O estádio Lacerdão, do Central, será o palco do primeiro jogo de futebol americano no interior pernambucano. O recém-federado Caruaru Wolves, vestido de laranja, enfrentará num amistoso o Recife Mariners, vice-campeão nordestino em 2014. A partida em Caruaru está agendada para o dia 31 de janeiro.
Com o aumento do interesse local no esporte – vida a evolução da audiência da NFL na teevê por assinatura no Brasil -, a expectativa é repetir a estrutura usada pelo Mariners, mais rodado, em atividade desde 2006. A organização do time azul teve seu ponto alto na decisão regional contra o João Pessoa Espectros, na Arena Pernambuco, com 7.056 pagantes, ainda recorde no país.
Em 11 de janeiro, o time do Wolves foi apresentado aos caruaruenses durante o jogo Central x Vera Cruz. Na próxima vez em campo, será a atação principal.
Times pernambucanos de futebol americano: Recife Mariners, Recife Pirates, Olinda Sharks, Caruaru Wolves e Arcoverde Templários.
O podcast 45 minutos debateu a primeira apresentação do Náutico na temporada, com um amistoso com o Decisão, nos Aflitos. No Sport, o atraso salarial de dez dias, a primeira vez em oito anos, também entrou na pauta, assim como a vela novela Dênis Marques no Santa Cruz. Além disso, resenha e bom humor.
Estou nesta edição (1h14min) ao lado de Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
Um abismo. Na verdade um buraco sem fundo separa as realidades de duas duplas familiares ao torcedor pernambucano. A primeira delas, bem conhecida de qualquer pessoa do planeta minimamente ligada em futebol. Trata-se dos astros Cristiano Ronaldo e Lionel Messi, que nos últimos sete anos vêm se revezando com o título de melhor jogador do mundo. A outra é de uma abrangência mais local. Carlinhos Bala e Rosembrick, que juntos conquistaram títulos no Santa e no Sport, colecionaram polêmicas e hoje vivem os últimos minutos da carreira sem qualquer glamour defendendo América e Ypiranga. Mas pelo menos uma vez na vida, Bala e Rosembrick podem bater no peito e dizer que deixaram para trás Cristiano Ronaldo e Messi. Por mais surreal que a frase possa soar. A lógica foi invertida nas páginas da edição deste domingo do Diario.
Tudo graças ao enfoque jornalístico, onde, neste caso, o interesse local supera o global. Afinal, a rodada do Pernambucano marcava para os Aflitos o confronto América x Ypiranga. Entre Bala e Rosembrick. Na estreia de ambos por seus clubes. Uma boa pauta, sem dúvida. Ainda mais envolvendo personagens tão polêmicos. Coube a mim produzir o material do jogo, com entrevista com os jogadores, linha do tempo das carreiras e outras curiosidades.
Restava uma coisa. A regularização do novo reforço do América no BID. Ao mesmo tempo, produzi outra matéria sobre a rivalidade de Cristiano Ronaldo e Messi, tendo como gancho o primeiro fim de semana após a entrega da Bola de Ouro da Fifa. Afinal, mal havia recebido o seu terceiro prêmio, o português em seu discurso já mirava a igualdade com os quatro prêmios do argentino. Na sexta-feira, a expectativa era por conta da regularização de Bala. Sem ela, não haveria matéria do confronto com o amigo Rosembrick.
A pauta local (e a página) seria derrubada. E com o passar das horas, e a necessidade do fechamento da edição, a indefinição gerou um dilema. Na hipótese da matéria não ser publicada, o que colocar em seu lugar. A solução veio de bate-pronto. A reportagem sobre Cristiano e Messi, escrita no mesmo tamanho e com condições de ocupar o mesmo espaço editorial, seria deslocada. Perto das 21h, sem a CBF se pronunciar, veio a decisão. A matéria a ocupar a página C2 seria a referente aos craques de Real Madrid e Barcelona. Porém, poucos minutos depois, enfim o nome José Carlos da Silva aparecia no site da CBF, com o aval para que ele fizesse sua estreia. Nova mudança na diagramação do Diario. Dessa vez, a “placa” avisa: saem CR7 e Messi e entram Carlinhos Bala e Rosembrick. Para minha alegria. Afinal, se fosse para escolher, jornalisticamente a vez seria deles. Dificilmente haverá outra.
