Ranking da CBF em 2014 coloca em ordem Ilha do Retiro, Aflitos e Arruda

Ranking Oficial da CBF de 2014

A Confederação Brasileira de Futebol divulgou a atualização de seu ranking de clubes, apresentado anualmente,  em dezembro. A lista de 2014 conta apenas os torneios da entidade, com as Séries A, B, C e D e a Copa do Brasil.

Esta é a 3ª versão do formato, contemplando os últimos cinco anos, com pesos diferentes, com vantagem para os mais recentes. Veja o sistema aqui.

Na nova tabela, o Sport ultrapassou o Náutico e assumiu a ponta entre os clubes do estado – são oito pernambucanos presentes. O Leão será o único nordestino na elite em 2015, mas mesmo assim segue abaixo de Bahia, Vitória e Ceará, numa consequência das campanhas ruins em 2011 e 2012.

De volta à Série B, o Tricolor enfim somou uma gama maior de pontos no ranking, mas ainda insuficiente para estabelecer uma bola colocação. O preço disso deve ser a ausência na Copa do Brasil de 2015, pois ficou abaixo das dez vagas garantidas pelo ranking oficial do país.

Demais times pernambucanos: Salgueiro (49º, 2.672 pts), Central (87º, 581 pts), Porto (115º, 387 pts), Ypiranga (123º, 357 pts) e Petrolina (176º, 153 pts).

A evolução dos grandes clubes do Recife:

Sport
2012 – 19º (8.284)
2013 – 24º (6.740)
2014 – 20º (6.970)

Náutico
2012 – 22º (8.036)
2013 – 21º (7.557)
2014 – 26º (6.470)

Santa Cruz
2012 – 48º (2.704)
2013 – 45º (3.091)
2014 – 36º (3.930)

Confira a lista completa da CBF, com 230 equipes, clicando aqui.

1,2 milhão de torcedores e renda de R$ 25,1 milhões nos jogos oficiais na RMR

Torcidas de Sport, Santa Cruz e Náutico

O ano de 2014 de Náutico, Santa e Sport teve 96 partidas, considerando todos os jogos oficiais com o mando de campo do trio em duelos nos Aflitos, Arena Pernambuco, Arruda, Ilha do Retiro e até no Lacerdão. Para o levantamento – o segundo produzido pelo blog -, foram analisados os borderôs disponíveis nos sites da federações responsáveis, com dados sobre público e arrecadação.

Ao todo, os grandes clubes arrecadaram R$ 25.109.612 na bilheteria. O montante foi R$ 1.245.521 superior ao do ano passado. Curiosamente, o público de 1.209.409 torcedores foi inferior, com uma diferença de 313 mil pessoas. Além das campanhas decepcionantes de alvirrubros e tricolores na Série B, isso também foi reflexo do novo patamar nos valores dos ingressos, sobretudo na Arena, que recebeu 43 jogos. Ingressos mais caros até mesmo naqueles pagos pelo governo do do estado no Todos com a Nota. Em vez de R$ 10, como ocorre nos estádios particulares durante o Brasileiro, o TCN pagou R$ 25 na Arena.

Essa manobra foi feita para ajudar a bancar o estádio da Copa, que divide as receitas com os clubes. Por isso, não é possível dizer ao pé da letra quanto um clube arrecadou – somente com os balanços que serão publicados até abril de 2015. Então, é mais certo dizer que tal time gerou um valor “x” de receita, pois a renda também é repartida com o consórcio que opera o estádio.

Em relação aos dados separados entre os times, uma mudança no primeiro lugar. O Sport teve um leve aumento no índice, passando de 15.783 para 16.705 pessoas, mas foi suficiente para passar o Santa, com uma queda brusca de 23.912 para 12.839 espectadores. Ao Tricolor, pesou o fraco futebol em campo e até mesmo os três jogos em Caruaru numa punição por causa de briga de torcida. Os corais ainda jogaram três partidas com portões fechados, mas tais apresentações não entraram na conta, claro.

Já o Náutico atuou a temporada quase inteira na Arena – só fez uma partida foi no Eládio de Barros -, baixando a sua média de público, com 6,5 mil, contra 9,8 mil do ano anterior. A bilheria, porém, subiu, chegando a quase R$ 7 milhões.

Para rever o levantamento de 2013, clique aqui.

