A vitória do Santa Cruz sobre o Botafogo, na estreia de Grafite, e a derrota do Náutico para o CRB, em Maceió, deixaram aberta uma possibilidade que parecia irreal na 6ª rodada da Série B. Àquela altura, o Timbu somava 16 dos 18 pontos possíveis, em segundo lugar, 12 pontos à frente do Tricolor, o 16º lugar. Desde então, o atual campeão pernambucano foi construindo uma campanha mais sólida, enquanto o Alvirrubro queimou bastante a sua gordura.
Nas onze rodadas seguintes, com reforços no Arruda e lacunas nos Aflitos, foram 21 pontos do Santa e 12 do Náutico, ambos fora do G4 após 17 partidas. Com isso, considerando o grau de dificuldade da próxima jornada, numa terça-feira cheia, pode ocorrer um “X” na classificação em caso de vitória tricolor, em casa, e derrota alvirrubra, fora. Essa análise da Série B só mostra o equilíbrio da competição, que sequer chegou à sua metade… Indefinição total.
No G4, dois baianos (incluindo o líder), um mineiro e um carioca.
A 18ª rodada dos representantes pernambucanos
11/08 (19h00) – Santa Cruz x Mogi Mirim (Arruda)
11/08 (19h00) – Bahia x Náutico (Fonte Nova)
O Náutico partiu para dois jogos fora de casa, ambos no Nordeste, com o objetivo de mudar o seu desempenho como visitante, o que poderia levá-lo de volta ao G4. Era uma questão fundamental, com todo o grupo consciente. Mas, esbarrando em seus limites, o time perdeu do CRB por 1 x 0 e chegou a cinco derrotas em oito jogos fora da Arena Pernambuco, diminuindo ainda mais o seu aproveitamento neste contexto, agora de apenas 20,8%.
A apresentação no Rei Pelé, sem criatividade, deixou a torcida receosa sobre o andamento da competição, aumentando a cobrança por reforços, algo que Lisca admite publicamente. A lacuna principal está no ataque, sem um definidor, alguém que realmente chame a responsabilidade. Douglas, grata surpresa nesta Série B, funcionaria mais como um coadjuvante nessa composição.
Até a contratação de peças ofensivas, a curto prazo, o Náutico continuará na briga pelo acesso, mas com a confiança menor em relação às primeiras rodadas. Se antes, com 28 pontos, mesmo em 5º lugar, tinha a pontuação do vice-líder, agora está a dois pontos do 4º. Contra os alagoanos, dirigidos por Mazola, o gol de Zé Carlos, aproveitando o rebote dele mesmo, desanimou o time aos 15 do segundo tempo. Cedo demais, em todos os sentidos.
A tarde era de Grafite, numa expectativa bem além da tabela do campeonato, de uma simples rodada. O sábado valia pelo reencontro. Após duas semanas de mobilização do povão, com a maciça venda de ingressos e a captação de novos sócios, o Arruda encheu para ver a reestreia do atacante. Em um jogo, com 44.485 torcedores presentes, no maior público da Série B, a média do clube subiu de 7.711 para 12.307, agora com oito jogos no Mundão.
Foi o ponto alto de um projeto de um marketing ousado e caro, de R$ 2 milhões, mas com a esperança de também dar certo nos gramados. Tecnicamente, o jogador de 36 anos é bem acima da Segundona. Um bom condicionamento físico e a ajuda ao Tricolor tende a ser enorme. Para a primeira partida, contudo, havia a pressa para jogar, com pouco tempo de treino. E o adversário era o líder no início da rodada, o Botafogo, time de maior receita na competição.
Mas se tem algo que o futebol nos mostra bastante é que jogador com estrela aparece de todo jeito. O primeiro tempo foi bem tímido, é verdade, com as duas equipes equilibradas em campo e apenas uma chance efetiva, num chute de Bileu bem defendido por Jefferson, o goleiro da Seleção. Havia até a dúvida se o camisa 23 voltaria para a etapa complementar, para não forçar a musculatura. Voltou. E com cinco minutos, num bom cruzamento de João Paulo, pelo lado direito, Grafite levantou o estádio.
