Um troféu para libertar o bando de loucos em todos os cantos

Libertadores 2012, final: Corinthians 2x0 Boca Juniors. Foto: Fifa/divulgação

Se o Corinthians for campeão da Libertadores…

O que parecia piada, cujo desafio remetia justamente a uma causa impossível, tornou-se realidade. Em 4 de julho de 2012, a independência corintiana nas Américas.

O clube paulista, que viu os maiores rivais erguerem a tradicional taça e aguentar durante anos todos os tipos de gozação, também chegou ao olimpo.

De forma invicta, o Timão conquistou a Taça Libertadores. Oito vitórias e seis empates.

Foi além nesta quarta. Bateu na decisão o poderoso Boca Juniors, algoz de todos os times do país que já o enfrentaram na competição.

Após o empate em Buenos Aires, o jogo amarrado que se esperava em São Paulo.

Um primeiro tempo sem emoções e uma segunda etapa para a calar a boca dos críticos. Emerson, o Sheik, campeão brasileiro por três times diferentes nos últimos três anos, marcou os gols da vitória alvinegra por 2 x 0. Aos 34 anos, segue decisivo, veloz.

Sem estrelas e com uma aplicação tática impressionante, o maduro Corinthians do técnico Tite foi, sim, a melhor equipe da competição.

Quase impenetrável na defesa, com apenas quatro gols sofridos, e com um ataque letal.

Em sua 10ª participação no torneio, uma obsessão em Parque São Jorge, o Corinthians entrou para a enorme galeria de brasileiros campeões da Libertadores.

Santos (1962), Cruzeiro (1976), Flamengo (1981), Grêmio (1983), São Paulo (1992), Vasco (1998), Palmeiras (1999), Internacional (2006) e Corinthians (2012).

A primeira vez de cada um dos nove campeões teve como consequência o novo patamar estrutural no futebol do país, alavancando as respectivas marcas.

No caso do Corinthians, com uma supercota bem acima da média e apresentado de forma massiva na televisão, não é difícil imaginar o que vem por aí. Midiático.

Pois é. Libertaram o bando de loucos em todos os cantos (veja aqui).

Essa é a primeira consequência direta da primeira pergunta…

Libertadores 2012, final: Corinthians 2x0 Boca Juniors. Foto: Boca Juniors/divulgação

Terceirona 2012 – 1ª rodada

Classificação da Série C 2012 após 1 rodada

Iniciada no sábado, a primeira rodada do grupo A do campeonato brasileiro da Série C acabou somente na noite desta quarta-feira, com a vitória do Salgueiro sobre o Treze, pivô da confusão que deixou a chave dos pernambucanos com onze equipes.

Diante de 8.690 torcedores no Cornélio de Barros, o Carcará ganhou por 2 x 0, gols de Alemão (cabeça) e Clébson (falta). Dupla pernambucana no G4.

As rodadas do grupo A serão encerradas nas quartas-feiras, uma vez que o time de Campina Grande foi encaixado na tabela desta forma. Outro efeito colateral será o fato de um clube sempre jogar duas vezes em cada rodada, isso mesmo.

Nesta pioneira rodada isso só não aconteceu porque Rio Branco x Salgueiro foi adiado por falta de passagens aéreas até o Acre.

A 2ª rodada da Série C para os pernambucano:

08/07 (16h00) – Salgueiro x Santa Cruz

Estádios pernambucanos na terceira idade

Estádio antigo

Os três grandes palcos do futebol pernambucano já apresentam idades avançadas.

A Ilha do Retiro celebrou nesta quarta-feira seus 75 anos de história. Também na terceira idade, os Aflitos completou 73 anos de inauguração em 25 junho.

No mesmo mês, o Arruda chegou a quatro décadas, o mais novo dos três. Porém, o estádio coral não sofre uma grande intervenção desde 1982. Ações paulatinas e só.

O mesmo se aplica à casa alvirrubra, cujo projeto de ampliação de Rapahel Gazzaneo foi concluído há dez anos. No reduto leonino, o último setor erguido foi em 2007.

Um gramado novo aqui, um placar eletrônico mais moderno ali, mais cadeiras e ponto. Para aí o reforço na infraestrutura dos principais estádios do Recife. Defasados.

A partir deste ponto vem a indagação sobre o cenário cada vez mais evidente que se projeta para o futebol brasileiro para os próximos anos.