Sport
34 jogos (27 na Ilha e 7 na Arena)
568.000 torcedores
Público médio de 16.705
46,78%  de ocupação
R$ 11.065.652
Renda média de R$ 325.460

Estadual – 7 jogos – 118.823 pessoas (16.974) – R$ 1.809.957 (R$ 258.565)
Nordestão – 6 jogos – 93.708 pessoas (15.618) – R$ 1.275.000 (R$ 212.500)
Copa do Brasil – 1 jogo – 1.276 pessoas – R$ 18.135
Série A – 19 jogos – 348.168 pessoas (18.324) – R$ 7.881.200 (R$ 414.800)
Sul-Americana – 1 jogo – 6.025 pessoas – R$ 81.360

Santa Cruz
31 jogos (22 no Arruda, 6 na Arena e 3 no Lacerdão)
398.018 torcedores
Público médio de 12.839
24,02% de ocupação
R$ 7.131.055
Renda média de 230.034

Estadual – 7 jogos – 109.983 pessoas (15.711) – R$ 1.749.552 (R$ 249.936)
Nordestão – 5 jogos – 41.765 pessoas (8.353) – R$ 784.610 (R$ 156.922)
Copa do Brasil – 1 jogo – 9.750 pessoas – R$ 93.465
Série B – 18 jogos – 236.520 pessoas (13.140) – R$ 4.503.428 (R$ 250.190)

Náutico
31 jogos (30 na Arena e 1 nos Aflitos)
243.391 torcedores
Público médio de 7.851
17,27% de ocupação
R$ 6.912.905
Renda média de R$ 222.996

Estadual – 7 jogos – 87.766 pessoas (12.538) – R$ 2.173.905 (R$ 310.557)
Nordestão – 3 jogos – 28.716 pessoas (9.572) – R$ 763.275 (R$ 254.425)
Copa do Brasil – 2 jogos – 1.851 pessoas (925) – R$ 26.720 (R$ 13.360)
Série B – 19 jogos – 125.058 pessoas (6.582) – R$ 3.949.005 (R$ 207.842)

Total
96 jogos (43 na Arena, 27 na Ilha, 22 no Arruda, 3 no Lacerdão e 1 nos Aflitos)
1.209.409 torcedores
Público médio de 12.598
28,25% de ocupação
R$ 25.109.612
Renda média de R$ 261.558
Torneios: Estadual, Nordestão, Copa do Brasil, Sul-Americana e Séries A e B.

Podcast 45 minutos (85º) – Eduardo Batista analisa o Leão em 2014 e projeta 2015

O Sport terminou a Série A de 2014 em 11º lugar, a melhor colocação do clube na era dos pontos corridos, igualando a campanha de 2008. Em ambos os anos, o técnico teve o sobrenome Baptista. De Nelsinho a Eduardo Batista. Em seu primeiro ano na função, o treinador conquistou dois títulos (Estadual e Nordestão) e manteve o Leão na elite.

Eduardo Batista já havia participado da segunda edição do podcast 45 minutos, em seus primeiros dias como técnico. Agora, na 85ª edição, um balanço. Falou dos objetivos, analisou jogador por jogador, da pressão do cargo etc.

Estou neste podcast (1h20min) ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro.

Ouça agora ou quando quiser!

Os centenários de Náutico, Sport e Santa passados a limpo

As camisas de Náutico, Sport e Santa Cruz já ostentam mais de cem anos de história. Certamente, cada torcedor pernambucano tem na memória um ano inesquecível no futebol, tanto por um grande desempenho como num fiasco daqueles. Contudo, há uma temporada marcante, que torcedor nenhum consegue fugir… o próprio centenário do clube.

No Recife, tais anos ocorreram em 2001, 2005 e 2014.

Quem brilhou mais? Quem passou o maior vexame?

Náutico em 2001. Fotos: DP/D.A Press

2001 – Náutico
O ano do centenário do Náutico começou com apenas três jogadores no departamento de futebol. Correndo contra o tempo, o grupo liderado por André Campos trouxe Júlio César Espinosa e atletas desconhecido como “Cuqui”. O time empolgou no Nordestão, liderando a primeira fase de forma invicta. A eventual derrota na semifinal para o Sport nos Aflitos, abarrotado, mudou o cenário. Além do clima pesado pela polêmica atuação do meia Marcelo Passos, que no segundo semestre seria contratado pelo Leão, houve a mudança de comando. Chegou Muricy Ramalho, encaixando o time. Pupilo de Telê Santana, o treinador iniciaria uma história marcante nos Aflitos.

