Quatro cidades e o sonho de disputar a primeira divisão pernambucana

Vera Cruz, Jaguar, Belo Jardim e Atlético Pernambucano, os semifinalistas do Pernambucano Sub 23 de 2014

Vera Cruz (Vitória de Santo Antão), Jaguar (Jaboatão dos Guararapes), Belo Jardim (Belo Jardim) e Atlético Pernambucano (Camaragibe).

Esses são os semifinalistas do campeonato estadual Sub 23, a segunda divisão de fato. O quarteto briga por duas vagas na elite do nosso futebol em 2015.

Vitória, a 53 quilômetros da capital e com 134 mil habitantes, esteve presente na primeirona desta temporada, mas viu a Acadêmica Vitória ser rebaixada.

Já Belo Jardim, a 187 quilômetros do Recife e com 75 mil moradores, fez parte da elite até 2013, quando o Calango descendeu.

Enquanto isso, as duas cidades na região metropolitana, Camaragibe (152 mil habitantes) e Jaboatão (680 mil) vivem situações curiosas. A primeira jamais teve um representantre na elite. A segunda foi um palco tradicional até 1995, quando o América parou de atuar no Jefferson de Freitas, no centro.

As semifinais, que correspondem à quarta fase da competição, serão entre Atlético x Belo Jardim e Jaguar x Vera Cruz.

Apesar da sede original do Jaguar, o time vem mandando os seus últimos jogos no Gileno de Carli, no Cabo, e no Ademir Cunha, em Paulista. O motivo? Não conseguiu todos os laudos necessários para atuar com público em casa. Quando atuou no acanhado Jefferson de Freitas, jogou de portões fechados.

Quem você gostaria de ver na elite do Pernambucano em 2015?

  • Atlético-PE e Jaguar (40%, 141 Votes)
  • Belo Jardim e Vera Cruz (31%, 109 Votes)
  • Belo Jardim e Jaguar (16%, 57 Votes)
  • Atlético-PE e Vera Cruz (13%, 46 Votes)

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Atlético Pernambucano (Estádio Luiz Alexandrino, Camaragibe)

Atlético Pernambucano no Luiz Alexandrino em 2014. Fotos: site oficial do Altinho FC

Jaguar (Estádio Jefferson de Freitas, Jaboatão dos Guararapes)

Jaguar no estádio Jefferson de Freitas. Fotos: FPF e youtube/reprodução

Vera Cruz (Estádio Carneirão, Vitória de Santo Antão)

Vera Cruz no Carneirão em 2014. Fotos: Vera Cruz/facebook e youtube/panorama esporte

Belo Jardim (Estádio Sesc-Mendonção, Belo Jardim)

Belo Jardim no Sesc-Mendonção em 2014. Fotos: FPF e Belo jardim/facebook

Podcast 45 minutos (62º) – Debate sobre o Sport e tropeços de Náutico e Santa

A 62ª edição do podcast 45 minutos traz um debate acalorado sobre até onde pode chegar o Sport na Série A. G4, “G5”, zona intermediária? Também foi analisado o desempenho de Náutico e Santa nos tropeços no sábado, na Série B. Finalizando, o registro da classificação do Central ao mata-mata da Série D.

A nova edição teve 1h17min de gravação. Estou na discussão com Celso Ishigami, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro.

Ouça agora ou quando quiser!

Patativa a dois mata-matas da Série C

Série D 2014: Central 5x0 Baraúnas-RN. Foto: twitter.com/RaniereMarcelo

A Série D foi criada em 2009. Lá, o Central sofre há tempos. Nesta temporada, chega pela terceira vez ao mata-mata. Sempre com o acesso pertinho, mas escapando no drama que faz parte da vida da Patativa.

Em 2009 foi eliminado pelo Alecrim, para a decepção dos quase dez mil espectadores no Lacerdão no jogo de volta.

Em 2013 foi ainda pior, com a saída da competição na disputa de pênaltis, após a cobrança desperdiçada por Andrezinho, contra o Botafogo, lá no Almeidão.

Agora, uma nova chance, numa verdadeira obsessão do cube, que há alguns anos vê o Salgueiro ocupar o rótulo de maior time do interior do estado.

Para fazer frente a isso, só mesmo deixando a quarta e última divisão do país – fato que o Carcará conseguiu. Acesso, aliás, não ocorre há quase trinta anos. Desde 1986, no Torneio Paralelo, quando o clube de Caruaru ascendeu à elite nacional no mesmo ano. Voltando ao presente, o time passou em 2º lugar, após uma campanha com três vitórias, três empates e duas derrotas.

