Numa semana com jogos válidos pela 15ª rodada das Séries A e B, a jornada pernambucana começou na terça-feira, com rodada cheia na segundona. Em Belém, o alvirrubro se mostrou indisposto ofensivamente e cometeu o 8º pênalti no torneio. Em seguida, na arena, o tricolor venceu um confronto direto mirando o G4. Na quinta, sob muita chuva na Ilha, o rubro-negro encarou o lanterna da elite. Superou o estado do campo e goleou, voltando ao G6. O 45 minutos analisou os três jogos em gravações exclusivas, nas questões técnica e tática, além de análises individuais. Ao todo, 122 minutos. Ouça!
No primeiro tempo, a reação dos 6.731 torcedores presentes sintetizou o futebol do Santa Cruz, que não conseguiu tramar jogadas, restringindo as tentativas a dois arremates de longe. Um deles, de Tiago Costa, foi bem defendido pelo goleiro do Vila Nova, Luís Carlos. Faltava imposição ao time, que empatara dois jogos como “visitante”, diante do vice-lanterna e do lanterna. Só um resultado positivo na arena deixaria sequência produtiva (vitória em casa e empate fora) sob o comando do técnico Givanildo Oliveira.
A vitória saiu, por 1 x 0, com o resultado bem comemorado. No apito final, os mesmos torcedores reconheceram a entrega do time, que marcou melhor e finalmente conseguiu penetrar na área do adversário goiano, que passara oito rodadas no G4 até o tropeço em casa na rodada anterior. O gol da noite saiu aos 9 minutos da etapa final. Bruno Paulo (de volta após o DM) abriu na esquerda para o meia João Paulo, que tocou entre as pernas do zagueiro Alemão (aquele), com André Luís dominando e batendo rapidamente. Bola no ângulo. Em vantagem, o time coral obrigou o Vila a se mexer. Com desfalques e mais interessado em travar o jogo até então, o alvirrubro até levou perigo – mais pelo nervosismo da zaga pernambucana e dos volantes, Derley e Wellington Cézar, apesar da alta rotação da dupla. Acabou virando um jogo franco, com Halef Pitbull (titular) desperdiçando duas chances cara a cara, após assistências precisas de JP. Nas duas, força excessiva. Do outro lado, Júlio César garantiu, com a colaboração de um ataque batendo cabeça.
Com isso, o Santa chegou a 8 pontos em 12 disputados com Giva, com 66% de aproveitamento. Ficou a dois pontinhos do G4. Antes, dos 33 pontos disputados, somou 14, com 42%. Tendência de ascensão? Na sexta-feira, o 4º dos cinco jogos programados na Arena Pernambuco, contra o Boa…
Os 4 jogos sob o comando de Givanildo Oliveira 07/07 – Santa Cruz 3 x 0 Brasil 11/07 – Luverdense 2 x 2 Santa Cruz 15/07 – Náutico 0 x 0 Santa Cruz 18/07 – Santa Cruz 1 x 0 Vila Nova
O 45 minutos analisou as apresentações dos grandes clubes pernambucanos no fim de semana, coletiva e individualmente. Começamos com a vitória alvirrubra em Goiânia, reaproximando o clube do G4 da Série B. Pela elite, Santa e Sport abriram e encerraram o domingo, respectivamente. Em BH, pela manhã, os corais chegaram a sete rodadas sem vitória. Na Arena, à noite, dando sequência ao acordo com o governo do estado os leoninos suaram bastante buscar o empate, diante de um time que não vence (agora) há 14 jogos.
Ao todo, somando as três gravações, 90 minutos de podcast… Ouça!
A reação em Goiânia, com a vitória do Náutico sobre o Vila Nova, voltou a colocar o time pernambucano na disputa real pelo G4, ou seja, ficando a uma rodada de ingressar no grupo de acesso. Apesar dos três pontos em relação ao CRB, a maior surpresa da Série B até o momento, o Timbu ainda precisa ultrapassar outros dois adversários, o Brasil de Pelotas (também surpreendente) e o Bahia (aos trancos e barrancos, recuperou o fôlego, justificando o pesado investimento). Segue no bolo e se reforçando, acima da média da competição.
