Tomando conta das ladeiras em vermelho e preto

Carnaval do Sport. Fotos: sobreascidades.wordpress.com, Diario de Pernambuco  e Cláudio Maranhão/flickr

O carnaval rubro-negros não tem um bloco oficial na capital pernambucana. Até o início da década de 1990 havia o Leão Dourado. Mas nem por isso o frevo deixa de arrastar uma multidão de torcedores do Sport, com a maior quantidade de blocos espontâneos em Pernambuco.

Os frevos leoninos seguem em alto e bom som nos metais na Ilha, nas ladeiras de Olinda, no Galo da Madrugada e pelo interior do estado, com o maior número de blocos espontâneos. Na arquibancada, a orquestra da Treme-Terra puxa o frevo-de-rua mais famoso do clube, numa composição do maestro Nelson Ferreira, um tricolor, diga-se. A música Cazá Cazá, ainda tocada nas rádios, foi composta a pedido de Eunitônio Edir Pereira em 1955, ano do cinquentenário do Leão. O mesmo Eunitônio compôs o hino oficial anos do clube depois.

Seguindo o tom carnavalesco, há um frevo-canção ainda mais antigo, de 1936, também sob a batuta de Nelson Ferreira, em parceria com Sebastião Lopes, o “Pelo Sport Tudo”, o famoso dos brados. A música ficou conhecida como Moreninha, com vários elementos do carnaval, retrando bem a época.

Entre outros frevos do Sport, Haroldo Praça, autor do gol da vitória rubro-negra sobre o Santa Cruz por 6 x 5 na inauguração da Ilha do Retiro, em 1937, é citado no Frevo Nº 1 do Recife, de Antônio Maria, gravado em 1951 pelo Trio de Ouro.

No carnaval, acredite, há espaço até para homenagem a um dirigente após uma conquista emblemática. Com Jarbas Guimarães assumindo a presidência, em 1975 o Sport acabou com o jejum de doze anos. Mereceu um frevo-canção de Rogério de Andrade, “Este ano, nosso time / vai ser mesmo campeão / todo mundo vai cantar e dizer / ninguém segura o Sport não”.

Os blocos
Raça Rubro-negra (Bezerros/1994, terça-feira)
Leão da Barra (Goiana/2000, terça-feira)
Nação Rubro-negra (Pesqueira/2002, sexta-feira)
Rubro-negro de Coração (São José da Coroa Grande/2007, segunda-feira)
Cazá-Cazá (Nazaré da Mata/2008, terça-feira)
Cazá Cazá (Afogados da Ingazeira/2012, domingo)
Bloco do Sport (Condado/2012, terça-feira)
Leões da Mata (Palmares/2013, quinta-feira)
Leões na Folia (Ipojuca/2013, terça-feira)
Torcida do Sport (Bom Jardim, terça-feira)

As músicas

Pelo Sport tudo (Nelson Ferreira e Sebastião Lopes, 1936).

Moreninha que estas dominando
Desacatando agora pelo entrudo (2x)
Chegou a hora de gritares loucamente
Hip, Hip, Hip, Hurra Pelo Sport Tudo!
Vejo no batom dos teus lábios
E no teu cabelo ondulado
As cores que dominam altaneira por morena
Do meu glorioso estado
Moreninha que estas dominando
desacatando agora pelo entrudo (2x)
Chegou a hora de gritares loucamente
Hip, Hip, Hip, Hurra Pelo Sport Tudo!
Ter passado o carnaval
Pra que não te falte a boa sorte
Tira da minha vida e te manter eternamente
Tudo, tudo pelo Sport
Cazá, cazá, cazá, cazá, cazá
A turma é mesmo boa… É mesmo da fuzarca!
Sport! Sport! Sport!

