A vitória do Sport sobre o Boavista, no Rio, pela terceira fase da Copa do Brasil, foi emblemática para a história leonina. Ainda que distante de casa, com poucos torcedores presentes no acanhado estádio em Saquarema e alheio à estatística, o clube completou 5.000 jogos com o time principal em 113 temporadas. A conta parte da peleja dos fundadores do clube lá no campo do Derby, ainda existente. Curiosamente, o rubro-negro alcançou a marca onze dias após o rival tricolor, numa compilação do blog a partir do acervo de Carlos Celso Cordeiro.
Confira o retrospecto completo do Sport clicando aqui.
Nº de jogos do Trio de Ferro 5.002 – Santa Cruz 5.000 – Sport 4.679 – Náutico
1º jogo leonino Sport 2 x 2 English Eleven, em 22/06/1905, no Derby
5.000º jogo leonino Boavista 0 x 3 Sport, em 08/03/2017, em Saquarema-RJ
Total* (competições oficiais e amistosos) 5.000 jogos (9.330 GP e 5.401 GC, +3.929) 2.601 vitórias (52,02%) 1.176 empates (19,60%) 1.213 derrotas (24,26%) * 10 jogos com placar desconhecido
Na Ilha do Retiro (competições oficiais e amistosos) 2.118 jogos 1.306 vitórias (61,66%) 461 empates (21,76%) 351 derrotas (16,57%)
Nº de jogos por competição 2.203 – Estadual 874 – Brasileiro 116 – Copa do Nordeste 107 – Copa do Brasil 14 – Libertadores 12 – Sul-Americana
Nº de Clássicos 553 vs Santa Cruz 546 vs Náutico
Mais jogos: 623, Magrão (2005-2017), ou 12,46% do clube
Mais gols: 202, Traçaia (1955-1962), ou 2,16% do clube
Com a Copa do Brasil finalmente entrando no formato com jogos de ida e volta, o Sport abriu ótima vantagem em Saquarema. Abrindo a terceira fase, o time pernambucano goleou o rodado time do Boavista por 3 x 0 e traz uma folga para a Ilha, onde jogará para sacramentar a classificação dentro de uma semana.
Vindo de um revés no clássico, o Leão teve desfalques importantes, Rithely e Rogério, vetados pelo DM. Rodrigo compôs a cabeça de área com Ronaldo, com atuação regular. Na frente, André foi acionado, com Leandro Pereira caindo pela ponta esquerda. Foi a primeira chance efetiva do camisa 90, como titular com a formação principal. Coincidência ou não, enfim rendeu. Nos primeiros 18 minutos, uma cabeçada no travessão e um gol. Animado pelo desafogo particular, seguiu participativo – ao todo, finalizaria cinco vezes. Embora tenha sido pressionado nos primeiros minutos, com o ex-rubro-negro Maicon ganhando a disputa para o estreante Mena (que depois melhorou), o Sport controlou o jogo, com 55% de posse. E ampliou ainda no primeiro tempo. Diego Souza converteu o pênalti sofrida por ele mesmo, quando chapelou o zagueiro.
Na etapa complementar, o Leão jogou mais solto, chegando bastante à meta do time de Joel Santana. Fechou o placar aos 29, num cruzamento preciso de Samuel Xavier para André, que bateu com categoria e marcou o seu segundo (fim a inhaca?). Em termos de cotas, o clube soma R$ 1,62 milhão e jogará para ganhar os R$ 750 mil correspondentes à quarta fase. Está quase lá…
No Dia Internacional da Mulher, eis as homenagens de Náutico, Santa Cruz e Sport em 2017, através de suas páginas oficiais nas redes sociais.
Nada mais justo, com as mulheres cada vez mais presentes com os uniformes locais e nos estádios, num momento de amplo debate sobre o tema, sobre o respeito às torcedoras. Levando em conta a última divisão por sexo divulgada em uma pesquisa de torcida, da Paraná Pesquisa, em dezembro de 2016, seriam mais de 2,5 milhões de mulheres apaixonadas pelo três clubes da capital. Correspondem a mais da metade de cada um, 52%! Esse número deveria receber muito mais atenção das agremiações. Na web, elas já se organizam à parte, para jogos de futebol e eventos, através das Timbuzeiras, Fechadas com o Santa e Elas e o Sport. Abaixo, as projeções das torcidas femininas do Trio de Ferro no âmbito nacional. Na sequência, as mensagens dos clubes.
Estimativa de torcida feminina
1º) Sport – 1.393.110
2º) Santa Cruz – 750.136
3º) Náutico – 443.944
Entre as 2.587.190 torcedoras do trio de ferro, os percentuais absolutos são os seguintes: Sport 53,8%, Santa Cruz 29,0% e Náutico 17,1%.
