O Santa Cruz foi ao Independência com a missão de tentar brecar o ascendente time do Atlético Mineiro, apontado com um dos melhores elencos da competição. A linha ofensiva é, na visão do blog, a melhor. Robinho (habilidade), Fred (faro de gols) e Lucas Pratto (força e presença de área), com Luan (velocidade) como opção no banco. É bronca, para qualquer adversário neste Brasileirão. No caso coral, que vinha de um duro golpe em casa, no revés diante do Coxa, até o fator psicológico seria decisivo. Se esperava uma escalação precavida, mas foi além da conta, com quatro volantes, com Jadson sendo a peça mais avançada.
Marcando forte, o campeão nordestino ainda tentou surpreender, mas não haveria como. Em jogada iniciada por Maicosuel (outro nome técnico), Fred recebeu livre e bateu. Tiago Cardoso ensaiou o milagre, mas Robinho, atento, marcou. Na volta do intervalo, o Galo acelerou, envolvendo o Santa. O segundo gol foi uma pintura. Triangulação rápida. De Fred para Robinho, de Robinho para Patric, de Patric (de calcanhar) para Fred, de Fred para o gol. No embalo, o time mineiro transformou a vitória em goleada (3 x 0) com Luan, que acabara entrar, concluindo as pedaladas de Robinho, o dono do jogo.
Ao Tricolor, um resultado normal. Entretanto, empurrou o clube para a zona de rebaixamento. Como a sequência segue indigesta, com Grêmio (fora) e São Paulo (casa), o time se vê obrigado a surpreender. Hoje, soma 17 pontos, abaixo da campanha quando virou o turno em 2006, com 18 pontos. Enquanto a direção coral não confirma as “contratações engatilhadas”, conforme já noticiado e renoticiado, o time vai encarando as pedreiras e encarando o abismo técnico. Hoje, a rapidez de Keno e a inteligência de Grafite não são suficientes.
Que a Copa do Nordeste é um torneio mais rentável que os nove campeonatos estaduais, não há discussão. De 2013 a 2016, a movimentação financeira do regional passou de R$ 16 milhões para R$ 26 milhões. Cotas maiores, públicos maiores, alcance maior. Para discordar disso, somente sentado na cabeceira de uma federação. Por isso, os clubes vêm tentando ampliar o regional. Não necessariamente com mais participantes, mas visando o nível técnico, num formato corrido, com mais clássicos, com acesso e rebaixamento…
Em maio, no Recife, os sete maiores clubes se reuniram para discutir a reformulação da Copa do Nordeste, a partir de 2018. O objetivo era reduzir o torneio de 20 para 12 clubes, com a entrada, somente no primeiro ano, do G7, via ranking histórico. Dois meses depois, outra vez na capital, um novo encontro com o grupo (Náutico, Santa, Sport, Bahia, Vitória, Ceará e Fortaleza) e três convidados (América de Natal, ABC e Botafogo de João Pessoa). Foi a primeira reunião após a divulgação do calendário da CBF para 2017, que enxugou o regional (de 12 para 8 datas) e esticou os estaduais (de 14 para 18).
Entretanto, como o documento da confederação deixava aberta a possibilidade de negociação de datas, as federações devem ceder, ao menos no próximo ano, mantendo os mesmos formatos e regulamentos, tanto no Nordestão (fase de grupo, quartas, semi e final) quanto no Pernambucano (hexagonal, semi e final). Até porque os 20 clubes da Copa do Nordeste de 2017 já estão definidos. Com o imbróglio resolvido, o foco avançou a 2018, ganhando força a ideia de Séries A e B, com doze clubes cada. A segunda divisão seria composta pelas vagas oriundas dos estaduais, além do (dos) rebaixado (s) da primeirona. Inicialmente, ainda em abril, se discutiu a implantação de um torneio de acesso no formato de grupos. Hoje, as duas competições seriam idênticas, com turno completo.