Na última rodada, precisava vencer em casa. Não pipocou diante da torcida como em outras oportunidades. Pelo contrário. Não tomou conhecimento do Baraúnas, cravando 5 x 0 – com gols de quatro jogadores diferentes, Tiago Lima, Sinval, Jailson (2) e Adriano. Agora, precisa superar dois mata-matas. 

O primeiro será contra o Confiança. De Caruaru para Aracaju… 180 minutos.

A torcida acredita, como sempre.

Série D 2014: Central 5x0 Baraúnas-RN. Foto: Sérgio Pepeu/divulgação

O caminho necessário para a oficialização dos títulos regionais e nacionais

Estádio Luiz Lacerda, do Central, em Caruaru. Foto: www.centralsc.com.br

Os clubes pernambucanos conquistaram oito títulos de caráter regional, interregional ou nacional sem a chancela oficial da CBF. Glórias numa era quase em preto e branco, mas de importância histórica em cada time.

São cinco do Náutico, um do Sport, um do Santa Cruz e um do Central.

Foram torneios de repercussão em épocas sem tanta organização da CBF ou de sua precursora, a Confederação Brasileira de Desportos, a CBD. Os clubes consideram as conquistas em suas galerias. A última dessas conquistas foi há quase 30 anos e até hoje segue sem resposta quanto à oficialização.

E não há resposta porque jamais houve um pedido de fato…

Durante o lançamento do Nordestão de 2015, no Recife, o blog entrevistou Virgílio Elísio, o diretor de competições da confederação. Questionado se havia a chance de chancelar os títulos antigos – como a Segundona de 1986 do Central ou tri do Norte do Náutico -, Virgílio abriu o caminho…

“Lembro dessa história de 1986. Eu recomendo que eles (os clubes) preparem um processo bem instruído, com conteúdo e encaminhem. Eu por exemplo, como diretor de competições, me encarregaria de levar isso a um grupo técnico, onde nós tomaríamos a decisão se é ou válido esse reconhecimento.”

Foi o que fez Odir Cunha, autor do estudo sobre os campeões da Taça Brasil (1959-1968) e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967-1970), que em 2010 foram oficialmente unificados ao Brasileirão. A pesquisa foi elaborada a pedido dos campeões Bahia, Santos, Palmeiras, Botafogo, Santos, Cruzeiro e Flu.

Central e Treze, que seriam campeões em conjunto da Segundona de 1986, dizem ter enviado atas à CBF. Virgílio nega ter recebido os documentos.

A situação se mantém em relação ao torneios nordestinos anteriores a 1994.

“Até aqui, ninguém manifestou.”

Por fim, se mostrou aberto ao processo.

“Estou dizendo que todos podem preparar o processo sobre os antigos campeões do Nordeste, mas não estou dizendo que todos os processos terão êxito. Esse reconhecimento é fruto de uma análise. Eu garanto que a gente vai fazer uma análise. Se vai reconhecer eu não sei”.

Eis os torneios vencidos pelos times do estado ainda sem a chancela.

O caminho está traçado. Agora, basta cada um fazer a sua parte…

Torneio dos Campeões do Norte-Nordeste
A premissa do torneio era uma ampliação da competição realizada na capital pernambucana em 1948. Quatro anos depois, o Norte foi incorporado. Campeão estadual em 1951, o Timbu entrou na semifinal do torneio, novamente realizado apenas no Recife.

1952 Náutico (8 participantes)

Copa Norte – A fase Norte-Nordeste da Taça Brasil
Agora unificada ao Brasileirão, a pioneira Taça Brasil surgiu em 1959 como a competição organizada pela CBD que indicaria o representante do país à Libertadores do ano seguinte. Com a precária estrutura de deslocamento de um país continental, o torneio de mata-mata foi regionalizado. Na fase Norte, que compreendia o Norte-Nordeste, o campeão tinha direito a vaga na semi ou na final nacional – sem definição prévia. Os vencedores do zonal celebravam as conquistas regionais, ainda que não fossem um torneio à parte.

1962 Sport (11 participantes)
1965 Náutico (11)
1966 Náutico (11)
1967 Náutico (10)

Copa dos Campeões do Norte
Apesar do nome, a copa reuniu os vencedores da fase Norte-Nordeste da Taça Brasil. Até 1966, apenas clubes nordestinos haviam vencido. Todos os times se enfrentaram em jogos ida e volta na Fonte Nova, PV, Aflitos e Ilha.

