Evandro Carvalho, o presidente da FPF, foi de metrô ao Clássico dos Clássicos.
Insatisfeito com a paralisação da categoria metroviária dias antes, no jogo entre Náutico e Salgueiro, o dirigente revelou a existência de um plano de segurança para a rede sob os trilhos na capital pernambucana durante os jogos de futebol.
A polícia militar destacou 120 homens para atuar no metrô no domingo, na linha Centro-Camaragibe. O objetivo era conter confrontos entre torcidas organizadas, presentes apesar da proibição da justiça. Para “testar” o plano, Evandro foi de metrô, no transporte utilizado diariamente por 350 mil recifenses.
O dirigente foi reconhecido nos vagões por torcedores de Sport e Náutico. Alguns tiraram fotos e as compartilharam nas redes sociais. Ao blog, ele confirmou a veracidade da foto. Questionado se estava escoltado, Evandro disse que circulou acompanhado apenas de uma pessoa, o seu motorista.
“Fui para circular. Troquei de vagão várias vezes, para verificar a segurança, se encontrava algo errado. Mas vi famílias, idosos, jovens e até gente voltando da praia. Na Santa Luiza (estação a oito paradas de Cosme e Damião), ainda entraram uns 300 torcedores com uma camisa amarela com a palavra Paz”.
Esse grupo era a Torcida Jovem disfarçada. De toda forma, Evandro desceu justamente na Santa Luzia. Em relação à segurança, na ida e na volta, o esquema contou com policiais à paisana, do serviço de inteligência.
Perguntado se faria de novo o percurso num clássico na arena, já que o público no domingo foi de apenas 13.519 pessoas, Evandro foi direto:
“Eu vou no próximo clássico da mesma forma. Temos que prestigiar o serviço.”
Nenhum pênalti marcado e nenhum cartão vermelho aplicado. Esse fii o saldo da segunda rodada do hexagonal do título do Pernambucano de 2015. Assim, o levantamento feito pelo blog, pelo sétimo ano seguido, manteve o quadro da rodada de abertura da fase decisiva da competição local.
Pênaltis a favor (1)
1 pênalti – Sport
Sem penalidade: Náutico, Santa Cruz, Central, Salgueiro e Serra Talhada
Pênaltis cometidos (1)
1 pênalti – Santa Cruz
Sem penalidade, Náutico, Sport, Central, Salgueiro e Serra Talhada
“Tem coisa que torcedor não faz na frente da mãe. Brigar em estádios é uma delas”.
A mensagem no telão da Arena Pernambuco resumia o sentimento.
Ao pé da letra, a frase de efeito mostra o mínimo de respeito necessário à presença da mãe. De qualquer um. A partir disso, uma parceria da agência Ogilvy Brasil com o Sport, no clássico contra o Náutico, levou 30 mães para a arquibancada, todas como orientadoras.
Lembra dos stewards, os seguranças privados das arenas de futebol no país? Além deles, a segurança interna do estádio contou com mães de torcedores que estavam presentes no Clássico dos Clássicos, as chamadas security moms (mães seguranças). A preparação começou cedinho, com a orientação repassada às mamães selecionadas pelo departamento de segurança do estádio e pela própria polícia militar.
Nada de cassetetes ou spray de pimenta, apenas os bons modos. Após uma última reunião no corredor da arena, a missão foi dada, e cumprida. Tudo com o objetivo de combater a violência no futebol.
Alguns torcedores foram surpreendidos na arquibancada no instante do reconhecimento da figura materna com o característico colete laranja. Ao menos por um dia, o respeito foi mantido. Exemplar.
Atualização: a inédita ação social repercutiu até no exterior, com matérias publicadas nos sites dos jornais ingleses The Guardian e The Independent.
Com menos de um ano de projeto, a 100ª edição do podcast 45 minutos foi longo, debatendo o polêmico Clássico dos Clássicos na Arena Pernambuco e a goleada sofrida pelo Santa no Sertão. O programa durou 1h45min, com direito a promoções festejando a histórica edição. Serão sorteados camisas oficiais de Náutico, Santa, Sport, América, Central, Serra Talhada, Recife Mariners, ingressos VIP para a Arena e até pacote de hospedagem no Village Porto de Galinhas.