Entre os locais, participaram Emerson Barbosa e Toninho Monteiro, diretores do Náutico, Arnaldo Barros, vice-presidente do Sport, e Alírio Moraes, mandatário do Santa Cruz. O dirigente coral ilustrou o desejo dos clubes e os obstáculos…
” A pauta na verdade foi a construção de uma proposta para ser levada às presidências da Liga (do Nordeste), federações estaduais e CBF quanto ao modelo de campeonato em 2018. Há um entendimento entre os clubes (da região) que devemos ter uma Série A e uma Série B, cada qual com 12 clubes. Nesse contexto, os campeonatos estaduais perderiam importância e espaço. Ou seja, muitas discussões à vista.”
Formato proposto pelos clubes*
Série A – 12 clubes, com turno único, semifinal e final (15 datas)
Série B – 12 clubes, com turno único, semifinal e final (15 datas)
*Acesso e descenso de uma ou duas equipes por ano, ainda em discussão
Composição das divisões em 2018 (adaptação) Série A – 7 clubes via ranking histórico e mais 5 vagas vias estaduais Série B – 12 vagas via campeonatos estaduais (PE, BA e CE com 2 times)
Composição das divisões a partir de 2019 Série A – 11 (ou 10) melhores da A de 2018 e o campeão (ou 1º e 2º) da B Série B – 12º lugar (ou 11º e 12º) da A 2018 e 11 (ou 10) vagas via estaduais**
** A definir quais estados teriam duas vagas
Na prática, a Lampions teria não só que evitar a redução (de 12 para 8), como aumentar a agenda (de 12 para 15). Um formato divisional com oito datas soa inviável. Com doze, poderia haver um turno e decisão em jogo único, até mesmo em estádios pré-definidos. Porém, haveria risco sobre o interesse do público devido ao duríssimo critério de classificação, para apenas duas equipes.
Na visão do blog, levando em consideração o respeito aos critérios técnicos de composição, o formato sugerido pelos clubes é o avanço natural (também em termos de transmissão e patrocínios), lembrando a edição de 2001, que deixou o formato grupos e mata-mata e partiu para o turno único (na ocasião com 16 clubes), semifinal e final. Deu tão certo que o Nordestão de 2001 foi considerado pela imprensa nacional como o torneio regional de maior sucesso na época.
Curiosamente, no ano seguinte houve a implantação de uma divisão de acesso. Sim, o projeto atual não é inédito. Em 2002 o lanterna Confiança foi rebaixado, com 1 vitória, 1 empate e 13 derrotas. No segundo semestre a liga organizou um torneio seletivo com seis clubes – uma segunda divisão de fato, mas sem esse nome -, com vitória do Corinthians Alagoano. Tudo ok, caso a CBF não tivesse tirado o regional do calendário oficial em 2003, num processo (judicial) com sequelas até hoje. Não por acaso, os clubes estão tentando emular o passado.
Difícil será dobrar as federações sobre essa “independência” do Nordestão…
A maior rivalidade do futebol nos videogames, com 21 anos de história, chega a mais um capítulo em setembro. No dia 13, o lançamento do Pro Evolution Soccer 2017. No dia 27, chega às lojas o Fifa 17. Com a pré-venda iniciada, as capas já foram reveladas, com mudanças drásticas nos atores.
No Fifa Football, nada de Lionel Messi – que virou a casaca novamente. Quem estampa a capa mundial é o atacante Marco Reus do Borussia Dortmind. O alemão venceu James Rodriguez do Real Madrid, Anthony Martial do Manchester United e Eden Hazard do Chelsea numa votação internacional organizada pela produtora EA Sports. Assim, assumiu o lugar centralizado já ocupado por Messi (2013-2016) e Rooney (2007-2012). Vale destacar que outros jogadores também figuraram nas capas ao longo dos anos, como os brasileiros. Ronaldinho (2007-2009), Kaká (2011-2012) e Oscar (2016).
Enquanto isso, no PES, a volta do craque argentino. Messi foi a capa do jogo produzido pela Konami de 2009 a 2011. Agora, tem companhia, pois o Barcelona foi contemplando. É a primeira vez que um time é contemplado na capa mundial. São cinco nomes, Neymar, Messi, Suárez, Rakitic e Piqué. Se deve ao fato do contrato de três do clube catalão com a desenvolvedora Konami, tendo a exclusividade do estádio Camp Nou no Pro Evolution Soccer – historicamente, um dos principais cenários escolhidos pelos jogadores nos videogames.