Para isso, contou com um nome. Artilheiro do regional, o centroavante timbu (com a escrita já corrigida para “Kuki”) também brilhou no Pernambucano. Mesmo com os dois rivais na elite nacional, o Timbu se superou e faturou a competição depois de 11 longos anos, diante de 70 mil pessoas no Arruda. O “quer nadar, quer nadar?”, tão ironizado pelos rivais, foi devidamente respondido com os jogadores dando braçadas no campo até a taça, que manteve o “luxo” no emblema do hexa. O ano só não foi melhor porque o sonho de retornar a Série A foi brecado em Florianópolis, num duríssimo confronto contra o Figueirense. 2 x 1 cá, 1 x 2 lá. Com melhor campanha, o time catarinense chegou no quadrangular final.

Estadual (campeão)
31 jogos, 19 vitórias, 7 empates e 5 derrotas; 57 GP, 28 GC, +29 SG

Nordestão (3º lugar, semifinal)
16 jogos, 11 vitórias, 4 empates e 1 derrota; 32 GP, 15 GC, +17 SG

Copa do Brasil (44º lugar, 1ª fase)
2 jogos, 0 vitória, 1 empate e 1 derrota; 2 GP, 4 GC, -2 GC

Série B (5º lugar, quartas de final)
28 jogos, 13 vitórias, 5 empates e 10 derrotas; 47 GP, 38 GC, +9 SG

Total (63,2% de aproveitamento)
77 jogos, 43 vitórias, 17 empates e 17 derrotas; 138 GP, 85 GC, +53 SG

Sport em 2005. Fotos: DP/D.A Press

2005 – Sport
Luciano Bivar renunciou ao mandato de presidente do Leão em 2001, quando perdeu o hexa. Quatro anos depois, ganhou o pleito para presidir o clube no centenário. Novas promessas, novos investimentos. E novos erros. Começou o ano montando a “seleção da Série B”, com alguns dos melhores jogadores da edição anterior da Segundona. Vinícius, Cleisson, Ramalho etc. Os rubro-negros viram o Santa de Carlinhos Bala voar no Estadual, perdendo os dois turnos. Pior. Na última rodada, já eliminado, o time precisava vencer o lanterna Manchete, no Ademir Cunha, para ir ao menos à Copa do Brasil. Ficou num insosso 0 x 0 com a torcida chamando os jogadores de “paneleiros”.

Infelizmente, para a torcida, o ano estava longe de acabar. No Brasileiro da Série B, um acesso poderia suprir parte do sonho centenário – afinal, o time figurava na segunda divisão desde 2002. Entretanto, o time patinou desde as primeiras rodadas, com inúmeros técnicos (Edinho, Zé Teodoro, Adilson Batista, Neco…) e ficando a um triz de um vergonhoso rebaixamento à Série C, com direito à água no chope no “jogo do centenário”, contra o Santo André (1 x 2). Na última rodada, não fez por onde, perdendo do Gama com menos de cinco mil pessoas na Ilha. Só não caiu porque o Vitória tropeçou em casa, diante da Lusa. Ficar na B foi o “presente” do centenário.

Estadual (3º lugar)
18 jogos, 9 vitórias, 5 empates e 4 derrotas; 28 GP, 14 GC, +14 SG

Nordestão
não houve

Copa do Brasil
não participou

Série B (16º lugar, primeira fase)
21 jogos, 8 vitórias, 3 empates e 10 derrotas; 29 GP, 32 GC, -3 SG

Total (50,4% de aproveitamento)
39 jogos, 17 vitórias, 8 empates e 14 derrotas; 57 GP, 46 gc, +11 SG

Santa Cruz em 2014. Fotos: DP/D.A Press

2014 – Santa Cruz
Do trio de ferro, o Tricolor foi quem chegou ao seu centésimo ano com o melhor histórico. Era o atual tricampeão pernambucano e finalmente havia saído da terceira divisão, voltando à Série B após seis temporadas. O extracampo, contudo, implodiu o Santa. O clube foi punido duas vezes por ações de uma torcida uniformizada, com a segunda implicando no assassinato de um torcedor rival após um jogo no Arruda. Financeiramente, também enfrentou problemas Com o moral baixo, os resultados também sucumbiram. No primeiro semestre, duas eliminações para o então freguês Sport, tanto do Nordestão quanto do Estadual. A queda de Vica deu lugar a Sérgio Guedes e sua oratória interminável.

