A bola Duplo T de 1950 com avanço proporcional maior à Brazuca de 2014

Bolas oficiais das Copas do Mundo de 1950 (Duplo T, da Superball) e 2014 (Brazuca, da Adidas).

Duplo T e Brazuca, as bolas da Copa do Mundo no Brasil, em 1950 e 2014.

O modelo recém-lançado pela Adidas, após dois anos e meio de testes, surge como o mais moderno da história. Porém, o avanço é brando em relação aos modelos mais recentes, como a Tango 12, da Eurocopa de 2012, e da Cafusa, usada na última Copa das Confederações, também aqui no país.

Além do design inspirado nas fitinhas do Senhor do Bonfim, a bola pretende produzir uma melhor “aderência e aerodinâmica”, a explicação de praxe.

Já em 1950,  na pioneira edição do Mundial nessas bandas, a bola oficial registrou um avanço tecnológico impressionante, até mesmo porque o torneio havia ficado doze anos parado devido à segunda guerra mundial.

A empresa Superball, sediada em Niterói, fabricou a bola marrom que marcou o fim do cadarço. A costura passou a ser interna, sem amarrações aparentes, escondendo até a a válvula de inflar – cuja estreia foi em 1938, na França.

Acredite, tal evolução deixou a bola mais redonda – e a deformação era algo bem comum, sobretudo em jogos com campo molhado. Apesar desta melhora aerodinâmica, a Duplo T continuava absorvendo muita água, deixando-a pesada.

E o Mundial, como agora, aconteceu em pleno inverno brasileiro…

Confira todas as 20 bolas oficiais da história da Copa do Mundo aqui.

Espera-se dos ministros do STJ a palavra final sobre 1987

Ministros da terceira turma do STJ em 2013: Villas Bôas Cueva, João Otávio de Noronha, Sidnei Beneti, Nancy Andrighi e Paulo de Tarso Vieira Sanseverino. Fotos: www.stj.jus.br

Ações, recursos, decisões administrativas, regovações etc.

No Brasileirão de 1987, a palavra final parece não ter fim. A longa história, com mais de duas décadas, deixa claro o tamanho da confusão.

Em uma aparente orientação definitiva, o Superior Tribunal de Justiça decidirá através dos cincos ministros da terceira turma se aquele ano terá um campeão exclusivo, o Sport, ou dois campeões brasileiros oficiais, mas em torneios paralelos, com Sport (Campeonato Brasileiro) e Flamengo (Copa União).

O julgamento será encerrado em fevereiro de 2014…

O jogo está 1 x 0 para o Flamengo, com o voto favorável de Nancy Andrighi. Confira os perfis de todos os integrantes da “final de 1987”.

Fátima Nancy Andrighi
Natural de Soledade-RS
61 anos
Bacharela em Direito em 1975 (Universidade Católica do Rio Grande do Sul)
No STJ desde 27/10/1999

Sidnei Agostinho Beneti
Natural de Ribeirão Preto-SP
69 anos
Bacharel em Direito em 1968 (USP)
No STJ desde 12/12/2007

João Otávio de Noronha
Natural de Três Corações-MG
57 anos
Bacharel em Direito em 1981 (Faculdade de Direito o Sul de Minas)
No STJ desde 03/12/2002

Paulo de Tarso Sanseverino
Natural de Porto Alegre-RS
54 anos
Bacharel em Direito em 1983 (Universidade Católica do Rio Grande do Sul)
No STJ desde 10/08/2010

Ricardo Villas Bôas Cueva
Natural de São Paulo-SP
51 anos
Bacharel em Direito em 1985 (USP)
No STJ desde 13/06/2011

Alguém arrisca o placar da decisão no STJ? Sem direito a prorrogação…

No primeiro comentário do post, o cronograma completo do imbróglio.

Dez voltas olímpicas nacionais nos estádios pernambucanos

Voltas olímpicas nacionais em Pernambuco: Coritiba (Série B 2007), Santa Cruz (Série C 2013), Grêmio (Série B 2005), Sport (Copa do Brasil 2008), Palmeiras (Série B 2003) e Tupi (Série D 2011)

O Santa Cruz celebrou a merecida conquista da terceira divisão nacional diante do seu povão, no estádio do Arruda. A festa foi emblemática para o futebol pernambucano, pois foi a 10ª vez em que um campeonato nacional foi decidido em um palco local.

