Os primeiros pitacos sobre a Copa de 2014

Grupos da Copa do Mundo de 2014. Arte: Fred Figueiroa/DP/D.A Press

As 32 seleções classificadas ao Mundial de 2014 foram distribuídas.

Bem distribuídas, diga-se.

Grupo da morte? É melhor enxergar a alcunha no plural.

Obviamente, serão seis meses de projeções e mesas redondas até a bola rolar, na segunda Copa do Mundo da história organizada no país.

Falando nisso, vamos aos pitacos preliminares do blog…

Grupo A – Brasil, Croácia, México e Camarões
A Seleção Brasileira, em evolução técnica sob o comando de Felipão, caiu em uma chave moderada, no máximo. Representante europeia no quarteto, a Croácia enfrentou problemas para alcançar a sua vaga. O México até vem dando trabalho ao Brasil, mas nas categorias de base, como nas Olimpíadas e no Mundial Sub 17. No time principal, em Copas, é freguês – e não atravessa boa fase. Já Camarões cumpre a cota histórica de times africanos no caminho verde e amarelo. O foco o entendimento para contar com Eto’o.

Vagas: Brasil e México

Grupo B – Espanha, Holanda, Chile e Austrália
Um dos grupos mais difíceis do torneio, sem dúvida alguma. Nada menos que a atual campeã mundial e a atual vice-campeã. Protagonistas da batalha no Soccer City, na África do Sul, Fúria e Laranja Mecânica seguem em boa fase, novamente apontadas como favoritas. O Chile, por sua vez, registrou uma campanha sólida na eliminatória sul-americana, acabando em 3º lugar. Tem um forte conjunto e deve contar com apoio maciço da torcida. Sem surpresas, a Austrália é a zebra.

Vagas: Espanha e Holanda

Grupo C – Colômbia, Grécia, Costa do Marfim e Japão
Uma chave bastante equilibrada, mas, ao menos na tradição dos Mundiais, nivelada por baixo. Cabeça de chave através do ranking da Fifa, a Colômbia tem mais uma chance de realizar uma boa campanha e superar o trauma de 1994, quando chegou como favorita e decepcionou ainda na primeira fase. Quem não quer mudar é a Grécia, sempre com o seu truncado jogo e que às vezes se mostra eficiente. A Costa o Marfim tem em Drogba o principal jogador da chave. Por último, o Japão visa repetir a boa imagem deixada na Copa das Confederações, com um futebol rápido e ofensivo.

Vagas: Colômbia e Costa do Marfim

Grupo D – Uruguai, Costa Rica, Inglaterra e Itália
Eis um poderoso grupo a morte, com três campeões do mundo. A Costa Rica deve deixar o Brasil rapidamente. Difícil mesmo será apontar o campeão que também deixará o Mundial ainda na primeira fase. A Itália, do técnico Prandelli, conta com um grupo qualificado e tem tradição demais para ser relegada. Cenário semelhante ao da Inglaterra, sempre times de estrelas, no papel. No entanto, 1966 à parte – quando foi campeã como anfitrião -, o English Team costuma ficar pelo caminho. E o que dizer da aguerrida Celeste? Vem com Suárez, em grande fase, Forlán e Cavani disposta a manter a aura de 1950.

Vagas: Itália e Uruguai

Grupo E – Suíça, Equador, França e Honduras
A Suíça foi a cabeça-de-chave oficial, mas com o sorteio levando a França para a chave E, acabou havendo uma inversão de valores. As bolinhas camaradas no sorteio fizeram os Bleus de Franck Ribéry “ressurgir” na Copa, já com status de favoritos no grupo. A França tem boas chances de manter a sina de uma Copa boa e outra ruim. No caso, estea seria a “boa” (foi campeã em 1998, eliminada na 1ª fase em 2002, vice em 2006 e eliminada novamente na fase e grupos em 2010). Equador e Honduras não devem passar de meros figurantes.

Vagas: França e Suíça

Grupo F – Argentina, Bósnia, Irã e Nigéria
Historicamente, os hermanos são sorteados para grupos dificílimos. É algo cultural na torcida vizinha. Desta vez, entretanto, o sorriso foi largo em Buenos Aires. O time de Lionel Messi deve conquistar três vitórias (goleadas?) na primeira fase. Bósnia, Irã e Nigéria proporcionarão uma briga tremenda pela outra vaga nas oitavas. Leve vantagem para os nigerianos, com um lastro futebolístico – incluindo um título olímpico de 1996, sobre os próprios argentinos.

