Algoz do Sport na semifinal estadual de 2015, o Salgueiro impôs um novo revés ao rubro-negro. Na estreia do hexagonal de 2016, num domingo de sol, o vice-campeão pernambucano venceu por 1 x 0, fazendo prevalecer a sua força em casa. Neste século, foi a terceira derrota leonina numa estreia, todas no Sertão. Se o entrosado time treinado por Sérgio China já era apontado como o favorito à quarta vaga no mata-mata, o resultado o coloca mais um passo à frente.
O resultado foi construído no primeiro tempo, sem incômodo algum da equipe de Falcão, que só não teve o meia Lenis, ainda sem regularização. O placar foi aberto logo aos onze minutos, num erro na saída de bola, com a jogada pela direita, com o veterano Tamandaré mandando para Cássio, desmarcado. A partir daí, o Sport abusou da ligação direta, sobretudo com Durval.
A carência na criação de jogadas do Leão foi gritante. Everton Felipe não foi eficaz na função, tampouco o seu substituto, Fábio, outro oriundo da base. A lacuna deixada por Diego Souza é, hoje, considerável. Na etapa final, a maior chance dos recifenses foi numa cabeçada de Túlio de Melo, após boa arrancada de Mark González pela esquerda. O goleiro Luciano, com onze anos de casa, fez uma defesaça, garantindo mais um bom início de trabalho do Salgueiro.
Pela 11ª temporada consecutiva o Real Madrid foi apontado como o clube de futebol de maior faturamento no mundo, somando a bilheteria das partidas no Santiago Bernabéu, os direitos de transmissão (televisão, internet etc) e o comércio de produtos oficiais. Os merengues tiveram uma receita de 577 milhões de euros em 2014/2015, num crescimento de 109% em relação a 2004/2005, quando registrou 275,7 milhões, assumindo a liderança do levantamento feito há 19 anos pela consultoria Deloitte, cujo no estudo foi lançado recentemente. Já o maior rival, o Barcelona, subiu duas posições e chegou à vice-liderança do ranking, deixando claro o significado de “espanholização”, agora em escala global. Completando o pódio, o Manchester United, outrora líder. O maior campeão inglês foi o ponteiro de 1996/1997, no primeiro ano do relatório “Football Money League”, até 2003/2004.
O crescimento dos times mais poderosos vem na curva ascendente sobre a participação do “comércio e marketing”, contemplando patrocínios, produtos licenciados e merchandising. Já é a maior fonte dos cinco primeiros colocados, com expansão internacional das vendas, até no Brasil. Enquanto isso, aqui, a venda de direitos de transmissão na tevê ainda é a maior receita, com alguns clubes tentando alavancar a participação de sócios-torcedores no bolo. Vale ressaltar que essa visão se aplica a uma parcela mínima do futebol brasileiro, presente na elite, pois a maioria (dos 684 clubes profissionais, segundo o Bom Senso FC) ainda vive de renda de jogos, e olhe lá.
Apesar do domínio dos gigantes espanhóis, o destaque também vai para a força da Premier League, com 17 clubes entre os 30 mais ricos do mundo – nenhum time sul-americano, sem surpresa. A divisão mais equânime da receita de televisão na terra da rainha tem um papel fundamental, com a verba chegando a 2 bilhões de euros. Surpresa na atual temporada, o Leicester City está longe de ser um pobre coitado, sendo o 24º mais rico do mundo – na Inglaterra, contudo, é o 12º. A análise geral, com os balanços oficiais, só não levou em conta a receita oriunda da transferência de jogadores e impostos. Convertendo as receitas para a moeda brasileira, doze clubes já ultrapassaram a barreira de R$ 1 bilhão de faturamento anual. Concorrência cada vez mais pesada.
Confira a íntegra do relatório, em inglês, clicando aqui.
1º) Real Madrid (Espanha)
Renda dos jogos: 22% (129,8 milhões de euros)
Comércio/marketing: 43% (247,3)
Direitos de transmissão: 35% (199,9)
2º) Barcelona (Espanha)
Renda dos jogos: 21% (116,9)
Comércio/marketing: 43% (244,1)
Direitos de transmissão: 36% (199,8)
3º) Manchester United (Inglaterra)
Renda dos jogos: 22% (114,0)
Comércio/marketing: 51% (263,9)
Direitos de transmissão: 27% (141,6)
4º) Paris Saint-Germain (França)
Renda dos jogos: 16% (78,0)
Comércio/marketing: 62% (297,0)
Direitos de transmissão: 22% (105,8)
5º) Bayern de Munique (Alemanha)
Renda dos jogos: 19% (89,8)
Comércio/marketing: 59% (278,1)
Direitos de transmissão: 22% (106,1)
Na temporada 2014/2015, o Borussia Dortmund finalmente ultrapassou a expressiva marca de 80 mil torcedores por jogo, com uma taxa de ocupação de 98%! Mais. O clube alemão liderou a média de público no mundo do futebol pela quarta vez seguida, segundo o levantamento da consultoria Deloitte. A última vez que não ficou à frente, considerando o mando de campo nas ligas nacionais, foi em 2010/2011, por pouco (Barcelona 79.186 x 78.416).