As dez maiores probabilidades de acesso após 21 rodadas…
Em sua terceira visita à Goiânia na Série B, enfim uma atuação convincente do Náutico. Sem sonolência, sem seguidos erros defensivos. Que os jogos contra Atlético e Goiás (duas derrotas e sete gols sofridos) tenham mesmo ficado no passado, pois o 2 x 0 sobre o Vila Nova mostrou uma equipe com ímpeto, regular. A vitória como visitante, a segunda na competição, tende a reanimar a campanha. Num ensolarado sábado, com o termômetro marcando 32 graus, o primeiro tempo foi amarrado. Sem tanta criação e com algumas jogadas ríspidas. Coincidência ou não, com a sombra na retomada as jogadas tornaram-se mais verticalizadas, com o alvirrubro pernambucano se portando melhor.
Após uma chance para cada lado, o Timbu abriu o placar com Jefferson Nem, concluindo uma jogada de linha de fundo de Rony. Logo depois, o meia Vinícius, recém-contratado, fez a sua estreia. E teve participação direta no segundo gol, tocando para o outro meia, Hugo, de volta à equipe e atuando mais avançado. O camisa 10 recebeu na meia lua e bateu com convicção, no cantinho. A boa vantagem, antes dos vinte minutos, tranquilizou a situação para o Náutico, com o adversário quase sempre em impedimento e a torcida local focando apenas o técnico do Vila, o ex-centroavante Guilherme. Lembrando que a partida ocorreu no estádio Onésio Brasileira Alvarenga, com o alambrado colado no campo.
Nessa pressão interna, o Náutico saiu de fininho com os três pontos, voltando a reduzir a distância para o G4, agora de três pontos – pois é, o tropeço há uma semana, na arena, custou, hoje, o lugar entre os primeiros. Com a inversão de resultados nessas duas rodadas do returno (derrota em casa e vitória fora), o Náutico reinicia o processo contra o Londrina, em São Lourenço, terça-feira. Mais uma chance num campeonato repleto de oportunidades.
A vitória sobre o Vila Nova levou o Náutico do 15º para o 11º lugar, reduzindo a diferença do G4 de três para um ponto. É importante que o alvirrubro se mantenha perto do pelotão o quanto antes – questão até motivacional. Lá na zona de classificação à elite nacional, aliás, apenas dois clubes seguem 100%. O Vasco, sem surpresa, e o Atlético-GO, cirúrgico até aqui, com duas vitórias pelo placar mínimo. Enquanto isso, três clubes largaram com 0%, incluindo o Sampaio Corrêa, cotado para brigar na parte de cima da tabela da Série B.
Na noite da próxima terça-feira, uma rodada quase cheia. Serão nove jogos, com Bahia x Joinville fechando a rodada na quarta.
No G4, um carioca, um goiano, um cearense e um baiano.
A 3ª rodada do representante pernambucano 24/05 (19h15) – Londrina x Náutico (Estádio do Café, Londrina)
Resumindo logo, o jogo foi ruim. Tecnicamente, Náutico e Vila Nova deixaram muito a desejar na arena. O placar foi movimentado, é verdade, com cinco gols e um visível esforço dos dois alvirrubros até o último lance da noite, mas, segundo o Footstats, foram 66 passes errados (27 pernambucanos e 39 goianos), atrapalhando inúmeras jogadas. Melhor para o Timbu, que se recuperou da má estreia, fez 3 x 2, e ganhou seus primeiros pontos na Série B.
Diante de apenas 1.514 pessoas, em um dos horários mais cruéis em São Lourenço, o Alvirrubro atuou com uma curiosa formação adotada por Gallo, tendo como símbolo o uruguaio Gastón na zaga. Nas redes sociais, no instante seguinte à divulgação, veio o temor sobre o desempenho do afobado lateral dentro da área. Desta vez, passou. Após sofrer o primeiro gol, numa desatenção grande, o Timbu virou antes do intervalo, num golaço de falta de Mateus Muller e num pênalti cobrado pelo Rafael Pereira. Entre os dois lances, uma confusão de cinco minutos, com um adversário expulso após denúncia do bandeirinha.
