A 21ª rodada da Série B começou excelente para os pernambucanos, com tropeços dos três primeiros colocados. Na abertura, na terça, o Vitória cedeu o empate no Barradão. Na sexta, perderam América-MG (em casa) e Botafogo (fora). Ajudas improváveis de Oeste, Luverdense e CRB, abirndo caminho para a aproximação de alvirrubros e tricolores. Só um aproveitou.
Com gol no último minuto, o Náutico venceu o Boa Esporte, subindo do 7º para o 6º lugar. Mais importante: em vez de dois pontos abaixo do G4, agora tem a mesma pontuação do 4º (35), atrás no saldo. E está a três pontos do líder! Já em Curitiba, o Santa Cruz perdeu do Paraná, apesar do ótimo começo. Era a chance de ficar a um pontinho da zona de classificação (e a quatro do líder). Além da queda, o coice: perdeu Grafite (expulso) e Aquino (terceiro amarelo) para a próxima rodada, uma terça cheia. A dupla já marcou 13 gols na Série B.
No G4, um baiano, um paraense, um carioca e um mineiro.
A 22ª rodada dos representantes pernambucanos
01/09 (19h00) – Criciúma x Náutico (Heriberto Hülse)
01/09 (20h30) – Santa Cruz x América-MG (Arruda)
O rendimento do Santa Cruz sob o comando de Marcelo Martelotte era de 66% em 13 jogos, uma curva ascendente que aproximou o time da zona de acesso. Mas, como se diz na Fórmula 1, chegar é uma coisa, passar é outra. A dificuldade na hora H é histórica na Série B, cabendo a uma equipe mais rodada entender as dificuldades. Na Vila Capanema, em Curitiba, o Santa Cruz viveu uma tarde de altos e baixos, em todos os setores. Técnica e moralmente.
Os exemplos claros ocorreram aos 6 minutos do primeiro tempo e aos 34 do segundo. No primeiro lance, Marcílio iniciou a jogada e apareceu como elemento surpresa para abrir o placar para os corais. O meia de 19 anos foi lançado como profissional com segundo volante, com personalidade. Infelizmente, a zaga foi desatenta. Ao Paraná, abalado após a virada do lanterna nos descontos, bastava trocar três passes para chegar na cara do gol em plenas condições. Num intervalo de 16 minutos, considerando os dois tempos, marcou três gols.
Numa sobrevida, Lelê até diminuiu, mas, após perder a única chance real de empatar, numa cabeçada, Grafite foi expulso. Logo o mais experiente (e técnico) do time. Foi agredido por Luciano, é verdade, mas revidou. Tomou o vermelho, com o algoz inexplicavelmente poupado pelo árbitro Wagner Reway. Ou seja, não evitou a derrota por 3 x 2 e ainda complicou o Santa para o jogo de terça, no Arruda, num confronto direto contra o América/MG…
A campanha do Náutico na Arena Pernambuco sustenta o sonho em 2015. Invicto como mandante, o Timbu vem arrancando as vitórias de todas as formas. Contra o Boa Esporte, a análise prévia nem indicava tanto esforço assim, mas foi preciso. E houve. Aos 46 minutos do segundo tempo, depois de ter evitado o gol mineiro, o Timbu chegou ao triunfo, com William Magrão cruzando para o zagueiro Rafael Pereira subir mais que a defesa e balançar as redes, 1 x 0.
Em São Lourenço, onde parece haver uma metamorfose, o time comandado por Lisca chegou a nove vitórias e dois empates, com um excelente aproveitamento de 87,8% dos pontos conquistados. Apesar disso, a equipe se mantém fora do G4, naturalmente pelo péssimo rendimento longe do estado, na casa de 20% – vide o 5 x 1 para o Luverdense sábado passado, no Mato Grosso.