Já é dia 8 de março e é dia das mulheres! Parabéns a todas as Leoas, que fazem do Sport cada dia maior e mais forte! Pelo Sport Tudo! pic.twitter.com/tTJcj6GK63
O modesto Sete de Dourados fez a sua estreia na Copa do Brasil em 2017. Com uma folha de apenas R$ 98 mil, o clube sul-mato-grossense conseguiu avançar à segunda fase, onde enfrentou o Sport. O jogo no Recife foi apontado pela direção como o “mais importante da história do clube”. À frente até da final do campeonato estadual de 2016, quando ficou com o título. Em campo, pouco fez, sendo facilmente batido por 3 x 0. Deixou a competição com R$ 565 mil em cotas, o maior valor já arrecadado pelo clube desde a sua profissionalização.
A passagem no Recife, com o time tirando fotos com atletas rubro-negros e da própria Ilha, gerou um engajamento da torcida do Sport na página oficial do clube no facebook. Simpatia mútua com uma ação curiosa por parte do tricolor. Duas semanas após a partida, com 500 rubro-negros passando a seguir o perfil do ex-rival, o Sete anunciou a produção de uma camisa em homenagem ao Sport. À parte dos dois uniformes oficiais, azul com detalhes vermelhos e branco, o modelo especial tem listras horizontais nas cores azul e vermelha, emulando o design utilizado pelo clube pernambucano. Em vez de Adidas, RM Camisetas.
“Em breve, uma singela homenagem ao Maior do Nordeste, Sport Recife, e essa torcida que tem demonstrado um carinho imenso com nosso clube”
Com a forte demanda do carnaval pernambucano, seja nas ladeiras de Olinda ou no Recife Antigo, evita-se jogos de futebol de grande porte na capital durante a Quarta-feira de Cinzas. Com o apertado calendário de 2017, não só teve jogo como um clássico, o primeiro duelo entre rubro-negros e alvirrubros. Além da ressaca momesca, é preciso considerar que o Sport escalou um time reserva e o Náutico estava em péssima fase, quase fora do Nordestão. Na Ilha, o reflexo disso tudo, com apenas 3.430 espectadores, no menor público do Clássico dos Clássicos neste século. E o desinteresse se estendeu à televisão.
A transmissão na Globo Nordeste registrou uma audiência aquém, com 21,4 pontos no Grande Recife. Bem abaixo do índice da competição (28 pontos, dados de 2016), ainda mais considerando que, embora atrapalhe o torcedor in loco, o jogo das 21h45 na quarta-feira é o pico de audiência televisiva.
A audiência do 1 x 1 foi informada por Vinícius Paiva, do blog Teoria dos Jogos. A partir deste dado, chega-se à quantidade de telespectadores, 519.812. Apesar da robusta escala, houve uma queda de 25,7% sobre a média do torneio, de 700 mil, via Ibope. Para se ter ideia, o clássico anterior, Santa 1 x 1 Sport, teve 753 mil telespectadores, com 31 pontos. De fato, era um jogo de maior apelo, mas ocorreu num sábado à tarde, horário com menos aparelhos ligados.
A data pode atrapalhar, mas tecnicamente o jogo precisa ser cativante…
As 10 maiores audiências no Estadual desde 2010*
1.153.620 – Sport 1 x 0 Náutico (05/05/2010) – final (volta, abaixo)** 1.050.763 – Sport 1 (5) x (3) 0 Santa Cruz (13/04/2014) – semifinal (volta) 1.040.976 – Santa Cruz 0 x 1 Sport (15/05/2011) – final (volta) 988.773 – Náutico 0 x 1 Sport (23/04/2014) – final (volta)** 969.817 – Santa Cruz 1 x 1 Sport (26/03/2014) – hexagonal 961.620 – Sport 2 x 0 Náutico (16/04/2014) – final (ida)** 942.762 – Sport 0 x 2 Santa Cruz (08/05/2011) – final (ida) 887.984 – Náutico 1 x 0 Santa Cruz (28/04/2010) – semifinal (volta) 863.818 – Santa Cruz 0 x 0 Sport (06/05/2012) – final (ida) 853.000 – Sport 2 x 1 Santa Cruz (21/02/2016) – hexagonal
* Número de telespectadores considerando os jogos já divulgados pela emissora. Entre os não revelados, destaque para as decisões de 2013 e 2016
** Jogos realizados na noite de quarta-feira, pico de audiência no futebol
Após 75% das partidas programadas para o Campeonato Pernambucano de 2017, ou 72 de 95, a média de público segue a pior desde que a FPF passou a contabilizar o dado, em 1990. Apenas 1,2 mil pessoas, considerando os jogos com borderô – afinal, oito ocorreram de portões fechados, um recorde negativo. Até agora, apenas uma partida registrou mais de 10 mil espectadores, justamente a de maior apelo, o Clássico das Multidões. Na 6ª rodada da fase principal foi realizado o quarto clássico da competição, desta vez Náutico 2 x 1 , com 6.419 torcedores na Arena – 74% dos pagantes sendo leoninos. De tão nivelado por baixo, o dado foi suficiente para que o Timbu subisse no ranking de público, ultrapassando justamente o rival. O Santa segue à frente.
