Após três eleições, o consenso volta ao Náutico. Novo ambiente em 2016/2017

Marcos Freitas e Edno Melo, presidente e vice do Náutico no biênio 2016/2017. Foto: João de Andrade Neto/DP/D.A Press

O Náutico caminhava para a terceira eleição consecutiva, sendo as duas últimas já abertas ao voto do sócio – uma determinação óbvia, mas recente no clube. As chapas para 2016/2017 já estavam nomeadas (“Náutico de Todos” e “Vermelho de Luta, Branco de Paz”), para uma disputa com até três mil eleitores em 13 de dezembro. Seria mais um capítulo no corroído cenário político do Timbu, após duas gestões sem resultados, com um rombo financeiro difícil de controlar.

Daí, a surpresa (positiva) com o entendimento entre os candidatos Marcos Freitas (azul) e Edno Melo (branco), desconhecidos por boa parte da torcida. Após um almoço e muita conversa – e algumas arestas, como a saída de Alexandre de Homem de Melo, descontente -, veio o consenso, marca no Alvirrubro por décadas. Marcos será o presidente, com Ivan Brondi (craque do hexa) como vice institucional e Edno no comando do departamento financeiro.

Entre 1979 a 2009 não houve bate-chapa nos Aflitos. O debate é salutar, com a apresentação de propostas, mas a vaidade já passara do ponto, com o enfraquecimento ano a ano (técnico e estrutural) e afastamento de colaboradores e da torcida. À chapa única, de cara, uma receita bem menor que os rivais (TV no Brasileiro: Sport R$ 35 milhões, Santa até 25 mi e Náutico 5 mi). A administração será essencial. A captação, nem se fala. O ambiente, então…

Atualização: não durou um dia sequer a união política no clube, com a pressão de partidários desfazendo o acordo. Pela 4ª vez seguida, bate-chapa.

Últimas eleições no Náutico
2009 – 160 votos* 
Berillo Albuquerque (Náutico Acima de Tudo) – 121 votos (75,62%)
Paulo Alves (Náutico Para Todos) – 39 votos (24,37%)
* Só com conselheiros.

2011 – 1.632 votos
Paulo Wanderley (Náutico de Primeira) – 1.139 votos (69,79%)
Marcílio Sales (MTA) – 475 votos (29,10%)
Paulo Henrique (Renovação) – 18 votos (1,10%)

2013 – 2.146 votos
Glauber Vasconcelos (MTA) – 1.575 votos (73,39%)
Marcílio Sales (Alvirrubros de Coração) – 458 votos (21,34%)
Alexandre Homem de Melo (Renovação) – 70 votos (3,26%)
Alberto de Souza (Náutico pra frente) – 43 votos (2,00%)

Até dez clássicos entre Santa Cruz e Sport em 2016, do Estadual à Sul-Americana

Clássico das Multidões. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Em 2008, tricolores e rubro-negros não se enfrentaram uma vez sequer. Resultado do regulamento esdrúxulo no Estadual, somado à fraca campanha coral na competição e às divisões distintas no Campeonato Brasileiro. O hiato foi um incômodo na temporada, o primeiro em muito tempo. Em 2016, por outro lado, há a possibilidade de uma overdose de Clássico das Multidões. Com o retorno do Santa Cruz à Série A e ao Nordestão, torneios também com a presença do Sport, os destinos podem se cruzar várias vezes…

O número de confrontos oficiais pode ir de 4 a 10 jogos.

Estadual (de 2 a 4 jogos)
Além das duas partidas no hexagonal (21/02 e 10/04), os rivais podem se enfrentar no mata-mata (semifinal ou decisão). O histórico mostra que a chance é considerável. Nos últimos cinco anos foram quatro vezes, com três triunfos tricolores (todos na final) e um dos rubro-negros (na semi).

Copa do Nordeste (até 2 jogos)
Por pouco os times não ficaram logo no mesmo grupo. No sorteio, o Sport foi o cabeça de chave do D. O Santa Cruz estava no segundo grupo de bolinhas, e só foi sorteado na chave C, encabeçada pelo Bahia. De toda forma, o confronto pode acontecer a partir das quartas de final (como em 2014, na semi).