Isso explica um pouco a impaciência da torcida até o tento, mesmo com apenas 4.479 presentes. Era “a” chance, após os tropeços adversários diretos, com derrotas de América/MG e Botafogo e empate do Vitória. Mas se existe algo básico no futebol é o alívio que qualquer vitória traz, e independentemente do G4, o time ficou a apenas três pontos do líder…
Está na raiz do Íbis a sua alergia à vitória. A sina de insucessos fez a fama do Pássaro Preto, apontado pelo Guinness Book como o “Pior Time do Mundo” devido ao ainda insuperável jejum de 55 partidas entre 1980 e 1984. Perdeu de todo jeito no Campeonato Pernambucano, tendo como ídolo o mito Mauro Shampoo. Mas, acredite, também saíram alguns resultados positivos, arrancados a pulso. Tanto que o clube chegou a conseguir o acesso na segunda divisão pernambucana, em 1999. Curiosamente, foi naquele ano, no dia 20 de junho, que a modesta equipe chegou a 100 vitórias oficiais em sua história, ao bater o Boa Vista por 2 x 1, quase 61 anos após a sua fundação.
As vitórias são tão escassas nas quase oito décadas de futebol que este número tem lá as suas incertezas. Até pouco tempo, o Ibismania, o perfil que tira onda do próprio clube, vinha contando cada minguado a partir do livro “O voo do Pássaro Preto”, de Israel Leal, lançado em 2008. Porém, a imprecisão de informações sobre a Segundona acabou tirando alguns jogos da contagem.
Daí, acreditava-se que a centésima vitória ainda estava por vir, este ano. A folclórica marca gerou interesse da imprensa nacional e até da CBF, para algum tipo de homenagem às avessas. Entretanto, em contato com a FPF, apareceu a campanha de 1996, indisponível na web. Somando aos dados do pesquisador Carlos Celso Cordeiro, a boa estreia na Série A2 de 2015, um 2 x 1 sobre Barreiros, no acanhado estádio de Carpina, foi a 133ª vitória do Íbis, que até hoje só ganhou 14% de seus jogos. O saldo de gols de -1.718 faz todo sentido.
Íbis na 1ª divisão (43 participações, 1946-2000)
678 jogos
83 vitórias
91 empates
504 derrotas
507 gols marcados
1.995 gols sofridos
-1.488 de saldo
Íbis na 2ª divisão (18 participações, 1977-2015)*
232 jogos
50 vitórias
61 empates
121 derrotas
216 gols marcados
446 gols sofridos
-230 de saldo
Jogos oficiais do Íbis (1ª e 2ª divisões)*
910 jogos
133 vitórias
152 empates
625 derrotas
723 gols marcados
2.441 gols sofridos
-1.718 de saldo * Até a estreia na segunda divisão estadual de 2015.
No histórico do Íbis é necessário fazer algumas ponderações. Além dos três resultados “possíveis”, com vitórias, empates e derrotas, o clube conta com situações incomuns. Ao todo, 17 jogos tiveram outras características: 8 sem placar conhecido, 3 cancelados, 2 W.O. a favor e 4 W.O. contra.
À parte da decisão, ainda não revelada, do Supremo Tribunal Federal, referendando o Sport como o único legítimo campeão ou Sport e Flamengo como campeões brasileiros de 1987, a CBF contrariou a situação atual e estampou em seu novo guia oficial a divisão do título. A informação consta na 12ª página da edição de 2015, relatando todos os campeões nacionais unificados. Vale lembrar que a confederação brasileira de futebol, então presidida por Ricardo Teixeira, dividiu o título em 2 de fevereiro de 2011, num ato administrativo. Posteriormente, o Leão derrubou a decisão na justiça comum, com o Fla recorrendo.
O título de 1987 também aparece nas páginas dos times: Sport e Flamengo.
Na página carioca, a conquista é tratada como “Copa União”. A íntegra do Guia do Campeonato Brasileiro 2015, produzido pela CBF, pode ser conferida aqui.
Se é para evitar confusão ou não, o fato é que a CBF não divulga a lista de campeões brasileiros da primeira divisão em seu site oficial desde 2010.
Ainda em relação aos rubro-negros, a decisão legal sobre a exclusividade ou divisão (na verdade, seriam oficializados dois campeonatos paralelos) está desde 12 de maio de 2015 nas mãos do ministro do STF, Marco Aurélio Mello, com o poder de mudar o caso transitado em julgado desde 2001. Caso vete o recurso carioca, mantém a decisão original. Caso aprove, todos os integrantes da mais alta instância judiciária irão julgar o caso.