E foi preciso lábia para manter o astral de um time que simplesmente não conseguia segurar o resultado na Série B. Foram mais de dez partidas abrindo o placar e cedendo o empate ou mesmo a virada. No fim, já com outro técnico, Oliveira Canindé e sua linguagem popular, o time teve a esperança do acesso. Lotou a Arena Pernambuco com 34 mil pessoas e acabou surpreendido pelo América de Natal. Baque grande no ano, que ainda não acabou. Lembra da eliminação na semi do Estadual? Na disputa de terceiro lugar, o gol de Fabrício Ceará aos 42 minutos do segundo tempo tirou o time do Nordestão e da Copa do Brasil de 2015. Um centenário para esquecer.

Estadual (4º lugar)
14 jogos, 5 vitórias, 5 empates e 4 derrotas; 28 GP, 16 GC, +12 SG

Nordestão (4º lugar, semifinal)
10 jogos, 5 vitórias, 2 empates, 3 derrotas; 13 GP, 10 GC, +3 SG

Copa do Brasil (19º lugar, 3ª fase)
6 jogos, 3 vitórias, 2 empates e 1 derrota; 10 GP, 7 GC, +3 SG

Série B (9º lugar)
38 jogos, 14 vitórias, 13 empates e 11 derrotas; 51 GP, 38 GC, +13 SG

Total (50,4% de aproveitamento)
68 jogos, 27 vitórias, 22 empates e 19 derrotas; 102 GP, 71 GC, +31 SG

87 estrelas douradas nacionais

Campeões nacionais de elite no Brasil de 1959 a 2014. Arte: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

O futebol brasileiro em 2014 pertence ao estado de Minas Gerais. Os dois gigantes de BH faturaram os dois principais títulos nacionais da temporada. Na Série A, o compacto e bem armado Cruzeiro voltou a ser campeão. Na Copa do Brasil, o Atlético mostrou-se copeiro mais uma vez, como na Libertadores. Na decisão, bateu justamente o arquirrival, no maior clássico mineiro da história.

Com as duas principais taças do país definidas, hora de atualizar o tradicional levantamento do blog com os maiores campeões nacionais de elite, numa atualização que já dura seis anos. Com o tri da Série A, o Cruzeiro – maior vencedor fora do eixo Rio-SP – empatou com o Corinthians, com oito troféus cada. Dividem a 4ª colocação da lista. Já o Galo voltou a erguer um troféu nacional após 43 anos. Foi a sua segunda conquista.

Como de praxe, as competições levadas em consideração foram a Taça Brasil (1959/1968), o Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967/1970), a Série A (1971/2014), a Copa do Brasil (1989/2014) e a Copa dos Campeões (2000/2002). Todos esses campeonatos têm em comum as vagas nas Taça Libertadores da América (saiba mais aqui).

Portanto, existem 22 campeões nos 87 torneios organizados pela CBF e por sua precursora, a CBD. Antes de qualquer discussão sobre o Brasileiro de 1987, vale ressaltar que a lista aponta os vencedores reconhecidos pela entidade que organiza o futebol brasileiro.

As variadas conquistas foram somadas sem distinção. O blog entende que as competições têm pesos bem diferentes, obviamente, mas a diferença nas posições envolvendo clubes com o mesmo número de títulos foi estabelecida pelo último troféu, com vantagem para o mais antigo.

11 – Palmeiras (A: 1972, 1973, 1993 e 1994; R: 1967 e 1969; CB: 1998 e 2012; TB: 1960 e 1967; C: 2000)
9 – Santos (A: 2002 e 2004; R: 1968; CB: 2010; TB: 1961, 1962, 1963, 1964 e 1965)
9 – Flamengo (A: 1980, 1982, 1983, 1992 e 2009; CB: 1990, 2006 e 2013; C: 2001)
8 – Corinthians (A: 1990, 1998, 1999, 2005 e 2011; CB: 1995, 2002 e 2009)
8 – Cruzeiro (A: 2003, 2013 e 2014; CB: 1993, 1996, 2000 e 2003; TB: 1966)
6 – Grêmio (A: 1981 e 1996; CB: 1989, 1994, 1997 e 2001)
6 – São Paulo (A: 1977, 1986, 1991, 2006, 2007 e 2008)
5 – Vasco (A: 1974, 1989, 1997 e 2000; CB: 2011)
5 – Fluminense (A: 1984, 2010 e 2012; R: 1970; CB: 2007)
4 – Internacional (A: 1975, 1976 e 1979; CB: 1992)
2 – Bahia (A: 1988; TB: 1959)
2 – Botafogo (A: 1995; TB: 1968)
2 – Sport (A: 1987; CB: 2008)
2 – Atlético-MG (A: 1971; CB: 2014)
1 – Guarani (A: 1978)
1 – Coritiba (A: 1985)
1 – Criciúma (CB: 1991)
1 – Juventude (CB: 1999)
1 – Atlético-PR (A: 2001)
1 – Paysandu (C: 2002)
1 – Santo André (CB: 2004)
1 – Paulista (CB: 2005)

Legenda: Série A (A), T. Roberto Gomes Pedrosa (R), Copa do Brasil (CB), Taça Brasil (TB), Copa dos Campeões (C).