Série A (2 jogos)
Após quinze anos, o Clássico das Multidões está de volta à elite nacional, sendo a primeira vez nos pontos corridos. Desde 1971 foram 13 partidas. Mais duas entrarão na lista, uma no turno e outra no returno do Brasileirão.

Copa Sul-Americana (2 jogos…?)
Sula? Acredite, há chance. Caso o Sport termine a Série A atrás de São Paulo e Inter (e apenas um cenário improvável faria ser diferente), o time terá a pré-vaga da Sul-Americana, já no pote 1 da “fase nacional”. Enquanto isso, o Santa pode acabar a Segundona como vice (basta vencer o Vitória). Assim, teria uma chance razoável de obter a sexta vaga na fila do Brasileiro (a Ponte, vice da última Série B, conseguiu em 2015). E o Tricolor também pode ir via título do Nordestão. Em ambos os casos ficaria no pote 2. Como são quatro confrontos brasileiros, haveria 25% de chance no sorteio da Conmebol. Não duvide.

Obs. Em tese, ainda há a Copa do Brasil, mas nunca houve um confronto entre os grandes do estado, pois a tabela não costuma ter clássicos nas três primeiras fases. Já na quarta (oitavas), ambos ficariam no pote 2 do sorteio. Ou seja, o clássico só poderia acontecer nas quartas de final, a 5ª fase do torneio. Em caso disputa na copa, não haveria chaveamento na Sula.

Diego Souza e Grafite no Playstation 4? Clássico das Multidões a caminho do Fifa

Meme: a "capa" do Fifa 2017, com Diego Souza (Sport) e Grafite (Santa Cruz). Arte: Paulo Lima /divulgaçãoi (‏@cravo19)

A capa é fictícia, obviamente. Mesmo que Diego Souza e Grafite continuem atuando no Recife em 2016, esta versão, criada pelo tricolor Paulo Lima, dificilmente chegaria às lojas para Playstation 4 e Xbox One. Ainda mais se for para substituir Lionel Messi e Oscar, estrelas da capa atual.

Em relação à presença oficial de Sport e Santa Cruz, no entanto, a possibilidade é bem real. Os dois clubes devem ser chamados pela EA Sports para compor a futura edição do game Fifa Football. Na versão 2016, já nas lojas, 16 clubes do país foram licenciados. O Leão só não figurou devido à empecilhos burocráticos sobre a cessão de imagem dos atletas – problema que deve ser solucionado pelo departamento jurídico do clube. Sem dúvida, seria uma importante visibilidade, pois trata-se da franquia de futebol mais vendida no mundo.

O Tricolor não aparece no Fifa desde 2008 – único ano com o trio da capital  oficializado. Já o Rubro-negro teve seus dados oficiais (nome, escudo, uniforme e elenco) pela última vez em 2009. Depois, só de forma genérica (“S. Recife”), duas vezes. E ainda há o Pro Evolution Soccer. Arquirrival do Fifa, o game da Konami licenciou 24 brazucas na última edição, com toda a Série A. A medida deve se manter no PES 2017. Logo, Santa e Sport presentes. Diego Souza e Grafite digitalizados num Clássico das Multidões no videogame? Com chancela.

Clubes brasileiros no Fifa
2001 – 13 times
2002 – 13 times
2003 – 15 times
2004 – 16 times
2005 – 16 times
2006 – 16 times
2007 – 22 times (Santa Cruz)
2008 – 24 times (Náutico, Santa Cruz e Sport)
2009 – 26 times (Náutico e Sport)
2010 – 20 times (N. Recife e S. Recife, os genéricos de Náutico e Sport)
2011 – 20 times
2012 – 20 times
2013 – 20 times (N. Recife e S. Recife)
2014 – 21 times (Náutico)
2015 – sem times brasileiros
2016 – 16 times

Clubes brasileiros licenciados no PES
2008 – 1 time
2009 – 1 time
2010 – 1 time
2011 – 5 times
2012 – 6 times
2013 – 20 times (Náutico e Sport)
2014 – 24 times (Náutico e Sport)
2015 – 21 times (Náutico e Sport)
2016 – 24 times (Sport)

