O “pau de selfie”, complemento utilizado em câmeras e celulares para fazer um autorretrato num ângulo mais aberto, transformou-se rapidamente numa mania. Adorado e detestado na mesma intensidade, o objeto levantou polêmicas acerca do comportamento em público. Inclusive no futebol.
Tudo porque torcedores começaram a levar o bastão para os estádios, atrapalhando a visão de muita gente durante os jogos. Os clubes ingleses agiram rapidamente. Em 8 de janeiro, o Tottenham foi o primeiro a proibir o uso em seu estádio. No caso, o White Hart Lane. Outros times seguiram pelo caminho.
A decisão chegou ao Brasil. Um dia após a proibição no Ceará, o veto também foi adotado no futebol pernambucano, a pedido do Batalhão de Choque, por questão de segurança. A administração da Arena Pernambuco já foi comunicada e a decisão se estende às demais praças, como Arruda, Ilha do Retiro, Lacerdão etc.
A decisão será formalizada pela Polícia Militar e pela FPF, aumentando a lista de ítens proibidos, como mastro de bandeira e até guarda-chuva.
Qual é a sua opinião sobre a proibição do “pau de selfie” nos estádios pernambucanos?
O presidente do Náutico, Glauber Vasconcelos, gravou um vídeo no canal do clube no youtube com uma avaliação geral de seu primeiro ano de mandato.
No futebol, foi vice-campeão pernambucano e permaneceu na Série B. No vídeo, o dirigente diz que “interesses pessoais não podem ficar acima do clube” e voltou a fazer críticas à gestão anterior, por causa das dívidas herdadas.
Com seis minutos de duração, o vídeo titulado “prestando contas ao torcedor” também funciona como campanha do próprio Movimento Transparência Alvirrubra (MTA).
A peça dourada, guardada na sede da FPF, será entregue ao campeão do primeiro turno do Campeonato Pernambucano de 2015.
Iniciado ainda em dezembro do ano passado, a fase garante aos dois primeiros colocados um lugar no hexagonal decisivo do Estadual e vagas na Série D do Brasileiro, no segundo semestre.
Há também a rara chance para os times do interior de gritar “é campeão”…
E será o primeiro campeão do novo troféu.
Mas não foi a primeira homenagem a um governador. Em 2002, um torneio com clubes intermediários antes do Estadual foi chamado de Copa Jarbas Vasconcelos. Em 2014, o primeiro turno foi chamado de Taça Miguel Arraes.
Agora, o novo batismo, com o nome do falecido ex-governador.
Um Clássico dos Clássicos com torcida invertida na Arena Pernambuco. A torcida do Náutico reduzida ao setor norte do anel superior e o público do Sport nos demais setores.
Nos quatro clássicos anteriores no local, pela Copa Sul-Americana, Estadual e Nordestão, o mando de campo foi do Alvirrubro, que tem um contrato assinado com o consórcio que administra o empreendimento. Contudo, bastou o primeiro clássico com mando rubro-negro para surgir a polêmica.
Ao negociar um pacote de dez jogos na arena em 2015, o Leão escolheu como primeiro jogo justamente o confronto contra o Timbu, em 8 de fevereiro.
A decisão fere a relação do Náutico? Seria uma inversão de campo?
O debate cresceu nas redes sociais, entre torcedores e jornalistas.
Aqui, a visão do blog.
A realização de um clássico contra o Náutico com mando do Sport, ou do Santa Cruz, em nada fere a relação dos alvirrubros com o consórcio. Primeiro porque o mando não é do Alvirrubro. E nem o estádio.
Claro, essa poderia ser uma cláusula prevista no longo contrato, privando o consórcio de abrir jogos assim. No entanto, esse tratamento diferenciado impediria a captação de recursos do empreendimento público-privado durante trinta anos. Aí, francamente, seria rasgar dinheiro (do estado).
Não é a presença da torcida alvirrubra no setor de visitante em um clássico como visitante que irá mudar a percepção do torcedor. Ou ao menos não deveria…
Em relação à inversão do mando, a história torna-se mais técnica.
Segundo o artigo 13 do regulamento geral das competições da FPF, “a modificação não se referirá às situações de inversão de mando de campo, o que considera, conforme a origem dos contendores, o âmbito das cidades no qual pertençam os clubes envolvidos, exceção feita à inversão recíproca, ou seja, a troca do mando de campos dos jogos de ida e volta, quando aprovada pelo DCO (diretoria de competições da FPF)”.
Inicialmente, a federação entendeu como inversão, tanto que vetou a mudança de praça. A direção rubro-negra argumentou que o estádio do Náutico é os Aflitos, sendo a Arena um campo “público” (e neutro), aberto a negociações com outros clubes. Não por acaso, dois contratos estão em vigor, do Náutico e do Sport.