O mais querido (Jovino Falcão, 1974)

Está comprovado
Já foi conferido
Que o mais amado
O mais amado é que é, é que é
É o mais querido
É ele o maior em nosso Estado
Destaca-se do remo ao futebol
É o consagrado campeão do Norte
O mais querido, o mais querido
É o nosso Sport

Ninguém segura o Sport (Rogério Andrade, 1975)

Este ano nosso time
Vai ser mesmo campeão
Todo mundo vai cantar e dizer
Ninguém segura o Sport não
Na Ilha vou ver, hei!
A turma pular, hei!
De alegria quando o time entrar
E mostrar a bola no pé
Meu Sport em ação
Cazá, cazá, cazá
Ninguém segura o Leão

Hino à Treme Terra (Renato Barros, 1979)

Chegando lá na Ilha do Retiro
Ô abre alas que o Sport vai jogar
O rubro-negro, é cor de guerra
É o super sport que estremece a terra
Chegando lá na Ilha do Retiro
Ô abre alas que o Sport vai jogar
O rubro-negro, é cor de guerra
É o super Sport que estremece a terra
Vivendo com o Sport esta emoção
A galera se engrandece muito mais
Quem não fala no Sport é mudo
Cazá, cazá, e pelo Sport tudo!

Pelo Sport Tudo / Moreninha (1936, Nelson Ferreira e Sebastião Lopes)

Cazá Cazá (1955, Nelson Ferreira)

O mar sem fim dos corais no carnaval

Carnaval do Santa Cruz. Fotos: Blog do Santinha, Juna d m-fard junior/divulgação e Diario de Pernambuco

Os blocos Cobra Fumando, no Arruda, e Minha Cobra, em Olinda, levantam a poeira no carnaval. No Tricolor de Capiba e Nelson Ferreira, o frevo-canção e a marcha-exaltação estão na boca do povão muito antes do concreto colossal no José do Rego Maciel. É o imenso carnaval do Santa Cruz.

Em um século de história do frevo, o Santinha teve dois dos maiores compositores do envolvente ritmo pernambucano. Nelson Ferreira (1902 – 1976) e Lourenço da Fonseca Barbosa, o Capiba (1904 – 1997). O primeiro foi um gênio nos frevos-de-rua, extraindo dos metais a animação total do público, mas sem perder a linha como compositor. Cresceu com o frevo.

No supercampeonato de 1957, Nelson criou um frevo-canção gravado pelo cantor alvirrubro Claudionor Germano. “Vamos cantar com toda emoção / Um, dois, três, quatro, cinco, seis / Saudando a faixa de supercampeão / A que fez jus / O mais querido Santa Cruz / Foram três as vitórias colossais”.

O segundo, com 200 músicas no repertório, foi conselheiro coral em 1948, quando compôs a marcha “O Mais Querido”, decorada no Mundão e famosa da mesma taça de 1957. “Santa Cruz, Santa Cruz , junta mais essa vitória…”.

Irmão de Capiba, Marambá criou “Cobral Coral” em 1959, na voz de Rubens Cristino. “Quando aparece num gramado / O Santa Cruz dando xaxado / O adversário vai cair / Disso não pode fugir / Deixa a fumaça subir”. Bem antes disso tudo, Sebastião Rosendo compôs o mais famoso frevo-canção do clube, de 1942, atendendo um pedido de Aristófanes de Andrade, renomado tricolor. Saiu o frevo “Santa Cruz de Corpo e Alma”.

De corpo e alma ao papa-taças, as canções que apaixonam nas orquestras.

Os blocos
Cobra Fumando (Recife, Arruda/1992, segunda-feira)
Triloucura (Bezerros/2004, segunda-feira)
Minha Cobra (Olinda, Sítio Histórico/2006, segunda-feira)
A Cobra Vai Subir (Afogados da Ingazeira/2008, terça-feira)
Paixão Coral (Pesqueira/2009, segunda-feira)
Naza Coral (Nazaré da Mata/2011, domingo)
Tricolor na Folia (Timbaúba, segunda-feira)

As músicas

Santa Cruz de Corpo e Alma (Sebastião Rosendo, 1942)

Eu sou Santa Cruz
De corpo e alma
E serei sempre de coração
Pois a cobrinha quando entra no gramado
Eu fico todo arrepiado e torço com satisfação (2x)
Sai,sai Timbu
Deixa de prosa,
O seu Leão
Periquito cuidado com lotação
Que matou pássaro preto
Tricolor é tradição

O mais querido (Capiba, 1957)

Santa Cruz, Santa Cruz
Junta mais essa vitória
Santa Cruz, Santa Cruz
Ao te passado de glória
És o querido do povo
O terror do Nordeste
No gramado
Tuas vitórias de hoje
Nos lembram vitórias
Do passado
Clube querido da multidão
Tu és o supercampeão”.