Vagas: Argentina e Nigéria

Grupo G – Alemanha, Portugal, Gana e Estados Unidos
Outra chave equilibrada e de nível técnico elevado. A Alemanha esteve presente nas duas últimas semifinais, com equipes jovens de muita qualidade. Os lusos também tem uma boa memória recente, com a 4ª colocação em 2006. E ainda contam com o provável melhor jogador até a Copa, Cristiano Ronaldo – favorito ao prêmio da Fifa em 2013. Os EUA podem até endurecer algum confronto, mas não a ponto de mudar o destino dos classificados. Gana, que por pouco não alcançou a semifinal no Mundial passado, chegou na Copa ao atropelar o Egito na repescagem africana. O que não é suficiente para impor outro contexto.

Vagas: Alemanha e Portugal

Grupo H – Bélgica, Argélia, Rússia e Coreia do Sul
No derradeiro grupo da Copa, os sul-coreanos fomentam a principal chance de evitar a classificação de dois europeus às oitavas. Arrumada, a Bélgica vive uma grande fase após quase três décadas de inércia na competição – foi semifinalista em 1986 – curiosamente, no calor mexicano. Sede da Copa do Mundo seguinte ao Brasil, a Rússia quebra um hiato de presenças que durava desde 2002. Nas Eliminatórias, deixou Portugal de CR7 em segundo lugar. No mínimo, merece respeito.

Vagas:  Rússia e Bélgica

Bolinhas 2 e 4 na Ilha em 1950 e A2, A3, C3, C4, D2, D4, G1 e G4 na Arena em 2014

Sorteio da Copa do Mundo de 1950. Foto: Fifa/divulgação

O primeiro sorteio de uma Copa do Mundo no Brasil aconteceu em 22 de maio de 1950, na Sala de Conferências do Palácio Itamaraty, no centro do Rio de Janeiro. Eram doze bolinhas numeradas, além dos quatro cabeças de chave, Brasil, Inglaterra, Itália e Uruguai, escolhidas pela CBD, precursora da CBF.

(1) Bolívia, (2) Chile, (3) Espanha, (4) EUA, (5) França, (6) Índia, (7) Iugoslávia, (8) México, (9) Paraguai, (10) Suécia, (11) Suíça e (12) seleção a definir.

Após o sorteio com cara de bingo, a Índia desistiu por um motivo insólito. Os seus atletas se recusaram a jogar de chuteiras – queriam atuar descalços. Já a tal “seleção a definir” foi a Turquia, que também declinou. O país substituto, Portugal, também não veio. E a debandada não parou por aí. Em protesto aos jogos com enormes distâncias no país, a França também ficou de fora.

Portanto, da projeção com 16 seleções, apenas 13 disputaram aquele Mundial. Nesta sexta teremos um novo sorteio no Brasil, mais complexo. Na Costa do Sauípe será definida toda a agenda da Copa de 2014, com 32 países.

Em 1950, as bolinhas retiradas do único globo na mesa apontaram os números 2 e 4 para a partida marcada para a Ilha do Retiro, no Recife, com o jogo Chile x Estados Unidos (goleada dos hermanos por 5 x 2). Agora, o foco local é nas seguintes coordenadas: A2, A3, C3, C4, D2, D4, G1 e G2. Essas nações atuarão nos quatro jogos da primeira fase na Arena Pernambuco.

O avanço no sorteio ao longo das décadas mostra o quanto a Copa do Mundo cresceu em estrutura e organozação. Itinerário? Chuteira? Falta de vontade? Dificilmente teremos tão toscos para qualquer improvável reviravolta. Ainda mais sabendo que a premiação por uma mera participação será de 8 milhões de dólares. O campeão receberá US$ 35 milhões. Ao todo, 358 mi em premiações.

