Centenário do Clássico das Multidões é marcado pela 24ª final no Pernambucano

Leão x Cobra Coral, a final do Campeonato Pernambucano de 2016. Arte: Greg/DP

O confronto entre Sport e Santa Cruz é a final mais recorrente em toda a história do Campeonato Pernambucano. Em 2016, no ano que marca o centenário do confronto futebolístico mais popular do estado, os rivais disputarão o título pela 24ª vez. O recente tricampeonato coral em cima do maior oponente equilibrou a estatística de decisões, mas a vantagem ainda é leonina, 12 x 11. A nova decisão, no mês de maio, começa no dia 4, uma quarta-feira no Arruda, com o aniversário do confronto no dia 6 e a finalíssima no dia 8, um domingo, na Ilha do Retiro. Curiosamente, lá os corais têm a vantagem em finais, 8 x 6.

Quem será o campeão pernambucano de 2016?

  • Santa Cruz (59%, 3.769 Votes)
  • Sport (41%, 2.663 Votes)

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A primeira final com um Clássico das Multidões ocorreu muito antes do apelido criado e popularizado a partir de 1943. Logo na segunda edição do Estadual, os clubes disputaram a taça em uma partida. No antigo campo do British Club, diante de quatro mil recifenses, o Leão goleou a Cobra Coral por 4 x 1, em 24 de dezembro do longíquo ano de 1916. O time tricolor chegou a liderar o confronto em finais ao se sagrar campeão em 1990, no Mundão. Durou pouco tempo. A partir de 1996, quando iniciou o seu primeiro pentacampeonato, o rubro-negro empatou a série, virando em 1999, numa vantagem ainda vigente, no limite.

Para esta temporada, além do troféu dourado do Pernambucano, uma outra taça está em jogo, justamente em homenagem ao centenário do clássico. Trata-se do Troféu Givanildo Oliveira, instituído pela FPF, numa soma de todos os jogos oficiais entre os dois em 2016. Por enquanto, Sport 4 pontos, Santa 1. Além da final local, outros dois jogos estão programados, na Série A do Brasileiro.

Confira o retrospecto dos três clássicos nas finais do campeonato estadual:

Clássico das Multidões (23)
Sport (12) – 1916, 1917, 1920, 1949, 1953, 1962, 1980, 1996, 1999, 2000, 2003 e 2006
Santa Cruz (11) – 1940, 1957, 1969, 1971, 1973, 1986, 1987, 1990, 2011, 2012 e 2013

Clássico dos Clássicos (17)
Sport (11) – 1955, 1961, 1975, 1977, 1981, 1988, 1991, 1992, 1994, 2010 e 2014
Náutico (6) – 1951, 1954, 1963, 1965, 1966 e 1968

Clássico das Emoções (16)
Náutico (9) – 1934, 1960, 1974, 1984, 1985, 1989, 2001, 2002 e 2004
Santa Cruz (7) – 1946, 1959, 1970, 1976, 1983, 1993 e 1995

Ao todo, doze finais diferentes já decidiram o Pernambucano. Em 34 edições o campeão saiu de forma direta. Chegou a hora de escrever o 102º capítulo…

Nos pênaltis, o Sport elimina o Salgueiro e volta a disputar o título pernambucano

Pernambucano 2016, semifinal: Salgueiro (4) 1 x 0 (5) Sport. Foto: Williams Aguiar/Sport

A passagem de Thiago Gomes no comando interino do Sport tem sido marcada pela mesmíssima postura vista sob o comando de Falcão, de quem era assistente. Além da mesma escalação, as mesmas jogadas (ou falta delas) somadas a um posicionamento com setores distantes. A ponto de dar espaço constante aos adversários, seja lá o nível técnico do outro lado. O que não era o caso do Salgueiro, uma equipe arrumada, que se recuperou da má apresentação na Ilha. Sabia que seria mais forte no claro do Sertão.

A curta vantagem leonina foi anulada com apenas sete minutos, a partir de uma falha individual de Renê. Moreilândia se aproveitou e bateu no ângulo. Chutaço para deixar a decisão, já àquela altura, nos pênaltis. Como em outros jogos no ano, os rubro-negros só tentaram após a meta vazada. Aí, pesou fragilidade ofensiva de Vinícius Araújo. Lenis e Mark, pelas pontas, bem marcados, pouco produziram. No meio-campo, o vazio de sempre na criatividade. Chega a ser repetitiva a crítica ao time do Sport, mas a regularidade é indigesta.