A ferrenha rivalidade Fifa x PES existe desde os consoles de 16 bits (Mega Drive e Super Nintendo), seguindo até o mais modernos (PS4 e Xbox One). No post, todas as capas internacionais lançadas desde 2007, lembrando que alguns anos contaram com capas regionalizadas, inclusive no Brasil, onde, por exemplo, o Flamengo de Guerrero foi a capa do PES 2016.
Os times pernambucanos voltaram a inverter posições na classificação do Brasileirão, com o Santa Cruz perdendo em casa do Coritiba, no sábado, e o Sport vencendo o Cruzeiro o fora de casa, no domingo. Ao fim da 16ª rodada – coma vitória do Flamengo sobre o cada vez mais afundado América Mineiro, na segunda-feira -, os rivais das multidões ficaram fora do Z4, num cenário raro nesta edição. Foram ajudados também pelos tropeços dos concorrentes.
Com os torcedores já fazendo as contas, o blog tenta ajudar. São duas projeções, uma com 46 pontos, a margem mínima com 100% de segurança (até hoje). A segunda considera a atual campanha do 16º lugar, curiosamente o próprio Santa, o primeiro acima da zona de descenso. Hoje com 35,4% de aproveitamento. Ao final de 38 rodadas, esse índice resultaria em 41 pontos. Veja o que tricolores e rubro-negros precisam fazer a partir de agora…
Sport – soma 18 pontos em 16 jogos (37,5%)
Para chegar a 46 pontos (margem segura): Precisa de 28 pontos em 22 rodadas …ou 42,4% de aproveitamento Simulações: 9v-1e-12d, 8v-4e-10d, 7v-7e-8d
Para chegar a 41 pontos (rendimento atual do 16º): Precisa de 23 pontos em 22 rodadas …ou 34,8% de aproveitamento Simulações: 7v-2e-13d, 6v-5e-11d, 5v-8e-9d
Chance de escapar: 81,0% (Chance de Gol), 79% (Infobola) e 74,2% (UFMG)
Santa Cruz – soma 17 pontos em 16 jogos (35,4%)
Para chegar a 46 pontos (margem segura): Precisa de 29 pontos em 22 rodadas …ou 43,9% de aproveitamento Simulações: 9v-2e-11d, 8v-5e-9d, 7v-8e-7d
Para chegar a 41 pontos (rendimento atual do 16º): Precisa de 24 pontos em 22 rodadas …ou 36,3% de aproveitamento Simulações: 7v-3e-12d, 6v-6e-10d, 5v-9e-8d
Chance de escapar: 60,1% (Chance de Gol), 58% (UFMG) e 55% (Infobola)
A 17ª rodada dos representantes pernambucanos
30/07 (18h30) – Sport x Atlético-PR (Ilha do Retiro) Histórico no Recife na elite: 6 vitórias leoninas, 6 empates e 1 derrota
30/07 (21h00) – Atlético-MG x Santa Cruz (Independência) Histórico em BH pela elite: nenhuma vitória coral, 2 empates e 2 derrotas
O relatório produzido pelo Itaú BBA sobre as finanças de 27 clubes, incluindo o trio recifense, traz o raio x dos balanços divulgados e a situação das dívidas fiscais, após a entrada em vigor do Profut. Concluindo o estudo, a equipe do banco criou o “Índice de Eficiência do Futebol”, rankeando as gestões. Para isso, cruzou o desempenho esportivo (colocações nos campeonatos disputados) e o desempenho financeiro (custos, investimentos e despesas).
Confira o gráfico em uma resolução maior clicando aqui.
Os resultados foram divididos em seis categorias (detalhes abaixo), de eficiente a perdulário. Entre os locais, o Santa teve o melhor desempenho, marcando 15 pontos e classificado como “eficiente” – foi campeão estadual e conseguiu o acesso à elite, mesmo com o modesto orçamento de R$ 15,1 milhões. Já Sport e Náutico aparecem com “bom trabalho”. Gastaram de forma regular, mas não ganharam campeonatos e permaneceram em suas divisões. Ambos zerados. No Leão, por pouco, pois foi o 6º lugar na Série A – a 4ª posição teria rendido dez pontos. Apesar do índice, o ano Timbu não foi bom, pois a permanência na Série B, mesmo racionalmente, não pode ser encarada como algo positivo.
