As duas versões do milionário e emperrado projeto da Arena do Sport

Projeto da Arena Sport em 2013

O projeto da arena do Sport segue emperrado. Não por questões burocráticas junto aos órgãos públicos, mas por falta de investimento. Após o boom econômico no país, o projeto de R$ 750 milhões ficou inviável para o Leão. Foi até melhor, uma vez que a empresa interessada, a Engevix, acabou envolvida na investigação da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

À parte disso, há uma curiosidade entre o projeto original (abaixo) e a versão com as exigências da Prefeitura do Recife (acima), sobretudo por conta do tráfego na região. O complexo da Ilha compreenderia um estádio de 45 mil lugares, clube social, um shopping center, dois empresariais e um hotel.

Conforme presumido pelo blog (e negado pelo clube), o arquiteto português Tomás Taveira, responsável pelas arenas do Palmeiras e do Sporting de Lisboa, criou o design do complexo rubro-negro, posteriormente adaptado pela Pontual Arquitetos. Esse projeto substituiu o modelo da DDB /Aedas.

Principais mudanças:

1) O estádio. Antes, a arena ficaria posicionada num local semelhante à Ilha do Retiro, com o principal acesso voltado para a Rua João Elysio Ramos. Acabou sendo recuada (até a área do campo auxiliar), ganhando mais uma entrada, através da venida Prefeito Lima Castro.

2) A sede seria, inicialmente, toda demolida. No entanto, a entrada da sede social foi mantida, pelo valor histórico da fachada.

3) A entrada do shopping ficaria na Avenida Prefeito Lima Castro, no lado da arquibancada frontal, mas foi remanejado para a Avenida Sport.

4) O canal. O curso de esgoto na Rua João Elysio Ramos seria totalmente coberto, mas o canal acabou sendo mantido aberto, com três pontes.

5) O centro poliesportivo ficaria onde hoje existe o campo auxiliar, com as quadras distribuídas em um pequeno prédio, que acabou cortado. Quanto às quadras, elas foram realocadas para o último andar do shopping.

Veja os detalhes do projeto original, sem as exigências da PCR, clicando aqui.

Projeto da Arena Sport em 2011

Podcast 45 (135º) – Especial 45 perguntas

A cada 45 edições, o 45 minutos realizada um programa especial, com 45 perguntas enviadas pelos ouvintes. Esta é terceira vez que o podcast para a sua pauta normal para responder as dúvidas e curiosidades dos torcedores. Dos bastidores do futebol pernambucano ao trabalho no jornalismo esportivo, o mito da imparcialidade, melhores reportagens, mancadas e outras várias questões sem direito a ficar “em cima do muro”. Foram 3h30 de gravações! Tanto tempo que o programa acabou sendo dividido em duas partes.

No podcast, estou ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

Podcast 45 (134º) – Sport e Náutico líderes das Séries A e B. Santa goleado em BH

Um cenário inédito na história dos pontos corridos. Pernambuco lidera, ao mesmo tempo, as duas principais divisões do futebol brasileiro, com o Sport à frente na Série A (7 pontos) e o Náutico na dianteira da Série B (9 pontos). O assunto, claro, dominou a pauta da 134ª edição do 45 minutos, com um balanço deste início de Brasileirão. Até que ponto os dois clubes podem manter o embalo? No outro ponto, o Santa Cruz, somando mais um revés como visitante, ocupando a modesta 14ª colocação na segundona.

Confira um infográfico com os principais pontos do programa aqui.

No podcast, de 1h30min, estou ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa e João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

Classificação da Série A 2015 – 3ª rodada

Classificação do Brasileirão 2015 após 3 rodadas. Crédito: Superesportes

Após os resultados dos jogos das 16h, com tropeços de Timão e Galo, uma vitória simples recolocaria o Sport na primeira colocação da Série A. Para ser justo, uma improvável goleada da Ponte Preta sobre o Cruzeiro no Mineirão evitaria o cenário, mas a Macaca ficou no empate em BH e o Rubro-negro fez a sua parte. No Recife, vitória apertada e bastante comemorada. O triunfo do Sport por 1 x 0 foi suficiente para retomar a liderança, sendo esta a segunda rodada que o clube lidera na era dos pontos corridos.

A 4ª rodada do representante pernambucano
31/05 (11h00) – Santos x Sport (Vila Belmiro)

Jogos em São Paulo pela elite: 1 vitória do Sport, 4 empates e 10 derrotas.

