Libertadores com final única a partir de 2019. Pelo regulamento atual, existem 60 estádios candidatos na América do Sul

A Taça Libertadores da America. Foto: conmebol.com

A partir de 2019, a Taça Libertadores da América será decidida em apenas uma partida, num estádio previamente definido, emulando o formato em vigor na Liga dos Campeões desde 1956. A decisão da Conmebol retoma discussão acerca da execução, devido à distância (e infraestrutura) entre os dez países membros – todos votam a favor, diga-se. Além disso, jogo em ‘campo neutro’ não é exatamente uma novidade. De 1960 até 1987, o saldo não era critério. Assim, em caso de igualdade era disputado uma extra num país neutro. Nem sempre com bons públicos. Em 1987, o Estádio Nacional de Santiago recebeu 25 mil pessoas (1/3 da capacidade na época) para o duelo entre Peñarol e América de Cali, com título uruguaio no fim da prorrogação. Para tentar ‘compensar’ a perda financeira, já que a técnica é impossível, a confederação dará mais US$ 2 milhões (R$ 6,3 mi) a cada finalista.

Eis a justificativa da mudança, segundo a cartologem:
“A decisão do conselho da Conmebol ocorre após uma análise rigorosa de diversos estudos técnicos produzidos por especialistas, com o objetivo de potencializar os torneios da Conmebol. Entre as variáveis analisadas, se destacam a justiça desportiva, a qualidade da competição, a emoção do espetáculo, a organização e segurança do evento, a percepção dos torcedores, os ingressos aos clubes finalistas, o estado de infraestrutura desportiva do continente, o posicionamento mundial do futebol sul-americano e a comercialização dos direitos audiovisuais da Libertadores”

Entre os motivos alegados, a última linha parece conter o real, deixando de lado uma tradição de quase 60 anos, com os confrontos em ida e volta. Considerando o regulamento vigente (abaixo), a final exige uma capacidade mínima de 40 mil pessoas. Como curiosidade, o blog listou 24 estádios possíveis no Brasil (Arruda e Arena PE presentes) e 36 canchas possíveis nos demais filiados. Ou seja, 60 candidatos dentro deste recorte, desconsiderando a possível grande jogada, a realização da final em outros continentes, em países como Estados Unidos, México, Japão… Política à parte, a Conmebol ainda irá definir os mecanismos técnicos sobre a cidade-sede. A conferir.

O regulamento da Libertadores 2018 sobre a capacidade de público dos estádios. Crédito: Conmebol/reprodução

Saiba mais detalhes sobre a mudança na Taça Libertadores clicando aqui.

Considerando as novas arenas, inauguradas desde 2013, e estádios remodelados ou antigos (com capacidade reduzida por segurança), até 15 estados brasileiros poderiam receber, em tese, a final da competição. Pela ordem: São Paulo (5), Rio de Janeiro (2), Minas Gerais (2), Rio Grande do Sul (2), Pernambuco (2), Paraná (2), Brasília (1), Ceará (1), Bahia (1), Pará (1), Piauí (1), Amazonas (1), Mato Grosso (1), Goiás (1) e Maranhão (1).

Os maiores estádios do Brasil. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Brasil à parte, na América do Sul destaca-se a Argentina, com 13 estádios aptos à finalíssima da Libertadores. Na sequência, Colômbia (5), Venezuela (5), Peru (4), Equador (3), Uruguai (2), Chile (2), Bolívia (1) e Paraguai (1).

Os maiores estádios da América do Sul, à parte do Brasil. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Um jogador de R$ 300 mil ou três de R$ 100 mil? Debatendo a formação do elenco

Guilherme Beltrão, vice-presidente de futebol do Sport em 2018. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Ao assumir a vice-presidência de futebol do Sport, em 22 de fevereiro de 2018, Guilherme Beltrão trouxe uma análise necessária ao departamento do clube – algo que inexplicavelmente a direção anterior (destituída) ignorou, mesmo com o elenco se esvaindo tecnicamente. Porém, a abordagem do post vai para a opinião do dirigente sobre a (re) montagem financeira do elenco.

No twitter, fiz alguns comentários sobre o assunto, que amplio aqui no blog.

Sobre a visão de Guilherme Beltrão, de que é melhor três jogadores de R$ 100 mil do que um de R$ 300 mil, eu discordo. O que vale é o rendimento do jogador, ponto. Um clube do porte do Sport, com orçamento anual acima de R$ 100 milhões, não pode fechar a porta para oportunidades. Um patamar salarial mais elevado pode ser suplantado por campanha paralelas – como foi a da camisa 87, a mais vendida do clube desde 2014. Além da entrega de resultados, naturalmente. Sobre esse comparativo salário/rendimento, o de Wesley foi caríssimo. O meia, que hoje estaria bem acima do teto estipulado, teve um salário revertido em absolutamente nada no campo. Já Diego Souza, cujo vencimento era estimado em R$ 350 mil, marcou 21 gols em 2018, sendo o vice-artilheiro do time no Brasileirão e convocado à Seleção. No elenco atual de 2018, Pedro Castro pode ser considerado caro. Trata-se de um volante de rotação mínima e com histórico técnico bem questionável. Já o lateral-esquerdo Sander, um dos poucos achados da direção anterior, contribui no elenco – embora ainda seja uma peça substituível.

“O Sport vai ter um teto salarial. Não podemos gastar em dois jogadores o que poderíamos gastar em seis. O Sport tem de voltar às suas origens na questão do futebol coletivo”

Ainda que Beltrão não tenha citado nominalmente, falou de Diego Souza e André. Sem eles, o Sport dificilmente teria escapado do rebaixamento em 2017 – no caso de DS, há duas edições já. Portanto, caro foi o colombiano Lenis, com o leão bancando R$ 3,1 milhões numa aposta. Proporcionalmente, foi o Sport comprando Vinícius Júnior como o Real Madrid – que pagou R$ 164 milhões ao Flamengo. Só que o clube espanhol pode fazer isso. O Sport não podia. E a conta chegou, com o rubro-negro endividado dois anos depois. Mais: e se os tais três jogadores de R$ 100 mil não resolverem? Mesmo com esse preço, é algo recorrente na Série A, simplesmente porque não há embasamento para essa tese – nem mesmo a Chape, também há cinco anos na elite, mesmo com receita inferior. É de fato uma ideologia de gasto. Aí, ok. Também discordo, mas, neste ponto, entendo. Já a questão da coletividade é algo imperativo, sobretudo num time desconectado há tempos – e não é o status do atleta que mudará isso. Por fim, a recuperação do investimento. A venda de Diego Souza deixou R$ 10 milhões no clube e a de André deve deixar mais. Os outros deixaram quanto? Zero. Desconsiderar isso não existe.

Concorda? Discorda? Debate aberto, além de quantidade x qualidade…