A CBF divulgou o seu guia oficial sobre o Brasileirão 2015, com informações das quatro divisões. Mas três primeiras recebem um cuidado maior, com páginas especiais para os 60 times, com duas para cada clube da elite. Assim, quatro pernambucanos aparecem no documento de 208 páginas. Entre as curiosidades do guia, a lista de títulos. No caso alvirrubro, foi desconsiderado o tri da Copa Norte (fase regional da Taça Brasil), mas entrou o Torneio Norte-Nordeste de 1952, disputado no Recife. No caso tricolor, entrou a “Copa Norte-Nordeste” de 1967, o hexagonal com pernambucanos, cearenses e paraense.
Sport (páginas 58 e 59). Confira a segunda página aqui.
O novo uniforme será usada pelo time (Série A ou Copa Sul-Americana), sendo assim o 10º padrão de jogo em 16 meses. Somando às duas retrôs, um total de doze camisas. Além de ser mais uma cor alternativa, o que chamou a atenção foi a pequena frase escrita nas costas, mas impossível de passar à revelia pelos rivais futebolísticos, tanto no estado quanto na região.
“Maior do Nordeste”.
Trata-se de uma alcunha subjetiva, mas suficiente para impulsionar as vendas.
Difícil imaginar o “vazamento na internet” caso o Leão não tivesse eliminado o Bahia na Sula. Polêmica à parte, o modelo chegou às lojas por R$ 219.
Em pouco mais de um ano de contrato junto o Sport, de 20 abril de 2014 a 27 de agosto de 2015, a Adidas chegou à marca de 11 padrões lançados. Um time inteiro! O levantamento contabiliza os uniformes de jogo, utilizados ou não, e as duas retrôs, inclusive a nova peça divulgada pela fabricante, uma camisa em homenagem aos 110 anos do Leão, da linha Originals, por R$ 199.
No geral, foram quatro na Copa do Mundo, homenageando as seleções do Japão, Alemanha, México e Brasil. Destas, o Leão só não jogou com a azul emulando a nossa Seleção. Mais duas camisas rubro-negras, sendo uma tradicional, com listras horizontais, e outra vertical, com o primeiro escudo do clube. Entre as alternativas, a branca, a laranja e a preta. Em relação aos modelos de algodão, com traços antigos, duas camisas a la 1980.
Supondo que alguém tenha comprado todas os modelos, gastou mais de R$ 2.200. Acredite, o marketing ainda prevê mais um padrão alternativo em 2015, com as cores inspiradas na ligação entre Holanda e Recife.
Confira todas as onze camisas na parceria Sport/Adidas clicando aqui.
E olhe que ainda foram criados uniformes básicos para a linhas oficial, como produtos de treino e para goleiro. Haja mercado consumidor…
Tudo começou com um buffet em 17 de dezembro de 1936. Fazendo valer o apelido de “boêmio”, o elenco do Atlanta fez uma despedida na calle Humboldt, em Villa Crespo. No dia seguinte, a delegação partiu do porto iniciando uma longa viagem no vapor Monte Pascoal. Destino? Brasil. Pela primeira vez o Clube Atlético Atlanta jogaria no país vizinho. Ao todo, disputaria 13 partidas até março do ano seguinte. Em janeiro, o navio argentino atracou no porto do Recife. Chegou com atração (foto abaixo)
Com a ajuda financeira da Confederação Brasileira de Desportos, a atual CBF, para promover o esporte local, a técnica agremiação portenha enfrentaria adversários pernambucanos. De forma inédita, então, o futebol pernambucano receberia um time do exterior. Foram duas partidas no Campo da Avenida Malaquias, o antigo estádio rubro-negro. Bem superior, o Atlanta começou com um rotundo 10 x 6 sobre o Náutico. Na sequência, 7 x 2 sobre o Sport. O Diario de Pernambuco foi categórico sobre o espetáculo visto na cidade.
“O Recife pode ter assistido a jogo de conjunto superior ao do Atlanta; não nos lembramos, porém, de quando teria acontecido tal fato”.
