Numa ação para aproximar a direção da torcida, o Santa Cruz lançou o espaço “Conversa com o Presidente”, com vídeos produzidos pela TV Coral com depoimentos de Alírio Moraes. A primeira versão, gravada no Arruda, foi separada em dois arquivos distintos, abrindo com a relação de Alírio como torcedor do clube, desde a década de 1970, e encerrando com a gestão do clube e a mudança no patamar financeiro, de R$ 15 mi para até R$ 40 milhões este ano. O rendimento do time de futebol, claro, foi avaliado.
Em seu segundo ano como mandatário (foi eleito para um triênio), Alírio se mostra aberto a entrevistas, coletivas e exclusivas. A iniciativa corporativa (tanto através de vídeos quanto textos, notas etc) também é interessante, embora o questionamento seja, compreensivelmente, diferente. De toda forma, é mais um canal para ouvir o presidente tricolor, independentemente da fase…
Com verniz de modernidade, a CBF divulgou o calendário brasileiro em 2017, com uma mudança incompreensível para o futebol da região. O Comitê de Reformas do Futebol Brasileiro aprovou a redução da Copa do Nordeste e a ampliação do Pernambucano (e dos outros estaduais, claro), indo de encontro à evolução do regional nos últimos quatro anos. Os dois torneios serão simultâneos, entre fevereiro e abril, com 26 datas ao todo. Segundo a CBF, são 18 no estadual e 8 no regional. Resumindo: aumentou o certame local em 4 datas e reduziu o Nordestão em 4 (?!). Contudo, há a ressalva que a “quantidade de datas para cada competição depende da composição feita entre as federações e os clubes envolvidos, com anuência da CBF”.
Se o regional já tinha doze datas, desde 2013, qual é o sentido de reduzi-lo e deixar a brecha para “negociar” mais quatro datas? Para dar poder às federações, sim ou claro? Organizar uma Lampions com 20 clubes em 8 datas tende a ser complicado. A título de curiosidade, entre tantas fórmulas possíveis, poderia ser com cinco grupos de quatro times em turno único, quartas em jogo único e semi e final em ida e volta. Ou apenas em mata-matas. Ou seja, um arremedo. Já o Estadual com 18 datas seria a realização do sonho de Evandro Carvalho, mandatário da FPF – e também das demais federações da região.
Calendário 2016
Pernambucano – 14 datas (hexagonal do título, semifinal e final) Nordestão – 12 datas (fase de grupos, quartas, semi e final)
Com essa resolução fica bem difícil não lembrar de 2003, quando a CBF, pressionada pelas federações, retirou a Copa do Nordeste do calendário. Ao menos agora há um acordo judicial, após vitória da liga, que obriga a entidade a chancelar o torneio até 2022. Pelo visto, só não estipula o tamanho. Até que uma (esperada) mudança seja feita oficialmente, vale o que está no papel. No caso, o enxuto regional só ocorreria no meio de semana (decisão em 19 de abril, uma quarta-feira). Os estaduais, basicamente aos domingos, têm apenas quatro datas na quarta. O repasse desses jogos solucionaria o impasse.
Em relação ao Brasileirão, mudanças pontuais, como a antecipação da abertura em uma semana, a paralisação de três rodadas para cada rodada (dupla) das Eliminatórias do Mundial de 2018 e a diminuição das partidas no meio de semana, com nove rodadas intermediárias (foram agendadas onze em 2016). O calendário foi elaborado pela diretoria de competições da CBF, cuja ata oficial foi assinada pelo presidente Marco Polo Del Nero, com “satisfação”.
Confira o cronograma do novo calendário em uma resolução maior aqui.
Os três balanços anuais da Arena Pernambuco Negócios e Investimentos S.A. foram fechados com prejuízo na operação. Um rombo de R$ 73,1 milhões. O relatório de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2015 foi divulgado dois meses após o prazo original por causa do distrato entre o governo do estado e a Odebrecht, com o empreendimento voltando para o poder público. O quadro é recheado de cifras, com inúmeros caminhos para a análise. O blog optou por dar sequência ao modelo apresentado pelo próprio consórcio na última temporada, com dados operacionais. No caso, o balanço publicado no Diario Oficial de Pernambuco, neste 5 de julho de 2016, traz um saldo negativo R$ 19 milhões. A despesa foi quase o dobro do faturamento, auditado em R$ 24 mi.