Obs. No domingo, Messi marcou 3 gols, Cristiano Ronaldo fez 2, Bala fez 1 e Rosembrick passou em branco. O Mequinha venceu por 1 a 0.
* João de Andrade é repórter do Diario de Pernambuco
Silvio Tasso Lasalvia, Humberto de Azevedo Viana e José Roque Paes. Esses nomes podem até passar despercebidos entre a maioria dos torcedores pernambucanos, mas os seus apelidos não. Bita, Tará e Traçaia são os maiores artilheiros de Náutico, Santa e Sport, com 223, 207 e 202 gols, respectivamente.
São os únicos com duas centenas de bolas nas redes. Além de seus ilustres goleadores, o trio da capital conta com outros artilheiros tarimbados na história. O pesquisador Carlos Celso Cordeiro enumerou os cinco principais goleadores de cada clube. Como curiosidade, somando o quinteto de cada time, são 886 gols alvirrubros, 795 gols tricolores e 712 gols rubro-negros.
O nome mais recente da lista é o de Kuki, que atuou de 2001 a 2009 no Náutico, sendo três vezes artilheiro do Estadual. O baixinho soma 179 gols, mas poderiam ser 184, pois anotou cinco tentos na Copa Pernambuco, jogando no time “B” do Timbu. No critério de Carlos Celso, entrararam todos os gols em amistosos e jogos oficiais, mas somente no time principal de cada clube.
No Tricolor, há a curiosidade de quatro dos cinco principais artilheiros os jogando nadécada de 1970, a mais vitoriosa do clube. Já no Leão, Leonardo passou dos cem gols e se tornou o maior campeão do clube, com nove taças.
A camisa do Decisão é pesada, com “investidores” de primeira linha. Como fornecedora, a Adidas, empresa alemã líder no mercado de material esportivo. Como patrocinador, a Chevrolet, uma das principais montadoras de carros.
Essa composição também será, somente, a do milionário Manchester United na temporada 2015/2016, após a troca da Nike pela Adidas. Mas por enquanto, acredite, é o padrão de um clube que mal joga a segunda divisão pernambucana.
Ainda havia outra curiosidade pairando sobre a camisa do modesto clube, que abriu a temporada num amistoso contra o Náutico, nos Aflitos. Em vez de um “D” no escudo, um “R”. E aí estava a explicação para “patrocinadores” tão incomuns. As camisas alviazulinas foram enviadas pelo Rush Soccer, um time da Flórida, através de uma parceria de intercâmbio.
Só que o clube norte-americano mandou o seu padrão, literalmente. Com escudo, fornecedora e patrocinador. Ao Decisão não coube um dólar sequer. Não por acaso, o presidente Epitácio de Andrade deverá cobrir a marca da Chevrolet.
De fato, a vida da Sociedade Esportiva Decisão Futebol Clube nunca foi fácil. Fundado em 1996 com o objetivo de revelar atletas, o time sediado em Camaragibe já teve que atuar em outros municípios e nunca conseguiu sair da segundona local, cuja última participação foi em 2010. Hoje, fica no Sub 15 e Sub 17.
Seu melhor momento nos gramados locais foi o vice da Copa Pernambuco de 2001. Sem Adidas, sem Chevrolet…
O desempenho no amistoso era o de menos, ao menos hoje. Um adversário de baixo nível técnico, poucos reforços atuando, partida em dois tempos de 30 minutos e até parada técnica. O esforço seria o mínimo necessário.
No Náutico, valia mesmo o evento promovido para apresentar o elenco em 2015, sentindo a receptividade da torcida alvirrubra, combalida há duas temporadas. O uso do estádio dos Aflitos foi o primeiro ponto a favor. Por não jogar mais nele, qualquer jogo torna-se uma atração para os torcedores mais saudosos. Por sinal, novos sócios foram conquistados do público presente. Mais receita a médio prazo.
A direção ainda aproveitou a tarde livre na agenda da pré-temporada para apresentar a principal contratação (o zagueiro Leandro Euzébio) e anunciar um novo reforço (o atacante Ronny). Nesse meio tempo, uma banda, devidamente trajada, comandou o sábado. O público ocupou as sociais e as cadeiras, correspondendo ao projeto.
Marketing simples e eficiente. E o jogo contra o Decisão? Sem ritmo, com várias mudanças, terminou num empate sem gols. Sem cobrança por bom futebol, por enquanto.
