Encerrando o primeiro turno das Séries A e B do Brasileiro 2017, os times pernambucanos foram a campo na sexta-feira e no sábado. Primeiro, com o alvirrubro, que venceu a primeira como mandante nesta segundona. No dia seguinte, duas derrotas, com o tricolor se aproximando perigosamente do Z4 e o leão sem forças do diante do superlíder da elite. O 45 minutos comentou os três jogos em gravações exclusivas, nas questões técnica e tática, além de análises individuais. Ao todo, 111 minutos de podcast. Ouça!
Pela primeira vez na era dos pontos corridos, um time terminou invicto o primeiro turno do Brasileirão. Com 19 jogos, igualou o próprio recorde de invencibilidade neste recorte. Méritos para o Corinthians, de uma organização impressionante e cirúrgico com a bola nos pés, que em sua arena, tomada por 41.522 torcedores, fez mais uma vítima nesta arrancada para o hepta. O time paulista venceu o Sport por 3 x 1, chegando a 47 pontos, também a maior marca já atingida desde que a competição passou a ter vinte clubes, em 2006.
Luxemburgo sabia que não podia errar contra o Corinthians, onde já foi campeão. E o empate estava longe de ser mau negócio. Tanto que o time pernambucano começou totalmente atrás da linha da bola (abaixo). Tentaria acalmar a pressão inicial do mandante, para depois se articular melhor à frente. A ideia precisou ser antecipada, pois aos 8 minutos, num erro coletivo de posicionamento, após um cruzamento de Fágner, a bola sobrou para o outro lateral do líder, Arana, que bateu no cantinho de Magrão. A partir dali, o Corinthians fez que sabe muito bem e que todos os outros participantes do campeonato tiveram que aturar, com a posse de bola sem produtividade, pois defensivamente o time paulista deixa pouco espaço e erra bem abaixo da média. Tanto que dos 18 jogos anteriores havia terminado 13 sem ser vazado.
Mesmo com Diego Souza puxando as jogadas, o Sport teve dificuldades, até mesmo pela falta de mobilidade da equipe, com Everton Felipe e Osvaldo pouco participativos nas pontas. E olhe que o Timão terminou o primeiro tempo sem cometer uma falta sequer! Na volta do intervalo, qualquer lampejo de reação foi logo frustrado. Com apenas 19 segundos, o Corinthians já havia roubado a bola em seu campo, trocado três passes e finalizado através de Rodriguinho, no ângulo de Magrão. Golaço. Com o resultado quase consumado – e não era fora da curva – , Luxa passou a mexer no time, reforçando o meio-campo. Sacou os dois pontas, corretamente.
Mesmo com a posse próxima de 60%, o leão não conseguia se aproximar à vera da meta de Cássio. Pior, numa cobrança de escanteio, outro gol, com Pedro Henrique. Na reta final, com Juninho até melhorando o time à frente, André ainda ficou frente a frente com Cássio em duas oportunidades, parando as duas no goleiro corintiano. Havia luta, apesar da derrota consumada. No fim, o volante Thalysson, que entrara há pouco, bateu da intermediária e marcou um golaço, evitando a “goleada” na Arena Corinthians. E foi só.
Corinthians x Sport em São Paulo, pelo Brasileiro (14 jogos) 7 vitórias do Timão 4 empates 3 vitórias do Leão
Em mais uma apresentação fraca, tecnicamente, o Santa Cruz sofreu a terceira derrota consecutiva na Série B, com oito gols sofridos nesta sequência, que derrubou o time da 8ª posição para a 16ª, colando na zona de rebaixamento. Atuando em Caxias do Sul, numa fria tarde/noite, caindo em 17 graus, o tricolor voltou a apostar em Thiago Primão no meio-campo, tentando municiar o ataque, com Bruno Paulo e André Luís nas pontas e Ricardo Bueno como centroavante – desta vez, pouco participativo. Se na frente a queda de produção é visível, na defesa o técnico Givanildo Oliveira vai mexendo como pode. Desfalcado do goleiro Júlio César e do zagueiro Bruno Silva, suspensos, acionou Jaccson (boa participação) e Jaime (pilhado demais).
Na proteção, uma dupla de volantes de pouco entendimento, com João Ananias discreto e Wellington Cézar mantendo a regularidade, no mau sentido. Após um primeiro tempo em branco, o tricolor manteve a postura retraída, num jogo até equilibrado. Embora tenha passado boa parte do turno no G4, o Juventude vinha em queda, com o 6º lugar na rodada anterior.
Para voltar à zona de classificação, o time gaúcho contou com o centroavante Tiago Marques. Ah, e também com outro Tiago, o Costa. Aos 16, o lateral-esquerdo tricolor cometeu um pênalti tosco, ao levantar a perna, mesmo caído no gramado, derrubando o meia Juninho (ex-Sport). Na cobrança, o camisa 9 do alviverde deslocou o goleiro coral. Dez minutos depois, em rápida jogada individual, Tiago Marques driblou Jaime e ampliou, chegando a 10 gols na Série B, só atrás de Belusso (ex-Náutico), com 11 tentos pelo Londrina.
Com o time pernambucano abatido, Giva tentou mexer, pressionando mais à frente. No abafa, diminuiu aos 35, com Júlio Sheik, que acabara de entrar, pegando um rebote. Até o apito final, aos 49, o tricolor insistiu na bola aérea, com a defesa gaúcha agrupada, sem dar chance para o empate, 2 x 1. A crise técnica instaurada no Arruda cresce paralelamente à crise financeira.
Os 8 jogos sob o comando de Givanildo Oliveira* 07/07 – Santa Cruz 3 x 0 Brasil 11/07 – Luverdense 2 x 2 Santa Cruz 15/07 – Náutico 0 x 0 Santa Cruz 18/07 – Santa Cruz 1 x 0 Vila Nova 21/07 – Santa Cruz 1 x 1 Boa 29/07 – Paraná 4 x 0 Santa Cruz 01/08 – Santa Cruz 1 x 2 Paysandu 05/08 – Juventude 2 x 1 Santa Cruz * 37% de aproveitamento (2V-3E-3D)