A receita operacional soma bilheteria, comercialização de camarotes, realização de eventos não esportivos, alimentação, estacionamento e a parcela anual do naming rights, cujo acordo com a Itaipava também foi rescindido. Já o custo operacional contabilizou administrativo, pessoal, gastos com a realização dos jogos, manutenção de itens como ar condicionado, elevadores e escada rolante, segurança, limpeza e despesas comercias. Em março já havia sido revelado o estudo da Fundação Getúlio Vargas sobre os dois primeiros anos da arena, com apenas 20% do faturamento previsto. De julho de 2013 a junho de 2015, a receita projetada foi de R$ 226 milhões, com a realidade em R$ 47 milhões.
Entre os motivos para o fiasco financeiro – além da elevadíssima projeção no contrato, muito acima da realidade do futebol pernambucano -, é possível apontar a mobilidade falha (e ainda incompleta!), jogos às 22h e falta de mais partidas de Sport e Santa Cruz, com públicos (e rendas) maiores que as do Náutico. Por sinal, em 2015 foram disputados 41 jogos, dois a menos que em 2014 – no lançamento do projeto, em 2009, na gestão de Eduardo Campos, a proposta estipulava ao menos 60 jogos. Com o déficit milionário, a contraprestação pública seguiu no mesmo nível. Na agora extinta parceria público-privada, o governo tinha que cobrir o rombo no faturamento anual caso a receita fosse abaixo de 50% da (inatingível) meta de R$ 110 milhões.
Esse formato inviável de operação acabou. Porém, o governo de Pernambuco terá que pagar R$ 246,8 milhões à construtora pela quebra de contrato, num prazo de 15 anos, deixando claro que o problema está longe do fim…
O 45 minutos analisou as três derrotas do Trio de Ferro, entre sábado e segunda. Oito gols sofridos e apenas dois marcados. O Náutico se distanciou do G4 da Série B, enquanto Santa e Sport permaneceram no Z4 da Série A. Um cenário preocupante, com gravações exclusivas sobre cada jogo, comentando o desempenho coletivo e observações individuais. Além disso, uma edição completa do podcast, projetando os próximos jogos e calculando as chances de permanência na elite, a partir do aproveitamento histórico (46 pontos).
Ao todo, 169 minutos! Ouça agora ou quando quiser.
O Brasileirão já passou de 1/3 dos jogos, com os dirigentes dos times pernambucanos mantendo o discurso de “contratações de Série A” em breve. Nem que seja para 2/3. A verdade é que o estrago já está feito, com ambos na zona de rebaixamento. Então, desde já é bom calcular as chances de recuperação, em busca da “16ª colocação”. Na 13ª rodada, o Santa Cruz perdeu do Botafogo e o Sport perdeu do Palmeiras. A partir de agora, os corais precisam ter um aproveitamento de 46%, o que corresponde, na tabela atual, ao 10º colocado. Os leoninos estão quase na mesma faixa, com 45%. Essa projeção visa 46 pontos, a margem mínima de segurança, uma vez que nenhum clube – nos pontos corridos com vinte clubes – caiu com essa campanha.
As projeções dos rivais das multidões para escapar do descenso em 2016…
Santa Cruz – 11 pontos Precisa de 35 pontos em 25 rodadas …ou 46,6% de aproveitamento Simulações: 10v-5e-10d, 9v-8e-8d, 8v-11e-6d
Sport – 12 pontos Precisa de 34 pontos em 25 rodadas …ou 45,3% de aproveitamento Simulações: 10v-4e-11d, 9v-7e-9d, 8v-10e-7d
Claro, é possível escapar com menos pontos (aliás, vale a torcida). Eis as campanhas finais do 16º colocado nos últimos dez anos, variando de 40 a 46.
A missão da dupla recifense já começa neste fim de semana, com jogos complicados. Os tricolores não vencem o Colorado pelo Brasileiro desde 1985. Desde então, sete jogos e sete derrotas. Já os rubro-negros só ganharam uma vez da Macaca em Campinas, justamente no ano passado.
A 14ª rodadas dos representantes pernambucanos:
09/07 (21h00) – Ponte Preto x Sport (Moisés Lucarelli) Histórico em Campinas na elite: 1 vitória leonina, 2 empates e 5 derrotas
10/07 (16h00) – Santa Cruz x Inter (Arruda) Histórico no Recife pela elite: 3 vitórias corais, 2 empates e 5 derrotas
A presença feminina nas torcidas de futebol é cada vez maior, mais atuante. No Recife, são 622 mil torcedoras, segundo o estudo mais recente, o que corresponde basicamente à metade dos aficionados pelo Trio Ferro. Ainda assim, a sua participação ainda é tratada, em partes, como casualidade. Um machismo velado, analisado frontalmente pelo minidocumentário Flores do Estádio?, produzido por Manuela Andrade e Catarina Santos, alunas do curso de jornalismo da UFPE.