Papa-Taças (João Valença e Raul Valença (década 1970)

Quem é que quando joga
A poeira se levanta
É o Santa, é o Santa
Escreve pelo chão
Faz miséria e não se dobra
É a cobra, é a cobra
É sem favor o maioral
O tricolor, a cobrinha coral
O mais querido timão das massas
Por apelido o papa-taças 

Se tu és tricolor (Capiba, 1990)

Se tu és tricolor
Que Deus te abençoe
Se não és tricolor
Que Deus te perdoe
O Santa tem a fibra
Dos Guararapes
Por tradição
É o mais querido
E sempre será
O clube da multidão

Santa Cruz de Corpo e Alma (1942, Sebastião Rosendo)

Vulcão Tricolor (2007, Maestro Forró). O último dos frevos-de-rua dos clubes.

A folia alvirrubra começa cedinho

Carnaval do Náutico. Fotos: www.nauticonews.com.br, Juna d m-fard junior/divulgaçã

É a torcida mais apressada para o carnaval. Desde cedinho já está acordada, mudando o humor da cidade, fazendo abrir o sorriso alvirrubro a cada esquina.

O domingo é do Timbu Coroado desde 1934, quando os atletas de remo do clube saíram pela Rua da Aurora, onde fica até hoje a garagem do remo timbu. Uma tradição que se mantém viva na base do frevo. O desfile agora ocorre nos Aflitos, com o bloco mais tradicional entre os grandes clubes o estado.

Além do Come e Dorme, frevo-de-rua do compositor coral Nelson Ferreira, que mesmo sem letra alguma se confunde com o próprio hino alvirrubro, os metais levantam a timbuzada com outra composição de Nelson, no frevo-canção Hino do Timbu Coroado, de autoria de Edvaldo Pessoa, Turco e Jair Barroso.

Músicas que ficaram ainda mais populares no rádio, na execução a cada gol alvirrubro, sobretudo na era de ouro do Náutico, no hexacampeonato. Naquela época, aliás, a segunda-feira de carnaval reservava espaço para o desfile do maracatu do Timbu Coroado. Tempos depois, o Náutico teve até um boneco gigante, o Bonzão da Timbucana, sempre presente nos Aflitos nos anos 80. Agora, a ampliação carnavalesca, com a Casa Alvirrubra no Recife Antigo.

Com um repertório superior a 50 versões do frevo-canção, as músicas em homenagem ao clube ficaram ainda mais populares no rádio, na execução a cada gol do time, sobretudo nos anos 1960.

Os blocos
Timbu Coroado (Recife, Aflitos/1934, domingo)
Nação Alvirrubra (Bezerros/2001, segunda-feira)
Alvirrubros em Folia (Pesqueira/2009, segunda-feira)
Timbu Coroado (Limoeiro, sábado)

As músicas

Hino do Timbu Coroado (Nelson Ferreira, década de 1930)

O nosso bloco é mesmo enfezado
É o Timbu, é o Timbu Coroado
Desde cedinho já está acordado
É o Timbu, é o Timbu Coroado
Entre no passo
Que o frevo é de amargar
Pois a turma é muito boa
E no frevo quer entrar
Não queira bancar o tatu
Conheço seu jeito, você é Timbu
Esse negócio de casá, casá, casá
É negócio pra maluco
Pois ninguém quer se amarrar
Timbu sabe isso de cor
Casá pode ser bom, não casá é melhor
N – Á – U – T – I – C – O
Todo mundo vai saber isso de cor

Timbuate (Aldemar Paiva e maestro Luiz Caetano, década de 1950)

Timbu, no céu, no lar
Timbu, meu sol, meu ar
Ene-a-u-tê-i-cê-o
Sou de verdade teu fã
Mais do que ontem
Menos que amanhã (2x)
Timbuate é um sonho
Encantamento
Carnaval, delícia de cores
Movimento
Ene-a-u-tê-i-cê-o
Sou nos esportes teu fã
Sou nos esportes teu fã
Mais do que ontem
Menos que amanhã
Timbu no céu no lar
Timbu, meu sol, meu ar