Relembre outros sorteios do Mundial…

1990
Sorteio da Copa do Mundo de 1990. Foto: Fifa/divulgação

1994
Sorteio da Copa do Mundo de 1994. Foto: Fifa/divulgação

1998
Sorteio da Copa do Mundo de 1998. Foto: Fifa/divulgação

2002
Sorteio da Copa do Mundo de 2002. Foto: Fifa/divulgação

2006
Sorteio da Copa do Mundo de 2006. Foto: Fifa/divulgação

2010
Sorteio da Copa do Mundo de 2010. Foto: Fifa/divulgação

A bola Duplo T de 1950 com avanço proporcional maior à Brazuca de 2014

Bolas oficiais das Copas do Mundo de 1950 (Duplo T, da Superball) e 2014 (Brazuca, da Adidas).

Duplo T e Brazuca, as bolas da Copa do Mundo no Brasil, em 1950 e 2014.

O modelo recém-lançado pela Adidas, após dois anos e meio de testes, surge como o mais moderno da história. Porém, o avanço é brando em relação aos modelos mais recentes, como a Tango 12, da Eurocopa de 2012, e da Cafusa, usada na última Copa das Confederações, também aqui no país.

Além do design inspirado nas fitinhas do Senhor do Bonfim, a bola pretende produzir uma melhor “aderência e aerodinâmica”, a explicação de praxe.

Já em 1950,  na pioneira edição do Mundial nessas bandas, a bola oficial registrou um avanço tecnológico impressionante, até mesmo porque o torneio havia ficado doze anos parado devido à segunda guerra mundial.

A empresa Superball, sediada em Niterói, fabricou a bola marrom que marcou o fim do cadarço. A costura passou a ser interna, sem amarrações aparentes, escondendo até a a válvula de inflar – cuja estreia foi em 1938, na França.

Acredite, tal evolução deixou a bola mais redonda – e a deformação era algo bem comum, sobretudo em jogos com campo molhado. Apesar desta melhora aerodinâmica, a Duplo T continuava absorvendo muita água, deixando-a pesada.

E o Mundial, como agora, aconteceu em pleno inverno brasileiro…

Confira todas as 20 bolas oficiais da história da Copa do Mundo aqui.

Espera-se dos ministros do STJ a palavra final sobre 1987

Ministros da terceira turma do STJ em 2013: Villas Bôas Cueva, João Otávio de Noronha, Sidnei Beneti, Nancy Andrighi e Paulo de Tarso Vieira Sanseverino. Fotos: www.stj.jus.br

Ações, recursos, decisões administrativas, regovações etc.

No Brasileirão de 1987, a palavra final parece não ter fim. A longa história, com mais de duas décadas, deixa claro o tamanho da confusão.

Em uma aparente orientação definitiva, o Superior Tribunal de Justiça decidirá através dos cincos ministros da terceira turma se aquele ano terá um campeão exclusivo, o Sport, ou dois campeões brasileiros oficiais, mas em torneios paralelos, com Sport (Campeonato Brasileiro) e Flamengo (Copa União).

O julgamento será encerrado em fevereiro de 2014…

O jogo está 1 x 0 para o Flamengo, com o voto favorável de Nancy Andrighi. Confira os perfis de todos os integrantes da “final de 1987”.

Fátima Nancy Andrighi
Natural de Soledade-RS
61 anos
Bacharela em Direito em 1975 (Universidade Católica do Rio Grande do Sul)
No STJ desde 27/10/1999

Sidnei Agostinho Beneti
Natural de Ribeirão Preto-SP
69 anos
Bacharel em Direito em 1968 (USP)
No STJ desde 12/12/2007

João Otávio de Noronha
Natural de Três Corações-MG
57 anos
Bacharel em Direito em 1981 (Faculdade de Direito o Sul de Minas)
No STJ desde 03/12/2002

Paulo de Tarso Sanseverino
Natural de Porto Alegre-RS
54 anos
Bacharel em Direito em 1983 (Universidade Católica do Rio Grande do Sul)
No STJ desde 10/08/2010

Ricardo Villas Bôas Cueva
Natural de São Paulo-SP
51 anos
Bacharel em Direito em 1985 (USP)
No STJ desde 13/06/2011

Alguém arrisca o placar da decisão no STJ? Sem direito a prorrogação…

No primeiro comentário do post, o cronograma completo do imbróglio.