Lançado em julho de 2016, o vídeo aborda a opinião de torcedoras de Náutico, Santa e Sport e também de clubes de outros estados, São Paulo e Atlético-MG. A premissa é simples: a participação feminina muito além do batido “embelezamento” das arquibancadas, sendo determinante como parte da massa, sem distinção. O vídeo de 10 minutos foi produzido para a disciplina “redação para os meios de comunicação”. Tema válido demais.
A torcida feminina no Recife* Sport – 330.067 (52% do clube na cidade) Santa Cruz – 214.438 (48%) Náutico – 78.251 (49%)
A divisão das 622.756 torcedoras: Sport 53%, Santa 34% e Náutico 12%.
O Santa Cruz foi inofensivo no primeiro tempo em Juiz de Fora. Remendado e com a confiança abalada, o time foi vazado já no primeiro minuto. O péssimo passe de Roberto gerou o contragolpe. Ainda assim, Neilton estava cercado por quatro tricolores. Marcaram com os olhos, com o atacante tocando para Sassá, que contou com outra colaboração de Tiago Cardoso. A estrela solitária ampliou aos 17, com Camilo dando uma bela assistência para Neilton. Como Roberto sequer deu o bote, o jogador mandou para as redes com tranquilidade.
O desânimo no intervalo não sinalizava uma reação, mas houve, com os corais melhorando. Claro, o recuo do limitado Botafogo, preocupado em segurar a vitória, deu espaço. Logo aos 3, Keno, que acabara de entrar, fez a sua jogada característica pela ponta esquerda e cruzou para João Paulo diminuir. Dois dos jogadores de “Série A” do grupo. É preciso ter qualidade, sempre! Arthur, Keno e Leandrinho tiveram boas chances para empatar, mas a bola teimou em não entrar, resultando na 5ª derrota seguida do Santa, 2 x 1. A 8ª em 9 jogos. Uma queda de rendimento que gerou (mais) uma estatística preocupante: hoje, a campanha já é pior que a de 2006, na até então única participação nos pontos corridos. Um ano para esquecer, mas que não cansa de assustar.
Santa Cruz após 13 rodadas nos pontos corridos 2006 – 18º lugar, 12 pontos, 3 vitórias, 3 empates, 7 derrotas, 15 GP, 22 GC 2016 – 19º lugar, 11 pontos, 3 vitórias, 2 empates, 8 derrotas, 15 GP, 20 GC
Há dez anos, a derrocada viria algumas semanas depois, pois especificamente naquela rodada o time vivia a sua melhor fase, goleando o Flamengo por 3 x 0. Na rodada seguinte, também no Arruda, venceria o Corinthians. Agora, o oposto. Falta de peças (um camisa 10), indicações questionáveis (Roberto?) e mudanças improdutivas (Marcílio e Léo Moura no meio?). A verdade é que o Santa precisa ir além da “sacudida no grupo”, o sinônimo de troca de técnico. A qualificação é para ontem. Aliás, era para maio, quando começou a competição, mesmo com o embalo dos títulos regional e estadual. A reposição sempre foi uma necessidade, agora reforçada a cada revés, a cada rodada…
Flamengo e Corinthians são reconhecidos como os dois times mais populares do Brasil há décadas. Ainda assim, o confronto nunca foi apontado como o maior clássico interestadual, seja pela ausência de partidas decisivas ou mesmo rivalidade. Porém, desde que os clubes passaram a receber uma cota diferenciada da televisão (leia-se Rede Globo), em 2011, o jogo passou a ser comercializado como o “Clássico Nacional”, com transmissões abertas para quase todo o país. É o modo para fazer valer o investimento na dupla, que em 2016, por exemplo, recebeu R$ 340 milhões, ou 27% de todo o bolo da Série A.
Em termos de torcida, tomando como base a última pesquisa nacional do Ibope, em 2014, Fla e Timão teriam a preferência de 29,8% da população, ou 59,9 milhões de aficionados. É gente demais, mas não uniforme. Em Pernambuco, nesta mesma pesquisa, ambos teriam apenas 9,6%. Logo, contemplam uma fatia mínima do mercado, embora territorialmente sejam relevantes no Sertão e em boa parte do Agreste. Um dado insuficiente para evitar que o jogo se tornasse onipresente. Nesta década, a partir do novo tratamento para Flamengo x Corinthians, somente no 10º duelo, agendado para São Paulo em 3 de julho de 2016, o estado ficou de fora da grade da Globo, com Botafogo x Santa Cruz sendo a exceção no país, num lampejo de resistência. Ou acaso da tabela.