Com 1,89m, o centroavante quase não precisou nem sair do chão para ganhar a disputa e cabecear para as redes, 1 x 0. Marcou o seu 18º gol em 38 partidas somando as três passagens no Santa Cruz, em 2001, 2002 e 2015. O ídolo coral foi substituído aos 26 minutos, para a entrada de Luisinho. Após 73 minutos de dedicação em campo, Grafite saiu ovacionado, apresentando uma finalização no scout. Mais do que suficiente para comandar a própria festa.
A diretoria de competições da CBF fez um Ctrl + C/Ctrl + V no texto básico do regulamento da Copa do Nordeste de 2015. À parte da fórmula, com a ampliação de 16 para 20 times, o restante do documento se manteve. E aí, a confederação cometeu um erro. Esqueceu do adendo ao regulamento de 2014, na qual obrigava o campeão regional a ser eliminado até a terceira fase da Copa do Brasil para a disputar a Copa Sul-Americana no mesmo ano. Passou batido.
O Ceará conquistou o Nordestão de forma invicta e posteriormente avançou à quarta fase da Copa do Brasil. Conflito de datas? Não para o Vozão, que lutou na justiça para disputar os dois torneios. Através do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), o Ceará conseguiu o mandado de garantia de nº 157/2015.
Por mais que fosse de conhecimento público a “necessidade” de eliminação do torneio nacional para confirmar a vaga internacional, o Alvinegro fez valer o que estava no papel, de forma correta. Assim, o clube segue na Copa do Brasil, onde enfrentará o São Paulo nas oitavas, e disputará a Sula pela segunda vez em sua história. Mudança com reflexo direto em Pernambuco, pois o adversário no torneio da Conmebol será justamente o Sport. Vice-campeão nordestino e indicado pela CBF para a Sula, o Bahia está fora. Até segunda ordem.
Copa do Brasil 20/08 (21h30) – São Paulo x Ceará 26/08 (19h30) – Ceará x São Paulo
Sul-Americana 19/08 (22h) – Bahia x Sport 26/08 (22h) – Sport x Bahia
É evidente o choque de datas nos confrontos.
Até porque a lei trabalhista exige intervalos de 66 horas entre os jogos.
Caso seja mantida a mudança no Pleno do STJD, a CBF que se vire para reorganizar o calendário. E, claro, que não esqueça mais dos “adendos”…
Atualização (11/08): O Ceará retirou ação na justiça desportiva, recolocando o Bahia na disputa internacional.
Pela segunda vez no 45 minutos, o técnico Lisca participou de uma entrevista especial. A primeira exclusiva havia sido em abril de 2014, na 11ª edição do podcast, ainda no comecinho do projeto jornalístico. Agora, em agosto de 2015, em sua segunda passagem pelo Náutico, um bate-papo recheado com bastidores, declarações sobre confusões no elenco e críticas à imprensa, sistema tático, balanço do Brasileirão e muito bom humor!
Confira o infográfico com as principais atrações do programa aqui.
Neste 158º podcast, de 1h37m, estou ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
Falta exatamente um ano para o início dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, cujo orçamento em infraestrutura (esportes, mobilidade, meio ambiente, renovação urbana etc) chega a R$ 38 bilhões. Em relação ao campo esportivo, a estrutura principal do evento, o Parque Olímpico, apresenta uma execução de 82% nos trabalhos planejados, de acordo com o comitê organizador.
Confira um passeio nas arenas em construção, tanto no Parque Olímpico da Barra quanto no Complexo Esportivo de Deodoro. Vale lembrar que a abertura (e a final dos torneios de futebol) será no Maracanã, enquanto as provas de atletismo ocorrerão no Engenhão, cuja pista está sendo trocada.
Ao todo são 7,5 milhões de ingressos para as disputas olímpicas nas 37 arenas.