Timbuzinho (Jorge Gomes, 1964)

Sou timbuzinho
Sou timbuzinho
Gosto do frevo
E gosto de carinho (2x)
As minhas cores são
Encarnado e branco
O Náutico é bicampeão
Nino dá a Nado
Nado a Geraldo
Gol, que sensação 

Papai do Nordeste(Jocemar Ribeiro, 1966)

Ene-a-u-tê-i-cê-o
A garra do leão
Baixou de cotação
O homem do boné
Levou um grande olé
O feitiço, meu amigo, deu azar
Foi cinco a um, na tabuleta o placar
Sou da cidade o tetracampeão
Vou gargalhar, ai, ai, ai
A vitória vai ficar
Para toda geração
Do Nordeste sou o papai

Hino do Timbu Coroado (letra de Edvaldo Pessoa, Turco e Jair Barroso e composição de Nelson Ferreira)

Come e Dorme (1953, Nelson Ferreira)

Uma final inédita a caminho do Nordestão

Copa do Nordeste 2014, semifinais: Ceará x América-RN e Santa Cruz x Sport. Crédito: arte sobre imagem do Esporte Interativo

Pernambuco x Ceará ou Pernambuco x Rio Grande do Norte. A final da Copa do Nordeste em 2014 será inédita, independentemente da composição.

Dos quatro remanescentes pelo título regional do ano, três foram derrotados somente uma vez até aqui. O Ceará de Magno Alves, o América de Adriano Pardal e o Santa Cruz de Léo Gamalho, o dono da melhor campanha, com 17 pontos em oito partidas. Curiosamente, a pior campanha pertence ao clube de maior tradição no torneio entre os semifinalistas, o Sport de Neto Baiano.

Ceará e América de Natal vão medir forças em dois estádios de Copa do Mundo, no Castelão e na Arena das Dunas. Cearenses e potiguares empataram em pontos e saldo de gols nas duas fases e o mando de campo acabou sendo definido pela CBF através de sorteio. Ambos passaram com goleadas, sobre Vitória e CRB.

No Recife, o Clássico das Multidões, um duelo presente nas últimas três finais estaduais, todas tricolores. Única equipe a vencer os dois jogos na segunda fase, os corais decidirão a vaga no Arruda. Bicampeão regional, o Leão é o único presente na Série A. Mesmo assim, ainda busca uma formação ideal.

Ao futuro campeão nordestino, além da premiação acumulada de R$ 1,5 milhão, a garantia da vaga na Copa Sul-Americana deste ano.

Da taça regional ao voo internacional…

12/03 – Ceará x América-RN (Castelão, Fortaleza)
19/03 – América-RN x Ceará (Arena das Dunas, Natal)

Ceará (10ª participação)
4 vitórias, 3 empates e 1 derrota, 16 gols marcados, 6 gols sofridos
Melhor campanha: 4º lugar em 1997 e 2013
Presença internacional: Copa Conmebol de 1995 e Sul-Americana de 2011

América (11ª participação)
4 vitórias, 3 empates e 1 derrota, 14 gols marcados, 4 gols sofridos
Melhor campanha: campeão em 1998
Presença internacional: Copa Conmebol de 1998

12/03 – Sport x Santa Cruz (Ilha do Retiro, Recife)
19/03 – Santa Cruz x Sport (Arruda, Recife)

Santa Cruz (9ª participação)
5 vitórias, 2 empates e 1 derrota, 12 gols marcados, 6 gols sofridos
Melhor campanha: 4º lugar em 2002
Presença internacional: nunca disputou

Sport (9ª participação)
3 vitórias, 2 empates e 3 derrotas, 7 gols marcados, 4 gols sofridos
Melhor campanha: campeão em 1994 e 2000
Presença internacional: Libertadores de 1988 e 2009 e Sul-Americana de 2013

Na sua opinião, qual será a grande final do Nordestão de 2014?

