GP, 20 GC

Há dez anos, a derrocada viria algumas semanas depois, pois especificamente naquela rodada o time vivia a sua melhor fase, goleando o Flamengo por 3 x 0. Na rodada seguinte, também no Arruda, venceria o Corinthians. Agora, o oposto. Falta de peças (um camisa 10), indicações questionáveis (Roberto?) e mudanças improdutivas (Marcílio e Léo Moura no meio?). A verdade é que o Santa precisa ir além da “sacudida no grupo”, o sinônimo de troca de técnico. A qualificação é para ontem. Aliás, era para maio, quando começou a competição, mesmo com o embalo dos títulos regional e estadual. A reposição sempre foi uma necessidade, agora reforçada a cada revés, a cada rodada…

Série A 2016, 13ª rodada: Botafogo 2x1 Santa Cruz. Foto: Vitor Silva/SS Press/Botafogo

Flamengo x Corinthians, o Clássico da TV, sai da grade de Pernambuco pela 1ª vez

Pernambuco destacado no mapa do Brasil

Flamengo e Corinthians são reconhecidos como os dois times mais populares do Brasil há décadas. Ainda assim, o confronto nunca foi apontado como o maior clássico interestadual, seja pela ausência de partidas decisivas ou mesmo rivalidade. Porém, desde que os clubes passaram a receber uma cota diferenciada da televisão (leia-se Rede Globo), em 2011, o jogo passou a ser comercializado como o “Clássico Nacional”, com transmissões abertas para quase todo o país. É o modo para fazer valer o investimento na dupla, que em 2016, por exemplo, recebeu R$ 340 milhões, ou 27% de todo o bolo da Série A.

Em termos de torcida, tomando como base a última pesquisa nacional do Ibope, em 2014, Fla e Timão teriam a preferência de 29,8% da população, ou 59,9 milhões de aficionados. É gente demais, mas não uniforme. Em Pernambuco, nesta mesma pesquisa, ambos teriam apenas 9,6%. Logo, contemplam uma fatia mínima do mercado, embora territorialmente sejam relevantes no Sertão e em boa parte do Agreste. Um dado insuficiente para evitar que o jogo se tornasse onipresente. Nesta década, a partir do novo tratamento para Flamengo x Corinthians, somente no 10º duelo, agendado para São Paulo em 3 de julho de 2016, o estado ficou de fora da grade da Globo, com Botafogo x Santa Cruz sendo a exceção no país, num lampejo de resistência. Ou acaso da tabela.

Nos nove “clássicos nacionais” exibidos anteriormente pela Globo, variando de 18 a 26 estados, Pernambuco sempre absorveu os principais “concorrentes” nacionais do Trio de Ferro. E olhe que só uma vez não houve representante da capital na elite. Mais. Apenas um Fla x Corinthians foi restrito à tevê paga. Por uma questão de datas, o jogo do returno de 2011 ocorreu numa quinta-feira. De toda forma, entrou na programação do Sportv em horário nobre. Escondido no pay-per-view às 21h do sábado ou às 11h de domingo? Improvável.

Número de estados que assistiram aos jogos na tevê aberta:
05/06/2011 – Flamengo 1 x 1 Corinthians (Engenhão) – 18 estados (com PE)
08/09/2011 – Corinthians 2 x 1 Flamengo (Pacaembu) – Sportv
18/07/2012 – Flamengo 0 x 3 Corinthians (Engenhão) – 18 estados (com PE)
10/10/2012 – Corinthians 3 x 2 Flamengo (Pacaembu) – 25 estados (com PE)
01/09/2013 – Corinthians 4 x 0 Flamengo (Pacaembu) – 26 estados (com PE)
24/11/2013 – Flamengo 1 x 0 Corinthians (Maracanã) – 26 estados (com PE)
27/04/2014 – Corinthians 2 x 0 Flamengo (Pacaembu) – 25 estados (com PE)
14/09/2014 – Flamengo 1 x 0 Corinthians (Maracanã) – 23 estados (com PE)
12/07/2015 – Flamengo 0 x 3 Corinthians (Maracanã) – 26 estados (com PE)
25/10/2015 – Corinthians 1 x 0 Flamengo (Itaquerão) – 25 estados (com PE)
03/07/2016 – Corinthians x Flamengo (Itaquerão) – 26 estados (sem PE)

Pesquisas de torcida do Ibope em 2014: Brasil e Pernambuco.