Curiosamente, todos as competições oficiais organizadas pela CBF já foram decididas no estado, com as séries A, B, C e D e a Copa do Brasil.

Em mais de três décadas de história foram quatro decisões desse porte no Arruda, três na Ilha do Retiro, duas nos Aflitos e uma no interior, no Gigante do Agreste, em Garanhuns. Na ocasião, o mando era do Sport.

Nessa estatística são seis finais clássicas, três quadrangulares e uma volta olímpica na era dos pontos corridos. Ao todo, quatro troféus terminaram com os clubes recifenses. Eis a lista completa.

1981 – Arruda – Olaria, Série C (Santa Amaro 1 x 0 Olaria, 01/05)
1987 – Ilha do Retiro – Sport, Série A (Sport 1 x 0 Guarani, 07/02/88)
1990 – Ilha do Retiro – Sport, Série B (Sport 0 x 0 Atlético-PR, 16/12)
1999 – Aflitos – Fluminense, Série C (Náutico 1 x 2 Fluminense, 23/12)
2003 – Gigante do Agreste – Palmeiras, Série B (Sport 1 x 2 Palmeiras, 22/11)
2005 – Aflitos – Grêmio, Série B – (Náutico 0 x 1 Grêmio, 26/11)
2007 – Arruda – Coritiba, Série B – Santa Cruz 2 x 3 Coritiba, 24/11)
2008 – Ilha do Retiro – Sport, Copa do Brasil (Sport 2 x 0 Corinthians, 11/06)
2011 – Arruda – Tupi, Série D (Santa Cruz 0 x 2 Tupi, 20/11)
2013 – Arruda – Santa Cruz, Série C (Santa Cruz 2 x 1 Sampaio Corrêa, 01/12)

A estrela de bronze é do Santa Cruz

Série C 2013, final: Santa Cruz 2 x 1 Sampaio Corrêa. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Antes tarde do que nunca, o gostinho da glória nacional para o quase centenário Santa Cruz. Nessa longa história de paixão, o Tricolor passou perto de conquistas assim em algumas oportunidades. Precisou ter paciência para enfim comemorar…

Na maior das chances, no timaço de 1975, sofreu um gol do Cruzeiro no último minuto no Arruda, em plena semifinal do Brasileirão. Na decisão, teria disputado o título em apenas um jogo contra o Inter, também no Mundão.

Aquela geração de craques, com Givanildo Oliveira e Fumanchu, entre outros, ficou na memória da imensa torcida. Desde então, lampejos pela taça nacional em divisões menores, mas (quase) sempre com o gostinho de quase.

Em 1999, na Série B, os meninos corais de Nereu Pinheiro ficaram no empate sem gols no abarrotado Serra Dourada. O título, é verdade, nem fez falta, pois a comemoração, junto ao Goiás, foi suprema naquela tarde, com o surpreendente retorno à elite.

Seis anos depois, novamente na segundona, o time teve a maior pontuação da competição. Chegou a erguer a taça por quinze minutos no Mundão. Só não contava com o desfecho sobrenatural do quadrangular final, com um gol próximo dali, nos Aflitos.

Série C 2013, final: Santa Cruz 2x1 Sampaio Corrêa. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Veio a já conhecida derrocada, até o fundo do poço. Troféu à parte, a torcida era para deixar a situação abissal. O ano de 2011 marcou o início do ressurgimento do clube coral. Entretanto, com outro vice-campeonato, na última divisão, a quarta.

Agora, dois anos depois, na campanha que recolocou o Santa Cruz no futebol propriamente dito – desportiva e economicamente falando -, uma jornada cheia de mudanças, no comando técnico e na composição ofensiva, além dos imbróglios jurídicos da organização.

E assim o time das multidões encerra o ano com o seu primeiro troféu nacional, tornando-se o 7º nordestino campeão brasileiro. Ao tricampeão pernambucano faltava mesmo esse passo em sua galeria.