Com o objetivo de valorizar a milionária Série A, consolidada nos pontos corridos e com 20 clubes, a CBF passaria a exigir dos participantes, após a Copa do Mundo no Brasil, praças esportivas de “última geração”, com o padrão próximo ao europeu.

Não só em Pernambuco, mas em todo o país já existe a especulação de uma pressão natural sobre o campeonato brasileiro, mas que poderá virar uma pressão política.

São doze arenas para o Mundial, com a clara necessidade de operação, e outras já em construção, com destaque para os novos estádios de Grêmio e Palmeiras.

Nessa lógica, algumas cidades tradicionais no esporte nacional também teriam que se adequar rapidamente, como Goiânia, Florianópolis e Belém.

Tanto no conforto dos torcedores no estádio quanto na acessibilidade.

A aposentadoria dos Aflitos e da Ilha está encaminhada. O Arruda precisará se esforçar para se manter no mercado. História à parte, a renovação parece irreversível…

Estádio antigo

 

O pior Brasil da história, segundo a Fifa

Amistoso 2012: Brasil 3 x 4 Argentina. Foto: Fifa/divulgação

Uma colocação emblemática para o futebol brasileiro. E isso não é bom.

Estatisticamente, a Seleção vive o seu pior momento em duas décadas.

Criado em 1993, o ranking da Fifa é produzido através de um complexo sistema de pontuação que contabiliza todas os jogos das 208 nações filiadas.

A atualização é mensal.

Pois o mês de julho de 2012 não será esquecido tão cedo pela Canarinha…

Pela primeira vez na história o Brasil saiu do top ten.

Até hoje, a pior marca era um 8º lugar, em agosto de 1993. Curiosamente, aquela foi exatamente a primeira lista da história da Fifa.

Com as derrotas em amistosos diante de México e Argentina, além dos resultados da Eurocopa, com concorrentes diretos em campo, o Brasil caiu do 6º para o 11º lugar.

Ou seja, a geração de Neymar e Ganso tem mais dois anos para reverter esse quadro.

A Seleção Brasileira não lidera o ranking desde maio de 2010 (veja aqui).

Abaixo, o desempenho dos três primeiros colocados do ranking nos últimos dozes meses, junto às colocações brasileiras.

Ranking da Fifa nos últimos 12 meses

O fortalecimento da cobertura internacional com viés local

Passaporte

Em 2010, o jornalista Lucas Fitipaldi foi até a África do Sul com a missão de percorrer o país no primeiro Mundial de futebol do pobre continente. Escreveu histórias excelentes para o Diario de Pernambuco e certamente viveu outras tantas incríveis, fazendo valer a pena cada segundo em uma cobertura deste porte, numa enorme mistura de culturas.

No ano passado, este que vos escreve viajou até a fria Argentina para a Copa América. A Seleção Brasileira decepcionou, caindo nas quartas de final, mas o trabalho continuou até a decisão no estádio Monumental de Nuñez. Aprendizado constante por quase um mês, paralelo à demanda jornalística, puxada. Textos, fotos, vídeos, curiosidades etc.

Agora, em 2012, mais um integrante do Superesportes vai carimbar o passaporte e deixar o Brasil para trazer ao leitor uma cobertura diferenciada de um importante evento. Trabalho aliado aos bastidores, à incrível experiência da profissão.

A pauta agendada é nada menos que a Olimpíada de Londres, a terceira na história da capital inglesa, que recebeu os Jogos da Era Moderna em 1908 e 1948. Tarefa destinada à Ana Paula Santos, repórter sênior, especializada nas modalidades à parte do futebol.

Credenciada, ela irá acompanhar atletas locais, muitos deles dos quais viu surgir, nacionais e internacionais, renomados ou não. Mas todos eles com o status olímpico.

Esse terceiro ano consecutivo com enviados especiais ao exterior retoma o passado do Diario de Pernambuco, presente em grande escala nos maiores eventos esportivos. Basta lembrar da Copa do Mundo de 1982, na Espanha, quando a direção do periódico autorizou o envio de três repórteres e três fotógrafos para a Europa.

O avanço da tecnologia, seja na transmissão de texto ou imagem, acabou mudando essa estrutura na mídia, com o fortalecimento de grandes agências internacionais.

No entanto, o olhar o local segue muito importante na imprensa atual. O viés pautado pelo próprio jornal torna a experiência única. Para o repórter e para o leitor.

Boa sorte à amiga Ana Paula Santos, já com a primeira função, o blog Diario de Londres.

Será um mês de bastante trabalho. E o resto da vida de boas lembranças.

Jornalismo