A troca de flâmulas é uma tradição bem antiga no futebol. Não por caso, os museus dos clubes contam com vários modelos de outros times. Hoje, está um pouco em desuso, sendo mais fiel em duelos entre seleções e competições europeias. No passado, em qualquer o jogo os times trocavam flâmulas antes da peleja, sobretudo em excursões.
Em Pernambuco, por exemplo, já não há mais o costume no campeonato estadual. Porém, o Sport pretende entregar a partir de 2015, uma flâmula de paz a todos os seus adversários em jogos com o time principal. De capitão para o capitão. No caso, através de Durval.
O modelo não será rubro-negro, mas todo branco,simbolizando a paz. Faz parte da campanha “Adversários sempre, inimigos jamais”, criada pelas diretorias de responsabilidade social e marketing do clube. O slogan foi criado há um ano, quando o Leão deu os parabéns ao Santa Cruz pelo seu centenário.
Um pequeno gesto visando um objetivo maior, imprescindível, a segurança.
A Copa do Nordeste de 2015 será realizada de 3 de fevereiro a 29 de abril. Durante todo o torneio, uma milionária campanha de mídia fará a sua divulgação. Um investimento superior até à premiação oficial da competição.
Se as cotas dos clubes somam R$ 11,14 milhões, o plano de mídia está orçado em R$ 12 milhões, ou 20% acima do valor gasto na edição passada. A campanha “Aqui é Nordeste. Aqui é Paixão” passa pelos principais jornais e revistas da região, e até em publicações nacionais, como a Veja. Internet, rádio e televisão também estão no pacote de exposição da marca.
Nas ruas já é possível destacar o marketing do Nordestão, desenvolvido pelo Esporte Interativo, com outdoors espalhados nas três maiores capitais, Recife, Salvador e Fortaleza. Tanto nas principais avenidas quanto nos aeroportos. Em cada cidade, um painel voltado para os times locais. Aqui, faltou o Salgueiro…
Vale lembrar que a taça dourada do Nordestão está garantida, no mínimo, até 2022. Se a curva financeira continuar ascendente, o torneio será visto de uma vez por todas como o principal vetor do início de temporada.
O podcast 45 minutos debateu o início dos treinamentos de Náutico, Santa Cruz e Sport, com as primeiras formações dos técnicos Moacir Júnior, Ricardinho e Eduardo Batista. Algumas surpresas e as improvisações de sempre nos times. Também foi discutido na 93ª edição o prêmio distribuído no Nordestão de 2015, com mais de R$ 11 milhões, um número maior a cada ano.
Estou nesta edição (1h25min) ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
Chico Science e o manguebeat… Ariano Suassuna e movimento armorial.
Dois dos nomes mais populares e queridos da cultura pernambucana, ainda que Ariano tenha nascido na vizinha João Pessoa. A paixão dos dois pelo estado era tão grande que não havia como ignorar o futebol. Chico, tricolor. Ariano, rubro-negro. Viventes das arquibancadas.
Na década de 1990, os dois viveram o auge nacionalmente, com os álbuns Da lama ao caos e Afrocibederlia e a adaptação da peça teatral O Auto da Compadecida. Entre essas obras, alguns encontros. Sempre ricos de ideias, amigos pessoais.
Hoje, eternizados, ocupam um lugar especial na memória de todos. Na música, na dramaturgia, no teatro, nos movimentos culturais etc. As homenagens são muitas, e o futebol faz parte delas.
Chico já havia sido caricaturado em uma figurinha do álbum do clube coral, enquanto os traços de Ariano inspiraram uma linha de uniformes leoninos.
Agora, um novo passo. Em 2015, em dois amistosos internacionais, Santa Cruz e Sport criaram taças amistosas com os nomes dos ilustres torcedores.
Primeiro, o Leão lançou a Taça Ariano Suassuna, visando o confronto contra o Nacional do Uruguai. O jogo contra o tricampeão da Libertadores foi agendado para a Arena Pernambuco, em 24 de janeiro.
A Cobra Coral não deixou por menos e batizou de Taça Chico Science a partida contra o Zalgiris Vilnius, da Lituânia. Mesmo nomeando a disputa depois, o jogo contra o bicampeão lituano foi marcado mais cedo, dia 22, no Arruda.
Que os troféus instituídos tenham vinda longa na pré-temporada dos rivais das multidões. E que o Náutico também lance o seu. Qual alvirrubro seria homenageado?