Aproveitando a vantagem numérica, Jefferson Nem arrancou para marcar o terceiro gol logo na retomada. O que parecia uma vitória certa virou aperreio no gol de Vandinho e nas seguidas investidas do Vila, com direito a uma bela defesa de Júlio César, celebrando cem jogos. Com dois times nervosos, pelos erros e pelo placar apertado, o jogo acabou em discussão. Ao Náutico, a terça-feira valeu pelos pontos. Pelos testes pontuais? Só com boa vontade.
Com três edições, a Copa Verde mantém com ponto alto a classificação à Copa Sul-Americana. Foi assim com os campeões Brasília, Cuiabá e Paysandu, assegurando participações internacionais nos anos seguintes. Financeiramente, porém, o mata-mata segue com um investimento bem modesto. Idealizado pela CBF em 2014, a partir do sucesso do Nordestão, cuja transmissão é feita pelo mesmo canal, o torneio tem uma cota de apenas 6% em comparação à matriz.
Em 2016, somando as cotas das oitavas, quartas, semi e título, o Papão ganhou R$ 275 mil. Isso corresponde a 11% da premiação do Santa Cruz, o campeão nordestino na mesma temporada. O valor repassado ao bicolor paraense é um pouco mais da metade da cota da primeira fase do Nordestão. A disparidade (técnica?) entre os torneios de integração se mantém em todas as etapas. Mais. Enquanto a premiação absoluta do Nordestão subiu 33% em um ano, na Copa Verde o valor foi congelado, devido ao painel de patrocínios mais enxuto.
À parte de Paysandu e Remo, o torneio carece de forças populares. A entrada do Vila Nova, na terceira edição, ajudou. Por outro lado, o Goiás, o único “cotista” da tevê nas regiões, não quis participar, preferindo seguir em busca de um lugar na própria Copa do Nordeste (possibilidade já rechaçada) ou na Primeira Liga.
Veja as cotas, somando as fases, das campanhas finais nas Copas Verde e do Nordeste. Entre parênteses, o percentual da Verde sobre a etapa no Nordestão.
Copa Verde 2016 (18 times) Campeão – R$ 275 mil (11%), Paysandu Vice – R$ 145 mil (7%), Gama Semifinalista – R$ 95 mil (6%), Remo e Aparecidense Quartas de final – R$ 45 mil (5%), Rio Branco, Nacional, Cuiabá e Vila Nova Primeira fase (oitavas) – R$ 15 mil (3%) Total: R$ 910.000* (6%) * Exceto para os eliminados na fase preliminar
Copa do Nordeste 2016 (20 clubes) Campeão – R$ 2,385 milhões, Santa Cruz Vice – R$ 1,885 milhão, Campinense Semifinalista – R$ 1,385 milhão, Bahia e Sport Quartas de final – R$ 935 mil, Ceará, Fortaleza, CRB e Salgueiro Primeira fase (grupos) – R$ 505 mil* Total: R$ 14.820.000 * Exceto para os clubes do Piauí e do Maranhão
A Copa Verde foi criada em 2014 como uma alternativa ao futebol profissional nas regiões Norte e Centro-Oeste a partir do sucesso do Nordestão. Tendo como principais personagens Paysandu e Remo, apesar das surpreendentes conquistas de Brasília e Cuiabá, o mata-mata interregional ainda não deslanchou junto à torcida. Somente o Re-Pa corresponde a 29% do público registrado até hoje, com 84 mil espectadores em quatro clássicos no Mangueirão.
Em uma tentativa de movimentar a disputa, a organização resolveu dar sentido ao “Verde” do nome, com a óbvia necessidade de caracterização. Nos jogos no Amapá, Acre e Mato Grosso do Sul, a princípio, haverá a troca de garrafas pets por ingressos, incentivando a reciclagem do lixo. Até 500 entradas por jogo. Em campo, haverá o “cartão verde”, para o melhor lance de fair play.
Por fim, o campeão receberá a partir de 2016, além do troféu dourado, uma árvore da flora brasileira para ser plantada no CT ou na sede. Sem dúvida, uma das premiações mais inusitadas do futebol. Com as medidas, a CBF reconheceu a Copa Verde como a “primeira competição carbono zero” do país.
