Os torneios olímpicos de futebol no Rio

Sorteio dos torneios olímpicos de futebol em 2016. Crédito: twitter.com/Brasil2016

Os torneios olímpicos de futebol em 2016, tanto masculino quanto feminino, foram definidos em sorteio no Maracanã, palco da decisão dos Jogos do Rio de Janeiro, com a Seleção Brasileira buscando o inédito ouro nas duas categorias. Tem cinco pratas ao todo. Entre os homens, na mais que conhecida obsessão da Canarinha, o time Sub 23 ficou num grupo fácil, com Iraque, África do Sul e Dinamarca. Para o evento, que será realizado em seis cidades (apenas Salvador no Nordeste), o time deverá contar com Neymar, liberado pelo Barcelona. O craque será um dos três convocados acima do limite de idade.

O degrau mais alto do pódio vem passando pertinho há algumas Olimpíadas. As cinco medalhas foram conquistadas nas últimas oito edições, com três pratas (1984, 1988 e 2012) e dois bronzes (1996 e 2008). Até hoje, 18 seleções conseguiram o ouro olímpico no futebol, incluindo os rivais Uruguai e Argentina, ambos bicampeões (1924/1928 e 2004/2008). Logo, o Brasil só aparece em 19º lugar no quadro de medalhas (abaixo). O regulamento no Rio é o mesmo das últimas edições, com quatro grupos de quatro times, nos quais os dois melhores avançam. Na sequência, quartas de final, semifinal e final. É a chance.

Grupos do torneio olímpico masculino de futebol de 2016. Crédito: twitter.com/Brasil2016

Tabela da seleção masculina na 1 fase:
04/08 – Brasil x África do Sul (Mané Garrincha, 16h)
07/08 – Brasil x Iraque (Mané Garrincha, 22h)
10/08 – Brasil x Dinamarca (Salvador, 22h) 

Já no torneio feminino, onde a Seleção também bateu na trave, são doze países, divididos em três chaves. Ou seja, além dos dois melhores de cada grupo, os dois melhores terceiros lugares avançam ao mata-mata. Ainda liderado por Marta, o time verde e amarelo tem como missão chegar ao menos na semifinal. Nas cinco edições realizadas desde Atlanta, em 1996, as mulheres brasileiras só caíram nas quartas uma vez, justamente na última edição, em Londres.

Grupos do torneio olímpico feminino de futebol de 2016. Crédito: twitter.com/Brasil2016

Tabela da seleção feminina na 1ª fase:
03/08 – Brasil x China (Engenhão, 16h)
06/08 – Brasil x Suécia (Engenhão, 22h)
09/08 – Brasil x África do Sul (Manaus, 22h)

Palcos selecionados: Maracanã, Engenhão, Mané Garrincha, Arena Corinthians, Mineirão, Fonte Nova e Arena da Amazônia. Sobre ingressos, veja aqui.

Eis o quadro de medalhas dos finalistas do torneio masculino de 1900 a 2012…

Quadro de medalhas no torneio masculino de futebol de 1900 a 2012. Crédito: Wikipedia/reprodução

Eis o quadro de medalhas dos finalistas do torneio feminino de 1996 a 2012…

Quadro de medalhas no torneio feminino de futebol de 1900 a 2012. Crédito: Wikipedia/reprodução

Neve e deserto nas problemáticas obras da Copa do Mundo, em 2018 e 2022

Obra do estádio Saint Petersburg, na Rússia, para a Copa de 2018. Foto: Fifa/site oficial

Em 2 de dezembro de 2010, a Fifa anunciou Rússia e Catar como sedes das Copa do Mundo de 2018 e 2022, num processo simultâneo e cercado de polêmica sobre os votos. Enquanto os países batalham politicamente para tentar sustentar uma imagem isenta sobre as respectivas escolhas, as novas arenas (sempre mais caras) vêm sendo tocadas. Na Rússia, são doze, em distâncias semelhantes às do torneio no Brasil, também com dimensões continentais.