Pernambucano 2016, semifinal: Salgueiro (4) 1 x 0 (5) Sport. Foto: Heitor Ramos/Esp. DP

No intervalo, enfim, mudanças. Jonathan Goiano e Gabriel Xavier nas vagas de Lenis e Serginho. Ao menos era uma tentativa, com o Leão abrindo mão dos três volantes, mas só na base da vontade não adiantou muito. A impressão era a de que os dois times estavam satisfeitos com o desfecho nos tiros livres. Dito e feito, 1 x 0. Se há uma semana, em Campina Grande, os batedores do Sport pareciam enxergar uma trave de futsal, desta vez o desempenho foi bom, com apenas um desperdício, ainda assim na área de gol. Vitória por 5 x 4.

Aos trancos e barrancos, o Sport está de volta a uma decisão. Após colecionar fiascos seguidos, em todas as frentes (exceção feita ao 6º lugar na Série A), o Leão terá a chance de retomar a hegemonia estadual, com uma pausa de dez dias para tentar articular algo diferente no time. À torcida, resta torcer para que a finalíssima em casa, depois de três anos, e o maior rival pela frente alimentem vontade de um time sem confiança. Sem técnico, também.

Pernambucano 2016, semifinal: Salgueiro (4) 1 x 0 (5) Sport. Foto: Williams Aguiar/Sport

Santa Cruz vence o Náutico outra vez e vai à 5ª final em 6 anos no Estadual

Pernambucano 2016, semifinal: Náutico 1x2 Santa Cruz. Foto: Antônio Melcop/Santa Cruz

A vantagem era enorme, do tamanho do futebol apresentado num Arruda tomado de gente. Consciente sobre o 3 x 1 e apostando na incredulidade do rival, até então dono da melhor campanha, o Santa foi à arena e sacramentou mais uma vaga na final do Pernambucano, a quinta nos últimos seis anos. Como nas anteriores, vai pelo título, que pode garantir ao clube o status de campeão da década no cenário local, mesmo faltando bastando tempo. No domingo, havia um desfalque de peso, o meia João Paulo, o pulmão do time, mas a essa altura do alto rendimento em campo, com seguidos jogos decisivos, os companheiros acabam adotando a mesma intensidade, vital para qualquer grande conquista.

Um símbolo disso, talvez de todo esse momento vivido pelo Santa nas últimas semanas, é o atacante Grafite. Jogou de forma diferente, saindo bastante da área, para buscar e prender o jogo. E exerceu bem o papel. Contrariando a lógica, o Náutico buscou inspiração até na superstição, como jogar de vermelho, lembrando a reviravolta de 2004, quando goleou os corais em seu último título. Apoiado pela torcida, que mesmo abadalada se fez presente, o Timbu impôs uma pressão inicial. Algo esperado por todos, incluindo, claro, o adversário.

Pernambucano 2016, semifinal: Náutico 1x2 Santa Cruz. Foto: Antônio Melcop/Santa Cruz

O Timbu até ficou perto do sonho, ao abrir o placar aos 33 minutos, com o zagueiro-artilheiro Ronaldo Alves pegando um rebote num escanteio. Chegou a seis tentos. E a desvantagem, que chegara a ser de três gols no Mundão, àquela altura era de apenas um. Dava pra buscar. Para isso, daria mais espaço. A bola na trave de Grafa, ainda no primeiro tempo, foi só o aviso do perigo.

Logo na retomada do jogo veio o lance fatal num clássico já encaminhado. Num belo lançamento de Leandrinho, Grafite recebeu no meio-campo, avançou sozinho, driblou Júlio César com calma e empatou. Foi o sétimo gol do camisa 23 na temporada, somando todas as competições, empatando com Keno. No último lance, Lelê mandou de fora da área e virou 2 x 1. Lá e lô do Santa, que luta não por um, mas por dois títulos, no Nordestão e no Estadual. As duas finais, nos dois próximos domingos, prometem muitas emoções para os corais.