A pior gestão, segundo o Itaú, foi a do Vasco de Eurico Miranda, rebaixado pela terceira vez nos pontos corridos (2008, 2013 e 2015). No ano, os cruz-maltinos tiveram a quarta maior cota de televisão (R$ 70 milhões, só abaixo de Flamengo, Corinthians e São Paulo). Isso pesou mais, em termos de administração, que o fato de o clube ter conquistado o título carioca, após doze anos de jejum.
Eficientes São os que conseguiram mais conquistas gastando menos por ponto. Eficiência é conseguir resultados ao menor custo.
Eficazes São os que conseguiram mais conquistas gastando mais por ponto. O resultado veio, mas a um custo excessivo
Bom trabalho Gastaram relativamente pouco e apesar de não conquistarem nada, permaneceram em suas Séries
Deixaram a desejar Estes também permaneceram em suas Séries, mas gastando muito mais. Ou seja, o gasto foi improdutivo.
Não deu Gastaram pouco, era o possível, e o resultado não só não veio como o clube ainda foi rebaixado de Série
Perdulários Gastaram muito e o resultado ao final da temporada foi negativo. Pode até ter conquistado um título menor, mas o rebaixamento de Série pôs tudo a perder.
O Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (Profut) foi sancionado pelo governo federal em 5 de agosto de 2015, com o objetivo de refinanciar as dívidas fiscais dos clubes em até vinte anos. O primeiro quadro após a MP 671 mostra o tamanho do buraco. Os 27 times presentes no relatório do banco Itaú BBA (Análise Econômico-Financeira dos Clubes de Futebol Brasileiros de 2016) devem R$ 3,2 bilhões. No estudo, a partir dos balanços divulgados em abril, há a projeção de amortização cada um. Até mesmo de quem não aderiu ao Profut, como Sport, Palmeiras e Chape.
Por decisão do presidente Humberto Martorelli, o Leão ficou de fora por já ter negociado o seu passivo – ou seja, poderia cumprir sem ser submetido à rígida regra do projeto, como utilizar no máximo 80% da receita com futebol. No estado, a maior dívida fiscal é a do Náutico, de R$ 115 mi. O aumento (de 56% no passivo geral) se deve à atualização feita na gestão de Glauber Vasconcelos (2014/2015) nas informações fiscais junto à receita federal e à normalização da declaração de débitos e créditos tributários federais de 2010 a 2013. Segundo a nota do alvirrubro, houve uma redução de 70% do valor das multas, 40% do valor dos juros e 100% dos encargos legais por débitos até agosto de 2015.
Já o Santa acertou o parcelamento de R$ 15,3 milhões, apesar de o relatório apontar uma dívida fiscal de R$ 26 mi. Para manter o tricolor no Profut, o mandatário Alírio Moraes, que assinou a adesão, busca a regularização das certidões negativas de tributos federais, FGTS, INSS e de demandas com a Justiça do Trabalho e com a Prefeitura do Recife. Até porque não basta “pagar”, é preciso estar de acordo com todos os trâmites burocráticos.
As maiores dívidas fiscais do futebol brasileiro
1º) R$ 535 milhões – Botafogo
2º) R$ 347 milhões – Flamengo
3º) R$ 268 milhões – Vasco
4º) R$ 258 milhões – Atlético-MG
5º) R$ 237 milhões – Fluminense
6º) R$ 190 milhões – Corinthians
7º) R$ 167 milhões – Cruzeiro
8º) R$ 166 milhões – Santos
9º) R$ 146 milhões – Bahia
10º) R$ 124 milhões – Coritiba
As dívidas fiscais do Trio de Ferro 1º) R$ 115 milhões – Náutico 2º) R$ 47 milhões – Sport 3º) R$ 26 milhões – Santa Cruz
Como o Itaú calculou a amortização Para fins de avaliação, utilizou todas as dívidas fiscais registradas no passivo exigível a longo prazo, que em tese abarcam todos os tributos renegociados. Considerou para fins de análise que todos os clubes optaram pelo padrão de 240 meses, dentro das regras de correção pela Selic e escalonamento de pagamento, sendo: 50% da parcela em 2016 e 2017; 75% da parcela em 2018 e 2019; 90% da parcela em 2020; 100% da parcela a partir de 2021.