Com o rigoroso inverno do país, as obras passam parte do tempo do cobertas de neve, num frio proveniente da Sibéria. A essa condição abaixo de zero some denúncias de salários atrasados, segundo o jornal inglês The Guardian. De positivo, dois palcos em operação, do Rubin Kazan e do Spartak. Enquanto isso, no Oriente Médio, o cenário é desastroso em termos de segurança no trabalho.

Obras dos estádios na Rússia (Copa 2018) e Catar (Copa 2022). Fotos: Fifa/site oficial

Já são mais de 1.200 trabalhadores mortos durante as obras do Catar. Segundo a International Trade Union Confederation, num dado revelado pela revista Exame, a estimativa é que mais quatro mil morram até a conclusão dos estádios. Motivos? A mão-de-obra barata seria submetida a jornadas acima de 12 horas, em ambientes inadequados em termos e a temperaturas de até 50 graus – não por caso, parte do trabalho está sendo transferido para a noite.

A Fifa, como aconteceu no Brasil, divulga com certa regularidade imagens das obras, ainda que não esteja revelando os percentuais de execução em cada uma. Do canteiro coberto pelo branco da neve às estacas no deserto, os opostos das próximas Copas… Com velhos problemas na concepção.

Neve: Samara, Saint Petersburg, Nizhny Novgorod, Moscou e Ekaterinburg.
Deserto: Khalifa e Al Rayyan.

Obra do estádio Khalifa, no Catar, para a Copa de 2022. Foto: Fifa/site oficial

Estrutura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro a quatro meses da abertura

Parque Olímpico da Barra. Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br

Faltam quatro meses para o início dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, cujo orçamento em infraestrutura (esportes, mobilidade, meio ambiente, renovação urbana etc) chega a R$ 38 bilhões. Após uma vistoria em abril, o Ministério do Esporte divulgou imagens aéreas das obras, até porque do alto a sensação de conclusão é maior, sobretudo pelo visual natural. Em relação à obra, o avanço já expõe coberturas, pisos sintéticos, pintura, gramado etc.

Agora, sim, com cara de Olimpíada. Entretanto, apesar dos testes realizados, as arenas ainda estão nos ajustes finais – a esta altura, o parque de Londres estava quase pronto. Confira o passeio no Parque da Barra e no Complexo Esportivo de Deodoro. Vale lembrar que a abertura, em 5 de agosto (e a final dos torneios de futebol) será no Maracanã, enquanto as provas de atletismo ocorrerão no Engenhão, já fechado para o campeonato carioca de futebol devido à reforma.

Ao todo são 7,5 milhões de ingressos para as disputas olímpicas nas 37 arenas.

Compare o andamento da construção com imagens de agosto aqui.

Arena Olímpica (Barra)
Capacidade: 12 mil
Modalidades: ginástica artística, rítmica e trampolim

Arena Olímpica. Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br

Velódromo (Barra)
Capacidade: 5 mil
Modalidade: ciclismo (pista)

Velódromo. Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br

Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos (Barra)
Capacidade: 18 mil
Modalidades: natação e polo aquático

Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos. Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br

Centro Olímpico de Tênis (Barra)
Quadra principal: 10 mil
Quadra 2: 5 mil
Quadra 3: 3 mil
7 quadras de jogo: 250 lugares cada

Centro Olímpico de Tênis. Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br

Arena do Futuro (Barra)
Capacidade: 12 mil
Modalidade: handebol

Arena do Futuro. Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br

Arena Carioca 3, 2 e 1 (Barra)

Arena Carioca 1
Capacidade: 16 mil
Modalidade: basquete

Arena Carioca 2
Capacidade: 10 mil
Modalidades: judô, luta greco-romana e luta livre

Arena Carioca 3
Capacidade: 10 mil
Modalidades: esgrima e taekwondo

Arena Carioca 3, 2 e 1. Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br

Vila dos Atletas, na Barra da Tijuca
Capacidade: 17.950 atletas em 31 prédios

Vila dos Atletas, na Barra da Tijuca. Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br