Para participar da promoção é preciso fazer parte das redes sociais do podcast: facebook e twitter. Mais detalhes, só ouvindo a centésima edição…
Estou neste podcast ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
Sport e Central, 100%. Náutico com um ponto e Santa zerado (abaixo, a classificação atualizada). As duas primeiras rodadas do Estadual de 2015 mostram um cenário atípico no formato com G4, instituído há cinco anos. Faltam oito rodadas e há tempo suficiente ocorrer o de sempre, o trio da capital avançando. Contudo, alvirrubros e tricolores (sobretudo este) precisam evoluir. No caso do Leão, a falta de ímpeto ofensivo segue incomodando a torcida.
Saíram 9 gols nos 6 jogos desta fase do #PE2015, com média de 1,5. Em relação à artilharia, na qual a FPF só considera o hexagonal e o mata-mata, Élber (Sport) e Júnior Juazeiro (Serra) dividem a a liderença com 2 gols.
A próxima rodada será totalmente desmembrada, com os três jogos em dias diferentes, sendo o último deles somente na Quarta-feira de Cinzas.
Hoje, as semifinais seriam: Sport x Náutico/Salgueiro e Central x Serra Talhada.
Serra Talhada 3 x 0 Santa Cruz – O Tricolor começou o ano desarrumado. Nem a estreia da dupla de ataque adiantou. O Serra foi bem melhor no jogo.
Salgueiro 0 x 1 Central – Fabinho marcou o gol da Patativa aos 47 do 2º. Time de Caruaru larga bem para voltar à semifinal, onde este em 2010.
Sport 1 x 0 Náutico – Na Arena, Samuel marcou o gol (polêmico) da noite. O time voltou a diminuir o ritmo no segundo tempo. No período, o Timbu cresceu.
Destaque: Júnior Juazeiro. O atacante do Cangaceiro mostrou mais oportunismo que Anderson Aquino e Bruno Mineiro e brilhou no Sertão.
Carcaça: Emerson Sobral. Não viu a falta no gol de Danilo, do Sport, o lance decisivo no Clássico dos Clássicos. Segundo árbitro na “carcaça”.
Próxima rodada:
11/02 (20h00) – Náutico x Serra Talhada (Arena Pernambuco)
13/02 (20h00) – Salgueiro x Sport (Cornélio de Barros)
18/02 (20h00) – Central x Santa Cruz (Lacerdão)
Um Clássico dos Clássicos marcado pela polêmica do começo ao fim. Primeiro, com a marcação na Arena Pernambuco, tendo o Náutico como visitante. Por mais que a situação não configure inversão, o conselho arbitral extraordinário convocado pela FPF, com o veto alvirrubro, foi desrespeitado.
Em São Lourenço, vitória do Sport pelo magro 1 x 0, mantendo a liderança do hexagonal do Estadual de 2015. Um jogo com ritmo intenso no primeiro tempo. Ea a polêmica do domingo foi o gol do Leão, ainda na primeira etapa. Aos 26 minutos, Diego Souza invadiu a área e chutou, Júlio César rebateu, Danilo dividiu com o goleiro e a bola sobrou para a Samuel. Os alvirrubros reclamaram bastante do lance, alegando mão de Danilo na confusão na área.
Em três ângulos exibidos na transmissão do PFC, não foi possível confirmar isso. Num quarto ângulo, da barra do Sport para a do Náutico, exibido minutos depois, configurou a “dividida” como falta do rubro-negro no goleiro timbu.
Ainda que no intervalo Júlio César tenha confirmado a reclamação numa suposta mão, houve falta no lance. Não marcada pelo árbitro Emerson Sobral.
No segundo tempo, apenas duas chances claras de gol. Uma com Régis, raspando a trave, e no belo chute de Jeferson Nem, exigindo uma verdadeira ponte de Magrão. No geral, a partida esfriou, com o Sport mais precavido em campo (novo relaxamento?) após as mudanças do técnico Eduardo Batista. Na base da disposição, o Timbu insistiu bem mais, mas sem sucesso.