Em relação à arrecadação, a FPF tem direito a 8% da renda bruta de todos os jogos. Logo, do apurado de R$ 892 mil, a federação já arrecadou R$ 71.439.
Dados até a 6ª rodada do hexagonal do título e a 9ª rodada da permanência:
1º) Santa Cruz (3 jogos como mandante, no Arruda)
Público: 19.577 torcedores
Média de 6.525
Renda: R$ 195.630
Média de R$ 65.210
2º) Náutico (3 jogos como mandante, na Arena Pernambuco) Público: 12.410 torcedores Média de 4.136 Renda: R$ 212.970
Média de R$ 70.990
3º) Sport (3 jogos como mandante, na Ilha do Retiro) Público: 9.466 torcedores Média de 3.155 Renda: R$ 148.885
Média de R$ 49.628
4º) Salgueiro (6 jogos como mandante, no Cornélio de Barros) Público: 13.598 torcedores Média de 2.266 Renda: R$ 68.831 Média de R$ 11.471
5º) Central (6 jogos como mandante; 2 no Lacerdão, 2 no Antônio Inácio, 1 na Arena e 1 no Carneirão) Público: 7.758 torcedores Média de 1.293 Renda: R$ 112.970 Média de R$ 18.828
6º) Belo Jardim (6 jogos como mandante; 5 no Antônio Inácio e 1 no Arruda) Público: 1.765 torcedores Média de 294 Renda: R$ 16.112 Média de R$ 2.685
Geral – 64* jogos (1ª fase, hexagonal do título e hexagonal da permanência) Público total: 79.217 Média: 1.237 pessoas Arrecadação: R$ 892.993 Média: R$ 13.953 * Mais 8 jogos ocorreram de portões fechados
Fase principal – 18 jogos (hexagonal do título e mata-mata) Público total: 53.679 Média: 2.982 pessoas Arrecadação total: R$ 672.057 Média: R$ 37.336
Há precisamente 200 anos, em 6 de março de 1817, eclodiu no Recife um movimento libertário. A revolução que deu aos brasileiros uma república, um governo próprio, constituição, exército, marinha, polícia e embaixador no exterior, tudo pela primeira vez, como destaca a reportagem do Diario de Pernambuco sobre o bicentenário. Durante 74 dias, Pernambuco foi, literalmente, um país. A revolução foi controlada após a chegada de tropas do Rio de Janeiro e de Portugal, mas o sangue daqueles revolucionários sedimentou a base da independência nacional definitiva, cinco anos depois.
“A correspondência diplomática internacional, a cobertura da imprensa e a própria consciência das elites na América portuguesa revelam que a Revolução de 1817 fez o Brasil, pela primeira vez, partícipe do movimento libertador que inflamava o resto do continente”, relata o professor de história Aníbal Monteiro, em artigo enviado ao blog (íntegra na caixa de comentários).
A discussão sobre o presente, caso a revolução pernambucana tivesse resistido, seguiria para a economia (qual seria o grau de dependência na relação com o ‘outro’ Brasil?) e política (liberal, nacionalista etc), mas aqui agora vamos traçar um paralelo “lógico”, com o futebol. As regras da modalidade só seriam criadas 46 anos depois, na Inglaterra. O próprio Campeonato Pernambuco só começaria no século seguinte, em 1915. De toda forma, em algum momento o esporte faria parte da vida pernambucana. Massiva do mesmo jeito.
Antes do texto, vamos partir de alguns princípios… 1) O Brasil continuaria existindo, mas com 25 unidades federativas (Alagoas também foi incorporada no início da Revolução, o período considerado aqui) 2) No viés continental, Pernambuco teria o porte (para fins de rankings e vagas) de Paraguai, Bolívia, Equador etc. Com um país a mais, considerei que todas copas internacionais foram “ampliadas” 3) Ainda que o Pernambucano (o “Nacional”) provavelmente tivesse uma história distinta, pois as saídas e chegadas de jogadores de outros estados (outro país) seriam diferentes, vamos manter a lista histórica de resultados
Pois bem, neste “e se”, os clubes locais teriam tido 183 hipotéticas campanhas internacionais, contra 10 campanhas reais (ou 5,4% da simulação).