Dez voltas olímpicas nacionais nos estádios pernambucanos

Voltas olímpicas nacionais em Pernambuco: Coritiba (Série B 2007), Santa Cruz (Série C 2013), Grêmio (Série B 2005), Sport (Copa do Brasil 2008), Palmeiras (Série B 2003) e Tupi (Série D 2011)

O Santa Cruz celebrou a merecida conquista da terceira divisão nacional diante do seu povão, no estádio do Arruda. A festa foi emblemática para o futebol pernambucano, pois foi a 10ª vez em que um campeonato nacional foi decidido em um palco local.

Curiosamente, todos as competições oficiais organizadas pela CBF já foram decididas no estado, com as séries A, B, C e D e a Copa do Brasil.

Em mais de três décadas de história foram quatro decisões desse porte no Arruda, três na Ilha do Retiro, duas nos Aflitos e uma no interior, no Gigante do Agreste, em Garanhuns. Na ocasião, o mando era do Sport.

Nessa estatística são seis finais clássicas, três quadrangulares e uma volta olímpica na era dos pontos corridos. Ao todo, quatro troféus terminaram com os clubes recifenses. Eis a lista completa.

1981 – Arruda – Olaria, Série C (Santa Amaro 1 x 0 Olaria, 01/05)
1987 – Ilha do Retiro – Sport, Série A (Sport 1 x 0 Guarani, 07/02/88)
1990 – Ilha do Retiro – Sport, Série B (Sport 0 x 0 Atlético-PR, 16/12)
1999 – Aflitos – Fluminense, Série C (Náutico 1 x 2 Fluminense, 23/12)
2003 – Gigante do Agreste – Palmeiras, Série B (Sport 1 x 2 Palmeiras, 22/11)
2005 – Aflitos – Grêmio, Série B – (Náutico 0 x 1 Grêmio, 26/11)
2007 – Arruda – Coritiba, Série B – Santa Cruz 2 x 3 Coritiba, 24/11)
2008 – Ilha do Retiro – Sport, Copa do Brasil (Sport 2 x 0 Corinthians, 11/06)
2011 – Arruda – Tupi, Série D (Santa Cruz 0 x 2 Tupi, 20/11)
2013 – Arruda – Santa Cruz, Série C (Santa Cruz 2 x 1 Sampaio Corrêa, 01/12)

A estrela de bronze é do Santa Cruz

Série C 2013, final: Santa Cruz 2 x 1 Sampaio Corrêa. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Antes tarde do que nunca, o gostinho da glória nacional para o quase centenário Santa Cruz. Nessa longa história de paixão, o Tricolor passou perto de conquistas assim em algumas oportunidades. Precisou ter paciência para enfim comemorar…

Na maior das chances, no timaço de 1975, sofreu um gol do Cruzeiro no último minuto no Arruda, em plena semifinal do Brasileirão. Na decisão, teria disputado o título em apenas um jogo contra o Inter, também no Mundão.

Aquela geração de craques, com Givanildo Oliveira e Fumanchu, entre outros, ficou na memória da imensa torcida. Desde então, lampejos pela taça nacional em divisões menores, mas (quase) sempre com o gostinho de quase.

Em 1999, na Série B, os meninos corais de Nereu Pinheiro ficaram no empate sem gols no abarrotado Serra Dourada. O título, é verdade, nem fez falta, pois a comemoração, junto ao Goiás, foi suprema naquela tarde, com o surpreendente retorno à elite.

Seis anos depois, novamente na segundona, o time teve a maior pontuação da competição. Chegou a erguer a taça por quinze minutos no Mundão. Só não contava com o desfecho sobrenatural do quadrangular final, com um gol próximo dali, nos Aflitos.

Série C 2013, final: Santa Cruz 2x1 Sampaio Corrêa. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Veio a já conhecida derrocada, até o fundo do poço. Troféu à parte, a torcida era para deixar a situação abissal. O ano de 2011 marcou o início do ressurgimento do clube coral. Entretanto, com outro vice-campeonato, na última divisão, a quarta.

Agora, dois anos depois, na campanha que recolocou o Santa Cruz no futebol propriamente dito – desportiva e economicamente falando -, uma jornada cheia de mudanças, no comando técnico e na composição ofensiva, além dos imbróglios jurídicos da organização.