Aos 46 minutos, ainda houve outro lance polêmico, num gol anulado do Timbu. Neste, contudo, a marcação foi correta, com Patrick Vieira completando para as redes em posição de impedimento. De toda forma, após o apito final, na segunda vitória seguida do Leão em clássicos, ficou a discussão sobre a arbitragem. Polêmica antes, durante e depois.
O Santa Cruz não perdia na estreia do Campeonato Pernambucano desde 1988. Mal se lembrava disso. Voltou a perder em 2015. Não era derrotado nas duas primeiras rodadas do Estadual desde 1951. Aconteceu de novo. Após o revés diante do Sport, no Arruda, os corais também foram goleados pelo Serra Talhada, no Sertão, igualando o “feito” de 64 anos atrás, quando largou na competição perdendo de Auto Esporte e América.
No Nildo Pereira, num sol de lascar e apinhado com 4.988 espectadores, o Serra fez 3 x 0, se aproveitando dos inúmeros erros no lado esquerdo do Santa, ora com Léo Veloso ora com Everton Sena. Quem se deu bem foi Júnior Juazeiro, marcando os dois primeiros tentos no primeiro tempo, com nove finalizações do mandante. Uma prova do maior volume de jogo.
Com a bronca do técnico Ricardinho no intervalo, o time da capital até melhorou na etapa complementar, mas os sertanejos permaneciam ligadíssimos, ganhando divididas e se antecipando nos desarmes, com o volante Luciano Totó (aquele, ex-Náutico) numa tarde bem melhor que Bileu e Sitta.
Sem tanto tempo com a bola, e pecando bastante no passe, o Santa não conseguiu reagir, com Anderson Aquino desperdiçando uma chance e Bruno Mineiro nem isso. No fim, num contragolpe, Cleitinho definiu o pior início da Cobra Coral em seis décadas de futebol no estado, deixando o adversário na laterna do hexagonal do título. Histórico, no pior sentido.
A agência de notícias Associated Press, com sede em Nova York, é uma das mais antigas do mundo, em atividade desde 1846. Conhecida pela sigla “AP”, a agência distribui notícias e fotos para jornais de todos os cantos do globo, incluindo os pernambucanos, diga-se. Por isso, chama a atenção a reportagem enviada à Europa sobre a Copa do Nordeste. Escrito por Tales Azzoni, correspondente da AP em São Paulo, o texto “Prospera a versão brasileira da Liga dos Campeões, a Lampions League” explica o apelido Lampião/Lampions, a média de público e a transformação do futebol da região. A seguir, a tradução do texto. Confira a reportagem original, em inglês, clicando aqui.
Equipes com grandes e fervorosas torcidas se qualificam através de campeonatos locais. Elas são divididas em grupos de quatro e o melhor avança para a fase eliminatória. Milhares vão ao jogos, milhões assistem na televisão e o interesse segue crescendo.O sorteio para as quartas de final é transmitido ao vivo pela TV e o campeão ergue um troféu conhecido como “orelhuda”.
Liga dos Campeões? Experimente Lampions League.
Disputado no nordeste do Brasil, povoado por quase 55 milhões de habitantes, quase tantos como a soma de Chile e Argentina, a Lampions League evolui como o campeonato regional de futebol mais bem sucedido do país.
Ela tem algumas das mais altas audiências da tevê e a melhor média de público. No ano passado, a final atraiu mais de 60.000 pessoas à Arena Castelão, em Fortaleza, no maior público do Brasil à parte da Copa do Mundo. Passou até os jogos do Mundial em Fortaleza, incluindo o da Seleção.
O campeonato é oficialmente conhecido como Copa do Nordeste (Northeast Cup), mas não demorou muito para que os fãs começassem a chamá-lo de Lampions League, em referência a Lampião, um conhecido e popular herói local da década de 1920, que permanece simbólico à região. Muitos nordestinos – northeasterns – vão aos jogos vestindo camisas da “Lampions League” e chapéus típicos.
Não é coincidência que o formato da Lampions League, o marketing e o troféu sejam modelados à Liga dos Campeões da Uefa. Até o hino da Liga dos Campeões foi adaptado para a música leve de uma região conhecida por seu clima quente, belas praias e pessoas alegres.