Seriam 129 incursões na Taça Libertadores, 8 na extinta Copa Conmebol e 46 na Sul-Americana. E olhe que esse número não considera título algum, o que renderia vagas extras. O Náutico do hexa teria chegado até onde? E o Santa de 75? O Sport da década de 1990… A presença numa copa internacional seria absolutamente corriqueira. Para se ter uma ideia, o Leão estaria presente, de forma consecutiva, desde 1990. Mesmo com apenas três títulos desde 1989, o Náutico só teria ficado ausente pela última vez em 1998. O Santa, em 2009. Ao todo, 19 (dezenove!) clubes teriam participado ao menos uma vez de torneios da Conmebol. Os rivais de Caruaru já teriam disputado onze copas, cada (abaixo, o quadro completo). Antônio Inácio recebendo o River Plate? Acredite.
Focando a disputa local, o próprio Campeonato Pernambucano seria diferente (nada de segundo plano). Tecnicamente, é difícil prever, mas em termos de organização a competição teria, provavelmente, bem mais de 12 clubes. Em vez de 9,2 milhões de habitantes, o “país” teria mais de 13 milhões. Com isso, até três divisões de 16/18 clubes, fora os torneios semiamadores. Na capital, creio, veríamos algo semelhante a Montevidéu, Buenos Aires e Santiago, com mais de uma dezena de times em cada metrópole. Afinal, com 4 milhões de habitantes, o Grande Recife teria uma demanda maior por “futebol nacional”. Clubes como Santo Amaro, Ferroviário, Torre e Tramways ainda existiriam – e não seriam andarilhos, mas com torcidas respeitáveis e estádios de 5 mil lugares no subúrbio. Com o estado-nação integrado (incluindo até Alagoas, embora a existência de CRB, CSA e ASA, atrelada a Pernambuco, pudesse ser diferente), o interior caminharia para uma representatividade forte, até mesmo pelas várias vagas internacionais distribuídas (8 por ano), pelo calendário completo e pela torcida menos sintonizada em Flamengo e Corinthians (que só chegariam via sinal internacional de tevê). Provavelmente a queixa interiorana seria sobre a exposição do Recife.
Em vez do hexagonal atual, com o campeão jogando apenas 14 partidas, o certame duraria de 8 a 9 meses. Resta saber se a história da competição principal seria próxima ao futebol brasileiro, com décadas de regulamentos distintos, quase sempre com fases de grupos e mata-mata, ou com dois torneios por ano, recorrente na Argentina, Uruguai e Chile. Fico com a primeira opção, lembrando o modelo dos Estaduais dos anos 1980, com até 47 partidas para levantar a taça (como em 1983). Com a influência brasileira (que trato aqui como grande), poderia seguir existindo torneios estaduais/regionais, à parte do nacional pernambucano, com disputas paralelas no Grande Recife, Alagoas, Agreste, Sertão e Sertão do São Francisco, cujo rio cortaria todo o sul do país.
Ah, com o calendário sem Brasileiro (38 rodadas) e Copa do Brasil (até 14 jogos), haveria espaço para a “Copa Pernambuco”, descontinuada em 2011 e disputada pelos times alternativos do Trio de Ferro. Neste contexto, teria um peso maior, como torneio de primeira linha. Final em jogo único na Arena Pernambuco? Só se o Palácio do Campo das Princesas bancasse o estádio com outra finalidade. Afinal, a terrinha jamais teria recebido a Copa do Mundo. Nem em 1950 nem em 2014. Por outro lado, o empreendimento poderia ser o marco de uma Copa América no estado. Como o torneio continental foi criado em 1916, Pernambuco teria passado 51 anos se articulando para receber uma edição, até 1967. Em 75, 79 e 83, não houve sede fixa – com o Arruda escolhido nos jogos locais a cada mata-mata. Porém, há trinta anos foi formulado um rodízio de sedes. Neste formato, ao menos uma edição já teria sido realizada aqui (no máximo até 2011). Em 89, no Brasil, o Mundão recebeu dois jogos.