Parque Olímpico da Barra
Arena Carioca 1 – 85%
Capacidade: 16 mil
Modalidade: basquete
Arena Carioca 2 – 91%
Capacidade: 10 mil
Modalidades: judô, luta greco-romana e luta livre
Arena Carioca 3 – 93%
Capacidade: 10 mil
Modalidades: esgrima e taekwondo
Arena do Futuro – 74%
Capacidade: 12 mil
Modalidade: handebol
Estádio Aquático – 81%
Capacidade: 18 mil
Modalidades: natação e polo aquático
Centro de Tênis – 68%
Quadra principal: 10 mil
Quadra 2: 5 mil
Quadra 3: 3 mil
7 quadras de jogo: 250 lugares cada
Velódromo – 61%
Capacidade: 5 mil
Modalidade: ciclismo (pista)
Parque Aquático Maria Lenk – % não divulgado
Capacidade: 5 mil
Modalidades: saltos ornamentais e nado sincronizado
Centro Internacional de Transmissão (IBC, 81%) e Hotel de Mídia e Centro Principal de Imprensa (MPC, 77%)
Centro BMX – 79%
Capacidade: 7,5 mil
Modalidade: ciclismo BMX
Arena da Juventude – 62%
Capacidade: 5 mil
Modalidades: esgrima do pentatlo moderno e basquete feminino
Centro de Hipismo – % não divulgado
Capacidade: 14,2 mil
Modalidades: hipismo olímpico (saltos, adestramento e concurso completo de equitação)
Centro de Hóquei Sobre Grama – % não divulgado
Quadra principal: 8 mil
Quadra secundária: 5 mil
Modalidades: hóquei sobre grama
Estádio de Deodoro – % não divulgado
Capacidade: 15 mil
Modalidades: rúgbi, hipismo do pentatlo moderno e combinado (corrida e tiro) do pentatlo moderno
Centro de Tiro – % não divulgado
Capacidade: 7.577
Modalidades: tiro esportivo olímpico
O público pagante da peleja entre Palmeiras e Atlético-PR, na moderna casa alviverde, foi de 38.794 espectadores. A particularidade do jogo válido pela Série A, em 2 de agosto de 2015, foi o fato de todos os bilhetes terem sido vendidos através da internet, como ocorreu na Copa do Mundo de 2014, com mais de três milhões de ingressos. Isso mesmo, 100%. Trata-se do ponto alto de uma silenciosa mudança cultural no futebol brasileiro.
A venda online vem evoluindo nas arenas do país, num contexto já evidente na Arena Pernambuco, cujo novo sistema de comercialização entrou no ar a partir da 10ª rodada da Série B, com o jogo Náutico x Oeste. Na oitava partida com o formato, o percentual de bilhetes vendidos na internet chegou a 25%, o maior índice entre clubes após dois anos de operação da parceria público-privada.
Em números absolutos, a partida local com mais ingressos vendidos pela internet foi Sport x São Paulo, justamente o recorde em São Lourenço, com 41.994 pessoas. Quase 7,9 mil torcedores adquiriram o bilhete pelo site da arena. A meta até dezembro é chegar a 50%, com mais dez jogos do Náutico, quatro do Santa e três do Sport. Para isso, é preciso ativar a venda para sócios, opção ainda em articulação entre clubes e consórcio.
Venda 100% online por essas bandas? Já não parece um devaneio…
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Jogos com venda online na arena e o percentual sobre o público pagante
04/07 – Náutico 2 x 1 Oeste (Série B) – 12% de 7.594
11/07 – Náutico 2 x 1 Santa Cruz (Série B) – 10% de 10.427
12/07 – Sport 2 x 2 Palmeiras (Série A) – 12% de 32.291
15/07 – Flamengo 0 x 2 Náutico (Copa do Brasil) – 22% de 14.919
19/07 – Sport 2 x 0 São Paulo (Série A) – 22% de 35.835
25/07 – Náutico 2 x 1 Vitória (Série B) – 12% de 6.441
01/08 – Náutico 1 x 1 Macaé (Série B) – 11% de 5.313
02/08 – Sport 0 x 0 Cruzeiro (Série A) – 25% de 24.456
A contratação do argentino Mancuso pelo Santa Cruz, em 1999, sacudiu o futebol pernambucano. O meia, que esteve na Copa do Mundo de 1994, turbinou o programa de sócios coral, que chegou a 27 mil associados em dia (pagando mensalidade de R$ 5). Processo semelhante pode ocorrer com Grafite, também com um Mundial na carreira, presente em 2010. O badalado reforço impulsionou o quadro de sócios de 4.332 para 8.162 em apenas dois meses.