A emissora que transmite a Copa do Nordeste no Brasil, o Esporte Interativo, também adquiriu recentemente os direitos exclusivos para a Liga dos Campeões no país.
“Estamos usando um torneio para ajudar a promover o outro”, diz o presidente da Esporte Interativo Edgar Diniz. “Nós sempre admiramos e nos inspiramos pela forma como a Liga dos Campeões foi capaz de construir sua marca. Por isso, decidimos adotar algumas das mesmas práticas.”
A copa tem crescido tanto que o clube mais popular do Brasil, o Flamengo, do Rio de Janeiro, tentou recentemente um convite junto aos organizadores. O Goiás, um clube de primeira divisão nacional localizado no Centro-Oeste, também considerou a adesão.
Entre os times tradicionais no torneio estão Bahia, Vitória, Náutico, Sport, Ceará e Fortaleza, todos com reconhecimento pelo Brasil. A intensa rivalidade entre eles acrescenta sabor, assim como o entusiasmo dos torcedores locais, conhecidos como os mais apaixonados e dedicados no país.
“Todo mundo está reconhecendo que este é um dos melhores torneios no Brasil neste momento”, diz Alexi Portela, o presidente da liga que organiza a copa. “Aqui, as equipes preferem jogar a Copa do Nordeste do que a Copa do Brasil. O impacto financeiro para esses clubes tem sido grande. O torneio tornou-se realmente significativo para cada um destes clubes.”
Como outros torneios regionais, a copa preenche os primeiros meses antes do Campeonato Brasileiro, que começa em maio e vai até dezembro. Ídolos locais, como Chicão, Magrão e Durval esperam também ganhar para suas equipes uma vaga na Copa Sul-Americana.
As Copa do Nordeste foi disputada pela primeira vez em 2001, mas foi cancelada após duas temporadas por razões políticas. Ele voltou com o novo formato em 2013.
“Nós crescemos (em público) 22% no ano passado, e esperamos crescer 30% este ano”, diz Portela. “Não há dúvida de que estamos falando sobre o mais rápido crescimento de uma competição no Brasil hoje em dia”.
Nota blog – Apesar do texto positivo sobre a Lampions, faltaram alguns dados na reportagem. Destaco abaixo:
1) Oficialmente, a Copa do Nordeste começou em 1994, e não em 2001.
2) O público da final do regional foi o segundo maior registrado no país em 2014, fora o Mundial. O maior, também no Castelão, foi na Série C, no 1 x 1 entre Fortaleza e Macaé, com 62.525 pagantes.
3) A média de público do Nordestão foi, sim, a maior entre estaduais e regionais em 2014. O índice do torneio foi de 8.286 espectadores por jogo.
4) Segundo o Ibope MW Parabólica, as 62 partidas do regional de 2014 tiveram uma audiência média de 1,6 milhão de telespectadores. Na final, 4,5 milhões.
5) O faturamento do Nordestão 2014 foi de R$ 23 milhões e a expectativa é de que o número chegue em 2015 a R$ 29 milhões, o maior da história.
O casarão verde de número 3.107, na Estrada do Arraial, foi esvaziado.
O América Futebol Clube desocupou a sua (ex) sede, onde guardou parte da memória do futebol do estado desde 16 de dezembro de 1951.
Os troféus referentes aos títulos pernambucanos de 1918, 1919, 1921, 1922, 1927 e 1944, entre outros, como do Torneio Início e competições amistosas, foram encaixotados num caminhão e no banco traseiro de um carro.
Uma cena triste, sem qualquer resquício do que um dia foi um grande clube.
Nenhuma vitória pernambucana na primeira rodada do Nordestão. Derrota do Sport no Maranhão e empate entre Náutico e Salgueiro. O 45 minutos analisa a estreia local no regional e já estica o debate para o Clássico dos Clássicos de domingo, pelo Estadual. No Pernambucano, espaço também para o Santa Cruz, que terá enfim a sua dupla de ataque titular, no Sertão. A pauta do podcast foi finalizada com a nova paralisação do metrô, atrapalhando a mobilidade à arena, e o recurso do Flamengo para levar o caso do título brasileiro de 1987 ao STF.
Estou nesta edição (1h39min) ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!