Mais. Ainda há a obrigação, por parte do governo de Pernambuco, que os três grandes clubes do Recife joguem pelo menos duas vezes na arena para continuar fazendo parte do programa de ingressos subsidiados Todos com a Nota. Em 2014 o Santa recebeu o Porto na arena, e em 2015 o pacote rubro-negro prevê quatro partidas no Estadual.
Portanto, a inversão no Clássico dos Clássicos seria configurada com o mando do Sport exclusivamente na Ilha do Retiro, segundo o registro da FPF. E somente por isso.
O estádio Lacerdão, do Central, será o palco do primeiro jogo de futebol americano no interior pernambucano. O recém-federado Caruaru Wolves, vestido de laranja, enfrentará num amistoso o Recife Mariners, vice-campeão nordestino em 2014. A partida em Caruaru está agendada para o dia 31 de janeiro.
Com o aumento do interesse local no esporte – vida a evolução da audiência da NFL na teevê por assinatura no Brasil -, a expectativa é repetir a estrutura usada pelo Mariners, mais rodado, em atividade desde 2006. A organização do time azul teve seu ponto alto na decisão regional contra o João Pessoa Espectros, na Arena Pernambuco, com 7.056 pagantes, ainda recorde no país.
Em 11 de janeiro, o time do Wolves foi apresentado aos caruaruenses durante o jogo Central x Vera Cruz. Na próxima vez em campo, será a atação principal.
Times pernambucanos de futebol americano: Recife Mariners, Recife Pirates, Olinda Sharks, Caruaru Wolves e Arcoverde Templários.
O podcast 45 minutos debateu a primeira apresentação do Náutico na temporada, com um amistoso com o Decisão, nos Aflitos. No Sport, o atraso salarial de dez dias, a primeira vez em oito anos, também entrou na pauta, assim como a vela novela Dênis Marques no Santa Cruz. Além disso, resenha e bom humor.
Estou nesta edição (1h14min) ao lado de Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
Um abismo. Na verdade um buraco sem fundo separa as realidades de duas duplas familiares ao torcedor pernambucano. A primeira delas, bem conhecida de qualquer pessoa do planeta minimamente ligada em futebol. Trata-se dos astros Cristiano Ronaldo e Lionel Messi, que nos últimos sete anos vêm se revezando com o título de melhor jogador do mundo. A outra é de uma abrangência mais local. Carlinhos Bala e Rosembrick, que juntos conquistaram títulos no Santa e no Sport, colecionaram polêmicas e hoje vivem os últimos minutos da carreira sem qualquer glamour defendendo América e Ypiranga. Mas pelo menos uma vez na vida, Bala e Rosembrick podem bater no peito e dizer que deixaram para trás Cristiano Ronaldo e Messi. Por mais surreal que a frase possa soar. A lógica foi invertida nas páginas da edição deste domingo do Diario.
Tudo graças ao enfoque jornalístico, onde, neste caso, o interesse local supera o global. Afinal, a rodada do Pernambucano marcava para os Aflitos o confronto América x Ypiranga. Entre Bala e Rosembrick. Na estreia de ambos por seus clubes. Uma boa pauta, sem dúvida. Ainda mais envolvendo personagens tão polêmicos. Coube a mim produzir o material do jogo, com entrevista com os jogadores, linha do tempo das carreiras e outras curiosidades.
Restava uma coisa. A regularização do novo reforço do América no BID. Ao mesmo tempo, produzi outra matéria sobre a rivalidade de Cristiano Ronaldo e Messi, tendo como gancho o primeiro fim de semana após a entrega da Bola de Ouro da Fifa. Afinal, mal havia recebido o seu terceiro prêmio, o português em seu discurso já mirava a igualdade com os quatro prêmios do argentino. Na sexta-feira, a expectativa era por conta da regularização de Bala. Sem ela, não haveria matéria do confronto com o amigo Rosembrick.
A pauta local (e a página) seria derrubada. E com o passar das horas, e a necessidade do fechamento da edição, a indefinição gerou um dilema. Na hipótese da matéria não ser publicada, o que colocar em seu lugar. A solução veio de bate-pronto. A reportagem sobre Cristiano e Messi, escrita no mesmo tamanho e com condições de ocupar o mesmo espaço editorial, seria deslocada. Perto das 21h, sem a CBF se pronunciar, veio a decisão. A matéria a ocupar a página C2 seria a referente aos craques de Real Madrid e Barcelona. Porém, poucos minutos depois, enfim o nome José Carlos da Silva aparecia no site da CBF, com o aval para que ele fizesse sua estreia. Nova mudança na diagramação do Diario. Dessa vez, a “placa” avisa: saem CR7 e Messi e entram Carlinhos Bala e Rosembrick. Para minha alegria. Afinal, se fosse para escolher, jornalisticamente a vez seria deles. Dificilmente haverá outra.