Com Pernambuco sendo o 11º filiado à Conmebol e com a liga local existente desde 1915 (e profissionalizada em 1937), o estado-nação teria uma presença regular na Copa América, já com 45 edições. Uma participação caseira seria determinante para o título, vide Peru em 1939 e Bolívia, em 1963. Vale lembrar que a seleção pernambucana representou o Brasil, de fato, no Sul-Americano de 1959. Ficou num honroso 3º lugar. A partir disso, imaginar uma estrela acima no distintivo da federação (ou confederação?) pernambucana não seria utopia (!).
Em relação à Copa do Mundo, o país revolucionário teria disputado todas as Eliminatórias – portanto, teria mudado todos os qualificatórios. Teria sido pioneiro no Mundial de 1930, no Uruguai, que originalmente teve apenas 13 países. Naquela época, o futebol já era consolidado no Recife e as seleções sul-americanas neste contexto foram convidadas pela Fifa. Possivelmente, pelo mesmo motivo, ocorreria isso em 1950, também com 13 seleções.
Um ponto importante para a composição da Cacareco – o apelido tradicional da seleção pernambucana – é a naturalização de jogadores de destaque no Náutico, Santa e Sport. Considerando os ‘nascidos no Brasil’ (e seriam muitos nomes), o caminho fica bem amplo. Neste modelo, aliás, a Cacareco já enfrentou a Seleção Brasileira em quatro oportunidades: 1934, 1956, 1969 e 1978, com três derrotas e um empate sem gols no último jogo. Porém, Pernambuco também fez um amistoso com a Alemanha Ocidental, em 1965. Venceu por 2 x 0 na Ilha do Retiro. Aquele time foi escalado num 4-2-4: Dudinha (Sport); Gena (Náutico), Alemão (Sport), Baixa (Sport) e Jório (Santa Cruz); Gojoba (Sport) e Ivan (Náutico); Nado (Náutico), Bita (Náutico), Pelezinho (Sport) e Lala (Náutico). E olhe que os germânicos seriam vice-campeões mundiais no ano seguinte (na polêmica final da bola que não entrou).
Numa convocação restrita aos naturais de Pernambuco, a missão seria bem trabalhosa, embora também mudasse bastante a formação da Canarinha, que não teria Ademir Menezes (artilheiro de 1950), Vavá (bicampeão em 58/ 62, marcando gols nas finais) e Rivaldo (melhor do mundo em 99 e campeão em 2002, com 8 gols em Copas).
Considerando os Mundiais nos últimos vinte anos, o time mais forte seria, na visão do blog, o de 2002 (compare no fim do post). Arrisco dizer que chegar nas quartas ou mesmo numa semifinal não seria exagero, ainda mais ao lembrarmos que Turquia e Coreia de Sul ficaram entre os quatro melhores. Dependeria sobretudo do rendimento do meio-campo, formado por Rivaldo e Juninho Pernambucano, ambos de grande fase na época. Num 4-4-2, o time seria o seguinte: Bosco (Cruzeiro); Russo (Vasco), Sandro (Botafogo), Nem (Atlético-PR) e Marquinhos (Goiás): Josué (Goiás), Cléber Santana (Sport), Juninho Pernambucano (Lyon) e Rivaldo (Barcelona); Catanha (Celta) e Araújo (Goiás). Técnico? O olindense Givanildo Oliveira, claro. No banco, nomes como Nildo (Sport,), Iranildo (Fla) e Carlinhos Bala (Beira-Mar). Levando em conta que a Revolução contou com a comarca de Alagoas e chegou a ter apoio da Paraíba, Rio Grande do Norte e até de parte do Ceará, delimitando uma região que hoje teria 20 milhões de habitantes, a ” seleção nacional” teria sido sido ainda mais qualificada. Em 2006, uma linha ofensiva mortal. A Taça Fifa estaria bem ali…
Esse devaneio todo por causa de 74 dias históricos? Mais que suficiente.
Como estaria o seu time em caso de um estado independente?