E assim o time das multidões encerra o ano com o seu primeiro troféu nacional, tornando-se o 7º nordestino campeão brasileiro. Ao tricampeão pernambucano faltava mesmo esse passo em sua galeria.

Das incertezas de Sandro, flertando até com a zona de rebaixamento, às convicções de Vica, sacudindo o elenco, o passo foi dado. Com total merecimento, o clube mais tradicional na terceirona cresceu na reta final.

Na decisão, com 33 mil torcedores num domingo chuvoso, diante do Sampaio Corrêa, já com três títulos nacionais em sua galeria, o Santa se impôs e venceu por 2 x 1, com gols de Dedé e do estrelado Flávio Caça-Rato.

A vistosa taça prateada será a lembrança da primeira conquista nacional. E a recordação eterna para nunca mais precisar disputá-la…

Novos troféus, só nas divisões acima.

Série C 2013, final: Santa Cruz x Sampaio Corrêa. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

85 estrelas douradas nacionais

Campeões nacionais de elite no Brasil de 1959 a 2013. Arte: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Cruzeiro e Flamengo, os campeões nacionais em 2013. O time celeste conquistou de forma brilhante o Brasileirão, com antecedência e jogando um ótimo futebol. Na Copa do Brasil, como preza a disputa, o rubro-negro carioca escreveu uma campanha de muita raça, desbancando times tecnicamente mais fortes, como o próprio Cruzeiro.

Com as duas principais taças do país definidas, hora de atualizar o tradicional levantamento do blog com os maiores campeões nacionais de elite, numa atualização que já dura cinco anos. Com o tri da Copa do Brasil, o Fla empatou com o Santos, com nove troféus nacionais cada, ficando abaixo apenas o Palmeiras. Já o Cruzeiro se firma no ranking como o maior vencedor fora do eixo Rio-São Paulo.

Como de praxe, as competições levadas em consideração foram a Taça Brasil (1959/1968), o Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967/1970), a Série A (1971/2013), a Copa do Brasil (1989/2013) e a Copa dos Campeões (2000/2002). Todos esses campeonatos têm em comum as vagas nas Taça Libertadores da América (saiba mais aqui).

Portanto, existem 22 campeões nos85 torneios organizados pela CBF e por sua precursora, a CBD. Antes de qualquer discussão sobre o Brasileiro de 1987, vale ressaltar que a lista aponta os vencedores reconhecidos pela entidade que organiza o futebol brasileiro.

As variadas conquistas foram somadas sem distinção. O blog entende que as competições têm pesos bem diferentes, obviamente, mas a diferença nas posições envolvendo clubes com o mesmo número de títulos foi estabelecida pelo último troféu, com vantagem para o mais antigo.

11 – Palmeiras (A: 1972, 1973, 1993 e 1994; R: 1967 e 1969; CB: 1998 e 2012; TB: 1960 e 1967; C: 2000)
9 – Santos (A: 2002 e 2004; R: 1968; CB: 2010; TB: 1961, 1962, 1963, 1964 e 1965)
9 – Flamengo (A: 1980, 1982, 1983, 1992 e 2009; CB: 1990, 2006 e 2013; C: 2001)
8 – Corinthians (A: 1990, 1998, 1999, 2005 e 2011; CB: 1995, 2002 e 2009)
7 – Cruzeiro (A: 2003 e 2013; CB: 1993, 1996, 2000 e 2003; TB: 1966)
6 – Grêmio (A: 1981 e 1996; CB: 1989, 1994, 1997 e 2001)
6 – São Paulo (A: 1977, 1986, 1991, 2006, 2007 e 2008)
5 – Vasco (A: 1974, 1989, 1997 e 2000; CB: 2011)
5 – Fluminense (A: 1984, 2010 e 2012; R: 1970; CB: 2007)
4 – Internacional (A: 1975, 1976 e 1979; CB: 1992)
2 – Bahia (A: 1988; TB: 1959)
2 – Botafogo (A: 1995; TB: 1968)
2 – Sport (A: 1987; CB: 2008)
1 – Atlético-MG (A: 1971)
1 – Guarani (A: 1978)
1 – Coritiba (A: 1985)
1 – Criciúma (CB: 1991)
1 – Juventude (CB: 1999)
1 – Atlético-PR (A: 2001)
1 – Paysandu (C: 2002)
1 – Santo André (CB: 2004)
1 – Paulista (CB: 2005)

Legenda: Série A (A), T. Roberto Gomes Pedrosa (R), Copa do Brasil (CB), Taça Brasil (TB), Copa dos Campeões (C).