Centro Nacional de Hóquei sobre a Grama (Deodoro)
Quadra principal: 8 mil
Quadra secundária: 5 mil
Modalidades: hóquei sobre grama

Centro Nacional de Hipismo. Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br

Centro Nacional de Tiro Esportivo (Deodoro)
Capacidade: 15 mil
Modalidades: rúgbi, hipismo do pentatlo moderno e combinado (corrida e tiro) do pentatlo moderno

Centro Nacional de Tiro Esportivo. Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br

Centro Nacional de Hipismo (Deodoro)
Capacidade: 14,2 mil
Modalidades: hipismo olímpico (saltos, adestramento e concurso completo de equitação)

Centro Nacional de Hipismo. Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br

Estádio Olímpico de Canoagem Slalom (Deodoro)
Capacidade: 8.424
Modalidade: canoagem slalom

Estádio Olímpico de Canoagem Slalom. Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br

O surgimento de Pelé e o roubo da Jules Rimet, uma era brasileira no cinema

Filmes sobre o futebol brasileiro em 2016: "Pelé, o nascimento de uma lenda" e "O roubo da taça". Crédito: montagem sobre reprodução dos trailers

A era de ouro do futebol brasileiro foi marcada pelo tricampeonato mundial, entre 1958 e 1970, tendo Pelé como ícone. O Rei é o único jogador com três títulos da Copa do Mundo, entre tantas outras marcas incríveis, como os 1.284 gols. Aos 75 anos, Pelé ganha uma cinebiografia hollywoodiana (“Pelé – O nascimento de uma lenda”), contando os seus primeiros passos no mundo da bola, aos 10 anos, ainda em Bauru, até o estrelato, com a conquista na Suécia aos 17 anos.

O craque do Santos é interpretado por Leonardo Lima (10 anos) e Kevin de Paula (17), selecionados entre 400 garotos brasileiros – apesar disso, o filme foi rodado em inglês. Já o papel de seu pai, Dondinho, coube ao cantor Seu Jorge. Outro personagem de destaque é Vicente Feola, o primeiro técnico campeão mundial pela Canarinha, interpretado pelo xará norte-americano Vincent D’Onofrio, conhecido como Wilson Fisk, na série Demolidor. Boa parte das filmagens, através da IFC Filmes, aconteceram no Rio de Janeiro, cenário de outra película prevista para este ano, antagônica às conquistas de Pelé.

Em 19 de dezembro de 1983, dois homens entraram na antiga sede da CBF, na Rua da Alfândega, no centro, renderam o vigia e roubaram a Taça Jules Rimet! Levaram a peça original, que estava numa redoma no 9º andar do prédio, enquanto a réplica seguia guardada num cofre (acredite, não é piada). O troféu, ganho em definitivo após o tri, acabaria derretido, numa história mal explicada, mas agora com contornos cinematográficos, com “O roubo da taça”, da Prodigo Filmes. No elenco, nomes como Stepan Nercessian, Taís Araújo e Mr. Catra (!).

Assista aos trailers, com histórias distintas e complementares. Do auge brazuca ao constrangedor fim do símbolo de uma era sem precedentes no futebol…

Pelé – O nascimento de uma lenda

O roubo da taça

Por qual razão o Sport acerta ao preferir a Sul-Americana em vez da Copa do Brasil

Copa Sul-Americana e Copa do Brasil

O critério de classificação à Copa Sul-Americana atrelado a uma eliminação precoce na Copa do Brasil recebe críticas do blog desde a divulgação da CBF, em 3 de agosto de 2012. Sobretudo pelo interesse local, com participações pernambucanas desde 2013, com Sport (3) e Náutico (1). Porém, a discussão demorou a ganhar amplitude na imprensa nacional, fazendo com o que o modelo antidesportivo passasse quase à margem. Em 2015, pela primeira vez houve a discussão para mudança, que poderia resultar na escolha prévia. Afinal, nenhum clube, que tenha o interesse de jogar a Sula, aceita a ideia de perder na Copa do Brasil, inclusive para rivais bem inferiores tecnicamente.