Pernambucano 2016, semifinal: Náutico 1x2 Santa Cruz. Foto: Antônio Melcop/Santa Cruz

Podcast 45 (235º) – Análise da semi do PE, projeções para a volta e novo calendário

O 45 minutos analisou os jogos de ida da semifinal do campeonato estadual, com a boa vitória do Santa Cruz sobre o Náutico, diante de 40 mil pessoas no Arruda, e o apertado resultado positivo do Sport sobre o Salgueiro, com quase 17 mil pessoas na Ilha no feriado de Tiradentes. Clássico das Multidões encaminhado para a decisão de 2016? Seria o 24º na história. Porém, o gol do lateral Joazi, no finzinho, manteve o sonho alvirrubro. Já no calor do Sertão o Salgueiro vem mostrando muita força, sobretudo considerando o mau futebol apresentado pelo adversário. Claro, teve pitaco sobre os jogos de domingo. O debate foi longo, com direito à possível mudança no calendário brasileiro, que colocaria o Nordestão paralelamente à Série A (aprova?)

Confira um infográfico com as atrações (e tempo) de cada time aqui.

Neste podcast, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

Santa Cruz 3 x 1 Náutico (24min)

Sport 1 x 0 Salgueiro (25min)

Jogos de volta, duas vagas da Sula no Nordestão e novo calendário (1h58)

Vitória e vaias. Apesar da vantagem na semifinal, Sport segue jogando mal

Pernambucano 2016, semifinal: Sport 1x0 Salgueiro. Foto: Williams Aguiar/Sport

A torcida respondeu. A bronca pela eliminação no Nordestão, com o futebol travado da equipe, teve como ato da direção a mudança no comando técnico, com a saída de Falcão. Novos ares? Aproveitando a promoção e o feriado, os rubro-negros foram à Ilha do Retiro mesmo cabisbaixos com a atual situação. Em outra frente, outro algoz. Após três confrontos no ano, finalmente o Sport venceu o Salgueiro. Aliás, só agora conseguiu marcar um gol. Solitário mesmo, através de Vinícius Araújo após bobeira do goleiro Gleibson, 1 x 0.

Àquela altura eram 13 minutos. Ledo engano. Com o freio de mão puxado, o time, num 4-2-3-1, segundo o próprio interino Thiago Gomes, não produziu quase nada ofensivamente. Jogou até irritar a torcida. Claro, o tempo sob novo comando, efetivo, foi curtíssimo, mas esperava-se alguma mexida. A presença de Serginho já era um indicativo de mais do mesmo. O camisa 8, já criticado aqui no blog, simplesmente não consegue jogar pra frente. Não acerta o passe.

Pernambucano 2016, semifinal: Sport 1x0 Salgueiro. Foto: Paulo Paiva/DP

O volante erra, gera contragolpes e tem um posicionamento falho. Para o jogo fluir, a sua saída é para ontem. Mas segue intacto, atuando os 90 minutos. Em relação ao time que disputa o Pernambucano, há um problema: a ausência de meias articuladores. Diego Souza foi contratado após o prazo de inscrição e Gabriel Xavier segue machucado, se bem que vinha sendo utilizado nas pontas.

Assim, três volantes, com Luis Antônio tendo o papel de tentar conduzir a bola a um ataque sem fome de gol. É verdade que o Carcará também esteve mal, se limitando à defesa, talvez consciente de sua força no calor do Sertão, mas o mandante fez por onde ser vaiado no apito final. Sim, o Sport tem a vantagem do empate para chega à final estadual e se garantir no próximo regional. Porém, com essa intensidade – muito abaixo do volume do Santa diante do Náutico, por exemplo – e essa formação sem mudanças, a confiança segue baixa.

Pernambucano 2016, semifinal: Sport 1x0 Salgueiro. Foto: Paulo Paiva/DP

Os 11 anos de Magrão no Sport

Há onze anos, em 21 de abril de 2005, Magrão chegava ao Sport para compor o elenco. Sem nunca ter deixado o clube desde então, o goleiro, hoje com 39 anos, tornou-se ídolo, ícone. Com 576 partidas com a camisa rubro-negra, já está na história com o atleta que mais atuou pelo Leão, fora a sina de conquistas, com seis Estaduais, um Nordestão e uma Copa do Brasil.

Celebrando a longevidade de Magrão na Ilha, o departamento de comunicação lançou um vídeo com depoimentos de bastidores (com destaque para o segurança Pelé e o roupeiro Leguelé) sobre o dia a dia do jogador.