1966 Náutico (5 participantes)

Torneio Hexagonal Norte-Nordeste
Apesar das duas regiões envolvidas, foram incluídos apenas três estados, com dois pernambucanos, dois cearenses e dois paraenses em jogos de ida e volta.

1967 Santa Cruz (6 participantes)

Série B – Torneio Paralelo do Campeonato Brasileiro
De 1980 a 1985, a segunda divisão nacional foi chamada de Taça de Prata. Em 1986, foi rebatizada como “Torneio Paralelo”, paralelo ao Brasileirão de fato. Eram quatro grupos, vencidos por Central, Treze, Criciúma e Internacional de Limeira. Não houve um cruzamento entre os melhores e o quarteto subiu para a elite do mesmo ano – fato ocorrido nos anos anteriores.

1986 – Central, Treze, Cricíuma e Inter de Limeira (36 participantes)

Ao todo, 18 torneios envolvendo o Nordeste e o Norte-Nordeste, desde 1946, não têm a chancela oficial da CBF. Confira o levantamento aqui.

Campeão nordestino de 2015 receberá R$ 3 milhões

José Maria Marin no lançamento do Nordestão 2015, no Recife. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Uma quebra de protocolo aumentou consideravelmente o prêmio para o campeão nordestino de 2015.

Durante o lançamento do Nordestão, no Recife, o presidente da CBF, José Maria Marin, interrompeu o apresentador André Henning, do Esporte Interativo, subiu ao palco e anunciou como “prova de contribuição ao Nordeste” um prêmio de R$ 1 milhão ao campeão. Verba à parte do que o ganhador já receberá através das cotas comerciais de participação do evento.

Portanto, o futuro campeão do futebol da região receberá mais de três milhões. Esse montante é, sem dúvida alguma, a maior premiação já ofertada num campeonato de futebol da região, estadual ou regional.

A cada fase, portanto, o futuro campeão receberá o seguinte:

Título: R$ 1,208 milhão + R$ 1 milhão da CBF
Semifinal: R$ 287 mil
Quartas de final: R$ 340 mil
Primeira fase: R$ 350 mil

Total para o campeão nordestino de 2015: R$ 3,185 milhões.

Que a CBF, entidade cada vez mais milionária, mantenha o prêmio extra em 2016, 2017…

A evolução milionária nas cotas de premiação do Nordestão 2013-2015

Faturamento da Copa do Nordeste. Crédito: arte de Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

O aumento na premiação da Copa do Nordeste de 2015 será de 10,8% em relação à última edição. Ao blog, o presidente da Liga do Nordeste, Alexi Portela, informou que o percentual de aumento nas cotas aos clubes, baseado em patrocínios, deve ser de 15%, mas somente a partir das quartas de final. A partir disso, foi possível calcular o quanto valerá cada classificação.

O aumento absoluto é de R$ 1,08 milhão. Os direitos comerciais para o campeão, somando os valores de participação e premiação, saltaram de R$ 1,9 milhão para R$ 2.185.000. Um cheque de bom tamanho para o terceiro Nordestão organizado nesta retomada após o acordo com a CBF.

A diferença no valor está na distribuição das parcelas de participação na fase de grupos. O valor de R$ 350 mil foi mantido. Dos 20 clubes, somente os dois maranhenses e os dois piauienses ficam de fora. Sob contrato, os novos integrantes estão entrando numa período de testes, de três anos. Além disso, a liga já tinha um acordo de divisão na fase para os 16 integrantes originais.

O próximo Nordestão terá 74 jogos, em vez de 62, com transmissão ao vivo na Rede Globo, em sinal aberto, e no Esporte Interativo, na tevê paga.

Cotas absolutas para as campanhas na Copa do Nordeste:

2015*
Campeão – R$ 2,185 milhões
Vice – R$ 1,38 milhão
Semifinalista – R$ 977 mil
Quartas de final – R$ 690 mil
Primeira fase – R$ 350 mil

Total: R$ 11.080.000
* Estimativa do presidente da liga

2014
Campeão – R$ 1,9 milhão
Vice – R$ 1,2 milhão
Semifinalista – R$ 850 mil
Quartas de final – R$ 600 mil
Primeira fase – R$ 350 mil

Total: R$ 10.000.000

2013
Campeão – R$ 1,1 milhão
Participação – R$ 300 mil

Total: R$ 5.600.000

Santa Cruz Store desbrava o mercado no interior

Loja oficial do Santa Cruz em Garanhuns. Foto: Elton Ponce/Santa Cruz/divulgação

O Santa Cruz é o primeiro clube da capital pernambucana a abrir uma filial de sua loja oficial no interior do estado.