Total de participações internacionais* (19 clubes) 46 – Náutico 45 – Sport 40 – Santa Cruz 11 – Porto e Central 7 – Salgueiro 4 – Ypiranga 3 – Serra Talhada 2 – Recife, AGA, Itacuruba, Serrano e Petrolina 1 – Vera Cruz, Cabense, Belo Jardim, Pesqueira, América e Atlético
* Só com os resultados do Campeonato Pernambucano, à parte do Alagoano
Nº de clubes pernambucanos em torneios internacionais 1960-1965: 1 vaga 1966-1991: 2 vagas 1992-2001: 3 vagas 2002-2009: 5 vagas 2010-2011: 6 vagas 2012-2016: 7 vagas 2017: 8 vagas
Simulando as participações pernambucanas na LIBERTADORES
129 campanhas
Número de vagas de Pernambuco* 1960-1965: 1 vaga (campeão) 1966-1999: 2 vagas (campeão e vice) 2000-2016: 3 vagas (campeão, vice e 3º) 2017: 4 vagas (campeão, vice, 3º e 4º) *Seguindo a ordem da vagas dos países abaixo de Brasil e Argentina
Sport – 43 participações Como campeão: 23 vezes Como vice: 15 vezes Como 3º lugar: 5 vezes
Década 1951-1960: nenhuma Década 1961-1970: 62, 63, 66, 67, 68, 69 e 70 (7 vezes) Década 1971-1980: 72, 73, 74, 76 e 78 (5 vezes) Década 1981-1990: 81, 82, 83, 87, 88 e 89 (6 vezes) Década 1991-2000: 91, 92, 93, 95, 97, 98, 99 e 00 (8 vezes) Década 2001-2010: 01, 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08, 09 e 10 (10 vezes) Década 2011-2020: 11, 12, 13, 14, 15, 16 e 17 (7 vezes) Maior sequência de participações: de 1997 a 2017 (21 anos)
Náutico – 41 participações Como campeão: 14 vezes Como vice: 21 vezes Como 3º lugar: 6 vezes
Década 1951-1960: nenhuma Década 1961-1970: 61, 64, 65, 66, 67, 68 e 69 (7 vezes) Década 1971-1980: 71, 75, 76, 77, 78, 79 e 80 (7 vezes) Década 1981-1990: 82, 83, 84, 85, 86, 89 e 90 (7 vezes) Década 1991-2000: 92, 93, 94, 95, 96 e 00 (6 vezes) Década 2001-2010: 01, 02, 03, 04, 05, 06, 08, 09 e 10 (9 vezes) Década 2011-2020: 11, 12, 14, 15 e 17 (5 vezes) Maior sequência de participações: de 2000 a 2006 (7 anos)
Santa Cruz – 36 participações Como Campeão: 21 vezes Como vice: 13 vezes Como 3º lugar: 2 vezes
Década 1951-1960: 60 (1 vez) Década 1961-1970: 70 (1 vez) Década 1971-1980: 71, 72, 73, 74, 75, 77, 79 e 80 (8 vezes) Década 1981-1990: 81, 84, 85, 86, 87, 88 e 90 (7 vezes) Década 1991-2000: 91, 94, 96, 97 e 00 (5 vezes) Década 2001-2010: 01, 02, 03, 04, 05, 06, 07 e 10 (8 vezes) Década 2011-2020: 11, 12, 13, 14, 16 e 17 (6 vezes) Maior sequência de participações: de 2000 a 2007 (8 anos)
Salgueiro – 4 participações Como vice: 1 vez Como 3º lugar: 2 vezes Como 4º lugar: 1 vez
Década 2011-2010: 13, 15, 16 e 17 (4 vezes) Maior sequência de participações: de 2015 a 2017 (3 anos)
Porto – 2 participações
Como vice: 2 vezes
Década 1991-2000: 98 e 99 (2 vezes)
Central – 2 participações Como vice: 1 vez Como 3º lugar: 1 vez
Década 2001-2010: 08 e 09 (2 vezes)
Ypiranga – 1 participação Como 3º lugar: 1 vez
Década 2001-2010: 07
Simulando as participações pernambucanas na COPA CONMEBOL
8 campanhas
Número de vagas de Pernambuco* 1992-1999: 1 vaga (3º lugar) *Seguindo a ordem da vagas dos países abaixo de Brasil, Argentina e Uruguai
3 participações – Santa Cruz (92, 93 e 95) 2 participações – Sport (94 e 96) 2 participações – Náutico (97 e 99) 1 participação – Recife (98)
Simulando as participações pernambucanas na COPA SUL-AMERICANA
46 campanhas
Número de vagas de Pernambuco* 2002-2009: 2 vagas (4º e 5º) 2010-2011: 3 vagas (4º, 6º e 6º)
2012-2016: 4 vagas (4º, 5º, 6º e 7º)
2017: 4 vagas (5º, 6º, 7º e 8º) *Seguindo a ordem das vagas dos países abaixo de Brasil e Argentina
