O Sport caminhava para uma vitória simples, que lhe daria a vantagem do empate no Sertão. O resultou durou até os 55 do segundo tempo, com o Sagueiro empatando numa cobrança de pênalti, deixando a briga pelo título pernambucano de 2017 totalmente aberta – o desfecho só acontecerá em 18 de junho. Confira a análise do 45 minutos sobre o jogo de ida da final, estendendo o debate ao pioneiro auxílio do árbitro de vídeo, efetivo (e polêmico) na Ilha. Estou nessa com Celso Ishigami e Fred Figueiroa. Ouça!
O dia 7 de maio marcou o encerramento dos campeonatos estaduais, país afora, seguindo o calendário oficial da CBF. Alguns terminaram até antes, enquanto outros precisaram extrapolar o prazo. No Nordeste, seis dos nove estados conheceram os seus campeões de 2017. As exceções foram Maranhão, com um imbróglio jurídico, Pernambuco, com a decisão adiada para 18/06 por falta de datas, e Piauí, ainda em andamento no returno. Abaixo, a turma que já levantou a taça, mirando agora o Brasileirão.
Entre os pitacos do blog sobre os campeões de 18 finais, apenas oito acertos: Vitória, Ceará, Brasiliense, Paysandu, Botafogo, Flamengo, ABC e Chapecoense. Ainda falta uma na lista, justamente a do Cornélio de Barros.
ABC (54º título no RN) – 18 jogos; 13 vitórias, 3 empates e 2 derrotas O alvinegro de Natal foi o primeiro a comemorar no país, em pleno feriado de 1º de maio. Empate sem gols no Frasqueirão, segurando a vantagem obtida na ida contra o Globo, quando fez 1 x 0. O troféu do recordista de títulos estaduais foi erguido pelo capitão Oswaldo, o zagueiro emprestado pelo Sport.
Botafogo (28º título na PB) – 22 jogos; 16 vitórias, 2 empates e 4 derrotas O Belo esteve nas últimas cinco finais paraibanas. Após o bi em 13/14, foi vice em 15/16, voltando a erguer a taça diante do Treze. Fez o resultado em Campina Grande (2 x 3), empatando na capital, em um Almeidão lotado.
Ceará (44º título no CE) – 16 jogos; 12 vitórias, 3 empates e 1 derrota Em 2016, não chegou nem à semifinal, custando a vaga no Nordestão. Desta vez, o foco foi total. Na decisão, o Vozão venceu o Ferroviário duas vezes, evitando a partida extra. Destaques para o campeoníssimo técnico Givanildo Oliveira e para o atacante Magno Alves, rendendo aos 41 anos.
Confiança (21º título no SE) – 21 jogos; 13 vitórias, 5 empates e 3 derrotas O time proletário tropeçou no Batistão, mas foi buscar a taça no interior, lá em Itabaiana. Venceu com um gol de Thiago Silvy aos 27 minutos do segundo tempo. Foi o 3º título em 4 anos. Valeu também a volta à Lampions.
CRB (30º título em AL) – 19 jogos; 12 vitórias, 6 empates e 1 derrota O Galo da Pajuçara sagrou-se tricampeão ao vencer o CSA nos dois jogos da decisão no Rei Pelé, com o falastrão Neto Baiano comandando a festa. Após boa Série B na última temporada, o clube manteve o domínio local.
Vitória (29º título na BA) – 14 jogos; 11 vitórias e 3 empates Sob comando interino de Wesley Carvalho na decisão, o leão da barra foi campeão invicto pela 4ª vez, sendo o 12º título estadual numa final contra o Bahia. Como foi a primeira decisão baiana com torcida única, por questão de segurança, todos os 30 mil espectadores comemoraram no fim.
A verdadeira estreia do árbitro de vídeo na Ilha do Retiro aconteceu no último lance, já aos 49 minutos. O Salgueiro perdia a partida, apesar da melhora no segundo tempo. Já havia até acertado o travessão. Foi quando Toty se desvencilhou da marcação, entrou na área pela esquerda e foi derrubado por Raul Prata. Inicialmente, o árbitro José Woshington assinalou pênalti. Porém, recebeu o aviso da cabine de recepção de imagens, onde uma equipe analisava os lances polêmicos, incluindo o árbitro Péricles Bassols. Dono da palavra final, Woshington acabou indo à beira do campo, para observar uma tevê exclusiva da arbitragem, com imagens distintas da transmissão da Globo. Olhou, olhou de novo, com a dúvida durando cinco minutos, mas o juiz confirmou a decisão. Na visão do blog, corretamente.
Na cobrança, Jean mandou no canto direito de Magrão. O goleiro até acertou o canto, mas não alcançou a bola, com o empate em 1 x 1 decretado no jogo de ida da decisão do Campeonato Pernambucano. Assim, o título de 2017 fica totalmente aberto para a volta, daqui a 42 dias, no Cornélio de Barros.
Diante de 22 mil torcedores, o Sport atuou desfalcado de Diego Souza e Ronaldo Alves, substituídos no Arruda. Mesmo assim, tomou a iniciativa e controlou o primeiro tempo, jogando à frente, com 64% de posse. Porém, encontrou um rival completamente retraído, com cinco jogadores na primeira linha. A proposta defensiva do time de Evandro Guimarães era clara, dificultando troca de passes e infiltrações dos rubro-negros, que só abriram o placar através da bola aérea. Aos 26, após cruzamento de Mena, Mondragon defendeu uma cabeçada de Rithely. Mas não teve o que fazer no rebote de André. Quase sem ângulo, o atacante finalizou com força.
Na volta do intervalo, o time sertanejo mudou. Adiantou a marcação e buscou mais o ataque. Enquanto o mandante fez duas mudanças no começo, com as entradas de Lenis (disperso) e Raul Prata (que cometeria a penalidade), e ainda manteve Rithely improdutivo como meia, o Carcará passou a forçar as jogadas na entrada da área, conseguindo várias faltas. Numa delas, Luiz Eduardo perdeu grande chance de cabeça. Willian Lira ainda mandaria no poste, mostrando o que o Salgueiro deveria ter ser comportado melhor desde o início. No finzinho, o gol que aproximou o interior de uma conquista inédita. Quanto ao Sport, que até lá estará envolvido em cinco competições, resta saber se conseguirá, mais uma vez, suportar a pressão…