O amistoso entre Santa Cruz e Flamengo foi anunciado em 10 de janeiro. Nove dias depois, o clube coral enfim confirmou a disputa do Troféu Chico Science na partida agendada para o Arruda, no dia 24. A campanha oficial de divulgação logo passou a utilizar a imagem do cantor, famoso torcedor coral.
Para a segunda edição da copa amistosa, criada pelo Tricolor, o regulamento foi modificado, dando ao visitante a vantagem do empate, relembrando uma antiga gentiliza em torneios do tipo. O motivo real é o horário da partida, pois um possível desempate aconteceria por volta das 13h. Sem dúvida, desgastante. Na estreia, num jogo à noite, a igualdade levaria a decisão para os pênaltis Dito e feito, com o Zalgiris Vilnius, da Lituânia, vencendo por 11 x 10.
Conforme antecipado, um novo troféu foi confeccionado, com mais cuidado. O clube contratou o artista plásticos Evêncio Vasconcelos para produzir a peça, em vez de “terceirizar”, com no modesto troféu ofertado por um patrocinador no ano passado. Na verdade, foram encomendadas duas taças. Uma dourada (ao campeão) e outra prateada (ao vice), ambas em homenagem ao ícone do manguebeat, falecido em 1997 e que completaria 50 anos em 2016.
Você concorda com a vantagem ao visitante no Troféu Chico Science?
Criada em 1994, num curto torneio realizado em Maceió, a Copa do Nordeste foi inserida de vez no calendário da CBF três anos depois. Com a evolução do regional, surgiu o óbvio interesse da televisão, que comprou os direitos de transmissão de toda a competição pela primeira vez em 2000. Na ocasião, a Rede Globo pagou R$ 2 milhões, num rateio entre 16 clubes. A virada na história do Nordestão aconteceu em 2001, com a Associação de Clubes de Futebol do Nordeste (ACFN), atualmente conhecida como Liga do Nordeste.
A organização negociou diretamente os contratos e conseguiu, com a devida chancela, uma tabela maior, passando de 62 para 123 jogos. Com a consultoria de marketing da TopSports, o acordo de tevê passou a englobar os canais por assinatura, via DirecTV, subindo para R$ 8 milhões, com mais R$ 3 milhões de patrocinadores. O “produto” tornara-se alvo de concorrência. Tanto que foram quatro patrocínios fechados em 2002, com um faturamento de R$ 15 milhões. Como se sabe, a CBF, contrariando os clubes, retirou o regional do calendário em 2003, na implantação dos pontos corridos na Série A.
Iniciou-se, então, uma longa briga na justiça, com a liga exigindo R$ 25 milhões de indenização. No período, ocorreram duas edições esvaziadas, lideradas (e vencidas) pelo Vitória, com cotas bem modestas. A “volta” em 2013, após o acordo entre a liga e a confederação, com a garantia de dez torneios, com os direitos do Esporte Interativo, marcou um novo crescimento econômico. Em 2015, a maior cota e o recorde de movimentação financeira, chegando a R$ 29 milhões. Em 2016 foi firmada uma parceria com a Caixa, que dividirá um aporte de R$ 16,5 milhões entre Nordestão, Copa Verde e Brasileiro Feminino. O presidente da liga, Alexi Portela, projeta a maturidade em 2018, com um faturamento de R$ 50 milhões e média próxima a 20 mil espectadores…
Cotas de TV (de todo o torneio) 2000 – R$ 2 milhões 2001 – R$ 8 milhões* 2002 – R$ 8,75 milhões 2003 – R$ 1,5 milhão** 2010 – R$ 3,75 milhões*** 2013 – R$ 5,6 milhões 2014 – R$ 10 milhões 2015 – R$ 11,14 milhões 2016 – R$ 14,82 milhões * Primeira edição da liga, com os sete maiores clubes
** Bahia, Sport, Santa Cruz, Náutico e Fortaleza não quiseram participar *** Sport não quis participar
Cotas de TV por clube* 2000 – R$ 125 mil (16 clubes) 2001 – R$ 500 mil (16 clubes) 2002 – R$ 546 mil (16 clubes) 2003 – R$ 125 mil (12 clubes) 2010 – R$ 250 mil (15 clubes) 2013 – R$ 350 mil (16 clubes) 2014 – R$ 625 mil (16 clubes) 2015 – R$ 557 mil (20 clubes)
2016 – R$ 741 mil (20 clubes)
* Valor médio, somando todos os valores pagos a cada fase
Faturamento do torneio* 2001 – R$ 11 milhões 2002 – R$ 15 milhões 2013 – R$ 20 milhões 2014 – R$ 23 milhões 2015 – R$ 29 milhões * Cotas de TV, patrocinadores e despesas pagas pela CBF (arbitragem, viagens e hospedagens)
Confira as premiações da Lampions League de 2016 clicando aqui.
Além das cotas, o campeão ainda teve direito a vagas na Copa Conmebol (1997-1999), Copa dos Campeões (2000-2002) e Sul-Americana (2014-2016).
A Caixa Econômica Federal confirmou, através do Diário Oficial da União, os dez primeiros clubes patrocinados em 2016. Entre os times de contrato assinado, tendo como novidade Cruzeiro e Galo, segundo a curta nota na página 78 da edição desta terça, seguem presentes três nordestinos. Sport e Vitória, com R$ 6 milhões cada, e o CRB, o único da Série B até o momento, com R$ 1 milhão. O trio, representando parte do mercado de Recife, Salvador e Maceió, expõe a marca como “master” no uniforme desde 2014 – a empresa pública havia despontado como a maior investidora do futebol brasileiro dois anos antes.
Apesar da renovação, a estagnação. O patamar financeiro dos dois rubro-negros, o mesmo da dupla Atletiba, por exemplo, está congelado desde o início da parceria. Em relação aos dez contratos divulgados, a nota publicado no DOU justifica o fato de não haver necessidade para fazer uma licitação no processo devido ao artigo 25 da Lei 8.666. Neste formato de patrocínio, além do óbvio acordo com o banco, o clube precisa ter em mãos as certidões negativas de débito, uma exigência no processo com a Caixa – os documentos de órgãos públicos declaram que não existem pendências.
Nordestinos em negociação: Bahia, Santa Cruz, Náutico, Ceará e Fortaleza.
Clubes patrocinados pela Caixa em 2016* Flamengo R$ 25 milhões Cruzeiro – R$ 12,5 milhões Atlético-MG – R$ 12,5 milhões Sport – R$ 6 milhões Vitória – R$ 6 milhões Atlético-PR – R$ 6 milhões Coritiba – R$ 6 milhões Chapecoense – R$ 4 milhões Figueirense – R$ 4 milhões CRB – R$ 1 milhão
Nordestinos na Caixa (valores por temporada) 2016* Série A – Sport e Vitória (ambos R$ 6 milhões) Série B – CRB (R$ 1 mi) * Até o momento.
2015 Série A – Sport (R$ 6 mi) Série B – Vitória (R$ 6 mi), ABC (R$ 2 mi) e CRB (R$ 1 mi)
2014 Série A – Sport e Vitória (ambos R$ 6 mil) Série B – ABC e América-RN (ambos R$ 2 mi) Série C – CRB e ASA (ambos R$ 500 mil)
Confira a projeção de patrocínio da Caixa para outros clubes na temporada aqui.