As maiores dívidas com a União 1º) R$ 284,2 milhões – Atlético-MG 2º) R$ 235,0 milhões – Flamengo 3º) R$ 215,4 milhões – Botafogo 4º) R$ 186,5 milhões – Corinthians 5º) R$ 173,9 milhões – Fluminense 6º) R$ 148,8 milhões – Vasco 7º) R$ 129,6 milhões – Internacional 8º) R$ 101,9 milhões – Guarani 9º) R$ 73,8 milhões – Palmeiras 10º) R$ 68,6 milhóes – Portuguesa
As dívidas do Trio de Ferro com a União 1º) R$ 59,1 milhões – Sport 2º) R$ 45,6 milhões – Náutico 3º) R$ 42,4 milhões – Santa Cruz
O 45 minutos analisou as últimas apresentações do Trio de Ferro. Jogos em dias distintos, começando com a vitória tranquila dos alvirrubros, na noite de sexta-feira, na Arena Pernambuco. No sábado, o Santa Cruz jogou muito mal e foi derrotado pelo Coxa, até então sem vitória como visitante – permaneceu fora do Z4, mas bem ameaçado. No domingo, o Sport quebrou um longo jejum, batendo o Cruzeiro no Mineirão após quase quatro décadas. Analisamos os jogos, desempenhos individuais e as consequências na classificação. Ao todo, 56 minutos em gravações exclusivas. Ouça agora ou quando quiser!
O momento era bem mais favorável ao Santa Cruz, jogando em casa e com duas vitórias seguidas. Enfrentaria um adversário direto na briga contra o descenso, até então no Z4 e sem vitórias como visitante. O Coritiba não vencia há três rodadas. No futebol, essa introdução só serve para comprovar que a lógica, de vez em quando, é revirada. O Coxa ganhou por 1 x 0 no Arruda, saiu da zona e deixou o campeão nordestino numa situação complicada neste final de turno no Brasileirão. Após perder como mandante pela 5ª vez em 9 jogos, vai encarar uma sequência com Galo (fora), Grêmio (fora) e São Paulo (casa).
Teoricamente, não deve avançar muito a sua situação, hoje com 17 pontos. Somente com a lógica revirada outra vez. Para isso, vai precisar jogar bola. Contra o alviverde não chegou nem perto da vitória. Suspenso pelo terceiro amarelo, Grafite foi a principal ausência. O substituto Marion deixou o jogo ainda no primeiro tempo, para a entrada de Bruno Moraes, após o gol paranaense. Ladeado por Keno e Arthur (até a entrada de Danilo Pires), o centroavante pouco fez. Aliás, o sistema ofensivo foi quase inofensivo.
Apesar do placar magro, o Coritiba poderia ter deixado o Recife com uma vitória mais elástica. Abriu o placar com Kléber Gladiador, batendo colocado após assistência de Kazim. Um lance dentro da área coral ocasionado após um corte errado de Tiago Costa – erraria mais. O time teve uma chance enorme para ampliar com o mesmo Kléber, que desperdiçou uma penalidade na etapa final. Foi lento para a cobrança, esperando a queda de Tiago Cardoso, que se manteve firme até o último instante. Foi o 7º pênalti defendido pelo goleiro no tricolor. Nos descontos – 5 minutos, sem ter mesmo um “abafa” dos corais -, Felipe Amorim ainda mandou na trave depois de encobrir Tiago Cardoso. As vaias dos 10.021 torcedores foram bem além do resultado. Faltou futebol.
Por tudo o que representa, tecnicamente em campo e moralmente fora dele, o atacante Grafite já está na história do Santa Cruz. Como parte decisiva para a reconstrução do clube. Agora, também faz parte da imersão da torcida nas arquibancada do Arruda. Ao entrar pelo portão 7 do anel inferior, na Rua Petronila Botelho, o tricolor pode conferir uma arte com o atacante, o grafite do Grafite.
A obra foi produzida pelo artista (e torcedor) Bozó Bacamarte, com a assinatura do próprio ídolo. O acesso foi rebatizado de “Portão Graffa23”, com inauguração no jogo Santa x Coritiba, pela 16ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Confira o gráfico com todos os portões do estádio coral aqui.