9 participações – Porto (07, 08, 10, 11, 12, 13, 14, 15 e 16) 9 participações – Central (02, 03, 04, 10, 11, 12, 15, 16 e 17) 3 participações – Salgueiro (09, 10 e 12) 3 participações – Ypiranga (09, 13 e 14) 3 participações – Náutico (07, 13 e 16) 3 participações – Serra Talhada (15, 16 e 17) 2 participações – AGA (03 e 04) 2 participações – Itacuruba (05 e 06) 2 participações – Serrano (05 e 06) 2 participações – Petrolina (12 e 13) 1 participação – Recife (02) 1 participação – Vera Cruz (08) 1 participação – Cabense (11) 1 participação – Belo Jardim (14) 1 participação – Pesqueira (14) 1 participação – Santa Cruz (15) 1 participação – América (17) 1 participação – Atlético (17)
Cacareco na Copa do Mundo (jogadores nascidos em Pernambuco)
2002 (Coreia do Sul/Japão) Bosco (Cruzeiro, 28 anos); Russo (Vasco, 26), Sandro (Botafogo, 29), Nem (Atlético-PR, 29) e Marquinhos (Goiás, 25): Josué (Goiás, 23), Cléber Santana (Sport, 21), Juninho Pernambucano (Lyon, 27) e Rivaldo* (Barcelona, 30); Catanha (Celta, 30) e Araújo (Goiás, 25)
2006 (Alemanha) Bosco (São Paulo, 32 anos); Tamandaré (Sport, 25), Nem (Braga, 33), Valença (Santa Cruz, 24) e Lúcio (São Paulo, 27); Josué (São Paulo, 27), Cléber Santana (Santos, 25), Juninho Pernambucano* (Lyon, 31) e Rivaldo (Olympiacos, 34); Araújo (Cruzeiro, 29)e Carlinhos Bala (Santa Cruz, 27)
2010 (África do Sul) Bosco (São Paulo, 36 anos); Mariano (Fluminense, 24), Édson Henrique (Figueirense, 23), Rovérsio (Osasuna, 26) e Diego Renan (Cruzeiro, 20); Josué* (Wolfsburg, 31), Cléber Santana (São Paulo, 29), Hernanes (São Paulo, 25) e Juninho Pernambucano (Al-Gharafa, 35); Ciro (Sport, 21) e Araújo (Al-Gharafa, 33)
2014 (Brasil) Rodolpho (Chapecoense, 32 anos); Mariano (Bordeaux, 27), Édson Silva (São Paulo, 27), Kaká (La Coruña, 32) e Diego Renan (Criciúma, 24); Josué (Atlético-MG, 34), João Victor (Mallorca, 25), Cléber Santana (Flamengo, 32) e Hernanes* (Lazio, 28); Walter (Goiás, 24) e Bobô (Kayserispor, 28)
Seleção da Revolução (PE-AL-PB-RN)
2006 (Alemanha) Bosco (São Paulo, 32 anos); Russo (Sport, 30), Pepe (Porto, 23), Durval (Sport, 26) e Lúcio (São Paulo, 27); Josué (São Paulo, 27), Cléber Santana (Santos, 25), Juninho Pernambucano (Lyon, 31) e Rivaldo (Olympiacos, 34); Marcelinho Paraíba (Hertha Berlin, 31) e Aloísio (São Paulo, 31)
2010 (África do Sul) Bosco (São Paulo, 36 anos); Mariano (Fluminense, 24), Durval (Santos, 29), Pepe* (Real Madrid, 27) e Diego Renan (Cruzeiro, 20); José* (Wolfsburg, 31), Cléber Santana (São Paulo, 29), Hernanes (São Paulo, 25) e Marcelinho PB (Sport, 35). Hulk (Porto, 24) e Denis Marques (Flamengo, 29)
A 6ª rodada do campeonato estadual foi “branda”. Nada de expulsões e apenas um pênalti assinalado. Lá no estádio Antônio Inácio, logo aos 7 minutos de bola rolando. Apesar de o jogo ter sido em Caruaru, o mando era do Belo Jardim (coisas da FPF). A penalidade foi a favor do “visitante”, com o lateral-esquerdo do Central, Altemar, abrindo o placar. Ele ainda faria mais um gol no 4 x 1, assumindo a artilharia do Pernambucano, ao lado do alvirrubro Erick.
Vamos à atualização das duas listas levantadas pelo blog após 18 jogos.
Pênaltis a favor (9) 3 pênaltis – Sport (desperdiçou 2) 2 pênaltis – Náutico, Belo Jardim e Central Sem penalidade – Santa Cruz e Salgueiro
Pênaltis cometidos (9) 3 pênaltis – Central e Belo Jardim (defendeu 1) 1 pênalti – Santa Cruz, Náutico (defendeu 1) e Sport Sem penalidade – Salgueiro
Antes da pausa de duas semanas no Pernambucano, tivemos uma rodada bem movimentada. Foram nove gols e duas quebras de invencibilidade, do líder do Salgueiro, após onze jogos nas duas fases da competição, e do Sport, também com onze partidas, mas somando todas as apresentações oficiais em 2017. Melhor para Santa, de novo com tranquilidade no G4, e Náutico, ganhando um Clássico dos Clássicos após quase três anos, ou sete jogos. Ah, falando em clássico, mais um com público baixo, com apenas 6.419 torcedores – dos quatro clássicos já disputados no Estadual, apenas um passou de 10 mil.