Podcast 45 (191º) – Caminhos do Sport em 2016 e a eleição do Náutico

Após a gravação do podcast detalhando o acesso do Santa à Série A, o 45 minutos focou Sport e Náutico, também com compromissos no fim de semana no Brasileiro. O empate sem gols na Ilha, de portões fechados, deixou o Leão com 1% de chance de ir à Libertadores. Hora de analisar os outros caminhos possíveis? Pois foi o tema do debate, já com as carências do time para 2016. O Brocador merece ficar? No Náutico, a vitória sobre o Bahia de nada adiantou. De novo na Série B, o foco é a disputa presidencial, com o embate entre o MTA (ou o que restou) e o antigo grupo político que comandou o clube por 15 anos.

Nesta 191ª edição, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa e João de Andrade Neto. Ouça agora ou quando quiser!

Classificação da Série A 2015 – 36ª rodada

A classificação da Série A 2015 após 36 rodadas. Crédito: Superesportes

O empate sem gols entre Sport e Atlético-PR deixou o time pernambucano praticamente fora da briga por uma vaga na Libertadores. Sendo didático: o Leão teria que vencer seus dois jogos e São Paulo e Inter tropeçarem duas vezes cada. Os paulistas pegam Figueira e Goiás, enquanto os gaúchos jogam contra o Flu e o Cruzeiro. Mas não são 3 pontos de diferença? Pois é, em caso de igualdade o Sport perderia no número de vitórias. Ah, ainda há o Santos. Neste caso, bastaria uma derrota do Peixe (Vasco e Atlético-PR) ou o título da Copa do Brasil para o Peixe… À vera, a disputa parece polarizada entre os dois times com 56 pontos. Ao Sport, ao menos a confirmação de sua melhor campanha na Série A, na era dos pontos corridos, com 53 pontos (superou 2008 e 2014, ambos com 52).

Já campeão brasileiro, o Corinthians enfiou 6 x 1 no São Paulo e recebeu a taça oficial. Já na briga lá embaixo, o Joinville perdeu do Vasco e é o primeiro rebaixado.

A 37ª rodada do representante pernambucano
29/11 (16h00) – Sport x Corinthians (Arena Pernambuco)

Histórico no Recife pela elite: 8 vitórias leoninas, 4 empate e 6 derrotas.

Cansando de perder gols, Sport empata com o Atlético-PR numa Ilha fechada

Série A 2015, 36ª rodada: Sport x Atlético-PR. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Em uma Ilha do Retiro silenciada pelo STJD, punindo o clube pelo vandalismo da Torcida Jovem, uma organizada proibida pela direção rubro-negra, o Sport ficou no 0 x 0 com o Atlético-PR. O time pernambucano sentiu a falta da pressão exercida no estádio, onde somou a maioria dos seus 53 pontos no Brasileirão. Ainda assim, lutou bastante, o suficiente para lamentar bastante o empate.

Após um primeiro tempo equilibrado, com o Leão reclamando um pênalti em Marlone, o time sufocou o Furacão na retomada do jogo. Foram inúmeras oportunidades. Brocador (no lugar do suspenso André, um baita desfalque), Régis, Diego Souza… Quase sempre parando no goleiro Weverton, fazendo por merecer os 200 jogos com a camisa paranaense. Quando a bola passou por ele, a trave também ajudou o visitante. A partida tensa, mesmo numa noite vazia, se estendeu até os 49 minutos, com o Sport todo no ataque.

No último lance, Durval recebeu na ponta da área e chutou, com a bola batendo no braço do defensor atleticano, que visivelmente tentou proteger o rosto. Em situações normais, sem polêmica. Bola na mão. Porém, nessa orientação da CBF aos árbitros desta Série A, vários lances bem parecidos foram marcados. Na última rodada, por exemplo, a favor do Cruzeiro contra o Sport. De nada adiantou reclamar. Apesar de alguns torcedores terem assistido ao jogo num telão do lado de fora, o clima de fim de feira imperou na Ilha. O time está a três pontos do G4 a duas rodadas do fim. Matematicamente, possível. Na prática, o que já era bem difícil pode ter ficado para uma próxima…

Série A 2015, 36ª rodada: Sport x Atlético-PR. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

A carreata do Santa Cruz rumo à Série A

A triunfal chegada do Santa Cruz no Recife. Do desembarque no Aeroporto Internacional dos Guararapes, o time seguiu numa carreata até o Arruda, com buzinaço, festa, fogos e uma alegria sem igual. Confira um álbum com 25 fotos, produzidas pela assessoria coral e pelo Superesportes.