Em casa, a muralha amarela no Signal Iduna Park é mesmo um show à parte. E o clube procura valorizar isso, ajustando o palco ano a ano para ganhar mais lugares – foram sete pequenas ampliações na última década. A capacidade atual, para a Bundesliga, é de 81.359 espectadores, incluindo torcedores em pé, caindo para 65.829 na Champions League, que exige assentos em todos os setores. Apesar da torcida robusta, via season ticket, a bilheteria representa apenas 19% do faturamento do Borussia, o 11º clube mais rico.
O relatório da Deloitte enumerou os 20 clubes mais ricos do futebol, dos quais seis tiveram uma assistência superior a 60 mil torcedores. O Arsenal, que costuma fazer parte deste patamar, acabou um pouco abaixo, talvez como consequência dos ingressos cobrados pelo clubes, os mais caros da Europa.
Confira as médias dos times mais abonados e compare com os anos anteriores. Como curiosidade, os índices do Trio de Ferro do Recife no período
2014/2015 (os 20 mais ricos) 80.423 – Borussia Dortmund (Alemanha, 17 jogos) 77.632 – Barcelona (Espanha, 19 jogos) 75.335 – Manchester United (Inglaterra, 19 jogos) 72.969 – Real Madrid (Espanha, 19 jogos) 72.882 – Bayern de Munique (Alemanha, 17 jogos) 61.577 – Schalke 04 (Alemanha, 17 jogos) 59.992 – Arsenal (Inglaterra, 19 jogos) 50.500 – Newcastle (Inglaterra, 19 jogos) 45.789 – Paris Saint-Germain (França, 19 jogos) 45.345 – Manchester City (Inglaterra, 19 jogos) 44.675 – Liverpool (Inglaterra, 19 jogos) 42.110 – Atlético de Madri (Espanha, 19 jogos) 41.546 – Chelsea (Inglaterra, 19 jogos) 40.148 – Roma (Itália, 19 jogos) 38.406 – Everton (Inglaterra, 19 jogos) 38.158 – Internazionale (Itália, 19 jogos) 36.638 – Milan (Itália, 19 jogos) 36.292 – Juventus (Itália, 19 jogos) 35.769 – Tottenham (Inglaterra, 19 jogos) 34.682 – West Ham (Inglaterra, 19 jogos)
2013/2014 (+60.000 entre os 20 mais ricos) 79.856 – Borussia Dortmund (Alemanha, 17 jogos) 75.203 – Manchester United (Inglaterra, 19 jogos) 71.988 – Barcelona (Espanha, 19 jogos) 71.131 – Bayern de Munique (Alemanha, 17 jogos) 70.739 – Real Madrid (Espanha, 19 jogos) 61.269 – Schake 04 (Alemanha, 17 jogos) 60.014 – Arsenal (Inglaterra, 19 jogos)
2012/2013 (+60.000 entre os 20 mais ricos) 79.893 – Borussia Dortmund (Alemanha, 17 jogos) 75.530 – Manchester United (Inglaterra, 19 jogos) 71.235 – Barcelona (Espanha, 19 jogos) 71.000 – Bayern de Munique (Alemanha, 17 jogos) 65.268 – Real Madrid (Espanha, 19 jogos) 61.000 – Schalke 04 (Alemanha, 17 jogos) 60.000 – Arsenal (Inglaterra, 19 jogos)
As médias dos clubes pernambucanos no Campeonato Brasileiro:
2015 17.132 – Sport (Série A, 18 jogos*) 14.733 – Santa Cruz (Série B, 19 jogos) 6.851 – Náutico (Série B, 19 jogos) * Ainda houve um jogo de portões fechados
2014 18.324 – Sport (Série A, 19 jogos) 13.140 – Santa Cruz (Série B, 19 jogos) 6.582 – Náutico (Série B, 19 jogos)
2013 28.150 – Santa Cruz (Série C, 13 jogos) 17.472 – Sport (Série B, 19 jogos) 11.301 – Náutico (Série A, 19 jogos)