Por uma questão de calendário no segundo semestre, consequência de uma briga entre emissoras de tevê (Fox e Globo), os torneios acabaram com datas simultâneas a partir das oitavas de final. Era preciso que algum clube se posicionasse oficialmente contra o critério. Escalar reservas, por mais óbvio que fosse o objetivo, já não era suficiente. Por isso, a postura do Sport merece elogios. O Leão emitiu uma nota oficial escolhendo a Sul-Americana, se indignando contra o sistema vigente e deixando claro como irá encarar a Copa do Brasil, com uma equipe Sub 20. Em itálico, destaco alguns pontos.

“Diante de um regulamento arcaico, que obriga os clubes a em determinado momento optar entre a permanência nessa competição brasileira ou a participação na Copa Sul-Americana, a Diretoria do Leão vem a público anunciar que irá priorizar a busca pelo título internacional.”

Na visão do blog, decisão leonina foi acertada. Os leitores que acompanham o blog há algum tempo já devem ter visto postagens do tipo, algumas com hiperlinks neste texto. A última delas, em 2015, você pode acessar aqui.

“Tal decisão baseou-se no planejamento estratégico do Clube para 2016 que, além de ter como meta prioritária o Campeonato Brasileiro Série A, visa ainda a conquista de um título internacional. É importante ressaltar que a opção pelo torneio sul-americano não causará mudança no planejamento financeiro, já que a Copa do Brasil e a Sul-Americana se equivalem neste quesito.”

A Copa do Brasil tem um peso enorme na história rubro-negra, com a segunda estrela dourada oriunda da taça de 2008. Justamente por ter esse título, um troféu num contexto internacional inédito (para todo o Nordeste) seria essencial para um novo patamar – dando quatro vagas em 2016: Sula, Libertadores, Recopa e Suruga. Quanto à premiação, o blog já comprovou isso, uma vez que a Sula paga em dólar. Levando em conta as cifras quando os torneios se “juntam”, a premiação da Sula pagou US$ 2,235 milhões ao campeão em 2015, ou R$ 8 milhões (cotação de R$ 3,61) – a Conmebol já confirmou que haverá aumento em 2016. O mata-mata nacional paga R$ 9 milhões.

A grande questão é a receita nas três primeiras fases do torneio nacional, com o Sport podendo acumular até R$ 1,56 milhão. Já ganhou R$ 420 mil, podendo arrecadar mais R$ 480 mil (2ª) e R$ 660 mil (3ª). Ou seja, uma campanha apenas financeira, pois tecnicamente o caminho já está traçado.

“O Sport ressalta que, na reunião do Conselho Técnico da CBF do ano de 2015, propôs que a opção fosse exercida de maneira clara em prazo anterior às duas competições, proposta acatada pela unanimidade dos clubes da série A e, em tese, então aceita pela CBF. Para surpresa de todos, porém, a CBF manteve, em 2016, a regra antidesportiva e antiética de eliminação da Sul-Americana do clube que ultrapassar a 3ª. Fase da Copa do Brasil.”

Até 16 de março de 2016 havia a dúvida sobre o critério, mas a CBF acabou mantendo o esdrúxulo formato após a divulgação do regulamento da Série A, a base para as vagas internacionais. A desvalorização da Copa do Brasil, até as oitavas, será proporcional à quantidade de clubes com posições semelhantes a do Sport. Ou seja, até oito, abrindo caminho para times sem muita visibilidade, estendendo o prejuízo a quem investe, a própria tevê, com jogos de menor porte.

Ao escolher em abril a Sul-Americana, o Sport evita o desgaste na prévia do torneio, como a possibilidade de escalações mistas, gerando, inclusive, um desinteresse da própria torcida sobre a campanha. A causa foi abraçada de vez.

Você concorda com a posição adotada pelo Sport? Debate aberto.