A Santa Cruz Store localizada no centro de Garanhuns, a 232 quilômetros do Recife, é um passo importante para consolidar do consumo dos grandes clubes locais.

Até então, a única extensão de mercado no interior era um quiosque do Sport, a Embaixada da Ilha, em um shopping center em Caruaru.

Com uma loja maior e um consequente aumento na variedade de oferta de produtos, o Tricolor preenche um nicho em uma das cidades onde mais exerce influência.

A loja oficial dos corais existe desde 1º de junho de 2009. Sua primeira loja fica na própria sede do clube. Para a primeira filial, logo no interior, foram investidos R$ 80 mil.

Uma terceira loja já está articulada para Caruaru…

Segundo a Pluri Consultoria, torcedores alvirrubros, rubro-negros e tricolores teriam um potencial de consumo mensal sobre produtos envolvendo os clubes de R$ 43 milhões.

Portanto, que a Santa Cruz Store siga desbravando o interior. E que a Espaço Sport e a Timbushop também encarem a BR-232…

Loja oficial do Santa Cruz em Garanhuns. Foto: Elton Ponce/Santa Cruz/divulgação

As contratações mais improváveis da história do futebol pernambucano

Mauro Shampo com as camisas de Íbis, Santa Cruz e Santo Amaro

O site Ibismania compartilhou nas redes sociais a imagem do folclórico Mauro Shampoo com a camisa do Santa Cruz, durante uma pelada no Recife. Por mais que a partida não tivesse qualquer caráter oficial, a imagem soa estranha.

Daí, a ideia de rememorar craques do futebol pernambucano com os padrões vizinhos. Auge, fim de carreira, passagem obscura, artilharia. Tem de tudo. Algumas situações foram bem distintas, como a ida de Tará para o Náutico, após uma vida no Santa, e a conturbada saída de Luciano Maravilha do Arruda para a Ilha do Retiro, numa contratação que ficou conhecida na cidade como “craque ressaca”, pois foi anunciada nos jornais numa Quarta-feira de Cinzas.

O próprio Mauro Shampoo, ícone daquele Pássaro Preto sem vitórias de 1981 a 1984, também atuou em outro time da capital, o Santo Amaro.

Abaixo, alguns casos relembrados pelo blog…

Qual foi a presença “mais estranha” no seu time, entre aqueles jogadores que tiveram grande destaque no rival? Comente.

Jogadores do Náutico: Betinho, Leomar, Sangaletti, Nilson, Tará e Nunes

Náutico

Ex-tricolores
Betinho – passagem apagada nos Aflitos, apesar do título em 1974.
Nilson – bastante xingado nos Aflitos, mudou de casa e foi campeão em 2004.
Tará – Atuou cinco anos, entre 1943 e 1947, e foi campeão em 1945.
Nunes – Compôs o grupo na temporada de 1985 e fez gols decisivos.

Ex-rubro-negros
Sangaletti – Renegado no Leão, foi para o Timbu e liderou a conquista de 2001.
Wallace – Pentacampeão pelo Sport, foi hexa em 2001 indo para os Aflitos.
Gilberto – Outro a jogar em 2001. Na Ilha, foi o melhor goleiro do país em 92
Leomar – Foi titular na campanha do último título timbu, em 2004.
Nildo – Um dos principais leoninos em 2000, ajudou no acesso timbu em 2006

Jogadores do Santa Cruz: Leonardo, Betão, Ribamar, Dutra, Kuki e Roberto Coração de Leão

Santa Cruz

Ex-rubro-negros
Leonardo – reserva na campanha que garantiu o acesso à elite em 2005.
Betão – contratado para o Estadual de 1992. Participação apagada.
Ribamar – também chegou para o Estadual de 1992. Ficou em 3º lugar.
Dutra – campeão pernambucano em 2012.
Roberto Coração de Leão – Artilheiro do PE em 1985 (17 gols) e vice-campeão.

Ex-alvirrubro
Bita – O maior artilheiro alvirrubro (223 gols na década de 60) foi campeão em 72
Kuki – brigou com a direção e saiu dos Aflitos. Fez 6 gols na Série B de 2007.