Sport vence o Coritiba e retoma a liderança por mais uma semana na Ilha

Série A 2015, 3ª rodada: Sport 1x0 Coritiba. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

O Sport fez o seu dever de casa mais uma vez e reassumiu a liderança do Brasileirão, após três rodadas. A vitória sobre o Coritiba foi apertada, 1 x 0, mas foi um baita exemplo do esquema de Eduardo Batista, de muita marcação e paciência para controlar o jogo. Um sistema que condiz com a disputa na elite.

Superior, o Sport só perdeu o domínio territorial na reta final do segunda etapa, quando o Coxa pressionou (em desvantagem), mas com apenas uma finalização efetiva, raspando a trave. Na maioria do tempo, a zaga com Durval e Matheus Ferraz se mostrou segura – a defesa desarmou 16 vezes, segundo o footstats. No meio-campo, povoado por três volantes e Régis, a troca de passes foi mais intensa, com mais confiança, tendo 91% de aproveitamento.

Sobre a vitória neste domingo, diante de 12.119 pessoas, ficou a sensação de que bastava um ataque um pouco melhor para uma vantagem maior. O gol do volante Neto Moura, num chute meio sem jeito, foi um prêmio para a promessa leonina, de 18 anos. À frente dele, Joelinton fazia apenas o trabalho de pivô, como no Maracanã (perdeu um gol feito, de cabeça), e Mike tropeçou nas próprias pernas, destoando do restante da equipe, apesar da entrega.

Com tranquilidade no fim, já com Diego Souza – que não começou devido a uma virose -, a vitória foi no embalo da torcida, consolidando o retrospecto diante do Coritiba. Esta foi a 5ª vitória seguida sobre o time na Série A, mantendo a sina de jamais ter perdido no Recife. Ao Leão, o momento é o de aproveitar estatísticas favoráveis, sem esquecer das dificuldades que ainda virão. No entanto, não custa nada curtir a primeira colocação por mais uma semana…

Série A 2015, 3ª rodada: Sport x Coritiba. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

O hábito de folhear o jornal no estádio

Capas do jornal Torcida, gratuito. Imagem; divulgação

Além da cobertura diária dos quatro grandes jornais do estado, com o dia a dia dos clubes pernambucanos e análises exclusivas, existe uma linha editorial especial com circulação apenas nos jogos realizados no Grande Recife.

A distribuição gratuita do Torcida acontece na Ilha do Retiro, no Arruda e na Arena Pernambuco, nas apresentações de Sport, Santa Cruz e Náutico, respectivamente. Em ação desde 2010, o jornal traz um material exclusivo de cada time em edições distintas, com quatro páginas cada.

O nome unificado é uma evolução dos antigos JorNau, O Mais Querido e O Rugido, que rodaram nos estádios locais de 2006 a 2010.

A curiosidade em relação a este trabalho é o fato de que a vida útil do “jornalismo impresso”, como um todo, é colocada à prova a cada avanço tecnológico, com a informação cabendo num smartphone. Porém, o velho costume de folhear o jornal parece lutar contra isso. Mesmo no cimento quente de uma arquibancada.

E neste caso estamos falando de uma tiragem de 25 mil exemplares…

Confira algumas capas do Torcida: Náutico, Santa Cruz e Sport.

Cada exemplar tem uma diagramação estilizada nas cores do clube. A exceção fica nos clássicos da capital, com o logo dourado (veja aqui).

O silêncio no rádio de Zé

Zé do Rádio em 2011. Foto: Bernardo Dantas/DP/D.A Press

Torcedor-símbolo. Pelo amor, dedicação e representatividade de um clube, alguns apaixonados das arquibancadas entraram na história das instituições. Impossível esquecer a elegância de Dona Lia e a greia de Zequinha no Náutico, a onipresença de Bacalhau no Santa Cruz, o frevo de Dona Maria e o barulho de Zé do Rádio no Sport. Alguns dos nomes realmente populares, sem forçar.

A provocação, sadia, sempre existiu. Sem desrespeito. Daí, a consternação pelo falecimento do folclórico torcedor rubro-negro, que um dia foi o “mais chato do Brasil”, nas palavras do técnico Zagallo em 1999, irritado com a altura do som do arcaico rádio General Eletric, de 1961, durante uma peleja na Ilha do Retiro.

O apelido de Ivaldo Firmino dos Santos rapidamente se popularizou, chegando ao Guinness Book, em 2006, como o torcedor “mais chato do mundo”. Chato? Nem tanto, pois a sua presença significava a entrada da orquestra Treme-Terra.