Das incertezas de Sandro, flertando até com a zona de rebaixamento, às convicções de Vica, sacudindo o elenco, o passo foi dado. Com total merecimento, o clube mais tradicional na terceirona cresceu na reta final.

Na decisão, com 33 mil torcedores num domingo chuvoso, diante do Sampaio Corrêa, já com três títulos nacionais em sua galeria, o Santa se impôs e venceu por 2 x 1, com gols de Dedé e do estrelado Flávio Caça-Rato.

A vistosa taça prateada será a lembrança da primeira conquista nacional. E a recordação eterna para nunca mais precisar disputá-la…

Novos troféus, só nas divisões acima.

Série C 2013, final: Santa Cruz x Sampaio Corrêa. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

85 estrelas douradas nacionais

Campeões nacionais de elite no Brasil de 1959 a 2013. Arte: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Cruzeiro e Flamengo, os campeões nacionais em 2013. O time celeste conquistou de forma brilhante o Brasileirão, com antecedência e jogando um ótimo futebol. Na Copa do Brasil, como preza a disputa, o rubro-negro carioca escreveu uma campanha de muita raça, desbancando times tecnicamente mais fortes, como o próprio Cruzeiro.

Com as duas principais taças do país definidas, hora de atualizar o tradicional levantamento do blog com os maiores campeões nacionais de elite, numa atualização que já dura cinco anos. Com o tri da Copa do Brasil, o Fla empatou com o Santos, com nove troféus nacionais cada, ficando abaixo apenas o Palmeiras. Já o Cruzeiro se firma no ranking como o maior vencedor fora do eixo Rio-São Paulo.

Como de praxe, as competições levadas em consideração foram a Taça Brasil (1959/1968), o Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967/1970), a Série A (1971/2013), a Copa do Brasil (1989/2013) e a Copa dos Campeões (2000/2002). Todos esses campeonatos têm em comum as vagas nas Taça Libertadores da América (saiba mais aqui).

Portanto, existem 22 campeões nos85 torneios organizados pela CBF e por sua precursora, a CBD. Antes de qualquer discussão sobre o Brasileiro de 1987, vale ressaltar que a lista aponta os vencedores reconhecidos pela entidade que organiza o futebol brasileiro.

As variadas conquistas foram somadas sem distinção. O blog entende que as competições têm pesos bem diferentes, obviamente, mas a diferença nas posições envolvendo clubes com o mesmo número de títulos foi estabelecida pelo último troféu, com vantagem para o mais antigo.

11 – Palmeiras (A: 1972, 1973, 1993 e 1994; R: 1967 e 1969; CB: 1998 e 2012; TB: 1960 e 1967; C: 2000)
9 – Santos (A: 2002 e 2004; R: 1968; CB: 2010; TB: 1961, 1962, 1963, 1964 e 1965)
9 – Flamengo (A: 1980, 1982, 1983, 1992 e 2009; CB: 1990, 2006 e 2013; C: 2001)
8 – Corinthians (A: 1990, 1998, 1999, 2005 e 2011; CB: 1995, 2002 e 2009)
7 – Cruzeiro (A: 2003 e 2013; CB: 1993, 1996, 2000 e 2003; TB: 1966)
6 – Grêmio (A: 1981 e 1996; CB: 1989, 1994, 1997 e 2001)
6 – São Paulo (A: 1977, 1986, 1991, 2006, 2007 e 2008)
5 – Vasco (A: 1974, 1989, 1997 e 2000; CB: 2011)
5 – Fluminense (A: 1984, 2010 e 2012; R: 1970; CB: 2007)
4 – Internacional (A: 1975, 1976 e 1979; CB: 1992)
2 – Bahia (A: 1988; TB: 1959)
2 – Botafogo (A: 1995; TB: 1968)
2 – Sport (A: 1987; CB: 2008)
1 – Atlético-MG (A: 1971)
1 – Guarani (A: 1978)
1 – Coritiba (A: 1985)
1 – Criciúma (CB: 1991)
1 – Juventude (CB: 1999)
1 – Atlético-PR (A: 2001)
1 – Paysandu (C: 2002)
1 – Santo André (CB: 2004)
1 – Paulista (CB: 2005)

Legenda: Série A (A), T. Roberto Gomes Pedrosa (R), Copa do Brasil (CB), Taça Brasil (TB), Copa dos Campeões (C).