A diferença no custo do novo estádio do Peñarol em relação aos projetos do Recife

Estádio "Campeón del Siglo", do Peñarol, na inauguração, em 28/03/2016. Foto: Peñarol/twitter

O Peñarol inaugurou o estádio Campeón del Siglo, após 25 meses de obras, consumindo 40 milhões de dólares. Palco mais moderno de Montevidéu, que tinha o tradicional Centenário e o reformado Parque Central, do rival Nacional, como principais estádios, a nova casa carbonera impressiona pelo custo, sobretudo para os brasileiros, com estádios caríssimos para a Copa do Mundo de 2014. A cancha do clube pentacampeão Libertadores, construída do zero, num terreno a 19 quilômetros do centro da cidade, atende às normas básicas do Padrão Fifa, seguindo a quinta versão do dossiê “Estádios de futebol – Recomendações técnicas e os requisitos”, com 420 páginas.

Não foi uma obra pensada para o Mundial, mas para a sua torcida, o mais importante. Para bancar o projeto, o clube tentou um empréstimo de US$ 25 milhões. O banco só aprovou US$ 18 mi. E a direção tocou a obra, sem luxo. Não por acaso, à parte de instalações modernas, como a fachada, o museu, o restaurante e o auditório, o empreendimento conta com adequações voltadas para o público local. Com 17 entradas, a arquibancada é espaçosa, mas apenas uma das quatro tribunas são cadeiradas. As demais, não, até porque boa parte da torcida “alenta” em pé – aos poucos, a mudança chega ao Brasil, com setores sem cadeiras nas arenas de Corinthians e Grêmio.

A princípio, não foi colocada uma cobertura, que encareceria bastante o projeto – porém, a estrutura foi pensada para uma reforma futura. Simples, mas funcional, o estádio – curiosamente já visitado e aprovado pelo presidente da Fifa, Gianni Infantino – apresenta um custo mais em conta. Basta comparar com os cinco projetos apresentados no Recife, sendo quatro construções e uma reforma. A partir do valor original de cada um, na época do lançamento, o blog enumerou dois quadros, equiparando os dados na moeda americana, em números absolutos, e na moeda brasileira, com correção monetária, através do IGP-M.

Independentemente da escolha, as projeções locais estão muito acima. Até a Arena Coral, que não começaria do zero. No caso do Sport, o orçamento do estádio – sem shopping e hotéis – seria suficiente para erguer cinco campos iguais ao do Peñarol. Cinco! E o que dizer da Arena Pernambuco? Em valores corrigidos, R$ 110 mi x R$ 817 mi. Não estaria na hora de considerar o perfil torcedor pernambucano, em vez dos gastos astronômicos do pleno “Padrão Fifa”? Sem surpresa, aqui, só um saiu do papel, com custo ainda indefinido…

Campeón del Siglo
Local: Montevidéu
Lançamento: 19/12/2013
Capacidade: 40.000
Custo: R$ 93.156.000
Dólar: US$ 40 milhões (cotação*: R$ 1,76)
Correção**: R$ 110.029.262

Arena Sport
Local: Ilha do Retiro (Recife)
Lançamento: 17/03/2011
Capacidade: 45.000
Custo: R$ 400 milhões (depois, o complexo subiu para R$ 750 milhões)

Dólar: US$ 238.663.484 (cotação*: R$ 1,67)
Aumento sobre o estádio do Peñarol: 496%
Correção**: R$ 551.618.560
Aumento sobre o estádio do Peñarol: 401%

Arena Timbu
Local: Engenho Uchôa (Recife)
Lançamento: 18/11/2009
Capacidade: 30.000
Custo: R$ 300 milhões

Dólar: US$ 174.825.174 (cotação*: R$ 1,76)
Aumento sobre o estádio do Peñarol: 337%
Correção**: R$ 468.083.640
Aumento sobre o estádio do Peñarol: 325%

Arena Pernambuco
Local: Jardim Penedo (São Lourenço da Mata)
Lançamento: 15/01/2009
Capacidade: 46.214
Custo: R$ 532 milhões (toda a Cidade da Copa custaria R$ 1,59 bilhão)

Dólar: US$ 229.053.646 (cotação*: R$ 2,32)
Aumento sobre o estádio do Peñarol: 472%
Correção**: R$ 817.164.821
Aumento sobre o estádio do Peñarol: 642%