Uma equipe de profissionais do Banco Itaú BBA realizou um relatório sobre 27 clubes do futebol brasileiro. Um raio x sobre receitas e despesas. Considerando faturamento absoluto em 2015, foram R$ 3,64 bilhões, montante dividido em cotas de tevê (42,2%), bilheteria e sócios (17,4%), publicidade e patrocínio (14,9%), transações de atletas (12,4%), estádio (5,6%) e outras fontes (7,3%).
Todos os números foram colhidos nos balanços oficiais dos clubes, divulgados em abril deste ano. Além de “traduzir” as cifras, até porque os documentos não seguem um padrão (de informação), os especialistas deram o aval sobre a situação de cada um, projetando cenários em médio e longo prazo. Entre as equipes presentes, cinco do Nordeste, Bahia, Náutico, Santa, Sport e Vitória. Abaixo, as conclusões sobre os times da região, além da íntegra do documento Análise Econômico-Financeira dos Clubes de Futebol Brasileiros de 2016.
Confira o ranking de receitas no triênio 2013-2015 numa resolução melhor aqui.
Bahia (da página 58 a 62) Colocando a casa em ordem
O Bahia apresentou um comportamento bastante bom em 2015. Operacionalmente conseguiu aumentar suas receitas, reduziu custos e despesas e assim gerou mais caixa e de forma consistente. Fez investimentos corretos, liquidou dívidas, aderiu ao Profut. O desafio agora é manter esta política de austeridade sem ter sucesso esportivo, uma vez que segue no 2º ano jogando a Série B. Mas persistência e paciência andam junto com processos de ajuste, pois o resultado aparece apenas no longo prazo. Um clube saudável, equilibrado, tem mais chances de permanecer por mais tempo disputando a Série A.
O Náutico parece não se conhecer. Clube de alcance regional, tem acesso limitado a receitas, mas ainda assim apresenta custos e despesas acima das receitas há dois anos. Isso só dificulta o clube a manter as contas em dia. Se nada for feito para reverter o quadro, uma possível adesão ao Profut vai drenar caixa do clube e pode colocá-lo em risco num futuro próximo. Mas sem isso fica impossível se equilibrar.
Santa Cruz (da página a 143 a 147) Procurando se encontrar
O Santa Cruz em 2015 deve ser analisado sob duas óticas: 1) esportivamente foi muito bem, especialmente considerando sua capacidade de investimento, pois dos clubes analisados é um dos menores orçamentos; 2) financeiramente foi bastante complexo, pois a geração de caixa foi negativa, teve pressão de giro relevante, muitas saídas de caixa e ainda teve que se apoiar em bancos para fechar suas contas. Vai contar com o crescimento das receitas de quem chega à Série A para organizar a casa. Ou não, caso utilize o dinheiro apenas para reforçar elenco e tentar permanecer na divisão de elite, o que não é recomendado se pensarmos em estratégias de longo prazo. Mais um clube que tem a vida difícil de quem tem poder financeiro limitado.
Sport (da página a 158 a 162) Olhando para o futuro
O Sport apresenta uma gestão organizada, controlada, que mantém as finanças equilibradas. 2015 foi um bom ano nesse sentido, onde vimos a equipe reestruturar suas dívidas tributárias, ao mesmo tempo que se utilizou de adiantamentos para reforçar seu caixa e entrar em 2016 pronto para manter uma equipe competitiva mas dentro de suas possibilidades. É importante que o clube mantenha os pés no chão e suba de patamar de forma consistente.
Vitória (da página 168 a 172) Vitória de todos os Santos
Impressionante a postura correta adotada pela gestão do Vitória em 2015. Ao cair para a Série B e observar redução potencial de receitas o clube agiu e reduziu mais que proporcionalmente seus custos e despesas, adequando-os à realidade do ano. Resultado foi um desempenho econômico-financeiro equilibrado, com excepcional geração de caixa, contas aparentemente em dia, e dinheiro em caixa para iniciar 2016 na Série A com mais fôlego para buscar sustentabilidade de longo prazo na principal divisão do país. Comportamento exemplar, incluindo a manutenção de investimentos em base, que geram resultados de longo prazo. Claramente um clube pensando no futuro.