Nos nove “clássicos nacionais” exibidos anteriormente pela Globo, variando de 18 a 26 estados, Pernambuco sempre absorveu os principais “concorrentes” nacionais do Trio de Ferro. E olhe que só uma vez não houve representante da capital na elite. Mais. Apenas um Fla x Corinthians foi restrito à tevê paga. Por uma questão de datas, o jogo do returno de 2011 ocorreu numa quinta-feira. De toda forma, entrou na programação do Sportv em horário nobre. Escondido no pay-per-view às 21h do sábado ou às 11h de domingo? Improvável.
Número de estados que assistiram aos jogos na tevê aberta: 05/06/2011 – Flamengo 1 x 1 Corinthians (Engenhão) – 18 estados (com PE) 08/09/2011 – Corinthians 2 x 1 Flamengo (Pacaembu) – Sportv 18/07/2012 – Flamengo 0 x 3 Corinthians (Engenhão) – 18 estados (com PE) 10/10/2012 – Corinthians 3 x 2 Flamengo (Pacaembu) – 25 estados (com PE) 01/09/2013 – Corinthians 4 x 0 Flamengo (Pacaembu) – 26 estados (com PE) 24/11/2013 – Flamengo 1 x 0 Corinthians (Maracanã) – 26 estados (com PE) 27/04/2014 – Corinthians 2 x 0 Flamengo (Pacaembu) – 25 estados (com PE) 14/09/2014 – Flamengo 1 x 0 Corinthians (Maracanã) – 23 estados (com PE) 12/07/2015 – Flamengo 0 x 3 Corinthians (Maracanã) – 26 estados (com PE) 25/10/2015 – Corinthians 1 x 0 Flamengo (Itaquerão) – 25 estados (com PE) 03/07/2016 – Corinthians x Flamengo (Itaquerão) – 26 estados (sem PE)
Inaugurada em 1995, a ESPN Brasil passa contar, a partir de 4 de julho de 2016, com um estúdio no Recife, reduzindo uma antiga lacuna de cobertura em relação ao futebol nordestino. Com o espaço montado na Boa Vista, a emissora se junta a Sportv (via Globo Nordeste) e Esporte Interativo, que também contam com estrutura e profissionais na capital pernambucana, com inserções regulares em programas ao vivo em rede nacional.
No caso da ESPN, Pernambuco passa a ser sede do Bate-Bola Bom Dia Nordeste, um bloco com duas edições semanais no primeiro Bate-Bola da grade, comandado pelo comentarista Léo Medrado, com experiência em jornalismo esportivo tanto na tevê quanto na rádio. No programa inaugural, os presidentes de Náutico, Santa e Sport e o vice do canal, João Palomino. Anteriormente, a participação era limitada a algumas participações via Skype. A expansão enxerga o óbvio, pois a audiência sempre existiu.
No Sportv as inserções locais ocorrem no Redação Sportv e no Seleção, enquanto no Esporte Interativo há um programa específico, o Resenha Esporte Clube. Nos demais canais de tevê paga, voltados para o futebol, seguem sem estúdios no estado a Fox Sports e a Band Sports.
Observação: Os direitos de transmissão da Copa do Nordeste seguem com o EI até 2022. Neste ano, a ESPN manifestou desejo na exibição…
Uma péssima rodada para os times pernambucanos, derrotados e na zona de rebaixamento do Brasileiro. Pior, perderam para concorrentes diretos (em potencial). Na quarta, o Sport perdeu de virada para o Vitória. Na quinta, o Santa foi goleado pela Ponte. Outra coincidência local foi o trabalho equivocado de Oswaldo de Oliveira e Milton Mendes, com mexidas sem nexo nos jogos.
O leão até chegou a sair do Z4 no domingo, ao golear a Chape, mas já voltou ao último pelotão – presente lá em 10 das 12 rodadas. Já o Santa desceu mais um degrau, agora figurando na penúltima posição, à frente apenas do já combalido América Mineiro. Na ponta, o Palmeiras, já abrindo três pontos de vantagem. Na segunda-feira vem ao Recife estrear o novo horário, diante do Sport.
A 13ª rodadas dos representantes pernambucanos:
03/07 (16h00) – Botafogo x Santa Cruz (Mário Helênio, Juiz de Fora-MG) Histórico como visitante na elite: 2 vitórias corais, nenhum empate e 5 derrotas
04/07 (20h00) – Sport x Palmeiras (Ilha do Retiro) Histórico no Recife pela elite: 6 vitórias leoninas, 5 empates e 7 derrotas