Obs. No domingo, Messi marcou 3 gols, Cristiano Ronaldo fez 2, Bala fez 1 e Rosembrick passou em branco. O Mequinha venceu por 1 a 0.
* João de Andrade é repórter do Diario de Pernambuco
Silvio Tasso Lasalvia, Humberto de Azevedo Viana e José Roque Paes. Esses nomes podem até passar despercebidos entre a maioria dos torcedores pernambucanos, mas os seus apelidos não. Bita, Tará e Traçaia são os maiores artilheiros de Náutico, Santa e Sport, com 223, 207 e 202 gols, respectivamente.
São os únicos com duas centenas de bolas nas redes. Além de seus ilustres goleadores, o trio da capital conta com outros artilheiros tarimbados na história. O pesquisador Carlos Celso Cordeiro enumerou os cinco principais goleadores de cada clube. Como curiosidade, somando o quinteto de cada time, são 886 gols alvirrubros, 795 gols tricolores e 712 gols rubro-negros.
O nome mais recente da lista é o de Kuki, que atuou de 2001 a 2009 no Náutico, sendo três vezes artilheiro do Estadual. O baixinho soma 179 gols, mas poderiam ser 184, pois anotou cinco tentos na Copa Pernambuco, jogando no time “B” do Timbu. No critério de Carlos Celso, entrararam todos os gols em amistosos e jogos oficiais, mas somente no time principal de cada clube.
No Tricolor, há a curiosidade de quatro dos cinco principais artilheiros os jogando nadécada de 1970, a mais vitoriosa do clube. Já no Leão, Leonardo passou dos cem gols e se tornou o maior campeão do clube, com nove taças.
A camisa do Decisão é pesada, com “investidores” de primeira linha. Como fornecedora, a Adidas, empresa alemã líder no mercado de material esportivo. Como patrocinador, a Chevrolet, uma das principais montadoras de carros.
Essa composição também será, somente, a do milionário Manchester United na temporada 2015/2016, após a troca da Nike pela Adidas. Mas por enquanto, acredite, é o padrão de um clube que mal joga a segunda divisão pernambucana.
Ainda havia outra curiosidade pairando sobre a camisa do modesto clube, que abriu a temporada num amistoso contra o Náutico, nos Aflitos. Em vez de um “D” no escudo, um “R”. E aí estava a explicação para “patrocinadores” tão incomuns. As camisas alviazulinas foram enviadas pelo Rush Soccer, um time da Flórida, através de uma parceria de intercâmbio.
Só que o clube norte-americano mandou o seu padrão, literalmente. Com escudo, fornecedora e patrocinador. Ao Decisão não coube um dólar sequer. Não por acaso, o presidente Epitácio de Andrade deverá cobrir a marca da Chevrolet.
De fato, a vida da Sociedade Esportiva Decisão Futebol Clube nunca foi fácil. Fundado em 1996 com o objetivo de revelar atletas, o time sediado em Camaragibe já teve que atuar em outros municípios e nunca conseguiu sair da segundona local, cuja última participação foi em 2010. Hoje, fica no Sub 15 e Sub 17.
Seu melhor momento nos gramados locais foi o vice da Copa Pernambuco de 2001. Sem Adidas, sem Chevrolet…
O desempenho no amistoso era o de menos, ao menos hoje. Um adversário de baixo nível técnico, poucos reforços atuando, partida em dois tempos de 30 minutos e até parada técnica. O esforço seria o mínimo necessário.
No Náutico, valia mesmo o evento promovido para apresentar o elenco em 2015, sentindo a receptividade da torcida alvirrubra, combalida há duas temporadas. O uso do estádio dos Aflitos foi o primeiro ponto a favor. Por não jogar mais nele, qualquer jogo torna-se uma atração para os torcedores mais saudosos. Por sinal, novos sócios foram conquistados do público presente. Mais receita a médio prazo.
A direção ainda aproveitou a tarde livre na agenda da pré-temporada para apresentar a principal contratação (o zagueiro Leandro Euzébio) e anunciar um novo reforço (o atacante Ronny). Nesse meio tempo, uma banda, devidamente trajada, comandou o sábado. O público ocupou as sociais e as cadeiras, correspondendo ao projeto.
Marketing simples e eficiente. E o jogo contra o Decisão? Sem ritmo, com várias mudanças, terminou num empate sem gols. Sem cobrança por bom futebol, por enquanto.