Invicto na Arena, o Santa Cruz fica cada vez mais próximo do G4

Série B 2014: Santa Cruz x Vila Novo. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Foi fácil como se imaginava. Mesmo o torcedor mais pessimista sabia que o Santa Cruz tinha a obrigação de vencer o virtualmente rebaixado Vila Nova.

Por estar em casa, em melhor fase técnica, mais confiante… por ser mais time.

Claro, a derrota no primeiro turno, lá no Serra Dourada, era a lembrança de que o futebol é mesmo no campo – e como ainda incomoda aquele revés!

Mas alheio a isso, o time de Oliveira Canindé fez a sua parte nesta terça, no jogo adiado da 31ª rodada, na Arena Pernambuco. O horário não ajudou, começando às 18h30, com a cidade em transe!

Ainda assim, o público compareceu e pressionou. Vibrou com a goleada.

Em campo, uma grande atuação do volante Danilo Pires. Marcou um gol – o seu sexto na Série B -, deu passe para outro e ainda sofreu um pênalti para o terceiro.

Na etapa complementar o jogo já estava plenamente decidido, terminando 5 x 1.

Agora, em condições iguais aos seus concorrentes, o Santa Cruz soma 51 pontos, unzinho a menos que o Avaí, este num trajeto contrário, descendente.

O próximo compromisso será mais uma vez em São Lourenço da Mata, lugar que o clube tanto rechaçou, mas que agora parece dar sorte. Segue invicto lá.

Contra o América de Natal, o recorde de 30.061, em jogos de clubes, estará à prova.

Sonhando com o acesso à elite, quem vai conter o povão?

Série B 2014: Santa Cruz x Vila Novo. Foto: Allan Robert/Twitter

Os vestiários na Arena Pernambuco, exclusivos ou não

A Arena Pernambuco foi concebida com quatro vestiários, climatizados e com área de aquecimento. Todos eles com acesso ao mesmo portão de acesso ao campo. No início do projeto, com a expectativa de assinar com os três grandes clubes do estado, a ideia era de cada time tivesse o seu, exclusivo.

Como se sabe, só o Náutico assinou. Portanto, só o clube tem direito a usufruir sempre o mesmo local em seus jogos, mandante ou não. O Timbu optou pelo vestiário de número 2.

Por sinal, segundo a coordenação da arena, os mandantes costumam usar os vestiários 1 ou 2, enquanto os visitantes ficam com o 3 ou 4. Tricolores e rubro-negros costumam usar o vestiário 1 com o mando de campo e o 3 na condição de visitante – fato recorrente nos clássicos contra os alvirrubros.

Abaixo, imagens de alvirrubros, tricolores e rubro-negros no palco mais moderno do estado.

Náutico

Vestiário do Náutico na Arena Pernambuco. Foto: twitter.com/nauticope

Santa Cruz

Vestiário do Santa Cruz na Arena Pernambuco. Foto: Jamil Gomes/Santa Cruz/Assessoria

Sport

Vestiário do Sport na Arena Pernambuco. Foto: twitter.com/sportrecife

Liga dos Campeões no Esporte Interativo pode libertar o Nordestão nas operadoras

Lampions League

A negociação dos direitos de transmissão da Liga dos Campeões da Uefa de 2015/2016 a 2017/2018 poderá influenciar diretamente na exibição da Copa do Nordeste na televisão. Pois é. O processo não deve ser tão rápido, mas é difícil achar que o Esporte Interativo seja ignorado a partir de agora.

Turbinado pelos investimento do Grupo Turner, o canal adquiriu com exclusividade os direitos da Champions na televisão paga. É hora de lembrar do velho pleito da empresa, há tempos tentando entrar nas principais operadoras do país, Sky e Net, que detêm cerca de 80% do mercado, ou 15,1 milhões dos 18,9 milhões de assinantes brasileiros, segundo dados da Anatel.