Botafogo, o sexto campeão nacional do Nordeste

Campeões nacionais: Bahia (Série A 1988), Guarany de Sobral (Série D 2010), Sport (Copa do Brasil 2008), ABC (Série C 2010), Botafogo de João Pessoa (Série D 2013) e Sampaio Corrêa (Série C 2012)

O Botafogo colocou a Paraíba no mapa dos estados com campeões brasileiros.

Empurrado por 20 mil torcedores, no Almeidão, o Alvinegro de João Pessoa venceu o Juventude por 2 x 0 e ganhou o inédito título brasileiro da Série D.

Sem dúvida, uma conquista emblemática para a capital vizinha.

Com a taça da quarta divisão, o clube se tornou o sexto do Nordeste a ganhar um campeonato nacional sob a chancela oficial da CBF.

Ao todo, o futebol da região já faturou 11 competições de porte nacional, das quais quatro em torneios de elite.

Cronologia dos títulos nacionais do Nordeste:
1º) 10/12/1959 – Bahia 3 x 1 Santos (Taça Brasil)
2º) 17/12/1972 – Sampaio Corrêa (5) 1 x 1 (4) Campinense (Série B)
3º) 07/02/1988 – Sport 1 x 0 Guarani (Série A)
4º) 19/02/1989 – Internacional 0 x 0 Bahia (Série A)
5º) 16/12/1990 – Sport 0 x 0 Atlético-PR (Série B)
6º) 30/11/1997 – Sampaio Corrêa 3 x 1 Francana (Série C)
7º) 11/06/2008 – Sport 2 x 0 Corinthians (Copa do Brasil)
8º) 14/11/2010 – Guarany de Sobral 4 x 1 América/AM (Série D)
9º) 20/11/2010 – ABC 0 x 0 Ituiutaba (Série C)
10º) 21/10/2012 – Sampaio Corrêa 2 x 0 Crac (Série D)
11º) 03/11/2013 – Botafogo de João Pessoa 2 x 0 Juventude (Série D)

Clubes nordestinos com conquistas nacionais:
ABC (Série C 2010)
Bahia (Série A 1988 e Taça Brasil 1959)
Botafogo-PB (Série D 2013)
Guarany de Sobral (Série D 2010)
Sampaio Corrêa (Série B 1972, Série C 1997 e Série D 2012)
Sport (Série A 1987, Copa do Brasil 2008 e Série B 1990)

Observação: Central e Treze ainda tentam junto à CBF a oficialização da segunda divisão nacional de 1986, quando dividiram a conquista do “Torneio Paralelo” com Inter de Limeira e Criciúma.

Após longo hiato, corais voltam à Série B já dispostos a repetir 1992, 1999 e 2005

Acessos do Santa Cruz na Série B em 2005 (Santa Cruz 2x1 Portuguesa, em 1999 (Goiás 0x0 Santa Cruz) e 1992 (Santa Cruz 0x0 Remo). Fotos: Diario de Pernambuco/DP/D.A Press e Youtube/reprodução

Após seis temporadas, o Santa Cruz enfim retorna à Série B.

Em 2014, no seu centenário, o tricampeão estadual participará da segundona pela 16ª vez desde a implantação do sistema de acesso e descenso.

O Tricolor já esteve no segundo degrau do futebol nacional em 1989, 1990, 1991, 1992, 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2002, 2003, 2004, 2005 e 2007. Na antiga Taça de Prata, também jogou em 1982 e 1983.

Considerando, então, a mudança para as participações com critério técnico, em 1988, o clube coral tentará o acesso à elite pela quarta vez.

A pioneira classificação veio em 1992, quando foi semifinalista, perdendo os dois jogos contra o Paraná. Contudo, a vaga já estava assegurada desde a segunda fase, quando empatou em gols com o Remo, pois naquele ano nada menos que doze times subiram – mudança articulada para beneficiar o rebaixado Grêmio.

O esforço foi bem maior em 1999, com Tinho e os meninos de Nereu Pinheiro, e 2005, com a dupla Carlinhos Bala e Rosembrick. Foram dois quadrangulares duríssimos na etapa final. Contra Goiás, 0 x 0 no Serra Dourada, e Portuguesa, 2 x 1 no Arruda, os corais garantiram o vice-campeonato. Apenas dois ascendiam.