Além disso, a sua história também foi marcada pelo transplante de coração – o doador, ironia do destino, foi um alvirrubro. A partir daí, levantou uma das bandeiras mais importantes da nossa sociedade, a doação de órgãos.

Enquanto a saúde deixou, Zé amou o Sport. Infelizmente, o seu rádio de oito faixas silenciou, mas fica a lembrança de um dos maiores personagens dos estádios pernambucanos. Na Ilha, no Arruda, nos Aflitos ou na Arena Pernambuco, gente do tipo faz com que o futebol não seja chato…

Em vez de grandes empresas na camisa, o patrocínio de um aplicativo no Recife

Patrocinadores do 99 Táxis em 2015. Crédito: facebook/reprodução

De tempo em tempo, no futebol brasileiro, uma empresa tenta massificar a sua imagem firmando contratos de patrocínio com várias equipes de uma vez, como Coca-Cola nos anos 1980 e os bancos BMG e Caixa recentemente. Agora, uma empresa “virtual”, o aplicativo 99Taxis, com acordos menores.

Já são oito clubes estampando a marca no ombro ou na manga, incluindo Sport e Santa Cruz, com a empresa anunciando a intenção de acertar com mais times, segundo a postagem publicada em seu perfil no facebook (veja aqui).

Entre os times mais solicitados pelo público na campanha “convoque o time 99”, destaca-se o Náutico, provavelmente pela rivalidade local. E estamos falando apenas de um aplicativo para smartphones, talvez o mercado futuro (já aberto). Esse formato distinto pode se estender até ao uso do próprio aplicativo. Neste caso, com descontos para torcedores dos times envolvidos.

Até o momento, a maior cota é a do Corinthians, de R$ 3,5 milhões por ano.

Atualização (25/05): sem surpresa, o Náutico também acabou firmando um patrocínio, pontual, para os dois jogos contra o Flamengo, pela Copa do Brasil.

Podcast 45 (133º) – Sport e Náutico ascendentes e um novo Santa na B

A reviravolta no Sport, vivendo um bom momento na Série A e na Copa do Brasil, abriu a nova edição do 45 minutos. Sobretudo porque a vitória sobre o Santos, mesmo desfalcado de peças importantes, aumentou a dúvida sobre a escolha pela Sul-Americana. Na sequência, a arrancada 100% do Náutico, com Lisca sendo o personagem principal, na tática e na motivação. Por fim, o 133º podcast debateu a missão do Santa em Belo Horizonte, contra o América/MG. O campeão pernambucano precisa de uma melhor postura como visitante.

No podcast, de 1h28min, estou ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa e João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

Desfalcado, Sport vence o Santos e deixa incógnita entre Copa do Brasil e Sula

Copa do Brasil 2015, 3ª fase: Sport 2x1 Santos. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Antes de mais nada, é preciso ressaltar que independentemente do desfecho do confronto contra o Santos, o Sport sairá no lucro. Ou irá avançar às oitavas de final da Copa do Brasil, ganhando uma cota de R$ 690 mil, ou pela terceira vez seguida participará da Copa Sul-Americana, uma obsessão no clube. Dito isso, é preciso elogiar a postura do time escalado para o jogo de ida, na Ilha do Retiro.

Mesmo com seis desfalques, o Leão venceu por 2 x 1. Bateu o atual campeão paulista, que em tese vive o mesmo dilema. Entretanto, o Peixe veio com força máxima, com Robinho e Lucas Lima, num indicativo de sua escolha pelo torneio nacional. E com 15 segundos deu mostras disso, com Ricardo Oliveira exigindo uma ótima defesa de Danilo Fernandes, substituindo o lesionado Magrão.

O começo frenético acabou sendo favorável ao próprio mandante, que abriu o placar aos três minutos, com Régis – em grande noite. Depois, o ritmo caiu. Assim, com mais tranquilidade para tocar mais a bola, o Santos mostrou a sua qualidade, aos 20 minutos, com três passes até o gol do ex-rubro-negro Lucas Lima, diante de uma desorganizada recomposição da defesa pernambucana.

A partir daí, o jogo ficou com uma cara de “empate”, sem desagradar a ninguém (em tese, repito). Mas o Leão, compacto em campo, desempatou em outra boa jogada de Régis, que deixou Renê livre para marcar o gol da vitória. A vibração da torcida deixou (mais uma vez) claro o quanto é esdrúxulo este regulamento para a Sula. Não havia ninguém torcendo contra, não na Ilha.

Copa do Brasil 2015, 3ª fase: Sport 2x1 Santos. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press