Botafogo, o sexto campeão nacional do Nordeste

Campeões nacionais: Bahia (Série A 1988), Guarany de Sobral (Série D 2010), Sport (Copa do Brasil 2008), ABC (Série C 2010), Botafogo de João Pessoa (Série D 2013) e Sampaio Corrêa (Série C 2012)

O Botafogo colocou a Paraíba no mapa dos estados com campeões brasileiros.

Empurrado por 20 mil torcedores, no Almeidão, o Alvinegro de João Pessoa venceu o Juventude por 2 x 0 e ganhou o inédito título brasileiro da Série D.

Sem dúvida, uma conquista emblemática para a capital vizinha.

Com a taça da quarta divisão, o clube se tornou o sexto do Nordeste a ganhar um campeonato nacional sob a chancela oficial da CBF.

Ao todo, o futebol da região já faturou 11 competições de porte nacional, das quais quatro em torneios de elite.

Cronologia dos títulos nacionais do Nordeste:
1º) 10/12/1959 – Bahia 3 x 1 Santos (Taça Brasil)
2º) 17/12/1972 – Sampaio Corrêa (5) 1 x 1 (4) Campinense (Série B)
3º) 07/02/1988 – Sport 1 x 0 Guarani (Série A)
4º) 19/02/1989 – Internacional 0 x 0 Bahia (Série A)
5º) 16/12/1990 – Sport 0 x 0 Atlético-PR (Série B)
6º) 30/11/1997 – Sampaio Corrêa 3 x 1 Francana (Série C)
7º) 11/06/2008 – Sport 2 x 0 Corinthians (Copa do Brasil)
8º) 14/11/2010 – Guarany de Sobral 4 x 1 América/AM (Série D)
9º) 20/11/2010 – ABC 0 x 0 Ituiutaba (Série C)
10º) 21/10/2012 – Sampaio Corrêa 2 x 0 Crac (Série D)
11º) 03/11/2013 – Botafogo de João Pessoa 2 x 0 Juventude (Série D)

Clubes nordestinos com conquistas nacionais:
ABC (Série C 2010)
Bahia (Série A 1988 e Taça Brasil 1959)
Botafogo-PB (Série D 2013)
Guarany de Sobral (Série D 2010)
Sampaio Corrêa (Série B 1972, Série C 1997 e Série D 2012)
Sport (Série A 1987, Copa do Brasil 2008 e Série B 1990)

Observação: Central e Treze ainda tentam junto à CBF a oficialização da segunda divisão nacional de 1986, quando dividiram a conquista do “Torneio Paralelo” com Inter de Limeira e Criciúma.

Após longo hiato, corais voltam à Série B já dispostos a repetir 1992, 1999 e 2005

Acessos do Santa Cruz na Série B em 2005 (Santa Cruz 2x1 Portuguesa, em 1999 (Goiás 0x0 Santa Cruz) e 1992 (Santa Cruz 0x0 Remo). Fotos: Diario de Pernambuco/DP/D.A Press e Youtube/reprodução

Após seis temporadas, o Santa Cruz enfim retorna à Série B.

Em 2014, no seu centenário, o tricampeão estadual participará da segundona pela 16ª vez desde a implantação do sistema de acesso e descenso.

O Tricolor já esteve no segundo degrau do futebol nacional em 1989, 1990, 1991, 1992, 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2002, 2003, 2004, 2005 e 2007. Na antiga Taça de Prata, também jogou em 1982 e 1983.

Considerando, então, a mudança para as participações com critério técnico, em 1988, o clube coral tentará o acesso à elite pela quarta vez.

A pioneira classificação veio em 1992, quando foi semifinalista, perdendo os dois jogos contra o Paraná. Contudo, a vaga já estava assegurada desde a segunda fase, quando empatou em gols com o Remo, pois naquele ano nada menos que doze times subiram – mudança articulada para beneficiar o rebaixado Grêmio.