Zona Mista, um novo espaço na arena para a reeducação das torcidas

Pernambucano 2014, turno: Náutico 2x1 Sport. Foto: Heitor Cunha/DP/D.A Press

Uma das novidades estruturais da Arena Pernambuco é a diversidade de setores. A opção de ingresso não é restrita ao assento, no cimento, cadeira ou camarote. Se passa pelos serviços oferecidos, como lounge e bares exclusivos.

Esses novos ingressos apresentam valores acima dos preços comuns no Recife. O assento premium, por exemplo, custa R$ 120. No jogo Náutico x Porto, domingo, dos mil bilhetes disponíveis, apenas um foi vendido no setor.

No Clássico dos Clássicos na quinta-feira, na partida adiada da primeira rodada do Estadual, o número de ingressos comercializados foi bem maior  E aí há um outro aspecto sobre esse setor diferenciado, pois trata-se de uma “zona mista”.

Torcidas rivais sentadas lado a lado, como foi um dia num passado já quase distante. Hoje, o Maracanã e a Fonte Nova também contam com setores do tipo.

Porém, alvirrubros e rubro-negros chegaram a bater boca durante a partida.

Trabalho extra para os stewards, os seguranças treinados da arena.

Pela estrutura pernambucana, com cada grande clube tendo seu estádio, a medida nunca foi popular. Por isso, é preciso um plano de reeducação e respeito para que a ideia da zona mista não só continue como se torne comum.

Provavelmente, a mudança cultural não será rápida. Mas é necessária…

Pernambucano 2014, turno: Náutico 2x1 Sport. Foto: Wellington Araújo/www.twitter.com/wareporter

Clássico às moscas numa soma de erros, cuja conta na arena será paga por nós

Pernambucano 2014, turno: Náutico 2 x 1 Sport. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

O primeiro Clássico dos Clássicos no estádio em São Lourenço da Mata válido pelo campeonato estadual teve um horário indigesto. O duelo entre Náutico e Sport foi iniciado às 20h de uma quinta-feira. Segundo os dirigentes, era a última data possível antes do colapso no Estadual.

Numa partida agendada nas coxas – sem levar em conta o potencial e os custos do jogo -, tudo pesou contra, pois a cidade fervilhando com o carnaval. Neste contexto, o torcedor, um aventureiro, teria que encarar a hora do rush na capital.

Justo entre 18h e 20h, na volta pra casa de grande parte dos trabalhadores. A falta de mobilidade, incentivo e informação prejudicaria o público, óbvio. Muitos desistiram de ir e outros tantos chegaram atrasados na arena.

O blog registrou uma visão panorâmica da Arena Pernambuco no início dos dois tempos. Houve um leve crescimento na etapa final. Insuficiente para registrar o bom público no clássico vencido pelo Alvirrubro.

O borderô oficial ainda apontou 8.784 torcedores presentes, num número bem superior ao visual. De toda forma, o público foi ruim. Vale lembrar que qualquer prejuízo na arena, e consequentemente do consórcio, é repassado ao governo do estado. Logo, todos nós pagamos a conta das cadeiras vazias…

Pernambucano 2014, turno: Náutico 2 x 1 Sport. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

E o clássico aconteceu. Com polêmica, pouca gente na arena e vitória timbu

Pernambucano 2014, turno: Náutico 2x1 Sport. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

O clássico que ninguém queria jogar, que ninguém queria agendar…

Apesar da desorganização, o jogo adiado foi mais animada do que se esperava, com três gols, arbitragem polêmica (ruim mesmo) e um novo líder no Estadual.

O Náutico, após derrubar o rival rubro-negro por 2 x 1, nesta quinta.

No fim das contas, com o carnaval batendo a porta e a cidade travada nas ruas, alvirrubros e rubro-negros se enfrentaram na arena quase às moscas.

Logo aos 9 minutos, Carmona, o camisa 10 alvirrubro, abriu o placar. Toque rápido de Marcus Vinícius e finalização sem firula. Era o real início da noite.

Ainda no primeiro tempo, os rubro-negros reclamaram um pênalti não marcado em Patric. Na etapa complementar, com um público um pouco maior, o Sport devolveu o roteiro, marcando no comecinho, aos 3.

Numa bobeira de Izaldo, após passe de Renê, Ewerton Páscoa encheu o pé.