Nos dezoito jogos realizados nesta fase do #PE2017 saíram 40 gols, com média de 2,22. Em relação à artilharia, que a federação oficialmente considera somente os dados do hexagonal e do mata-mata, o atacante Erick, do Náutico, e o lateral-esquerdo Altemar, do Central, assumiram a liderança, com 3 gols cada .
Hoje, as semifinais seriam Salgueiro x Santa Cruz e Náutico x Sport.
Náutico 2 x 1 Sport – Dominado no 1º tempo, o Alvirrubro mudou a postura, forçando os contragolpes. Executou bem, venceu e subiu para a vice-liderança.
Salgueiro 0 x 1 Santa Cruz – O Tricolor foi pressionado, mas conseguiu segurar a vantagem e devolver a derrota em casa, derrubando o último invicto.
Belo Jardim 1 x 4 Central – Pode-se dizer que a Patativa surpreendeu, mesmo em Caruaru, pois não havia somado pontos. O Calango se distanciou do G4.
Destaque: Milton Cruz. O treinador ganhou o seu 1º jogo no Náutico. Mais do que substituições, soube ler o jogo, atuando no erro do exposto adversário.
Carcaça: Daniel Paulista. O Sport até dominou no 1º tempo, mas a troca de Rithely (machucado) por André foi um risco assumido bem além do razoável.
Próxima rodada 18/03 (16h00) – Santa Cruz x Central, Arruda (Premiere) 18/03 (18h30) – Salgueiro x Náutico, Cornélio de Barros (Premiere) 19/03 (16h00) – Belo Jardim x Sport, Arruda (Globo NE)
Na Ilha, a fraca apresentação diante dos reservas do Sport causou desconforto nos alvirrubros quanto ao jogo de domingo, também pelo hexagonal estadual, quando o centenário rival teria força máxima – incluindo o meia Diego Souza, convocado para as Eliminatórias da Copa. Em campo, embora o visitante tenha controlado o primeiro tempo, as mudanças e orientações dos técnicos foram decisivas para o confronto, a favor do Náutico, com Milton Cruz utilizando os espaços deixados por Daniel Paulista. A vitória timbu, por 2 x 1, derrubou a invencibilidade leonina de onze partidas oficiais na temporada.
No primeiro tempo, o leão teve mais intensidade ofensiva, sobretudo pela direita, há tempos o escape. Após a convocação, DS87 acabou jogando próximo ao estilo que Tite espera na Seleção, fazendo o pivô. Assim, quase não avançou carregando a bola, como em seus melhores momentos. Mas não foi o “9”, com Leandro Pereira cumprindo a função. Porém, o centroavante de fato desperdiçou duas ótimas chances (em cruzamentos), mandando a primeira na trave e furando na segunda. O suficiente para Tiago Cardoso chamar a atenção da defesa, com dificuldades para sair jogando, principalmente João Ananias.
Ao menos o também volante Rodrigo Souza apresentou um futebol melhor que seus últimos (e indefensáveis) jogos. Bronca era chegar à meta de Magrão, com a maioria das jogadas passando por Erick, bem marcado – embora Mansur tenha sido amarelado com 24 segundos (!). No reinício, o Náutico já assustou com Alison. Essa fome seria determinante, enquanto o Sport manteria a sua cadenciada (displicente?) forma de jogar. De fato, o Náutico acelerou. Roubava a bola e atacava. Na primeira, Dudu iniciou a jogada e tocou para Erick, que serviu Marco Antônio. De fora da área, o meia marcou um belo gol.
Em desvantagem, Daniel Paulista acionou André. Saiu Rithely, machucado. Isso mesmo, um ataque povoado (apesar de Diego ter sido recuado) e um rombo no meio, que não seria consertado. Com o presente, Milton orientou a sua equipe para os espaços que o visitante deixaria (e deixaria mesmo). Dez minutos depois, o Alvirrubro ampliou, com Erick, de cabeça – a promessa já havia feito no clássico anterior. Mesmo no sufoco, o Sport diminuiu aos 24, com Ronaldo Alves. Só não mudou a desorganização e as bolas alçadas. Já o Náutico valorizou a posse, a vantagem. E saboreou um triunfo nas mãos do treinador.