Arena Coral
Local: Arruda (Recife)
Lançamento: 28/06/2007
Capacidade: 68.500
Custo: R$ 190 milhões

Dólar: US$ 98.911.968 (cotação*: R$ 1,92)
Aumento sobre o estádio do Peñarol: 147%
Correção**: R$ 341.207.985
Aumento sobre o estádio do Peñarol: 210%

Arena Recife-Olinda
Local: Salgadinho (Olinda)
Lançamento: 29/05/2007
Capacidade: 45.500
Custo: R$ 335 milhões

Dólar: US$ 172.209.941 (cotação*: R$ 1,94)
Aumento sobre o estádio do Peñarol: 330%
Correção**: R$ 601.844.183
Aumento sobre o estádio do Peñarol: 446%

* A conversão foi calculada do dia do lançamento para 29 de março de 2016
** Correção através do IGP-M do dia do lançamento para fevereiro de 2016

Estádio "Campeón del Siglo", do Peñarol, na inauguração, em 28/03/2016: Peñarol 4x1 River Plate-ARG. Foto: Peñarol/twitter

Uefa Pro, o nível máximo de formação dos técnicos na Europa. Agora, no Arruda

Diploma de Milton Mendes com o ais alto nível do curso da Uefa. Crédito: Milton Mendes/Arquivo pessoal

O Santa Cruz anunciou Milton Mendes como técnico para a Série A de 2016. Com um bom trabalho no Atlético-PR, o seu perfil apresenta uma formação teórica acima da média dos treinadores do país, com a realização de todos os cursos possíveis na Uefa, onde chegou ao quarto nível, com o diploma Uefa Pro, em 2009 (foto abaixo). Hoje, o documento é uma exigência para trabalhar profissionalmente na Europa. Desde 2010 a entidade exige a licença máxima nas cinco principais ligas nacionais (Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha e França). Em outros campeonatos tradicionais, basta o “nível A”.

Na Premier League, até nomes tarimbados tiveram que cumprir a determinação, como Alex Ferguson, Arsene Wenger, Sven-Goran Eriksson e Rafa Benitez. Segundo a FA, a federação inglesa, o “curso é designado para preparar gestores e técnicos para o trabalho no nível máximo”, com 240 horas de duração, com 90 horas de aulas práticas, incluindo questões técnicas e visitas a clubes e, em algumas ocasiões, estágios com treinadores renomados (e já licenciados). Em todos os casos, o Uefa Pro precisa ser renovado a cada três anos.

Uma reportagem da BBC, de Londres, da época da formação de Milton Mendes, aponta os 16 tópicos de estudos para os treinadores. Ao todo, existem quatro níveis junto à união europeia de futebol. No caso de Mendes, a inscrição ocorreu através da federação portuguesa. O primeiro módulo, o maior, dura oito meses, com teorias para melhorar estratégias táticas, o ambiente do elenco e a forma de se comunicar, extrair o potencial do principal jogador do time etc.

Influência sobre atletas profissionais
Estilos de jogo
Análise dos principais pontos do jogo
Preparação mental
Medicina esportiva
Treinamentos especializados
Relação entre jogo e treino
Aptidão e condicionamento físico
Meios de comunicação e tecnologia
Ética e código de conduta
Gestão de negócios
Estrutura do clube
Contratos e agentes
Planejamento de descanso e regenerativo
Visitas de estudo
Trabalho prático e resolução de problemas

A formação de Milton Mendes, intercalada por trabalhos em times portugueses da 2ª e 1ª divisões e equipes catarianas, durou quase uma década. Foi finalizada com a pós-graduação em 2012, já voltada aos “profissionais de elite”.