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Podcast 45 (190º) – Raio x sobre o acesso do Santa Cruz, com projeção sobre 2016

Série B 2015, 37ª rodada: Mogi Mirim 0x3 Santa Cruz. Foto: Luciano Claudino/Estadão conteúdo

A saga do Santa Cruz nesta volta à primeira divisão, numa caminhada iniciada em 2011, ainda na Série D, pautou a edição especial do 45 minutos. Foi um verdadeiro “SantaCast”, com 1h36. Analisamos a campanha, a importância de Marcelo Martelotte e Grafite, a gestão de Alírio Moraes, com Constantino Júnior à frente do futebol (esse esteve presente nos três acessos), a possível reformulação do elenco coral para a Série A em 2016, a possibilidade de jogar a Copa Sul-Americana já na próxima temporada (ganhar do Vitória e terminar como vice-campeão da Série B ajudaria muito) e as mudanças na receita do clube com a possível cota de R$ 25 milhões da televisão. Um raio x tricolor.

Confira um infográfico com as principais atrações do programa aqui.

Nesta 190ª edição, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa e João de Andrade Neto. Ouça agora ou quando quiser!

A cada letra, um novo passo na história do Santa Cruz no futebol nacional

Os acessos do Santa Cruz em 2011 (Série C), 2013 (Série B) e 2015 (Série A). Fotos: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

A última letra foi alcançada…

Em dez anos, o Santa Cruz foi da primeira para a quarta divisão e de lá retornou à elite do Campeonato Brasileiro. Trata-se de uma derrocada sem precedentes e uma volta por cima como nunca se viu no país. Em 2011, 2013 e 2015 o Tricolor deu os maiores passos para a sua reconstrução.

Os quatro títulos estaduais nos últimos cinco anos sacudiram a autoestima, mas sair do limbo nacional era questão de honra para um clube tão grande, tão tradicional, tão querido. A cada acesso conquistado no campo, legitimamente, uma letra erguida pelo povão simbolizando novos ares no futebol.

Treze, Betim e Mogi entraram às avessas na vida do Santa. Do nervosismo diante de 59 mil pessoas contra os paraibanos, quando o calvário começou a acabar. No gol de Caça-Rato, ao vivo para todo o Brasil, dando ao clube a decência de um calendário completo. Por fim, a goleada em Itu, com 1.400 tricolores presentes e outros tantos torcendo de longe. Juntas, as três letras têm um significado único.

Da Série D para a C
16/10/2011 – Santa Cruz 0 x 0 Treze (quartas de final)

Da Série C para a B
03/11/2013 – Santa Cruz 2 x 1 Betim (quartas de final)

Da Série B para a A
21/11/2015 – Mogi Mirim 0 x 3 Santa Cruz (37ª rodada)

A “última letra” é na verdadeira a primeira… para uma nova e merecida história.

Antes da rivalidade no Brasileirão, a cordialidade virtual entre Sport e Santa

Os dois clubes mais populares de Pernambuco estão na Série A de 2016. A volta do Santa Cruz após uma década oscilando nas divisões nacionais recebeu os parabéns do futuro adversário na elite, o Sport. Através da conta oficial no Twitter, os leoninos levantaram a bandeira do futebol nordestino. Os tricolores agradeceram a gentileza virtual e também enalteceram o crescimento regional.

Rivais, sim. Inimigos, jamais.

Relembre as 13 edições do Clássico das Multidões no Brasileirão aqui.

Obs. Corinthians e Botafogo, campeões das Séries A e B, e a CBF também deram os parabéns aos corais via rede social.