O esforço foi bem maior em 1999, com Tinho e os meninos de Nereu Pinheiro, e 2005, com a dupla Carlinhos Bala e Rosembrick. Foram dois quadrangulares duríssimos na etapa final. Contra Goiás, 0 x 0 no Serra Dourada, e Portuguesa, 2 x 1 no Arruda, os corais garantiram o vice-campeonato. Apenas dois ascendiam.

Relembrar o passado é um bom começo para a nova missão tricolor…

Vida nova ao Santa em pleno centenário

Serie C 2013, 2013: Santa Cruz 2x1 Betim-MG. Foto: Bernardo Dantas/DP/DA. Press

Vida nova, tricolor.

Até o último segundo você insistiu em não acreditar, em não festejar.

Olhou lentamente o Arruda de uma ponta a outra. Abarrotado de gente, como sempre. Pediu mais uma vez para que desta vez fosse diferente…

Que a história do Santa Cruz fosse reescrita.

Que estivesse vivendo um dia inesquecível, sem mais provações.

Poucos, pouquíssimos suportaram uma carga de drama tão grande quanto os aficionados das repúblicas independentes.

Dos rebaixamentos em série à falta de atividade.

Sim, à pura falta de futebol.

Deixar o gigante de concreto em silêncio feria de morte o orgulho coral.

Antes do apito final você deve ter lembrado bem disso.

Recomeçar do zero era preciso. E seria bem difícil. À margem dos rivais, endinheirados e em patamares bem mais nobres, a caminhada foi árdua.

Com a força da camisa, a mudança partiu justamente no âmbito local.

Sem recursos, cresceu nos clássicos e voltou a empilhar taças. Tomou gostou.

Na verdade, retomou o gosto. O tri que o diga.

Ótimo para ego, mas insuficiente para a sobrevivência.

Esta, só mesmo evoluindo no cenário nacional, saindo da última casta possível.

O favoritismo escancarado pela massa presente nas arquibancadas nas divisões inferiores foi relegado pela qualidade duvidosa das equipes montadas.

Com paciência, surgiu uma base. E de onde pouco se esperava, surgiram novos ídolos.

Entre eles, um desconhecido goleiro, agora eternizado, onipresente nos bons e novos momentos. Nome e sobrenome, Tiago Cardoso.

Serie C 2013, 2013: Santa Cruz 2x1 Betim-MG. Foto: Ricardo Fernandes/DP/DA. Press

Aos trancos e barrancos, veio o primeiro passo, em 2011.

Uma multidão como a de hoje, tão nervosa quanto. Esqueceu? Improvável, mesmo sem gols.

Como nada é fácil para o povão, não mesmo, a sequência da caminhada demorou mais que o necessário.

Um ano forçado de aprendizado, com foco absoluto no acesso, novamente com apoio incondicional.

Veio então uma campanha cambaleante, comandada de forma improvisada.

A chegada de um nome com pulso firme pôs ordem.

Se ainda havia tempo este ano era a grande dúvida. Uma a mais num mar de incertezas chamado Santa Cruz.

Da ameaça de mais temporadas de calvário à surpreendente dianteira, ao protagonismo.

Hoje, o Santa Cruz voltou a respirar futebol.

Juntos, milhares também respiraram fundo.

Inclusive você. Resfolegou no instante em que a duríssima vitória por 2 x 1 sobre o Betim, com o improvável e carismático herói Flávio Caça-Rato, virou mais uma história para contar, daquelas com um sorriso no rosto.

Difícil será encontrar um tricolor que não tenha ido ao jogo neste domingo.

60 mil?

Dentro de alguns anos serão 600 mil… e com o tempo terá ainda mais gente.

Naquele aperto no José do Rego Maciel estava você, digam o que quiser.

Preto, branco e encarnado, pronto para ver o Santa Cruz voltar a ter dignidade, deixando para trás os seis anos de sofrimento.

A segunda divisão não é o ato definitivo. A plenitude virá numa nova busca.

Em 2014, no centésimo aniversário, uma vida nova ao Mais Querido.

E você estará lá, claro. Sem você o Santa não seria o mesmo…

Serie C 2013, 2013: Santa Cruz 2x1 Betim-MG. Foto: Paulo Paiva/DP/DA. Press