Relembrar o passado é um bom começo para a nova missão tricolor…

Vida nova ao Santa em pleno centenário

Serie C 2013, 2013: Santa Cruz 2x1 Betim-MG. Foto: Bernardo Dantas/DP/DA. Press

Vida nova, tricolor.

Até o último segundo você insistiu em não acreditar, em não festejar.

Olhou lentamente o Arruda de uma ponta a outra. Abarrotado de gente, como sempre. Pediu mais uma vez para que desta vez fosse diferente…

Que a história do Santa Cruz fosse reescrita.

Que estivesse vivendo um dia inesquecível, sem mais provações.

Poucos, pouquíssimos suportaram uma carga de drama tão grande quanto os aficionados das repúblicas independentes.

Dos rebaixamentos em série à falta de atividade.

Sim, à pura falta de futebol.

Deixar o gigante de concreto em silêncio feria de morte o orgulho coral.

Antes do apito final você deve ter lembrado bem disso.

Recomeçar do zero era preciso. E seria bem difícil. À margem dos rivais, endinheirados e em patamares bem mais nobres, a caminhada foi árdua.

Com a força da camisa, a mudança partiu justamente no âmbito local.

Sem recursos, cresceu nos clássicos e voltou a empilhar taças. Tomou gostou.

Na verdade, retomou o gosto. O tri que o diga.

Ótimo para ego, mas insuficiente para a sobrevivência.

Esta, só mesmo evoluindo no cenário nacional, saindo da última casta possível.

O favoritismo escancarado pela massa presente nas arquibancadas nas divisões inferiores foi relegado pela qualidade duvidosa das equipes montadas.

Com paciência, surgiu uma base. E de onde pouco se esperava, surgiram novos ídolos.

Entre eles, um desconhecido goleiro, agora eternizado, onipresente nos bons e novos momentos. Nome e sobrenome, Tiago Cardoso.

Serie C 2013, 2013: Santa Cruz 2x1 Betim-MG. Foto: Ricardo Fernandes/DP/DA. Press

Aos trancos e barrancos, veio o primeiro passo, em 2011.

Uma multidão como a de hoje, tão nervosa quanto. Esqueceu? Improvável, mesmo sem gols.

Como nada é fácil para o povão, não mesmo, a sequência da caminhada demorou mais que o necessário.

Um ano forçado de aprendizado, com foco absoluto no acesso, novamente com apoio incondicional.

Veio então uma campanha cambaleante, comandada de forma improvisada.

A chegada de um nome com pulso firme pôs ordem.

Se ainda havia tempo este ano era a grande dúvida. Uma a mais num mar de incertezas chamado Santa Cruz.

Da ameaça de mais temporadas de calvário à surpreendente dianteira, ao protagonismo.

Hoje, o Santa Cruz voltou a respirar futebol.

Juntos, milhares também respiraram fundo.

Inclusive você. Resfolegou no instante em que a duríssima vitória por 2 x 1 sobre o Betim, com o improvável e carismático herói Flávio Caça-Rato, virou mais uma história para contar, daquelas com um sorriso no rosto.

Difícil será encontrar um tricolor que não tenha ido ao jogo neste domingo.

60 mil?

Dentro de alguns anos serão 600 mil… e com o tempo terá ainda mais gente.

Naquele aperto no José do Rego Maciel estava você, digam o que quiser.

Preto, branco e encarnado, pronto para ver o Santa Cruz voltar a ter dignidade, deixando para trás os seis anos de sofrimento.

A segunda divisão não é o ato definitivo. A plenitude virá numa nova busca.

Em 2014, no centésimo aniversário, uma vida nova ao Mais Querido.

E você estará lá, claro. Sem você o Santa não seria o mesmo…

Serie C 2013, 2013: Santa Cruz 2x1 Betim-MG. Foto: Paulo Paiva/DP/DA. Press

Alvirrubro volta à segundona em busca do retorno imediato, com o 4º acesso

Acessos do Náutico na Série B em 2006 (Náutico 2x0 Ituano), em 2011 (Náutico 2x2 Ponte Preta) e 1988 (Náutico 1x0 Central). Fotos: Diario de Pernambuco/DP/D.A Press e Youtube/reprodução

Após dois anos, o Náutico está de volta à Série B.