2002 – 1º nível (Uefa)
2003 – 2º nível (Basic Uefa)
2008 – 3º nível (Uefa A)
2009 – 4º nível (Uefa Pro) 

A CBF também realiza um curso de técnicos, dividido em cinco níveis. À parte da pós-graduação, o nível profissional é voltado para ex-jogadores e treinadores com a licença B. As aulas práticas são realizadas na Granja Comary, em Teresópolis. Neste cenários, eis as disciplinas: preparação física e fisiologia do futebol profissional; psicologia do esporte no futebol profissional; treinamento de campo no futebol profissional; prática e análise do treinamento de campo; legislação esportiva aplicada III; e medicina esportiva no futebol profissional.

Pro – Excelência (370 horas)
A – Futebol profissional (250 horas)
B – Categoria de base (185 horas)
C – Escolinha (140 horas)
D – Projetos sociais

Curso de treinadores de Milton Mendes em 2009. Crédito: Milton Mendes/arquivo pessoal

Podcast 45 (228º) – Momentos decisivos no Estadual e Nordestão, Arena e Seleção

A semana bem movimentada no futebol pernambucano rendeu um podcast de quase duas duas. Começamos com o momento decisivo no Estadual, após os tropeços de Santa (América) e Sport (Salgueiro). Projeção de confrontos na semi? E a melhora técnica no Tricolor, de técnico novo? Analisamos tudo. Em seguida, a pauta foi direcionada para a Arena Pernambuco, cuja administração passará para o governo do estado em 1º de abril. O que poderá mudar (mobilidades, calendário, serviços)? Claro, pontuamos a situação do Náutico nesta polêmica. Por fim, detalhes de Brasil 2 x 2 Uruguai, em São Lourenço.

Confira um infográfico com a pauta do programaqui.

Neste podcast, com 1h54, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

Jogão na Arena Pernambuco, com o Brasil cedendo o empate ao Uruguai

Eliminatórias da Copa 2018, em 25/03/2016: Brasil x Uruguai. Foto: AUF/twitter (@Uruguay)

Foi uma partidaça de futebol, bem jogada, batalhada e com muitos gols. Brasil e Uruguai fizeram valer a expectativa na Arena Pernambuco, que nunca havia recebido um jogo da Seleção. No primeiro tempo, pleno destaque para Neymar, armando e atacando, liso em campo. Na retomada, o atacante caiu, junto como todo o time. Levando em conta que do outro lado havia um poderoso ataque, a situação ficou complicada diante dos hermanos, com Cavani e Suárez balançando as redes e pressionando para virar. Ao todo, 20 finalizações (Uruguai 12 x 8). Entre as 45 mil pessoas presentes, várias conseguiram a proeza de não fixar o olhar no impecável gramado. Algumas porque não conseguiram chegar a tempo, devido à mobilidade falha na estrada, mas outras tantas preferiram ficar entretidas nos shows da área vip e nos incontáveis selfies. Acabaram desperdiçando uma oportunidade única. Só lamento.

Quem prestou atenção, no campo ou na tevê, reconheceu o esforço inicial do time de Dunga, superior na primeira metade do confronto. No decorrer da noite apareceriam os problemas defensivos, técnicos e táticos  – também reflexo dos 128 dias sem jogo do time -, diretamente relacionados à reviravolta no placar, desorganizando o conjunto de vez. O Brasil abriu dois gols de diferença em apenas 25 minutos, com Douglas Costa e Renato Augusto – na verdade, a vantagem vinha desde os 40 segundos! A equipe jogou para ampliar, mas deu espaço, sem tanta pegada no meio-campo. E isso é algo fatal, pois a Celeste é especialista em deixar um jogo encardido mesmo fazendo pouco (até então).

O maestro Tabárez passou a investir nas costas dos laterais brasileiros, e foi buscar o empate através dos atacantes do PSG e do Barça, aos 30 da primeira etapa e aos 2 da segunda. Suárez, aliás, chegou a quatro gols na arena, marcando nas três vezes em que esteve no local (Espanha, Taiti e Brasil). E o que era uma festa, com cara de goleada, virou o clássico de sempre, com o time charrúa chegando bem perto da virada, sobretudo em cima do zagueiro David Luiz, com uma idolatria incompreensível na arquibancada.