Pernambucano 2014, turno: Náutico 2x1 Sport. Foto: Heitor Cunha/DP/D.A Press

Com a igualdade, o Timbu, então compactado, tentou se impor um pouco mais em campo. Já o Leão passou a ocupar melhor os espaços e cresceu no jogo.

O visitante ainda reclamaria de outra penalidade não assinalada, aos 25 minutos, – num lance ainda mais claro -, desta vez em Neto Baiano.

Enquanto os leoninos se preocupavam em cobrar o inseguro juiz Gleydson Leite, o Náutico trocou passes curtos e objetivos e Carmona, mais uma vez, girou pra mandar nas redes de Magrão.

Foi o gol da vitória timbu, numa partida que será tema de mesas redondas improvisadas nos próximos dias nas ladeiras de Olinda e no Recife Antigo.

Ainda mais após a ridícula discussão entre Neto Baiano e Lisca no apito final.

Com o placar sacramentado, o sorriso foi mesmo do Náutico…

Pernambucano 2014, turno: Náutico 2x1 Sport. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Pernambuco, o dono da maior média de público do país. Com alguns fantasmas

Jogos no Pernambucano: 2014 (América 2x2 Serra Talhada, Ademir Cunha), 2013 (Pesqueira 1x1 Petrolina, Sesc-Mendonção) e 2012 (Central 2x2 América, Lacerdão)

O futebol brasileiro atraiu 18,4 milhões de torcedores aos jogos em 2013.

A média geral no esporte mais popular do país, porém, não condiz com o status. A estatística aponta um índice de apenas 4.672 pessoas a cada partida.

Os dados da Pluri Consultoria levaram em conta o Brasileiro, Copa do Brasil, Libertadores, Sul-Americana, Recopa, Nordestão e os 27 estaduais.

Ao separar a lista por estados e o rendimento de seus respectivos clubes, destaque para Pernambuco, com a maior média (ranking abaixo). Um dado a ser comemorado, mas, na prática, visto apenas no papel.

Considerando os torneios nacionais com os times locais no ano passado – Náutico (A), Sport (B), Santa Cruz (C), Central (D), Salgueiro (D) e Ypiranga (D) -, além dos mandos de campo dos doze participantes do Estadual, a liderança foi estabelecida com uma média 8.481 torcedores.

Vale ressalvar sobre o uso do Todos com a Nota, incluindo os fantasminhas por aí. A prática é recorrente. Aqui, exemplos das últimas três edições do certame. Nas três imagens um público agregado de 19.482 torcedores. Onde estão?

2012 (01/04/12): Central 2 x 2 América – 8.355 pessoas (Lacerdão)
2013 (27/01/13): Pesqueira 1 x 1 Petrolina – 6.004 pessoas (Mendonção)
2014 (08/12/13): América 2 x 2 Serra – 5.123 pessoas (Ademir Cunha)

As denúncias foram feitas pelo blog. O método, entretanto, segue em vigor…

Ranking de público e renda no futebol nos estados brasileiros em 2013. Crédito: Pluri Consultoria

Os esquemas táticos das multidões em busca de um lugar na final regional

Formações titulares de Santa Cruz e Sport na Copa do Nordeste 2014. Crédito: www.this11.com

A vaga pernambucana na decisão do Nordestão será decidida em 180 minutos.

Ilha do Retiro e Arruda, parando o Recife (veja aqui).

Em março, nos dias 12 e 19, tricolores e rubro-negros disputarão um dos mais importantes confrontos da quase centenária história do Clássico das Multidões.

Com a colaboração da equipe do Superesportes, eis os esquemas táticos dos técnicos Vica e Eduardo Baptista no Santa e no Sport, respectivamente.

Ambos contam com centroavantes exercendo a função de pivô (Gamalho e Neto), apoiadores irregulares (Raul e Ailton), zagueiros em boa fase na esquerda (Renan Fonseca e Durval) e ídolos com a camisa 1 (Tiago Cardoso e Magrão).

Na cabeça de área, Sorriso e Páscoa vêm ganhando cada vez mais liberdade para ajudar o setor ofensivo. Podem ser decisivos no duelo. Outros coadjuvantes ainda correm por fora nas duas equipes, sobretudo nas laterais.