O clube de Rosa e Silva participará da segunda divisão pela 15ª vez, entre as competições com acesso e descenso, fórmula instituída a partir de 1988.

Além da futura edição de 2014, o Alvirrubro esteve em 1988, 1995, 1996, 1997, 1998, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006, 2010 e 2011. Antes, quando todos os campeonatos estaduais eram classificatórios, também jogou a chamada Taça de Prata em 1971 e 1981.

O Náutico tentará o quarto acesso à elite nacional de sua história. O primeiro veio logo no ano de criação do sistema de meritocracia do Brasileirão, em 1988. Terminou como vice, perdendo a final para a Inter de Limeira.

Em 2006, na primeira edição por pontos corridos, ampliando o número de vagas de duas para quatro, a ofensiva geração de Kuki e Felipe acabou em 3º lugar, sacramentando a classificação no 2 x 0 sobre o Ituano. Em 2011, na vez de Kieza, o Náutico foi novamente vice-campeão, e sem perder um jogo sequer como mandante. Na última rodada, 2 x 2 com a Ponte Preta e festa nos Aflitos.

Saiba mais sobre as classificações alvirrubras à Série A: 1988, 2006 e 2011.

Com dois acessos no modelo atual do Brasileiro, com 20 clubes e 38 rodadas, o Timbu retorna à B com a experiência necessária para ficar pouco tempo…

Onipresente na zona de rebaixamento, o Náutico cai de uma vez no Horto

Série A 2013, 32ª rodada: Atlético-MG x Náutico. Foto: Alexandre Gusanche /EM/D.A Press

Acabou a agonia da torcida. O Náutico está, sim, rebaixado à segunda divisão.

Um ano imaginado como um dos mais gloriosos da história de Rosa e Silva termina de forma vexatória.

O orçamento recorde de R$ 45 milhões, a Série A exclusiva, a estreia na arena, a participação na Sul-Americana. Tudo isso foi suplantado com frustração em cima de frustração, estadual, nacional e internacional.

Para encerrar a ínfima chance matemática de reversão na elite, o Alvirrubro, presente na zona de rebaixamento em todas as rodadas, enfrentou o seu lado oposto, um clube que vive a sua temporada mais espetacular.

Campeão da Taça Libertadores da América de forma brilhante, o Atlético Mineiro vem “brincando” no Campeonato Brasileiro.

E mesmo assim o Galo de Cuca se mantém entre os primeiros colocados.

Vai se preparando, mesmo sem Ronaldinho, em recuperação, para o Mundial de Clubes. Vai aprimorando as jogadas, sempre rápidas, com bola de pé em pé.

Com tamanho entrosamento e contra um adversário frágil e fragilizado, o alvinegro de Belo Horizonte impôs a 23ª derrota aos pernambucanos, 5 x 0.

No primeiro tempo, atacando de forma rápida, sem deixar o visitante pegar na bola, Fernandinho e Jô marcaram os gols.

No segundo gol, uma falha grotesca do zagueiro William Alves. Contratado após o bom estadual disputado pelo Santa Cruz, o jogador foi um fiasco nos Aflitos.

Um entre tantos outros erros da direção na formação da equipe, alguns de forma esperada e outros de maneira surpreendente, como Martinez e Derley, pilares em 2012 e dispensáveis em 2013.

Na volta do intervalo, cenário mantido, com muita facilidade em campo e gols de Guilherme, Tardelli e Alecsandro.

A goleada no Horto na noite deste sábado, a 11ª sofrida pelo Timbu, fará com que o clube olhe de uma vez por todas para 2014. Urgentemente.

Entretanto, restam mais seis jogos…

Manter o mínimo de dignidade, pela torcida, é preciso. Sabe-se lá como o time atual do Náutico conseguirá. Até aqui conseguiu apenas 17 pontos…

Série A 2013, 32ª rodada: Atlético-MG x Náutico. Foto: Alexandre Gusanche /EM/D.A Press