Invicto, o Campinense estabeleceu a segunda melhor campanha na fase de grupos da Copa do Nordeste. Com cinco vitórias e um empate, só foi superado pelo Bahia, 100%. Uma estatística de respeito, ainda mais para um clube com um título no torneio, em 2013. Ainda assim, a Raposa parece conviver com a desconfiança dos torcedores dos maiores clubes da região, espalhados nas capitais. Pois lá em Campina Grande a história vem escrita de novo. No Sertão, fez 2 x 0 no Salgueiro, se impondo do começo ao fim da noite.
Enquanto os grandes recifenses vêm passando maus bocados no Cornélio de Barros, o time paraibano passeou, marcando dois gols com Jussimar e administrando o jogo no segundo tempo, bem postado em campo. Justificou o favoritismo, pois já havia vencido o adversário pernambucano lá e lô no grupo A. Encerrando os jogos de ida das quartas de final da Lampions, o Campinense obteve a maior vantagem até aqui, ficando com um pé na semifinal.
A segunda parte do confronto será no domingo, no Amigão, onde a Raposa não perde há um ano! Com um histórico recente de classificações em mata-matas, no Estadual e na Copa do Brasil, o Salgueiro terá a sua maior missão. Mas o esforço do time treinado por Sérgio China ainda é válido, pois, além da melhor campanha no torneio, fisgaria mais R$ 450 mil de cota. Somada aos R$ 935 mil já garantidos, a receita seria fundamental na Série C no segundo semestre.
Atualização: apesar do prazo dado pelo próprio secretário, Felipe Carreras adiou a mudança, pois ainda aguarda o distrato formal para assumir a arena…
O dia 31 de março de 2016 marca o encerramento da operação da Arena Pernambuco Negócios e Investimentos S.A., o consórcio responsável pelo empreendimento em São Lourenço. O rompimento da parceria público-privada, cujo contrato duraria 30 anos, acontece por parte do governo do estado, devido ao resultado financeiro do estádio, operando no vermelho desde o início. Além da mobilidade, o déficit é uma consequência direta do contrato mal formulado pelo Palácio do Campo das Princesas, com ampla vantagem à iniciativa privada.
Desde a inauguração, no amistoso entre Náutico e Sporting, em junho de 2013, até hoje, foram 34 meses de administração, com 108 jogos envolvendo clubes em competições oficiais. Mesmo com o consórcio iniciando a venda de ingressos para Náutico x Central, em 2 de abril, o estado estimou o fim da parceria. Portanto, a taxa de ocupação neste contexto foi de apenas 24%, com menos de 12 mil pessoas. Ou seja, nem 1/4 do estádio, com 46.214 lugares.
O blog levantou os dados de público e renda nos jogos regulares. O quadro desconsiderou amistosos e as partidas entre seleções (nove, com Copa das Confederações, Copa do Mundo e Eliminatórias), com regras de faturamento bem distintas, para a Fifa e a CBF. Em 1.019 dias, até o Clássico dos Clássicos em 6 de março, a média foi de um jogo a cada 9 dias. Muito pouco para um estádio pensado para ao menos dois jogos por semana, com o Trio de Ferro.
Na conta, entrou até o clássico carioca entre Botafogo e Fluminense, pela Série A de 2013, quando o alvinegro bancou o aluguel, de R$ 270 mil, para ficar com todo o borderô, mas amargou um prejuízo de R$ 41 mil – foi a única experiência “forasteira”. A partir de 1º de abril, a administração passará para a Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer, por pelo menos 60 dias. No período, o estado pretende lançar uma nova licitação para a arena. Fica a expectativa sobre o novo tipo de contrato que será proposto, pois o prejuízo já foi milionário…
2015 (janeiro-dezembro)
Jogos: 41 (29 do Náutico, 10 do Sport e 2 do Santa)
Público: 437.893 pessoas (média: 10.680)
Ocupação: 23,1%
Renda: R$ 11.017.089 (média: R$ 268.709)
Tíquete: R$ 25,16
2014 (janeiro-dezembro)
Jogos: 43 (30 do Náutico, 7 do Sport e 6 do Santa)
Público: 529.146 pessoas (média: 12.305)
Ocupação: 26,6%
Renda: R$ 14.467.554 (média: R$ 336.454)
Tíquete: R$ 27,34
2013 (junho-dezembro)
Jogos: 21 (18 do Náutico, 2 do Sport e 1 do Botafogo)
Público: 247.604 pessoas (média: 11.790)
Ocupação: 25,5%
Renda: R$ 6.360.142 (média: R$ 302.863)
Tíquete: R$ 25,68
Total: 34 meses, de 22/05/2013 a 06/03/2016
Jogos: 108 (80 do Náutico, 19 do Sport, 8 do Santa e 1 do Botafogo)
Público: 1.233.873 (média: 11.424)
Ocupação: 24,7%
Renda: R$ 32.327.630 (média: R$ 299.329)
Tíquete: R$ 26,20
Náutico – 80 jogos
Público: 626.596 pessoas (média: 7.832)
Ocupação: 16,9%
Renda: R$ 15.612.141 (média: R$ 195.151)
Tíquete: R$ 24,91
Sport – 19 jogos
Público: 452.597 pessoas (média: 23.820)
Ocupação: 51,5%
Renda: R$ 12.859.835 (média: R$ 676.833)
Tíquete: R$ 28,41
Santa Cruz – 8 jogos
Público: 145.011 pessoas (média: 18.126)
Ocupação: 39,2%
Renda: R$ 3.487.104 (média: R$ 435.888)
Tíquete: R$ 24,04
Botafogo – 1 jogo
Público: 9.669 pessoas
Ocupação: 20,9%
Renda: R$ 368.550
Tíquete: R$ 38,11
O placar a favor dos mandantes foi o mesmo, mas com sentimentos bem distintos para os pernambucanos. No Arruda, nos descontos, o Santa virou sobre o Ceará e conquistou a vantagem para a volta das quartas do Nordestão, domingo, no Castelão. No 45 minutos, analisamos a postura tricolor, ainda sob comando interino – qual será a importância de Milton Mendes em Fortaleza? Na sequência, outro 2 x 1, com o CRB superando o Sport no Rei Pelé. Nem a estreia de DS87 foi suficiente, pois o time caiu bastante no segundo tempo. Quais os caminhos para reverter o quadro na Ilha, no sábado? Debate longo.
Neste podcast, com 1h13, estive ao lado de Celso Ishigami, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!