Jogadores do Sport: Bizu, Henágio, Baiano, Luciano Veloso, Ramon e Birigüi

Sport

Ex-alvirrubro
Bizu – disputou o Estadual de 1993. Também ficou na Ilha para a Série A.
Daniel Paulista – Destaque timbu em 2007, foi pra Ilha e ganhou a Copa do Brasil.

Ex-alvirrubro e ex-tricolor
Baiano – após jogar no Central, participou do Brasileirão de 1988, sem brilho.

Ex-tricolores
Givanildo Oliveira – Oito vezes campeão no Arruda, foi tri na Ilha, de 80 a 82
Henágio – formou o ataque no Estadual de 1985, também jogou o Brasileiro.
Luciano Veloso – titular absoluto no time campeão pernambucano em 1975.
Ramon – o artilheiro do Brasileiro de 1973 esteve no Leão no Estadual de 1976.
Birigui – após fechar o gol coral em 1986 e 987, mudou a casaca em 1989
Carlinhos Bala – Deu uma “dedada” aos leoninos. Lá, ganhou a Copa do Brasil

Público fantasma tipo exportação, via subsídio estatal

Série D 2014, Campinense 1x0 Central. Foto: PB Esportes/João da Paz

O programa Todos com a Nota foi criado em 1998 na gestão do governador Miguel Arraes. O projeto pernambucano de subsídio ao esporte voltou em 2007, nas mãos do neto de Arraes, Eduardo Campos.

Na vizinha Paraíba, a lotação dos estádios pernambucanos em 1998 ganhou uma cópia no segundo semestre do mesmo ano, com o Vale Legal, seguindo a mesma premissa de trocar notas fiscais por ingressos.

Em 2014, oura cópia paraibana, no bom e mau sentido. O TCN ganhou uma versão paralela chamada Gol de Placa.

Se em 2013 o TCN pernambucano investiu R$ 13 milhões no futebol local em oito competições, a versão paraibana garantiu R$ 3 milhões para quatro torneios nesta temporada.

Por aqui, R$ 100 em notas fiscais valem um ingresso. Lá, basta juntar R$ 50.

Até aí, ótimo. Como o programa foi importante para fomentar o futebol do estado, o mesmo deve servir na Paraíba – como ocorreu em 1998, com jogos com até 30 mil pagantes.

No entanto, outro fator parece ter sido exportado…

…o público fantasma.

No jogo entre Campinense e Central, que encerrou a campanha da Raposa na Série D, o borderô oficial aparece com a troca absoluta das 5 mil entradas. Nota-se na foto da partida que não havia tudo isso.

Explica-se: a troca acontece no próprio clube. Nada muito diferente do modelo adotado no interior pernambucano, ainda sem os cartões magnéticos…

Claro que não é regra. Porém, a falta de fiscalização é grande. Lá e lô.

Borderô de Campinense 1x0 Central, em 14/09/2014. Crédito: CBF/reprodução

O duro caminho do sócio coral no Arruda

Acesso às sociais do Arruda em 9 de setembro de 2014 (Santa Cruz 1x0 Portuguesa). Foto: Crhis Maciel/twitter

A imagem é degradante. Um corredor escuro, manchado, poças d’água, lodo…

Acredite, esse é o caminho de acesso dos sócios do Santa Cruz ao seu espaço especial no estádio do Arruda, embaixo das cabines de rádio e tevê.

A imagem foi feita por um torcedor no jogo contra a Portuguesa, na estreia do padrão alvinegro, em 9 de setembro.

Ao mesmo tempo em que foto espanta (e infelizmente não é nova), gera curiosidade a repulsa de alguns torcedores corais, entre eles muitos sócios, ao fato de o clube mandar algumas partidas na Arena Pernambuco.

O estádio da Copa do Mundo em São Lourenço da Mata irá abrigar quatro partidas dos corais na Serie B. Existe uma negociação para levar uma quinta partida, o duelo contra o Bragantino.

Arena à parte, o patrimônio do Tricolor merece mais cuidado (dos rivais idem).

A última grande reforma no local foi em meados de 2009, orçada em R$ 4 milhões, na então gestão de Fernando Bezerra Coelho, que articulou junto a investidores de Suape. Desde então, pequenas obras e pinturas na área externa.

Cinco anos depois, velhos problemas voltam a constranger o torcedor tricolor internamente, embaixo das arquibancadas…

O maior orgulho do Santa Cruz merece uma atenção geral. Seu sócio também.

Sociais do Arruda em 2014. Foto: http://www.santacruzpe.com.br