A história entre pernambucanos e argentinos ganharia força na década de 1950, com a passagem de três clubes tradicionais de Buenos Aires. Vélez, Chacarita e Independiente, que futuramente seria o maior campeão da Libertadores. A primeira vitória local coube ao Santa, sobre o “Chaca” da Villa Maipú, o rival do pioneiro Atlanta. Jogo em pleno Natal de 1952, na Ilha. No acervo do pesquisador Carlos Celso Cordeiro há até o registro até de uma viagem da Seleção Argentina de Novos, atual Sub 20, entre Recife e Caruaru. A classificação do Sport às oitavas da Copa Sul-Americana de 2015 promoveu o reencontro depois de 42 anos. A diferença é que enfim garantiu uma visita à terra dos hermanos, iniciando uma era de confrontos válidos pela Conmebol…
Atualizado até 14 de janeiro de 2018
Jogos entre clubes (16) 29/01/1937 – Náutico 6 x 10 Atlanta 31/01/1937 – Sport 2 x 7 Atlanta 06/12/1951 – Náutico 2 x 3 Vélez Sarsfield 09/12/1951 – Santa Cruz 1 x 3 Vélez Sarsfield 25/12/1951 – Sport 2 x 3 Vélez Sarsfield 25/12/1952 – Santa Cruz 2 x 1 Chacarita Juniors 28/12/1952 – Náutico 2 x 2 Chacarita Juniors 01/01/1953 – América 1 x 3 Chacarita Juniors 06/01/1953 – Sport 0 x 1 Chacarita Juniors 06/12/1956 – Santa Cruz 1 x 1 Independiente 09/02/1973 – Santa Cruz 2 x 2 Argentinos Juniors 23/09/2015 – Sport 1 x 1 Huracán (Sul-Americana) 30/09/2015 – Huracán 3 x 0 Sport (Sul-Americana) 24/01/2016 – Sport 2 x 0 Argentinos Juniors (Taça Ariano Suassuna) 06/07/2017 – Sport 2 x 0 Arsenal de Sarandí (Sul-Americana) 27/07/2017 – Arsenal de Sarandí 2 x 1 Sport (Sul-Americana) 14/01/2018 – Sport 2 x 0 Atlético Tucumán (Taça Ariano Suassuna)
17 jogos disputados, 4 vitórias de PE, 4 empates, 9 derrotas; 29 GP, 42 GC
Jogos entre clubes e seleções (5) 08/12/1956 – Seleção Pernambucana 1 x 0 Independiente 12/01/1968 – Náutico 2 x 0 Seleção Argentina de Novos 24/01/1968 – Santa Cruz 1 x 2 Seleção Argentina de Novos 28/01/1968 – Sport 2 x 0 Seleção Argentina de Novos 05/02/1968 – Central 2 x 1 Seleção Argentina de Novos
O escrete do Atlanta no Recife, em 1937, iniciando a história PE x ARG…
A Umbro apresentou a linha de camisas do Náutico para a temporada 2015/2016. Isso mesmo, com o período “europeu”, alinhando a produção dos dois primeiros padrões do Timbu aos grandes clubes patrocinados pela marca inglesa. A campanha de marketing foi denominada como Vermelho de luta, branco de paz, a frase presente no hino oficial do clube. O uniforme segue o conceito “Coração e Alma”, criada pela Umbro para os seus produtos.
Como preza o estilo da fabricante, a camisa é sóbria, com pequenos detalhes, como a frase supracitada gravada. Em relação aos números na camisa, a cor continuará azul, uma tradição da década de 1960, a mais vitoriosa do clube. Compare com a linha anterior do Alvirrubro clicando aqui.
O preço sugerido para os uniformes é de R$ 199, com a estreia do primeiro padrão prevista para Náutico x Boa, na Arena Pernambuco, em 29 de agosto. Um terceiro uniforme desta linha 2015/2016 deve sair no primeiro semestre do próximo ano. Vale lembrar que o contrato atual com a Umbro vai até junho de 2017, o que já garante mais uma linha com três camisas distintas.
Alvirrubro, o que você achou das novas camisas do time?