Desde 2013, quando retornou, o Nordestão tem todos os seus jogos transmitidos somente no canal, sendo ignorado nas principais grades. Neste ano houve uma pressão maciça nas redes sociais por causa do veto (veja aqui).

Talvez, com um torneio de porte bem maior no pacote, a negociação esquente – e este deve ser a principal carta dos executivos do EI, formando uma junção bem aleatória, remetendo ao apelido “Lampions League”.

Em 2012 ocorreu algo semelhante com o Fox Sports. Iniciando na época a transmissão exclusiva da Taça Libertadores, com seis clubes brasileiros envolvidos, o canal estreante estava alijado das principais operadoras. Com a pressão dos assinantes e após uma negociação com a divisão das partidas com o Sportv, chegou-se a um acordo. Cenário semelhante?

Enquanto isso, voltando ao presente, o Esporte Interativo sequer confirma o acerto. Em contato com o blog, não desmentiu. De toda forma, o anúncio deve ocorrer ainda em outubro, a dez meses do novo contrato, em agosto de 2015. Aos nordestinos – com 2,27 milhões de assinantes -, vale a expectativa sobre a exibição das 74 partidas anuais do regional, cujo contrato vai até 2022.

Quanto maior a cobertura, maior a valorização da Lampions…

Assinantes de TV no Nordeste*
1º) Bahia – 662.240
2º) Pernambuco – 408.287
3º) Ceará – 385.733
4º) Rio Grande do Norte – 228.671
5º) Maranhão – 158.452
6º) Paraíba – 150.079
7º) Alagoas – 124.168
8º) Sergipe – 78.629
9º) Piauí – 73.890

* Considerando todos os grupos, com dados da Anatel de junho de 2014.

Podcast 45 minutos (74º) – No meio da discussão “Nordeste Independente”, como ficaria o nosso futebol?

As primeiras horas após a reeleição de Dilma Rousseff marcaram também uma enxurrada de xingamentos a nordestinos por causa da maciça votação na petista. O mesmo cenário ocorreu nas redes sociais em 2010. Tirando de letra o assunto – que não entrará na pauta do congresso, uma vez que é inconstitucional -, debatemos no 45 minutos a hipotética situação por um viés: futebol. A região teria anualmente três vagas na Libertadores.

A gravação, num tom bem humorado, se estendeu à possível capital do “novo país”, bandeira, seleção para a Copa do Mundo, economia…

Estou neste podcast (57 minutos)) ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro.

Ouça agora ou quando quiser!

Dilma Rousseff e o Proforte, com um mandato a mais para o projeto

Dilma Rousseff com as bandeiras de Santa Cruz, Náutico e Sport. Fotos: Diario de Pernambuco

A presidente Dilma Rousseff foi reeleita para um novo mandato, de 2015 a 2018.

Nesse período deverá ser votada, enfim, a Lei de Responsabilidade Fiscal, já apelidada de Proforte. Trata-se de um sistema de refinanciamento das dívidas tributárias dos clubes, que teria como contrapartida para quem não cumprir com a suas obrigações até a perda de pontos e punição aos dirigentes.

As dívidas tributárias dos clubes brasileiros estão na casa dos R$ 2,7 bilhões. A bola de neve vem rolando há três décadas, ainda sem destino final.

Numa tentativa de “ajudar” os clubes, a lei vem sendo articulada há tempos. A presidente está ciente do projeto. Em 25 de julho, no Palácio do Planalto, em Brasília, Dilma recebeu 12 presidentes de clubes brasileiros, entre eles Antônio Luiz Neto, do Santa Cruz, um dos mais interessados neste pleito.

Os ministérios da Fazenda e do Planejamento já realizaram relatórios sobre o tema. A pauta deveria ter sido votada na Câmara dos Deputados em 5 de agosto. Entre os pontos ainda em discussão, há sobretudo o percentual de correção das dívidas. O projeto prevê atualização de 5% ao ano, enquanto o governo federal exige a taxa Selic, de aproximadamente de 12%.

De toda forma, havia a expectativa de que o Proforte retornasse à pauta após as eleições. No Brasil, o pós-eleição costuma ser de marasmo. E em 2015?

Abaixo, as dívidas tributárias do trio pernambucano e o peso no passivo geral, incluindo dívidas trabalhistas, financiamentos, acordos etc.

Náutico – R$ 54,2 milhões (61,6% do total, R$ 87,9 mi)
Santa Cruz – R$ 34,4 milhões (48,2% do total, R$ 71,3 mi)
Sport – R$ 16,5 milhões (72,6% do total, R$ 22,7 mi)