Há, claro, espaço para mudanças pontuais nas formações…

Na sua opinião, qual clube irá avançar à última fase da Copa do Nordeste?

Pelo visto, o equilíbrio parece mesmo ser a cara deste mata-mata.

Santa e Sport além da fronteira estadual, por um lugar na final nordestina

Copa do Nordeste 2014, semifinal: Santa Cruz x Sport

O Clássico das Multidões é o duelo estadual com mais torcedores envolvidos diretamente em todo o Nordeste. São mais de quatro milhões de fanáticos presentes, de acordo com a mais recente pesquisa nacional.

Em 2014, Santa e Sport irão disputar um lugar na final da Copa do Nordeste. Pela premiação oficial de R$ 1 milhão em jogo, as arrecadações projetadas em até R$ 1,5 milhão, com 70 mil torcedores nas duas partidas da semifinal, fora a audiência na tevê, teremos uma espécie de Super Bowl do Nordeste.

Essa rivalidade vem sendo acentuada nos últimos anos sobretudo pelas três finais seguidas no Pernambucano, todas elas vencidas pelos tricolores. Em torneios além do estado, havia um hiato de nove anos sem partidas oficiais.

Desde a Série B de 2005 os clubes não se enfrentavam fora do Estadual. No regional, a lacuna vem desde 2002. Ao todo, considerando as quatro competições organizadas pelas CBD e CBF, o tradicional clássico recifense já foi realizado em 25 oportunidades, com um retrospecto equilibrado.

Os próximos capítulos, o 26º e o 27º, já estão agendados, num duelo nos moldes da Copa do Brasil, com o gol fora de casa tendo peso decisivo.

12/03 (quarta-feira) – Ilha do Retiro
19/03 (quarta-feira) – Arruda

Quem é o favorito para representar o estado na final regional após 13 anos?

25 jogos: 9 vitórias leoninas (34 gols), 8 triunfos corais (26 gols) e 8 empates.

Torneios: Série A (13), Série B (8), Torneio Norte-Nordeste (2) e Nordestão (2).

08/12/1968 – Sport 2 x 1 Santa Cruz (Torneio Norte-Nordeste)
22/12/1968 – Sport 4 x 1 Santa Cruz (Torneio Norte-Nordeste)
24/10/1971 – Sport 1 x 1 Santa Cruz (Série A)
25/11/1973 – Santa Cruz 1 x 1 Sport (Série A)
05/06/1974 – Santa Cruz 0 x 3 Sport (Série A)
28/09/1975 – Santa Cruz 3 x 3 Sport (Série A)
23/11/1975 – Sport 1 x 3 Santa Cruz (Série A)
04/09/1976 – Sport 1 x 0 Santa Cruz (Série A)
06/11/1977 – Santa Cruz 1 x 1 Sport (Série A)
23/04/1978 – Santa Cruz 1 x 0 Sport (Série A)
02/07/1978 – Santa Cruz 3 x 0 Sport (Série A)
21/10/1979 – Santa Cruz 0 x 1 Sport (Série A)
04/09/1988 – Santa Cruz 0 x 1 Sport (Série A)
08/09/1990 – Sport 1 x 1 Santa Cruz (Série B)
22/09/1990 – Santa Cruz 1 x 1 Sport (Série B)
04/10/2000 – Santa Cruz 0 x 3 Sport (Série A)
21/02/2001 – Santa Cruz 1 x 0 Sport (Nordestão)
21/10/2001 – Sport 1 x 2 Santa Cruz (Série A)
03/03/2002 – Sport 1 x 2 Santa Cruz (Nordestão)
14/09/2002 – Santa Cruz 1 x 0 Sport (Série B)
16/08/2003 – Sport 4 x 0 Santa Cruz (Série B)
07/10/2003 – Sport 3 x 1 Santa Cruz (Série B)
21/10/2003 – Santa Cruz 1 x 1 Sport (Série B)
08/08/2004 – Sport 0 x 1 Santa Cruz (Série B)
04/06/2005 – Santa Cruz 0 x 0 Sport (Série B)