Com Arruda lotado, Santa Cruz vence o Náutico e abre boa vantagem na semi

Pernambucano 2016, semifinal: Santa Cruz 3x1 Náutico. Foto: Antônio Melcop/Santa Cruz

Empolgado com a classificação à final do Nordestão e barateando o ingresso para contar com o calor de sua torcida, o Santa fez a festa no Arruda. Era jogo decisivo, clássico, mas a desenvoltura coral foi impressionante, impondo ao Náutico, com doze pontos a mais no hexagonal, um resultado duríssimo no jogo de ida da semifinal, 3 x 1. Como neste ano o saldo de gols é critério de desempate, só uma goleada alvirrubra poderá tirar o Tricolor de sua quinta final local em seis anos. Com 40.140 torcedores presentes, superando todas as expectativas, o time quebrou a estratégia alvirrubra com apenas nove minutos.

Em grande fase, Keno avançou pela ponta esquerda, driblou Joazi e cruzou para Arthur marcar o seu primeiro gol no clube. Abraçou Keno, consciente do papel desempenho pelo atleta mais decisivo do futebol pernambucano neste início de temporada. Em vantagem, o time comandando por Milton Mendes acabou recuando, dando o campo para o adversário. Entretanto, o Timbu não esteve numa noite feliz, errando muitos passes. Quase não finalizou na meta de Tiago Cardoso. Com Renan preso na marcação, foram poucas jogadas verticalizadas.

Pernambucano 2016, semifinal: Santa Cruz 3x1 Náutico. Foto: Antônio Melcop/Santa Cruz

Precavido, o Santa explorava os contragolpes, com Grafite trabalhando muito bem a bola. No intervalo, Dal Pozzo apostou na entrada de Esquerdinha no lugar de Gil Mineiro, perdido no meio. De fato, era preciso melhorar a saída de bola. Mas, outra vez, deu nem tempo de aplicar a nova formação. Aos nove minutos, o Tricolor ampliou após escanteio. Em noite iluminada, Arthur cabeceou de novo, também batendo na trave antes de entrar. Dominando o jogo e bem postado, com Uillian Correia firme na contenção, o Santa mantinha o ritmo.

Aos 24, quatro corais em velocidade contra dois alvirrubros. A bola chegou em Tiago Costa, que bateu de fora da área, no cantinho de Júlio César – também o seu primeiro tento no torneio. Foi a senha para muitos alvirrubros deixarem o Arruda, ao som de “Adeus, Náutico!”. Com tamanha vantagem, Milton se deu ao luxo de poupar Grafa (aplaudido), substituído por Wallyson. A goleada parecia certa, com o mandante ainda acertando a trave, mas no fim o Náutico ganhou sobrevida. Num chute de Joazi, desviado na zaga, o gol de honra para deixar a semifinal aberta. Ainda que a vantagem coral seja considerável…

Pernambucano 2016, semifinal: Santa Cruz 3x1 Náutico. Foto: Antônio Melcop/Santa Cruz

A bola da final pernambucana em 2016

Bola da Penalty para a final do Campeonato Pernambucano de 2016. Crédito: FPF/divulgação

A ideia de confeccionar uma bola especial para a final surgiu na Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, quando a Adidas criou a dourada Teamgeist Berlin, exclusiva para a partida entre Itália e França. Desde então, inúmeros torneios copiaram a ideia, inclusive o Campeonato Pernambucano, desde 2013.

Começou com a Duelo Final, marrom. No ano seguinte, a Gorduchinha, com as cores brasileiras. Nos últimos dois anos, a versão final. Novamente produzida pela Penalty, fornecedora do campeonato local desde 2008, a Bola 8 trocou os gomos pretos pelo dourado, num tom semelhante ao do troféu oficial.

Ao contrário da última temporada, quando a bola especial começou a ser utilizada na semifinal, desta vez a bola dourada de 2016 foi reservada mesmo para os dois jogos finais, com a bola alvinegra nas outras 90 partidas.

As bolas dos turnos e das finais: 2013, 2014, 2015 e 2016.