No finzinho, Alisson salvou o Brasil de uma derrota em casa pelas Eliminatórias. o que nunca aconteceu. Livre, Suárez perdeu, com a defesa comemorada como um grito de gol. Como a pressão adversária continuou nos descontos, a paciência foi embora, com vaias da torcida verde e amarela. Não pela diversão (futebolisticamente falando, houve), mas pelo resultado, naturalmente. O empate em 2 x 2 acabou com uma sequência de oito vitórias consecutivas da Seleção atuando em Pernambuco. A arrancada havia começado justamente contra o Uruguai, em 1985, no Arruda. Mas eles não desistem, nunca…

Eliminatórias da Copa 2018, em 25/03/2016: Brasil 2x2 Uruguai (gol de Douglas Costa). Foto: Brasil Global Tour/twitter (‏@BGT_ENG)

Eliminatórias da Copa 2018, em 25/03/2016: Brasil 2x2 Uruguai (gol de Renato Augusto). Foto: Brasil Global Tour/twitter (‏@BGT_ENG)

Eliminatórias da Copa 2018, em 25/03/2016: Brasil 2x2 Uruguai (gol de Cavani). Foto: AUF/twitter (@Uruguay)

Eliminatórias da Copa 2018, em 25/03/2016: Brasil 2x2 Uruguai (gol de Suárez). Foto: Brasil Global Tour/twitter (‏@BGT_ENG)

O maior público da Arena Pernambuco e a maior renda (conhecida) do estado

Eliminatórias da Copa 2018, em 25/03/2016: Brasil x Uruguai. Foto: João de Andrade Neto/DP

O jogo entre Brasil e Uruguai registrou o recorde de público da Arena Pernambuco, com 45.010 torcedores, sendo 43.898 pagantes e 1.112 gratuidades. Esse borderô correspondeu a 97,3% da capacidade máxima do estádio. Para isso, contabilizaram todas as entradas, inclusive de pessoas que acabaram nem entrando. A noite ainda reservou outro recorde. A bilheteria foi a maior da história da futebol do estado, arrecadando R$ 4.961.890 (tíquete médio de R$ 113). Para a marca ser reconhecida é preciso desconsiderar os torneios da Fifa em 2013 e 2014, com oito jogos na arena, uma vez que as rendas não foram divulgadas.

É até possível que alguns jogos da Copa das Confederações e da Copa do Mundo tenham gerado mais dinheiro, pois a maioria dos ingressos foi comercializada a partir de R$ 180 – a carga com desconto foi bem enxuta. Portanto, levando em conta as arrecadações “abertas”, o clássico sul-americano superou outro jogo válido pelas Eliminatórias da Copa, Brasil 2 x 1 Paraguai, em 10 de junho de 2009. Naquela noite, o Arruda recebeu 55.252 pagantes, proporcionando R$ 4.322.555 (média de R$ 78), destinando 10% para o Santa Cruz.

Bilheteria à parte, esta foi a 9ª vez que um público na Arena passou da casa de 40 mil espectadores, em mais de cem jogos realizados em São Lourenço. Foram oito jogos entre seleções e apenas um entre clubes (Sport x São Paulo). Até hoje, nenhum ocupou 100% dos 46.214 lugares – dado pra lá de incomum, pois algumas partidas tiveram lotação máxima, com a quantidade de assentos reduzida por questões de segurança.

Maiores públicos da Arena Pernambuco
45.010 – Brasil 2 x 2 Uruguai (25/03/2016)

41.994 – Sport 2 x 0 São Paulo (19/07/2015)
41.876 – Alemanha 1 x 0 Estados Unidos (26/06/2014)
41.705 – Espanha 2 x 1 Uruguai (16/06/2013)
41.242 – Costa Rica (5) 1 x 1 (3) Grécia (29/06/2014)
41.212 – México 3 x 1 Croácia (23/06/2014)
40.489 – Itália 4 x 3 Japão (16/06/2013)
40.285 – Costa Rica 1 x 0 Itália (20/06/2014)
40.267 – Costa do Marfim 2 x 1 Japão (14/06/2014)