Voltando ao passado, Mancuso (cujo primeiro clássico no Arruda teve 78.391 espectadores) gravou um vídeo convocando o povão para a estreia do novo atacante, em 8 de agosto. Mais de 40 mil?
Os grandes clubes do Recife reforçaram os seus planos de sócios em 2015, indo além da divulgação/marketing. Apresentaram benefícios práticos, como a ampliação da captação, tanto online (com facilidade de cadastro e pagamento) quanto na entrada dos estádios. Na Arena Pernambuco, Arruda ou Ilha do Retiro, promotas vem captando novos adeptos a cada jogo. O quadro absoluto soma 32.731 sócios titulares adimplentes. Somando as metas estipuladas pelas diretorias de Náutico, Santa e Sport, o número no fim do ano deveria atingir 70 mil associados. Ou seja, a marca atual é de 46,7%.
O aumento na temporada vem sendo substancial no Leão, com mais de 20 mil cadatrados em dia. A última vez que um clube da capital havia alcançado esse patamar foi em 1999, com o Tricolor chegando a 27 mil. Por falar nos corais, a contratação de Grafite impulsionou um rápido aumento, de 4 mil para 8 mil em dois meses. Em relação aos planos à disposição, o trio tem onze categorias distintas, com mensalidades de R$ 15 a R$ 320, de acordo com as vantagens (detalhes no hiperlink dos programas).
Obs. No Futebol Melhor, a campanha de descontos contabiliza os dependentes que tenham CPF. Daí, os times com mais sócios (Sport 27.172 e Náutico 4.130).
Dados atualizados até 4 de agosto de 2015
Alvirrubro de Carteirinha
Sócios titulares do Náutico: 3.709
Meta em dezembro/2015: 15 mil
Percentual da meta: 24,7%
Santa Cruz de Corpo e Alma
Sócios titulares do Santa Cruz: 8.162
Meta em dezembro/2015: 20 mil
Percentual da meta: 40,8%
Sport de Verdade
Sócios titulares do Sport: 20.500
Meta em dezembro/2015: 35 mil
Percentual da meta: 58,5%
O ranking feminino de tênis é atualizado semanalmente desde o dia 3 de novembro de 1975. Embora tenha conquistado sete títulos de Grand Slam, a brasileira Maria Esther Bueno jamais liderou a lista profissional (Open Era), uma vez que o seu auge ocorreu nas décadas anteriores à criação. Cronologicamente é uma “pena”, pois o International Tennis Hall of Fame chegou a apontá-la como a melhor do mundo em 1964 e 1966.
Já veterana, aos 37 anos, Maria Esther chegou a aparecer em 29º lugar no ranking da WTA, em 1976. Ainda assim, um feito notável, uma vez que figurar entre as 50 primeiras do circuito é algo raro no país, com hiatos enormes. E aí entra a figura da pernambucana Teliana Pereira, que nesta temporada vem derrubando marcas impressionantes nas quadras (sobretudo de saibro).
A tenista de Águas Belas já soma dois títulos do WTA. O primeiro, em Bogotá, em 19 de abril, encerrou o jejum de títulos das brasileiras, que vinha desde Barcelona, em 1988. O segundo troféu, em Florianópolis, derrubou outro tabu, o de conquistas no país, desde o torneio no Guarujá, em 1987. Ambos vencidos pela gaúcha Niege Dias, que viu outra marca particular ser superada. Ela havia sido a nossa última representante no Top 50, com o 31º lugar em 1988. Até este 3 de agosto de 2015, com a lista atualizada pela Women’s Tennis Association, colocando Teliana, de 27 anos, em 48º, com 1.034 pontos.
Será que Teliana alcançará o melhor ranking de uma brasileira…?
Brasileiras entre as 50 primeiras do ranking da WTA
29ª – Maria Esther Bueno (1976)
31ª – Niege Dias (1988)
48ª – Patrícia Medrado (1982)
48ª – Teliana Pereira (2015)
Brasileiras com títulos na WTA
2 – Niege Dias (Guarujá 1987 e Barcelona 1988)
2 – Teliana Pereira (Bogotá 2015 e Florianópolis 2015)