Média de público 2015 – 4.351 2014 – 5.429
Participantes* 2016 – 18 clubes** 2015 – 16 clubes 2014 – 16 clubes * O Espírito Santo também integra o torneio ** Os clubes de Goiás enfim demonstraram interesse.
O que é carbono zero? Com o desmatamento e o aumento da poluição, o planeta sofre uma contínua e perigosa alteração climática. A responsabilidade humana é total. Carbono Zero é a campanha para neutralizar (ou reduzir) a emissão de gases do efeito estufa. Com reflorestamento, controle da energia, veículos e resíduos.
A CBF oficializou em 2015 o horário de 11h para a Série A. O objetivo é abrir mais uma faixa no pay-per-view no domingo, com um jogo a cada fim de semana, e possibilitar a comercialização da competição para a Ásia. Entre os jogos reagendados, um do Sport. A partida contra o Santos na Vila Belmiro, em 31 de maio, teve o horário modificado, saindo das 18h30. A situação, ainda incomum no país, não é inédita no futebol pernambucano. Os três grandes já passaram por isso, mas na segunda divisão nacional. No Recife, o calor sempre beirou o insuportável, com um sol para cada um. No interior, o Salgueiro viveu um de seus maiores capítulos numa manhã de domingo…
07/09/1997 – Náutico 0 x 3 Vila Nova (Aflitos, Série B)
Foi a primeira vez, no Campeonato Brasileiro, que um time pernambucano jogou de manhã. Nos Aflitos, com 7.834 pagantes, o Timbu foi goleado pelo Vila Nova, com show de Sabino. No fim, vaias para o técnico Homero Cavalheiro (alguém lembra?) e para os goleiros Roberval e Ney. Ambos jogaram e ambos falharam. Aquela equipe se recuperaria na Série B e disputaria o acesso com a Ponte Preta, em Campinas. Horário? Novamente às 11h. O empate em 1 x 1 deu a vaga à Macaca. O último jogo cedinho do Alvirrubro foi em 2004, também pela Segundona. Nos Aflitos, derrota para o Ceará (3 x 1), com 40º no termômetro.
03/10/1999 – Tuna Luso 3 x 0 Santa Cruz (Mangueirão, Série B)
O Tricolor capengou bastante na segunda divisão de 99 até arrancar na raça para o acesso à elite. Antes da classificação às quartas, que viria somente na última rodada do turno, atuações pífias. Como aquela às 10h em Belém (11h no Recife), num Mangueirão deserto, com 565 espectadores. Mas, conhecendo bem a cancha e o clima (“forte calor”, segundo a reportagem o Diario), a Tuna venceu marcando três gols ainda no primeiro tempo. No fim da peleja, o técnico coral, Nereu Pinheiro disparou: “O time não quer jogar”. Uma hora, quis.
09/05/2004 – Sport 0 x 0 Portuguesa (Ilha do Retiro, Série B)
Cimento fervendo na Ilha do Retiro. Na única partida do Leão às 11h, a temperatura chegou a bater em 45 graus, segundo o relato da partida publicado o Diario. O público de 14 mil pessoas ainda esperava uma melhora do time rubro-negro, que vivia péssima fase no Brasileiro, mas Robgol só chutou uma vez. Após o empate sem gols, o técnico do Sport, Luís Carlos Ferreira, provocou uma cena impagável. Foi até o banco de reservas da Lusa e disse em voz alta. “Vocês vão sofrer nesse campeonato, porque não ganhar desse meu time, desse jeito hoje, não existe!”. Não por acaso, era apelidado de “Doido”.
17/10/2010 – Paysandu 2 x 3 Salgueiro (Curuzu, Série C)
Um jogo histórico para o Carcará e para o futebol do estado. Numa Curuzu abarrotada com 16 mil torcedores, com transmissão ao vivo na TV para todo o país, o Salgueiro surpreendeu e conquistou a inédita vaga à Segundona ao vencer, de virada, o Paysandu. A festa em Belém já era certa para o Papão, que ainda tinha o empate a favor. O terceiro gol pernambucano, que sacramentou a vaga, foi anotado pelo meia Edu Chiquita. De calor, Salgueiro entende.