A bola do Campeonato Pernambucano de 2016. Crédito: FPF/divulgação

O troféu do Campeonato Pernambucano de 2016, inspirado na Champions League

O troféu do Campeonato Pernambucano de 2016. Crédito: FPF/divulgação

O troféu do Campeonato Pernambucano de 2016 é o primeiro da história do futebol local a ter um naming rights, incorporando o nome da patrocinadora da competição, a Celpe. Encomendada pela FPF a uma empresa de design, a peça dourada de 60 centímetros lembra a orelhuda prateada da Champions League. Com um formato de “diamante”, a taça foi elaborada como a “maior joia do Nordeste”. Entre os detalhes, a base lembrando uma bola de futebol, as cores da bandeira pernambucana e o distintivo da entidade no alto. Na visão do blog, bem acima da média dos modelos apresentados nos últimos anos.

Medalhas do Campeonato Pernambucano de 2016. Crédito: FPF/divulgação

Seguindo a identidade visual da taça, também foram confeccionadas medalhas douradas e prateadas para o campeão e vice da temporada local, com destaque para a estrela da bandeira. Inicialmente a ideia era homenagear Miguel Arraes, que completaria 100 anos. Com o contrato firmado com a fornecedora de energia durante o Estadual, o troféu acabou entrando na pauta da negociação. Porém, a homenagem ao ex-governador foi mantida, na festa de premiação

O que você achou do troféu do campeonato estadual de 2016?

2006 – Troféu Diario de Pernambuco (Sport)
2007 – Troféu 100 Anos do Frevo (Sport)
2008 – Troféu Radialista Luiz Cavalcante (Sport)
2009 – Troféu Governador Eduardo Campos (Sport)
2010 – Troféu Tribunal de Justiça de Pernambuco (Sport)
2011 – Troféu 185 anos da Polícia Militar de Pernambuco (Santa Cruz)
2012 – Troféu Rede Globo Nordeste (Santa Cruz)
2013 – Troféu FPF (Santa Cruz)
2014 – Troféu 100 anos do Campeonato Pernambucano (Sport)
2015 – Troféu Centenário da FPF (Santa Cruz)
2016 – Troféu Pernambucano Celpe A1 (Náutico, Salgueiro, Sport ou Santa?)

Troféus do Campeonato Pernambucano de 2006 a 2015

A diferença de Arruda e Ilha através dos laudos de engenharia e dos bombeiros

Arruda e Ilha do Retiro via Google Maps

Em 25 de setembro de 2015, o Corpo de Bombeiro emitiu dois atestados de regularidade, um sobre o Arruda e outro sobre a Ilha do Retiro. Em ambos, reduziu a capacidade de público dos estádios. Não por questão de espaço físico para o público, mas pela estrutura oferecida para a evacuação da torcida, apontando escadas, portas e corredores afunilados. Com um ano de validade, os documentos seguem em vigor. A diminuição (55 para 50 mil no José do Rego Maciel e 32 para 27 mil no Adelmar da Costa Carvalho) foi aceita pelos clubes, sob protesto. Sete meses depois, ocorreu na sede da FPF uma “reunião de adequação dos estádios pernambucanos”.

Na prática, foi um debate apenas sobre os palcos de Santa Cruz e Sport, com representantes dos clubes, claro, do Ministério Público de Pernambuco, que em novembro passado recomendou a redução dos estádios, dos bombeiros, órgão responsável pela elaboração do documento, e da Vigilância Sanitária. Ajustes já pedidos no laudo em vigor para esta temporada foram reforçados – solução prática: mais saídas para o público, sobretudo nos setores populares. O atual redimensionamento tem validade até 25 de setembro de 2016. No Arruda, cujo alvará indicava 16 de abril, o status reduzido foi mantido.

Sobre a capacidade de público, há um impasse. A atual portaria do Ministério do Esporte, de nº 290, de 27 de outubro de 2015, consolidou os requisitos mínimos para serem contemplados nos laudos técnicos previstos. Resumindo, dá ao laudo de engenharia a voz oficial sobre a capacidade. Não por acaso, ao blog uma fonte informa que as cargas de 55 mil (Arruda) e 32 mil (Ilha) seguem à disposição dos clubes, que vêm evitando os montantes para se resguardarem sobre qualquer imprevisto legal, devido ao parecer dos bombeiros.

Laudo dos Bombeiros sobre o Arruda, com validade em 2016.

Laudo do Corpo de Bombeiros, de 2016, sobre o Arruda. Crédito: FPF/reprodução

Laudo dos Bombeiros sobre a Ilha do Retiro, com validade em 2016.

Laudo do Corpo de Bombeiros, de 2016, sobre a Ilha do Retiro. Crédito: FPF/reprodução